segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

BOAS FESTAS MERRY CHRISTMAS

BOAS FESTAS    MERRY CHRISTMAS    BOAS FESTAS   MERRY CHRISTMAS
Irmãs e Irmãos do Templo de todo o mundo e pessoas de boa vontade:
Que o espírito Natalício encha os vossos corações de luz, paz e amor na companhia dos vossos entes queridos.
Que o Ano Novo seja pleno de felicidade, muito sucesso e que Deus ilumine o vosso caminho.
Um abraço fraternal deste vosso Irmão Templário. 

 ++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria de Santa Maria do Castelo de Castelo Branco.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

MESTRE GUILLAUME DE CHARTRES



GUILLAUME DE CHARTRES (1210 − 1218)

Guillaume de Chartres era filho Milon III, conde de Bar-sur-Seine, mas ignora-se a data do seu nascimento.
Dado como certo, foi o seu ingresso muito jovem na Ordem do Templo − foi admitido pelos irmãos da Comendadoria de Sours, próximo de Chartres − cujo percurso antes da sua eleição como Mestre em 1210 se perdeu no tempo.

O equilíbrio conjugado com a prudência foram factores preponderantes para a eleição de Guillaume de Chartres, que possibilitariam manter a união dentro da Ordem, face aos tempos conturbados que se avizinhavam.

O seu primeiro acto em que participou foi na coroação do príncipe consorte de Jerusalém, Jean de Brienne, título honorífico que o rei conservara, desde os tempos da conquista da cidade pelos exércitos de Saladino em 1187 e, posteriormente tornou-se imperador de Constantinopla.

Em 1211, o problema com o rei da Arménia foi solucionado mediante a intervenção papal. (Depois de reconquistado aos muçulmanos pelo príncipe Boemundo IV, este recusara-se a entregar aos seus legítimos donos a fortaleza que foi das primeiras que o Templo recebeu no Ultramar).

Nesse mesmo ano, deu-se por concluída a construção da fortaleza iniciada por Hugues de Payns iniciada em 1110. Este castelo, “Chastel Pèlerin”, também conhecido como “Athlit”, foi considerado inexpugnável.
(Esta fortaleza merece-nos um particular destaque, uma vez que foi completamente arrasada depois do seu abandono pelos Templários).

Erguido à ponta de um promontório, entre Cesaréia e Haifa, provocou mais danos nos muçulmanos que toda uma campanha militar.
Seria a partir desta torre que os Templários construíram todo o complexo da fortaleza. Erguia-se altaneira, plantada na esquina sudeste, projectando uma ampla visão para o mar.

Em 1218, os Templários auxiliados pelos Teutónicos e pelo barão flamengo Gauthier II d’Avesnes reforçaram esta torre. Durante o seu trabalho, põem a descoberto as fundações das antigas muralhas que usaram para reforçar a recém construção e, também descobriram fontes de água potável.
 
Depois da primeira linha defensiva, os Templários ergueram um outro pano de muralhas abarcando toda a extensão da largura do istmo. Esta muralha era protegida por um fosso. No extremo sul, ficava um recanto que enfrentava o mar.

Lá bem atrás do pano de muralha do segundo muro, elevava-se uma grande torre rectangular, construída com enormes blocos de pedra, ligadas por um pano de muralha que defendia a passagem que dava acesso para a segunda porta, que estava localizada a norte do istmo.
As duas torres foram concebidas com salas abobadadas, de dois pisos cada uma, encimadas por um terraço ameado.

Catedral de Laon
Por detrás deste sistema defensivo, surgia uma ampla praça de armas rodeada por diversos edifícios. No lado sul da praça, ocupando metade do seu comprimento, erguia-se uma igreja hexagonal, que segundo Jacques de Vitry, era um dos mais belos monumentos arquitectónicos de estilo gótico do Oriente. Esta igreja apresentava uma planta quase idêntica ao da capela Templária de Laon.
Bem ao lado da igreja, surgiam os edifícios reservados aos cavaleiros.
       
Na zona oeste do promontório ficavam as instalações portuárias que permitiam o abastecimento do castelo assim como o desembarque de passageiros. Ao seu redor, lojas e armazéns torneavam essas instalações.

As suas caves eram sobejamente espaçosas para prever qualquer situação mais delicada.
Depois de concluída a sua construção, em 1219, o sultão Malek-Mohadam que acabara de conquistar a fortaleza de Cesareia, tentou em vão invadir o castelo que designavam de “Ateleyt”.
Com o seu arsenal impressionante, encabeçados pelo Mestre Guillaume e defendida por 300 cavaleiros do Templo, não tardaram em repelir os atacantes.

Um caso caricato
 
Frederick II
Mais tarde, em 1229, o imperador Frederick II acreditando piamente que o castelo servia os seus propósitos para instalar uma das suas fortalezas costeiras, resolveu tomar a praça de surpresa.

Ao adentrar-se com a comitiva no recinto, exigiu a sua entrega sem mais delongas.
Os Templários, refeitos da surpresa de tão surpreendente e descabida ordem dada pelo imperador, vedaram-lhe a saída, armaram-se, e declaram que se Frederick não abandonar o local, seria imediatamente preso. 
A ira apossou-se do imperador, mas não teve outra alternativa senão retirar-se da tão almejada fortaleza.

O Mestre Guillaume de Chartres, atempadamente fez chegar homens bem como material bélico para a campanha na Europa.
Em 1212, as forças do Templo participaram na batalha de Navas de Tolosa, marco fundamental para a “Reconquista” em terras de Espanha.

Carga de cavalaria templária
Que tempos gloriosos se viveram! No campo de batalha, em uníssono brotavam das gargantas o cântico “Non Nobis Domine, Non Nobis, Sed Nomini Tuo Da Gloriam”, e partiam silenciosamente ao encontro com o seu Destino. Ledos e serenos, “intrépidos e bravos soldados aqueles que, enquanto revestem o corpo com couraças de aço, guarnecem as suas almas sob a loriga da fé; podem gozar de completa segurança, porque apetrechados com estas duplas armas defensivas, não devem temer os homens nem os demónios. Assim nem sequer teme a morte, antes a deseja. Nem ser vivo ou morto o poderá espantar, quando o seu viver é em Cristo; mais desejaria acabar por  separar-se do corpo para estar com Cristo, sendo isto o melhor” − capº. 1º. Loa à Nova Milícia − confiantes nas palavras de São Bernardo desfraldavam o Beaucéant, e como um todo, arremetiam contra a mourama. O mesmo aconteceu em 1217 na conquista de Alcazar.

As conquistas templárias nos reinos de Espanha exaltam a Ordem, e sucedem-se as doações de grandes senhores feudais e de Reis, que procederam à entrega da cidade de Tortosa e o castelo de Azud.

“A QUINTA CRUZADA (1209 − 1244)”

Papa Inocêncio III
Com início no ano de 1209 a 1244 procedeu-se a uma cruzada promovida pelo Papa Inocêncio III, com o apoio da dinastia dos Capetos abrangendo os reinados Filipe II, Luís VIII passando para Luís IX.

Esta guerra desenvolveu-se por várias fases; tinha como objectivo enfrentar o catarismo, cristãos heterodoxos (que não estão de perfeito acordo com a doutrina da fé), que se fixaram nos territórios feudais do Languedoque ao sul de França.

Ao longo desses anos, envolveram-se na contenda os condes de Tolosa e o reino de Aragão, terminando com a batalha de Muret, da qual os albigenses saíram com uma pesada derrota, e o movimento cátaro foi-se extinguindo lentamente.

 “A SEXTA CRUZADA (1212)”

Misto de fantasia misturada com a realidade? O facto é que chegou até nós transportada através dos séculos, a notícia que supostamente terá ocorrido no ano de 1212.

Gustave Doré
Reza a lenda que um rapaz oriundo da França ou da Alemanha começara a espalhar a notícia que lhe aparecera Jesus Cristo, com o fim de liderar uma cruzada para libertar Jerusalém do jugo muçulmano.

Tendo conseguido reunir cerca de 20 ou 30.000 crianças e jovens, teriam sido transportados por dois mercadores que os venderam como escravos quando desembarcaram em Alexandria.
 
Entretanto o Papa Inocêncio III convoca o IV Concílio de Latrão em 19 de Abril de 1213.
Quando este concílio reuniu em 15 de Novembro de 1215, foi considerado o mais importante realizado na Idade Média, resultando num conjunto de setenta decretos.

Enfrentando as diversas heresias que contestavam as doutrinas cristãs fundamentais, o concílio proclamou dogmaticamente doutrinas sobre os sacramentos, como a transubstanciação (transformação da substância do pão e do vinho no corpo e sangue de Jesus Cristo), assim como confessar os pecados uma vez por ano. Também foram emitidos procedimentos para combater a corrupção clerical. Neste concílio ficou determinado que os judeus usassem marcações específicas nas suas vestes…

Decepcionado com a cruzada de 1202, o Papa incentiva uma nova cruzada, exortando  os príncipes cristãos a cruzar de novo o oceano e, dirigindo-se aos convocados, apelou para a libertação da Terra Santa - “é preciso quebrar as correntes do cativeiro de Jerusalém… Estou pronto, meus queridos irmãos, a encabeçar este movimento (…), para vingar as injúrias feitas ao nosso Salvador, que agora é caçado nessa terra, regada com o seu sangue, e santificados pelo mistério da nossa redenção”.
Um longo soluço percorreu todo o Conselho, e imediatamente os bispos começaram a pregar a próxima cruzada.

No decorrer dessas embaixadas enviadas aos príncipes europeus, o Papa Inocêncio III faleceu (no dia 16 de Julho de 1216) antes de ver partir o próximo contingente para terras do Oriente. Por isso, esta tarefa coube ao seu sucessor Honório III que assumiu as rédeas dessa cruzada.

A QUINTA CRUZADA

A Quinta Cruzada iniciou-se a partir do ano 1217, com terminus em 1221.
Liderada pelo rei André II da Hungria e com a participação do rei de Jerusalém, Jean de Brienne, o rei sem trono, Leopoldo VI, duque de Áustria, Frederico II do Sacro Império, para além dos muitos nobres alemães concentrados em Lisboa, fazendo-se acompanhar dos templários que regressavam à Terra Santa, depois de terminarem a campanha militar na Europa.

Embarcados em Maio de 1218 e sob o comando de Jean de Brienne, os cruzados rumaram em direcção ao Egipto. Aportaram São João D’Acre e decidem atacar Damietta que lhes daria acesso ao Cairo.
Apoiado pelos barões sírios e pelos cruzados franceses, Jean de Brienne, pelo caminho conquistaram uma pequena fortaleza e aguardaram pelos reforços vindos de Roma, que chegaram em Junho do mesmo ano, comandadas pelo cardeal Pelágio.

O prepotente e petulante cardeal, recusa-se a entregar o comando das tropas ao rei de Jerusalém, refutando que os soldados eram da Igreja, e como tal, deveriam reconhece-lo como líder supremo.
Frequentemente ingeria em assuntos do foro militar! – Lá diz o velho ditado “dá Deus nozes a quem não tem dentes…”

Os cruzados cercaram Damietta; honra seja aos seus defensores, que suportaram o cerco com bravura. Exaustos pela fome e pelas febres que grassavam na cidade, juntamente com os fortes combates com os cruzados, por fim Damietta caiu em 5 de Novembro de 1219.

A ocupação de Damietta

Conquistada a cidade, segue-se uma disputa entre os conquistadores. Em 21 de Dezembro, os italianos tentaram expulsar os cruzados franceses. A 6 de Janeiro de 1220, foi a vez de os franceses tentarem expulsar os italianos. Então os contrincantes resolveram entrar em tréguas em 2 de Fevereiro, para resolverem o destino a dar à cidade.

Por um lado, os cruzados italianos preferiam instalar um posto comercial, e os franceses queriam antes recuperar Jerusalém e os bens do reino pedido em 1187, sendo esse o principal motivo da Cruzada. Estava difícil de sair desde impasse!.. enquanto isso, e o rei Jean de Brienne exasperava pelo trono de Jerusalém!

No dia 29 de Março, Jean de Brienne e os barões da Síria resolveram abandonar a Cruzada. Os interesses comerciais sobrepunham-se aos interesses da conquista da Terra Santa. Antes que seguissem o exemplo de Jean de Brienne, o cardeal manda encerrar o porto da cidade, impedindo mais evasões.

Frederico II não tinha vontade de participar nesta Cruzada. Mas uma vez que prometera o envio de tropas, essas chegaram por fim comandadas pelo duque Ludovique I da Baviera e pelo Mestre teutónico Hermann von Salza em Maio do mesmo ano – dizem algumas más-línguas, que o reforço era composto somente por 500 homens.

Decidindo chamar novamente Jean de Brienne (com o perigo eminente de ser excomungado), o cardeal, com estes reforços decidiu invadir o Cairo. O rei de Jerusalém via a insensatez deste plano, mas decidiu juntar-se a Pelágio a 7 de Julho.

Sultão Al-Kamil
O sultão Al-Kamil renova mais uma vez a oferta de paz, mas Pelágio é peremptório na recusa. Depois de algumas escaramuças com a vanguarda do exército muçulmano, chegaram a Mansoura, em 24 de Julho.
As cheias do rio Nilo adequavam-se à táctica que se desenhava na mente de Al-Kamil.
Romperam os diques, e inundaram as planícies, obrigando os cristãos a ocupar uma estreita faixa de terra.
Pelo Nilo, Pelágio tinha a frota Ayyubid barrando-lhe a passagem. Por terra, apresentava-se-lhe um formidável exército. Restava-lhe a rendição.

Tudo terminou a 7 de Setembro de 1221, com o abandono de Damietta, e com a obrigação de aceitarem uma trégua de 8 anos.

O exército prometido pelo imperador Frederico II nunca chegou, o que lhe valeu uma segunda excomunhão.

A 25 de Agosto de 1219 morre o Mestre Guillaume de Chartres de peste que eclodiu nas fileiras cristãs, frente aos muros de Damietta.

Escudo de armas: - Esquartelado; I e IV Cruz do Templo em campo de prata; II e III sobre campo azul, três barbos de ouro postos em faixa e gironados a preto e ouro.




CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS

1210, O rei de Aragão doou aos Templários o castelo de Azud e a cidade de Tortosa.
1210, 14/Setembro – Jean de Brienne casa com Maria de Montferrat, rainha de
          Jerusalém. A 3 de Outubro são consagrados reis de Jerusalém na catedral de Tiro
          com a presença do Mestre de Templo Guillaume de Chartres.
1211, Conflito entre a Ordem do Templo e o rei da Arménia Leão II, pela posse do
          castelo de Bagras, que este reconquistara aos muçulmanos.
1212, Cruzada das crianças.
1212, Derrota dos muçulmanos na batalha de Navas de Tolosa. O reino almóada da
          Hispânia, existente desde 1145, desaparece.
1213, Famosa vitória de Ubeda. Entre os Templários que mais se distinguiram,
          encontramos Gomez Ramirez, preceptor de Castela, que foi proposto a Mestre da
          Ordem.
1215, Novembro – O Papa Inocêncio III apela a uma nova cruzada, durante o sermão de
          abertura do Quarto Concílio de Latrão.
1216, Janeiro – Morte de Inocêncio III.
1217, Vitória sobre os mouros alcançada na batalha de Alcazar
1217, Setembro – André II da Hungria e Leopoldo VI, duque de Áustria, desembarcam
          em São João D’Acre para apoiar as tropas reunidas por Jean de Brienne.
1217, Dezembro – Os francos abandonam o cerco da fortaleza do Monte Tabor.
1218, 29/Maio – O exército de Jean de Brienne desembarca em Damietta.
1219, Primeira incursão dos mongóis de Gengis-Khan contra os territórios muçulmanos.
1219, Março – Os muçulmanos desmantelam as fortificações de Jerusalém.
1219, 25/Agosto – Morre o Mestre Guillaume de Chartres.

*++Fr. João Duarte-Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de Castelo Branco.    

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

AGRADECIMENTO



AGRADECIMENTO

Os meus agradecimentos às pessoas que têm demonstrado o seu interesse no meu blog. Sensibilizado e motivado para continuar com esta tarefa, faço questão de revelar a verdadeira história templária no passado, no presente e no futuro, se Deus me der saúde.

Bem-haja.

*++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de Castelo Branco.

sábado, 29 de outubro de 2011

MESTRE PHILIPPE DE MILLY

 
PHILIPPE DE MILLY (1169 − 1171)


Nascido em Naplouse na Síria por volta de 1128, foi primogénito do cavaleiro Guy de Milly e de Stéphanie dama de origem flamenga.
Os seus antepassados integraram a primeira cruzada, acabando por se fixarem na Terra Santa.
Possuidor de um grau de cultura acima da média falava três idiomas: o francês, o arménio e o árabe, dizendo-se ser versado nas ciências muçulmanas.
Participou na segunda cruzada, tomando parte no cerco à cidade de Damasco.

Casado com uma rica herdeira, Philippe tornou-se Senhor das cidades de Kerak e de Montreal, situadas na Arábia Petra, na extremidade sudeste do Mar Morto.
Ao proceder à troca da cidade de Montreal com o rei Balduíno III, tornou-se o Senhor de Naplouse, passando a chamar-se Philippe de Naplouse.


Guilherme de Tiro descreve-o como “homem corajoso e valente na arte de guerrear”, que fez campanha com Amalrico I em 1167 em terras do Egipto.

Ao enviuvar ingressou na Ordem do Templo em 1168, e um ano depois é eleito Mestre da Ordem. O rei de Jerusalém, Amalrico I, tinha depositado grandes expectativas com o Mestre recém-eleito, dado que as relações com Bertrand de Blanchefort se haviam deteriorado. A relação foi reforçada mas, entretanto Philippe de Milly renuncia ao mestrado retirando-se para um convento cisterciense.

  
A morte de Philippe de Milly consta num texto em Abril de 1178, mas outros historiadores, sugerem que a data do falecimento ocorreu em Abril de 1171, depois de ter renunciado como Mestre.


Escudo de armas: − Esquartelado; I e IV Cruz do Templo sobre campo de prata; II e III em fundo preto com bordo de prata.



CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS

1169, Saladino (Salah ad-Din Yusuf), fundador da dinastia curda dos Ayyubidas (Sunista) 
          é nomeado vizir do Egipto por Nur ad-Din.
1170, Amalrico I derrota Nur ad-Din no Mar Morto e Saladino em Gaza.
1171, A divisão entre o Cairo e Damasco é suprimida, face aos esforços de Saladino.
1171, Philippe de Milly renuncia ao mestrado.

*++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de Castelo Branco

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O TEMPLO É UMA ESCOLA DE VIDA



O Templo é uma escola onde se aprende os princípios do lado espiritual, que não existe em nenhum livro, nem em manuais de valor ou guias de sabedoria.

Muitas pessoas que solicitam o ingresso na Ordem do Templo, fazem-no por uma questão espiritual, onde esperam reconfortar o seu espírito cristão, saturado de uma sociedade moderna que se desmorona moralmente, carente de referências e onde o Templo surge como um refúgio sólido e sóbrio que, exemplarmente ao longo dos séculos luta pela manutenção dos princípios basilares que sempre a caracterizaram.

Sem hipocrisia, os Cavaleiros do Templo seguem em frente contra ventos e tempestades… Para tal, basta olhar-mos um pouco o lado espiritual da Ordem – quem foram – foram soldados universais de uma Ordem apátrida, pois o seu país era o Mundo. Generosamente, muitos milhares deram a vida num acto de fé e em nome do amor que devotavam a Deus.

Como eram belos! Envoltos nos seus alvos mantos (pureza, e a elevação espiritual a Deus) com a Cruz Pátea no seu ombro esquerdo. O estandarte bicolor (preto e branco) com a cruz de sangue sobreposta, erguido bem lá no alto esvoaçando ao vento, ei-los nos seus corcéis de narinas fermentes, sem temor avançavam em cerrada carga de cavalaria contra o inimigo do Cristianismo, enquanto os seus lábios entoavam o hino “Non Nobis Domine Non Nobis Sed Nomini Tuo Da Gloriam”.

Porque corriam alegremente para os braços da morte?! Para eles não foram vãs as palavras que o Santo Doutor da Igreja, Bernardo de Claraval lhes dirigiu no 1º capítulo do “Elogio à Nova Milícia”:

   “Se um género novo de milícia nasceu, desconhecido nos séculos passados, destinado a lutar sem trégua um duplo combate contra a carne e sangue e contra os espíritos malignos que povoam os ares. Certo, quando vejo combater só com as forças corporais um inimigo também corporal, não só o tenho por um caso maravilhoso, mas também o julgo raro. Quando observo igualmente como as forças da alma guerreiam contra os demónios, tampouco me parece assombroso, ainda que de loa, pois cheio está o mundo de monges, e todos costumam manter estas lutas. Mas quando se vê que um só homem cinge à sua cintura com ardor e coragem a sua dupla espada e toma sobre os seus ombros a dupla responsabilidade, quem não julgará caso insólito e digno de grandíssima admiração?

Intrépido e bravo soldado aquele que, enquanto reveste o seu corpo com couraça de aço, guarnece a sua alma sob a loriga da ; pode gozar de completa segurança, porque apetrechado com estas duplas armas defensivas, não deve temer os homens nem os demónios. Assim nem sequer teme a morte, antes a deseja. Nem ser vivo ou morto o poderá espantar, enquanto o seu viver é em Cristo; mais desejaria acabar por separar-se do corpo para estar com Cristo, sendo isto o melhor.

Marchai, pois, soldados, ao combate com passo firme e marcial e carregai com amimo valoroso contra os inimigos de Cristo, bem seguros de que nem a morte nem a vida poderão separá-los da caridade de Deus, que está em Cristo Jesus. No fragor do combate proclamai: quer vivamos, quer morramos, do Senhor somos. Quão gloriosos voltam ao regresso triunfal do combate! Por quão ditosos se têm quando morrem como mártires no campo de combate! Alegra-te fortíssimo atleta, se vives e vences no Senhor; mas regozija-te mais e salta de alegria se morreres e te unes ao Senhor.

A vida certamente te é proveitosa e de grande utilidade, e o triunfo acarreta-te verdadeira glória; mas não sem grande razão se antepõe a tudo isso uma santa morte. Porque se são bem-aventurados os que morrem no Senhor, quanto mais o serão os que sucumbem por Ele!”.

Ergueram igrejas, fundaram cidades, defenderam fronteiras e ajudaram a nascer países. Depois… depois foram traídos por quem eles amaram. Não por todos, é verdade! Alguns acolheram-nos como reconhecimento pelos seus feitos e simultaneamente pelos seus muitos conhecimentos acumulados ao longo de quase dois séculos.

Mas os verdugos do Mestre Jacques de Molay e de outros nobres Cavaleiros, ao contrário do que pretendiam, não conseguiram destruir a Ordem… antes pelo contrário! Permanece viva até aos dias de hoje, e os membros assassinados transformaram-se em mártires dando um exemplo a seguir por todos os Cavaleiros do Templo.

 *++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de Castelo Branco



Recordo um texto redigido por um Irmão do México que reza assim:

Grão-Mestre da OSMTH
Ser templário não é difícil; ser templário é uma decisão que gera um forte e inevitável compromisso com todo o ser humano. Esse compromisso que não é um compromisso a meias, que é na realidade um compromisso absoluto que requer uma evidente “responsabilidade” e para poder assumir essa responsabilidade deve requerer-se um suporte de quatro pilares fundamentais: − Aprendizagem, Trabalho, Oração e Lealdade.

Os Templários unimo-nos sob uma Bandeira bicolor (branca e negra) que indica o nosso território, a nossa zona de trabalho, onde se demarca a diferença entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, e o céu e a terra e como soldados de Cristo reunimo-nos hoje num convento (outrora chamado castelo), que actualmente se denomina (neste caso) Grão Priorado de Portugal.

Se vós puderdes fazê-lo, se reunis as condições para este desafio, e vos considerardes digno de pertencer à Valente e Gloriosa Cavalaria do Templo, e se vos animardes a assumir o compromisso com seriedade, (assim como um pai zelaria por um amado filho) continuai a ler esta mensagem. Mas se não reunirdes as condições necessárias, ou não comungais com os nossos ideais, não percais o vosso precioso tempo e segui o vosso caminho em paz.

Nem tudo é como parece na Ordem…
É patente que por má informação, muitos caiem na confusão que ser Templário será como “soprar e fazer garrafas”!.. Assim parece fácil mas, alguma vez sopraste e fizeste garrafas?

“À vista desarmada tudo parece fácil na Ordem do Templo, quando é precisamente o contrário”
No decorrer dos tempos, temos observado a quantidade de pessoas de ambos os sexos, de níveis académicos, profissionais e sociais distintos que chegam à Ordem do Templo, que não conseguem superar as dificuldades com que se deparam.

“A ignorância do que é realmente ser Templário”
Aspecto que se resolve unicamente mediante a aprendizagem e a oração, tomando como ponto de partida a prática da humildade e do conhecimento das realidades das pessoas e da natureza.

“Falta de vocação de servir”
Algo que à simples vista se nota na atitude daqueles que utilizam com frequência “desculpas justificadas”, acalmando as suas consciências, com o argumento que lhes impediu cumprir com os seus compromissos, que foi mais importante que o serviço em si.

“Pouca claridade no conceito do que é ser Templário”
Na generalidade dos casos pensam que ser templário é tão fácil como tirar um rebuçado a uma criança. Efectivamente é fácil ser templário mas sobretudo depende de ser um Verdadeiro Cavaleiro, o que é muito diferente.

Quando uma pessoa ingressa na Ordem do Templo, deve ter em conta que existirá sempre um processo que os porá sempre à prova em diversos aspectos para determinar se efectivamente reúne as condições para ser um Cavaleiro − recordem meus irmãos que um Rei não pode fazer um cavaleiro, nem sequer um Papa pode fazê-lo. Para fazer um Cavaleiro unicamente só o poderá fazer outro Cavaleiro, que é como quem diz, qualquer pode fazê-lo, mas só um sacerdote tem o poder de uma bênção mais purificadora.

Assim que “se um rei faz um Cavaleiro, é porque esse rei o recebeu de outro cavaleiro. Não existe outra forma na regra de Cavalaria”.

Mas ser Cavaleiro, havia que reunir certas virtudes na Idade Média; segundo creio, os actuais candidatos que pretendem tal dignidade, revelam o seu desconhecimento ou, simplesmente pensam que isso não se aplica na actualidade e, serão mais indulgentes para alcançar tal honra, mas irão sofrer uma desilusão…

“Para ser Cavaleiro (ou dama), deve ter moral e as virtudes mínimas necessárias (segundo as regras de cavalaria) e todas elas se constroem, na medida em que ninguém nasce Cavaleiro”.

E falando nas virtudes; a humildade é o ponto de partida para começar a aprender quer dizer que o primeiro que deve compreender um leigo que deseje ser cavaleiro, é que os títulos e honrarias são secundários na hora de começar a cruzar os caminhos de Ordem e com a dignidade de fazê-lo como aprendiz.

A soberba é má conselheira e, muitas vezes os títulos e honrarias não deixam ver o verdadeiro caminho do Templo. Ao leigo que empreendeu este caminho, sente-se ofuscado, perdendo visão de toda a aprendizagem, que os conduzirá à desmotivação e ao abandono do Templo – sem honra e sem glória.

O medo do desconhecido”
Recordo uma história onde um rei temido e cruel levou uns prisioneiros a uma sala (decorada com quadros de gente sofrendo mortes trágicas e horrendas) fechada e escura. Uma vez dentro desta, o rei apresentou-lhes uma porta que se apresentava em ruínas, tenebrosa e oxidada; o soberano dava-lhes a escolher a hipótese de saírem por ela ou serem decapitados. Ante o temor do desconhecido optaram pela decapitação perdendo assim todos a vida.
Um velho oficial próximo do rei encheu-se de valor e perguntou o monarca:
- Meu senhor que há do outro lado dessa porta? – Então o rei convidou-o a abri-la. Com desconfiança naturalmente e receoso, timidamente descerrou a porta – Encontrava a Liberdade.
Atónito, o soldado olhou o rei com surpresa. Foi então que o rei explicou:  
  
“O homem é tão temeroso do desconhecido e tão supersticioso, que sem duvidar um instante, prefere perder a cabeça com o conhecido antes que arriscar-se a descobrir que oportunidades lhe esperam. Ninguém foi capaz de averiguar o que estava realmente do outro lado da porta, ainda que lhe custe a própria vida”.

O truque meus senhores, é não seguir sempre a multidão. Há que averiguar o outro lado das “portas que se nos deparam na vida”. Quem lhes garante que a oportunidade não estará do outro lado? É só uma questão de ter valor para descobri-lo.

“Dignidade de ser Templário”

Para se alcançar a dignidade de ser Templário, é necessário compreender e praticar a perseverança com uma constância a toda a prova, ser humilde e perguntar a quem sabe – como faz um bom estudante – afastar as suas dúvidas e manter-se leal a todos os oficiais da Ordem que serão sempre os seus melhores guias.

Todos sem excepção tivemos e teremos, encontros com o lado mais obscuro do nosso íntimo. Entre esses medos a tentação de abandonar a Ordem é uma constante. Só os mais sábios, os mais destemidos, os mais determinados, os mais decididos, os que possuem o espírito mais forte e que acreditem fervorosamente em si mesmo e no Espírito Santo (que cuida dos Templários) serão os que conseguem vencer as dificuldades que se lhes deparam.

Creiam-me, as provas serão sempre duras, mas uma vez superadas, torna-nos mais luminosos ante Deus e perante os nossos pares.

Muitos de nós temos alguma formação militar, e como tal, possuímos a capacidade de adaptar-nos e ajustar-nos ao espírito da Ordem mais facilmente. Mas aqueles que não possuem essa condição, é lógico que demorem um pouco mais à disciplina da Ordem, mas não é de todo impossível.

É importante que compreendam que existem muito boas razões para que a Ordem do Templo tivesse sobrevivido até aos dias de hoje. Essas razões baseiam-se na LEALDADE e no valor daqueles que a souberam manter com vida.
www.templemexico.org




sexta-feira, 26 de agosto de 2011

MESTRE GILBERT HERAIL



GILBERT HERAIL (1193 − 1200)

Gilbert Hérail era possivelmente originário do Reino de Aragão, ou de Provença, assim como a data do seu nascimento não é conhecida; contudo, ingressou muito cedo na Ordem do Templo.

Permanece presente na memória dos tempos os feitos demonstrados à frente dos esquadrões de cavalaria do Templo, de que foi Mestre Provincial de 1185 a 1190, participando nas muitas batalhas pela expansão do Reino de Aragão. Como recompensa, o rei D. Alfonso II, o Trovador, fez doação da cidade de Alhambra em 1196 à Ordem do Templo.

Gilbert foi Preceptor de França exercendo esse ministério de 1190 a 1193 e após o falecimento de Robert de Sablé, ascendeu a Mestre da Ordem.

Em 1194, o Papa Celestino III confirma a bula “Omne Datum Optimun” tomando a Ordem sob sua protecção e, confirma todos os privilégios concedidos pelos seus antecessores.

Possuído de um forte sentido de honra, Gilbert Hérail dirigiu a Ordem do Templo respeitando os acordos feitos, nomeadamente o de paz entre Ricardo Coração de Leão e Saladino, que falece em 3 de Março de 1193 em Damasco. Porém, o Papa Celestino ignora o pacto com Saladino e, proclama uma nova cruzada a que somente o imperador da Alemanha encontra eco; reunindo cerca 40.000 homens parte, não para a Palestina, ao contrário das ordens recebidas de Roma, e visa a Sicília e o sul da Itália como objectivos a atingir, conseguindo com êxito os seus propósitos.

Papa Celestino III
O Papa e vários Senhores feudais do território franco acusaram a Ordem e Gilbert Hérail de maquinadores e de traição.

Tirando proveito da morte de Saladino, os barões francos pensaram tirar partido das disputas dinásticas que dividiam o império construído pelo sultão. Mas o Mestre Gilbert de forma irrevogável, negou-se a tomar parte nos acontecimentos; contudo, o Mestre teve empregar toda a sua capacidade e astúcia para chamá-los à razão.

Entretanto, chega um grupo de cavaleiros alemães que aportara em São João d’Acre, que ignora imprudentemente os conselhos de segurança quebrando as tréguas.

Melik-al-Adel
Henrique II de Champagne (rei de Jerusalém coroado como rei consorte de Isabel I cujo parentesco por consanguinidade o ligava a Filipe II e a Ricardo I), morreu ao cair de uma janela do primeiro andar no seu paço em Acre. Durante o funeral de Henrique, o sultão de Damasco, Melik-al-Adel irmão de Saladino, ataca a cidade de Jaffa e captura cerca de 20.000 cristãos provocando uma chacina. O exército cruzado, que havia sido reforçado, tira proveito dos acontecimentos e captura a cidade de Beirute.
 
Quanto ao exército alemão, feitas as conquistas ao sul da Itália e da Sicília, finalmente envia as tropas para a Palestina. Mas a divergência de opiniões instala-se nos exércitos. Deviam cercar Jerusalém?! A discórdia e o desconforto pairou entre as hostes do exército, enquanto os cristãos sírios se sentiam mais ultrajados pelos Teutões do que pelos próprios muçulmanos, recusando-se a permanecer sob as ordens dos alemães.

Surgiram três novas tréguas que deram lugar às hostilidades entre muçulmanos e o exército franco - que não incluíam as Ordens do Templo e a dos Hospitalários - que se tornam cada vez mais poderosas.
Papa Inocêncio III
Espalhadas pela Ásia e pela Europa, possuem vilas, cidades e até províncias inteiras em especial a Ordem do Templo, cujas forças aumentavam a um ritmo crescente, que qualquer rei mais inseguro temia pela segurança do seu reino.

Uma vez mais as duas Ordens envolveram-se em contendas atingindo proporções fora do comum, a propósito da posse de cidades e castelos no condado de Trípoli.
 
Chamado a intervir, o Papa Inocêncio III, decidiu a favor dos Hospitalários, talvez retivesse na memória os tratados assinados com Melik-al-Adel.

No dia 20 de Dezembro de 1200 falece Gilbert Hérail.


Escudo de armas: − Esquartelado; I e IV Cruz do Templo sobre campo de prata;
II e III Cruz azul sobre campo de prata.

 

CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS

1193, 3/Março − Morte de Saladino.
1193, Fevereiro − Gilbert Herail é eleito Mestre do Templo.
1194, Amaury de Lusignan sucede a Guy de Lusignan no trono de Chipre.
1194, 26/Maio − O Papa Celestino III confirma a bula Omne Datum Optimun.
1197, 10/Setembro − Henrique II de Champagne, rei de Jerusalém morre. Sucede-lhe
         Amaury de Lusignan, rei de Chipre, que casa com a viúva Isabel I, e torna-se rei    
         adoptando o nome de Amaury II.
1197, 24/Outubro − Amaury II reconquista Beirute.
1198, O Papa Inocêncio III proclama a IV Cruzada.
1198, 8/Dezembro − Gilbert Herail reúne com os Hospitalários em virtude das conten-
         das sobre os bens que ambas possuíam no condado de Trípoli.
1200, Verão − Os barões reúnem em Compiègne para nomear 6 representantes, para
          negociar com a Republica de Veneza o transporte dos cruzados à Terra Santa.
1200, 20/Dezembro − Morre o Mestre Gilbert Herail.

*++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de C. Branco.