sexta-feira, 26 de agosto de 2011

MESTRE GILBERT HERAIL



GILBERT HERAIL (1193 − 1200)

Gilbert Hérail era possivelmente originário do Reino de Aragão, ou de Provença, assim como a data do seu nascimento não é conhecida; contudo, ingressou muito cedo na Ordem do Templo.

Permanece presente na memória dos tempos os feitos demonstrados à frente dos esquadrões de cavalaria do Templo, de que foi Mestre Provincial de 1185 a 1190, participando nas muitas batalhas pela expansão do Reino de Aragão. Como recompensa, o rei D. Alfonso II, o Trovador, fez doação da cidade de Alhambra em 1196 à Ordem do Templo.

Gilbert foi Preceptor de França exercendo esse ministério de 1190 a 1193 e após o falecimento de Robert de Sablé, ascendeu a Mestre da Ordem.

Em 1194, o Papa Celestino III confirma a bula “Omne Datum Optimun” tomando a Ordem sob sua protecção e, confirma todos os privilégios concedidos pelos seus antecessores.

Possuído de um forte sentido de honra, Gilbert Hérail dirigiu a Ordem do Templo respeitando os acordos feitos, nomeadamente o de paz entre Ricardo Coração de Leão e Saladino, que falece em 3 de Março de 1193 em Damasco. Porém, o Papa Celestino ignora o pacto com Saladino e, proclama uma nova cruzada a que somente o imperador da Alemanha encontra eco; reunindo cerca 40.000 homens parte, não para a Palestina, ao contrário das ordens recebidas de Roma, e visa a Sicília e o sul da Itália como objectivos a atingir, conseguindo com êxito os seus propósitos.

Papa Celestino III
O Papa e vários Senhores feudais do território franco acusaram a Ordem e Gilbert Hérail de maquinadores e de traição.

Tirando proveito da morte de Saladino, os barões francos pensaram tirar partido das disputas dinásticas que dividiam o império construído pelo sultão. Mas o Mestre Gilbert de forma irrevogável, negou-se a tomar parte nos acontecimentos; contudo, o Mestre teve empregar toda a sua capacidade e astúcia para chamá-los à razão.

Entretanto, chega um grupo de cavaleiros alemães que aportara em São João d’Acre, que ignora imprudentemente os conselhos de segurança quebrando as tréguas.

Melik-al-Adel
Henrique II de Champagne (rei de Jerusalém coroado como rei consorte de Isabel I cujo parentesco por consanguinidade o ligava a Filipe II e a Ricardo I), morreu ao cair de uma janela do primeiro andar no seu paço em Acre. Durante o funeral de Henrique, o sultão de Damasco, Melik-al-Adel irmão de Saladino, ataca a cidade de Jaffa e captura cerca de 20.000 cristãos provocando uma chacina. O exército cruzado, que havia sido reforçado, tira proveito dos acontecimentos e captura a cidade de Beirute.
 
Quanto ao exército alemão, feitas as conquistas ao sul da Itália e da Sicília, finalmente envia as tropas para a Palestina. Mas a divergência de opiniões instala-se nos exércitos. Deviam cercar Jerusalém?! A discórdia e o desconforto pairou entre as hostes do exército, enquanto os cristãos sírios se sentiam mais ultrajados pelos Teutões do que pelos próprios muçulmanos, recusando-se a permanecer sob as ordens dos alemães.

Surgiram três novas tréguas que deram lugar às hostilidades entre muçulmanos e o exército franco - que não incluíam as Ordens do Templo e a dos Hospitalários - que se tornam cada vez mais poderosas.
Papa Inocêncio III
Espalhadas pela Ásia e pela Europa, possuem vilas, cidades e até províncias inteiras em especial a Ordem do Templo, cujas forças aumentavam a um ritmo crescente, que qualquer rei mais inseguro temia pela segurança do seu reino.

Uma vez mais as duas Ordens envolveram-se em contendas atingindo proporções fora do comum, a propósito da posse de cidades e castelos no condado de Trípoli.
 
Chamado a intervir, o Papa Inocêncio III, decidiu a favor dos Hospitalários, talvez retivesse na memória os tratados assinados com Melik-al-Adel.

No dia 20 de Dezembro de 1200 falece Gilbert Hérail.


Escudo de armas: − Esquartelado; I e IV Cruz do Templo sobre campo de prata;
II e III Cruz azul sobre campo de prata.

 

CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS

1193, 3/Março − Morte de Saladino.
1193, Fevereiro − Gilbert Herail é eleito Mestre do Templo.
1194, Amaury de Lusignan sucede a Guy de Lusignan no trono de Chipre.
1194, 26/Maio − O Papa Celestino III confirma a bula Omne Datum Optimun.
1197, 10/Setembro − Henrique II de Champagne, rei de Jerusalém morre. Sucede-lhe
         Amaury de Lusignan, rei de Chipre, que casa com a viúva Isabel I, e torna-se rei    
         adoptando o nome de Amaury II.
1197, 24/Outubro − Amaury II reconquista Beirute.
1198, O Papa Inocêncio III proclama a IV Cruzada.
1198, 8/Dezembro − Gilbert Herail reúne com os Hospitalários em virtude das conten-
         das sobre os bens que ambas possuíam no condado de Trípoli.
1200, Verão − Os barões reúnem em Compiègne para nomear 6 representantes, para
          negociar com a Republica de Veneza o transporte dos cruzados à Terra Santa.
1200, 20/Dezembro − Morre o Mestre Gilbert Herail.

*++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de C. Branco.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

COMO INGRESSAR NA ORDEM DO TEMPLO



Muitas pessoas estão interessadas em ingressar na Ordem do Templo (ORDO SUPREMUS MILITARIS TEMPLI HIEROSOLYMITANI) com sede no Porto.

Para mais informações, queiram enviar-me um e-mail para joaoduartepatricio@hotmail.com e terei imenso prazer em esclarecer os meus futuros confrades.
 

 *++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de C. Branco.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

MOMENTO SOLENE

O.S.M.T.H.


















O GRÃO MESTRE RENOVA JURAMENTO DE FIDELIDADE À ORDO SUPREMUS MILITARIS TEMPLI HIEROSOLYMITANI


Esta cerimónia foi levada a cabo na cidade de Coimbra, em 3 de Setembro de 2010 em conformidade com os Estatutos de 1705 (artigos 5 e 7 do capitulo V), relacionada com a eleição dos futuros Grão Mestres.

Sua Alteza Excelentíssima D. Fernando Campello Pinto de Sousa Fontes, prestou juramento ante as Sagradas Escrituras cumprir e fazer cumprir os Estatutos da Ordem da OSMTH com fidelidade à Igreja e a Sua Santidade Bento XVI.
Após estes momentos emotivos para o Grão-Mestre e para mais 400 templários presentes na Igreja, seguiu-se um almoço celebrado nos Claustros da Igreja de Santa Cruz.

Caída a noite, na Igreja da Sé Nova procedeu-se à Velada de Armas, oficiado por um sacerdote português e outro espanhol, ambos membros da OSMTH, contando com a presença de damas e cavaleiros, que acompanharam os postulantes que iam ser investidos no dia seguinte.
Finalizando esta cerimónia, ouviu-se o cântico de “Ave-Maria” de Schubert.











Fotos Gonçalo M. Martins
 

*++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de C. Branco. 









terça-feira, 9 de agosto de 2011

MESTRE PHILIPPE DU PLESSIS


PHILIPPE DU PLESSIS (1201 − 1209)

Philippe du Plessis nasceu por volta de 1165 no castelo de Plessis-Macé perto da localidade de Angers.

Rondando os 24 anos, embarcou na aventura de participar na Terceira Cruzada com os Reis Ricardo e Filipe, como um dos muitos cavaleiro seculares.

Impressionado com a disciplina bem como os actos de bravura que a Ordem Templária revelava, decidiu envergar o manto branco; corria o ano de 1189.

Após a morte de Gilbert Herail, poucos meses tardaram para que Philippe ascendesse ao cargo mais elevado da Ordem; aconteceu nos inícios da Primavera de 1201.

No início do seu mandato, um surto epidémico assolou o Egipto estendendo-se à Síria, afectando mais de um milhão de pessoas. No ano seguinte um intenso sismo abalou a Terra Santa, devastando as cidades que a peste poupara; na vila de Naplouse somente uma rua ficara em pé.

Em 1202, Philippe du Plessis vê-se obrigado a desfraldar o Beaucéant (declaração de guerra), para convencer o príncipe Boemundo IV cognominado o Zarolho, a restituir-lhe a fortaleza de Gastein situada na Antioquia, que no ano anterior fora arrebatada à Ordem. Mas as partes envolvidas no processo tiveram que fazer tréguas, face aos acontecimentos provocados pela praga como pelo terramoto. Havia que auxiliar aos famintos, socorrer os feridos e enterrar os mortos. Enquanto isto, o príncipe oportunamente aproveitou a ocasião para expulsar todos os Templários de Antioquia, e expropria-los dos seus bens. Este caso só seria resolvido através da intervenção papal, que enviou uma legação para investigar sobre o assunto, acabando por terminar em beneficio da Ordem em meados de 1211.

Innocentius Tertius
O Papa Inocêncio III valida a bula promulgada pelos seus antecessores, em 1 de Fevereiro de 1205 mas, dá-se um caso rocambolesco que levou Inocêncio III a intervir, cuja autoridade inquestionável e de integridade reconhecida, fez chegar às mãos do  Mestre do Templo uma carta cujo teor rondava nestes termos:
− “Fala sobre a desobediência para com os bispos e com os seus legados.
As grandes riquezas que a Ordem possuía provocavam um espírito de indocilidade. O número de cavaleiros aumentara substancialmente, bem como as muitas doações de terras fruto das dádivas dos cavaleiros ingressados no Templo e, pelas inúmeras terras e castelos recebidas na “Reconquista” dos Reinos da Europa.
A recomendação dada pelo Sumo Pontífice era a de contenção aos seus cavaleiros, que persistentemente teimam ultrapassar os bispos, o que é lamentável.
Prosseguindo: − os irmãos da Ordem celebram o ofício fazendo soar os sinos chamando os fiéis aos lugares interditos (só poderiam celebrar uma missa anual para o público), mas também sepultam dentro dos seus cemitérios, por uma módica quantia, gentes excomungadas. As queixas continuas apresentadas contra o Templo provoca a sua repreensão, exortando-o a reprimir o abuso que ameaça punir com severidade (apostasia)”. A carta era datada de 1208.


Malik-al-Adel

Nesse mesmo ano, Philippe du Plessis propôs um tratado de paz envolvendo as Ordens dos Hospilalários e os Teutónicos com o sultão muçulmano Malik-al-Adel, que mereceu a oposição dos prelados da Terra Santa.
          
A Quarta Cruzada terminara em 1204 sem consequências para o Templo, assim como o cerco de Constantinopla. Respirava-se um ambiente de paz com os muçulmanos e por vontade de Philippe de Plessis manter-se-ia assim.

 
A QUARTA CRUZADA (1202 − 1204)

Pregada pelo Papa Inocêncio III a partir de 1198, foi também designada por Cruzada Comercial.

Enrico Dandolo
A terceira cruzada não tinha atingido o objectivo para o qual fora programada − a conquista de Jerusalém − A seguinte cruzada começou a ser organizada no ano 1200, e foi empreendida por Balduíno IX, conde de Flandres, pelo Bonifácio II, marquês de Montferrant, tendo ainda a participação do doge (duque) Enrico Dandolo de Veneza.

O doge de Veneza convenceu os cruzados a desviarem-se da sua rota, para ajudá-lo na recuperação da cidade de Zara (hoje Zadar, sita na Croácia) que lhe fora subtraída pelo rei cristão da Hungria. A cidade foi recuperada nesse mesmo ano, mas o Papa excomunga os chefes venezianos.

O Sumo Pontífice recebera notícias de que o imperador Isaac II Ângelo de Constantinopla fora deposto pelo seu irmão Aleixo III e que também o cegara.
Aleixo IV, filho de Isaac, foge e apela o auxílio dos cruzados, com promessas de donativos monetários e outros meios que o império dispusesse para conquistar Jerusalém. Em troca destes auxílios, deveriam ajuda-lo na recuperação do trono. Prometia também o fim do Grande Cisma do Oriente, cuja dissidência começara em 1054, entre as Igrejas Ortodoxa e a Católica.

Óleo de Eugène Delacroix - Louvre
Convencidos, os cruzados alteraram a rota, e dirigem-se para Constantinopla, cercam a cidade e, proclamam em Junho  de 1203, frente às muralhas, Aleixo IV imperador, ao mesmo tempo que incitam a população a derrubar Aleixo III que em vão tenta subornar os cruzados comandados pelo Doge Enrico Dandolo. No dia 18 de Julho o exército tomou de assalto a cidade e põem Aleixo III em fuga levando consigo o tesouro da cidade.

No decorrer destes acontecimentos, o povo liberta o cativo Isaac que apesar de cego, é recolocado no trono. Contudo, os cruzados invocaram a sua incapacidade invisual, e obrigam-no a partilhar o trono com o filho.

Para Aleixo IV chegara o momento de pagar as promessas que fizera aos cruzados. Com o tesouro depauperado, recorre ao aumento dos impostos, expropria bens à Igreja e confisca propriedades aos seus opositores, invade e saqueia cidades da Trácia (controlada pelo tio, Aleixo III), conseguindo desta forma entregar parte do valor prometido.

Com estes sucessos, a revolta popular contra os cruzados exteriorizou-se em Dezembro de 1203, com cenas de extremada violência envolvendo multidões encolerizadas, que linchavam qualquer estrangeiro que encontrassem. Por fim, tudo terminou com o assassinato de Aleixo IV.
A pilhagem de Constantinopla

Em Abril de 1204, os cruzados assaltam Constantinopla, pilham a cidade, massacram os habitantes, incendeiam e destroem o que não podem levar. (Com esta acção, destruíram valores que representavam um milénio da civilização bizantina).

Sendo o principal objectivo desta cruzada a libertação de Jerusalém, em poder dos turcos otomanos, as dificuldades financeiras conjugadas com os interesses comerciais do duque de Veneza, interpunham-se no caminho dos cruzados, que não tinham permissão de sair de Constantinopla.

As Ordens Militares do Ultramar não se envolveram nesta cruzada, que uma vez mais, resultou num tremendo fracasso. O conselho de Philippe du Plessis validava o tratado de paz assinado com Ricardo Coração de Leão e Saladino, permitindo o livre-trânsito dos peregrinos a Jerusalém.

Philippe du Plessis faleceu em 12 de Novembro de 1209.

Escudo de armas: − Esquartelado; I e IV Cruz do Templo sobre campo de prata; II e III seis coticas entrelaçadas postas em banda e contrabanda em campo de goles.


           
Miguel Cerulário
O GRANDE CISMA DO ORIENTE
As divergências iniciaram-se durante o séc. IV,
Quando Miguel Cerulário, ou Michael Keroulários, se tornou Patriarca de Constantinopla no ano 1043, iniciou-se a uma campanha contra as Igrejas Latinas daquela cidade, envolvendo-se numa discussão teológica da natureza do Espírito Santo, questão essa que viria a assumir grande relevo nos séculos vindouros.
Roma providenciou uma embaixada a Constantinopla em 1054, chefiada pelo Cardeal Humberto, na tentativa de solucionar o Cisma que separava as duas Igrejas.




CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS

1201, O Templo perde a fortaleza de Gastein da Antioquia.
1201, Inicio das negociações entre os cruzados e Veneza, para transporte de 33.500
          combatentes até à Palestina. O preço rondava os 85.000 marcos de prata.
1201, 24/Maio − Thibaut III de Champagne morre no seu palácio. A quarta cruzada
          perde um dos principais dirigentes.
1201, Agosto − Bonifácio, marquês de Montferrat, é escolhido para comandante da
          expedição.
1202, O Mestre Philippe du Plessis é obrigado a desfraldar o Beaucéant numa atitude
          de guerra contra o príncipe Boemundo IV.
1202, Verão − Os cruzados chegam a Veneza. O doge Enrico propõe-lhes conquistar
          a cidade de Zara.
1202, Novembro − Conquista e pilhagem de Zara.
1203, Janeiro − Os cruzados recebem uma embaixada de Aleixo, filho do imperador
          Isaac II.
1203, 17/Julho − A conquista de Constantinopla.
1203, 1/Agosto − Aleixo é proclamado imperador, e solicita a permanência dos cruza-
          dos por mais um ano para consolidar a sua posição.
1203, Inverno − Deterioram-se as relações entre cruzados e o imperador Aleixo, por
          falta de incumprimento das promessas ao exército franco.
1204, 8/Fevereiro − Aleixo IV é assassinado e o pai é deposto. Aleixo Doukas é procla-
          mado imperador, mas também não cumpre as promessas feitas aos cruzados.
1204, 12/Abril − Os cruzados tomam de assalto Constantinopla.
1204, 9/Maio − Balduíno IX de Flandres é eleito imperador do Oriente, dando origem 
          ao Império Latino do Oriente.
1205, 1/Fevereiro − O Papa Inocêncio III promulga a bula aprovada pelos seus antaces-
          sores.
1205, Abril − Morte de Amaury II rei de Jerusalém. Sucede-lhe Maria, filha de Isabel e
          de Conrado de Montferrat. Mas devido à sua menoridade, a regência é confiada
          seu tio João de Ibelin, Senhor de Beirute.
1208, O Papa envia uma carta de teor acusatório ao Mestre do Templo.
1209, 12/Novembro − Morre Philippe du Plessis.


*++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de C. Branco.

domingo, 7 de agosto de 2011

MESTRE ROBERT DE SABLÉ


ROBERT DE SABLÉ (1190 − 1193)

Nascido no seio de uma família militar de Anjou, o seu pai foi o Senhor de Sablé II Robert e a mãe Hersende de la Suze.

Foi Senhor de uma porção de terras num vale banhadas pelo rio Sarthe, que lhe coubera por herança na década de 1160.

A sua versatilidade permitia-lhe ocupar os tempos livres compondo trovas, como era usual naquela época, conquistando o coração de Clemence de Mayenne, filha de Geoffroy II Senhor de Mayenne; como resultado dessa união, Deus abençoou-o com uma filha, Margarida de Sablé, que viria a ser a futura esposa de Guillaume des Roches, mestre-sala da casa de Anjou.

Depois do falecimento do Mestre Gerard de Ridefort, a vaga ficou por preencher ao redor de dezoito meses. O Capítulo Geral devia alterar as regras “Retraits”, com respeito às acções relativas ao Mestre, actos esses, que não se voltariam a repetir.

Segundo as crónicas de Guillaume de Tyr, Robert de Sablé subiu ao mais alto cargo da Ordem do Templo em 1190; outros cronistas argumentam que foi nomeado em 1191, depois do desembarque do rei de Inglaterra na Palestina. (Partamos do princípio que a data será 1190).

Há menos de um ano que este cavaleiro entrara nas fileiras templárias; denotando o seu valor no campo de batalha em Espanha, na Sicília assim como noutros lugares, aliada a uma conduta moral irrepreensível, por todos esses motivos foi eleito Mestre do Templo.

Em Julho de 1191, participou no cerco e na reconquista de Acre ao lado de Ricardo I de Inglaterra que assumira o comando dos exércitos, e de Filipe II de França. Consciente de que tinha de garantir as linhas de provimento para conquistar Jerusalém, Ricardo I avançou em seguida em direcção a Jaffa.

A TERCEIRA CRUZADA (1189 − 1192)

Rei Filipe II de França
Também conhecida como a cruzada dos Reis, por nela terem participado os monarcas europeus mais destacados da época; Filipe II Augusto de França, Ricardo I Pantageneta, Coração de Leão de Inglaterra e Frederico I, Barbarossa do Sacro Império Romano-Germânico, que atravessou a Ásia Menor e morre afogado na Cilícia na travessia do rio Célef na Anatólia.

Declinava o verão de 1190, quando o rei Filipe embarcou em Génova e Ricardo em Marselha, com destino à Terra Santa. Mas uma violenta tempestade obrigou-os a aportar em Messina, na Cilícia, adiando-lhes a viagem por alguns meses.

A rivalidade que existia entre os dois soberanos acentuou-se sobremaneira, quando Ricardo anula o noivado com Adela de França, meia-irmã do rei, para ficar noivo de Berengária de Navarra. Perante esta ruptura, Filipe separa-se do rei inglês, partindo de Messina em 30 de Março de 1191, chegando a São João de Acre no dia 20 de Abril de 1191 onde participa no cerco à cidade controlada pelos muçulmanos desde 1187.

Rei Ricardo I de Inglaterra
Entretanto, Ricardo é surpreendido por nova tempestade e procura abrigo em Chipre. Ante a presença de tão numeroso exército, o imperador bizantino Isaac II Ângelo demonstra o seu desprazer ao rei inglês em receber tão numerosa comitiva. Ricardo, não só se recusou a abandonar a ilha, assim como destruiu as cidades que lhe ofereceram resistência, acabando por conquistar Chipre; em seguida, retoma o caminho para Acre que por fim avista durante o mês de Junho.

Depois de um mês de cerco, os muçulmanos capitularam e a cidade é entregue aos Cavaleiros de São João de Jerusalém.
Enquanto os cruzados prosseguiam o caminho de Jerusalém, Filipe II vê-se obrigado a abandonar a cruzada, por França reclamar a sua presença.

A BATALHA DE ARSUF

Ricardo I colocou as forças cristãs de tal forma que poderiam, ser rapidamente convertidas em formação de combate. As divisões de cavalaria defendidas por uma linha ininterrupta de unidades de peões, estendendo-se ao longo da coluna composta por trinta mil homens. O exército seguia à beira do litoral Mediterrâneo, cuja vanguarda era formada por um destacamento de cavaleiros da Ordem do Templo, enquanto a retaguarda era protegida pelos cavaleiros Hospitalários.

Ricardo I na batalha de Arsuf
 As emboscadas que os cristãos sofriam eram constantes, devido às armaduras que os homens e animais se faziam transportar, ao contrário dos guerreiros de Saladino, que usava ginetes-arqueiros sem qualquer protecção. Mas o rei Ricardo recomendou que os seus homens resistissem ao incitamento das forças inimigas, forçando cansar o adversário.

No dia 7 de Setembro, pela manhã, o exército cruzado encontrava-se a curta distância do norte de Arsuf; atravessou o rio Rachetaille, em formação de três colunas. Próximo do mar, a caravana das bagagens era escoltada por soldados de infantaria. Na coluna central composta de doze esquadrões de cavalaria com cem cavaleiros cada uma; a ala esquerda era formada por soldados de infantaria armados com bestas e lanças.

A pressão dos muçulmanos era cada vez mais enérgica, incidindo principalmente sobre o flanco esquerdo, defendido pelos Hospitalários, que embora tivessem um número reduzido de baixas, perderam um grande número de cavalos, pondo em risco a continuidade das operações.
A expectativa do rei Ricardo I, era esperar que Saladino expusesse o flanco direito das suas tropas e ficassem mais vulneráveis. Mas os cavalos continuavam a morrer, e os Hospitalários começaram a avançar espontaneamente. Não tendo outra opção, Ricardo I, desferiu um ataque, ordenando que as forças do Templo fustigassem o flanco esquerdo dos muçulmanos. Deixando a bagagem à retaguarda próximo à beira-mar, Ricardo Coração de Leão postou a cavalaria no meio, enquanto que a infantaria encabeçava as linhas da frente.
As trompas muçulmanas deram o sinal de ataque. Vindos da floresta de Arsuf, surgiram em vagas sucessivas, submergindo num mar de mourama, a ala esquerda da linha defendida pelos guerreiros do Templo na tentativa de separá-los para em seguida os destruir.
Nesse espaço de tempo, os cavaleiros Hospitalários juntamente com a infantaria, deslocando-se à sua frente, atacaram pelos espaços deixados pelos peões muçulmanos.
Carga de cavalaria do Templo
Saladino não esperava uma reacção destas! As constantes provocações a que o exército fora exposto, produziram os efeitos contrários aos seus desejos!... Os seus homens tentaram reagrupar-se, mas sucumbiram ao massacre pelas cargas de cavalaria a par da infantaria.
De vinte mil homens que compunham o exército de Saladino, perdera à volta de sete mil; da parte dos cristãos pereceram cerca de mil.
Prosseguido em direcção a Joppa, o rei Ricardo acabou por reconquistar o almejado porto.

Jaffa antes baptizada de Arshof, derivada do nome do deus fenício Reshef. Quando foi conquistada por Alexandre, o Grande, em 333 a.C. passou a designar-se de Apóllonia, em homenagem ao deus Apólo. Depois do séc. IV durante o período bizantino, recebeu o nome de Sozusa (a cidade do Salvador). Com a conquista muçulmana, em 636 d.C. voltou a ser chamada de Arshof, sofrendo a mutação para Arsuf. Nos séc. XII e XIII durante as cruzadas foi designada por Arsur, variação fonética de Arsuf”.


Escudo de armas: − Esquartelado; I e IV Cruz do Templo sobre campo de prata; II e III em campo de ouro uma águia azul.


CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS

1190, Fundação da Ordem Teutónica de Santa Maria de Jerusalém, formada em Acre.
          (Ordo Domus Sanctae Mariae Theutonicorum).
1190, 18 a 20/Maio − Frederico conquista Konya capital do sultanato turco da Ásia         
          Menor.
1190, 10/Junho − Frederico I imperador do Sacro Império Romano-Germanico afoga-
           -se nas águas do rio Seléf na Cilícia.
1190, A Cruzada alemã fica a cargo de Frederico da Suábia filho de Barba-Roxa, e ru-
          ma para São João de Acre.
1190, 4/Julho − Os reis Filipe Augusto e Ricardo Coração de Leão partem de Vézelay
          para a Palestina, parando na Cilícia onde fazem uma escala que se prolonga por
          seis meses.
1191, 20/Abril − O rei Filipe II desembarca em S. João de Acre.
1191, 6/Maio − Ricardo Plantageneta cerca Chipre conquistando a ilha após um mês de
           resistência, e rumou em seguida para Acre.
          A troco de 25.000 mil marcos de prata a ilha de Chipre é cedida aos Templários.        
1191, 12/Julho − São João de Acre é reconquistada.
1191, 2/Agosto − Filipe II regressa à Europa.
1191, 7/Setembro − Ricardo Plantageneta derrota Saladino em Arsouf.
1192, Guy de Lusignan, eis rei de Jerusalém recebe de Ricardo a ilha de Chipre, como
          feudo.
1192, 28/Abril − Assassinato de Conrado de Monferrat, Senhor de Tiro, rei consorte de
          Jerusalém, apunhalado por dois membros da seita Hashshashin.
1192, Maio − Henrique II de Champagne contrai matrimónio com a viúva de Conrado,
          tornando-se rei consorte de Jerusalém.
1192, 1 a 5/Agosto − Batalha de Jaffa; Ricardo I vence Saladino.
1192, 2/Setembro − Celebra-se uma trégua entre Saladino e Ricardo I, com duração de
          três anos. Do acordo, resultou a permissão das peregrinações cristãs ao Santo
          Sepulcro, e a conservação da faixa de ligação de Tiro a Jaffa.
1193, 13/Janeiro − Morre o Mestre Robert de Sablé.


*++ João Duarte - Grande Oficial/Comendador da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de Castelo Branco.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

MESTRE BERNARD DE TREMELAY


BERNARD DE TREMELAY (1151 − 1153)

Nasceu no castelo Dramelay próximo de Saint-Claud no Jura, condado de Bourgogne, e era filho de Humbert, Senhor de Trémelay. 
Foi comendador do Templo perto de Dole em Franche-Comte.
Morreu durante o cerco de Ascalon na noite de 16 de Agosto de 1153.

Foram muitas as petições que Mestre Evrard recebeu durante o período em que meditou acerca do abandono da Ordem, mas o chamamento de Deus foi mais forte; a partir de 1150 as actas emudecem.
Depois de meses de negociações, o Capitulo Geral optou eleger Bernard de Tremelay como seu novo mestre.

O seu mestrado foi essencialmente dedicado à fortificação das principais praças-fortes da Ordem no Oriente, e a um contínuo confronto armado contra egípcios e turcos pela manutenção dos territórios; assim, tornaram-se fundamentais os sistemas de defesas costeiras nas cidades de Jaffa, Arsus, La Roche Taillée e Le Daron para a sobrevivência do Reino Latino do Oriente. A cidade de Gaza após ter sido reconstruída, foi entregue à Ordem do Templo por Balduíno III de Jerusalém.


O CERCO DE ASCALON

Todo o exército de Jerusalém foi mobilizado para cercar a cidade de Ascalon, assim como os Templários, os cavaleiros de Raymond du Puy de Provence da Ordem de São João de Jerusalém (segundo Mestre da Ordem), fazendo-se acompanhar pelo Patriarca Fulcher portador de uma relíquia da Verdadeira Cruz, e outros barões do reino, entre eles Renaud de Châtillon.

Durante os cinco longos meses em que sitiaram Ascalon, os confrontos entre as duas forças eram contínuos; na noite de 16 de Agosto de 1153 os Templários precedidos pelo Mestre Bernard, investem uma vez mais contra as muralhas da fortaleza. Uma vez mais os muros resistem e os sitiados defendem ferozmente a cidade; durante o combate, o Mestre Bernard de Tremelay pereceu juntamente com quarenta Templários.

Contudo o esforço não tinha sido em vão; o rei de Jerusalém três dias depois entra vitorioso na cidade, e o estandarte templário ondeava sobre as muralhas de Ascalon.
A coragem manifestada pelos templários valeu-lhes novos privilégios concedidos pelo Papa Anastácio IV.

Escudo de armas: − Esquartelado; I e IV Cruz do Templo sobre campo de prata; II e III sobre fundo de ouro, bordo de goles (vermelho).



*++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de C. Branco.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

MESTRE ARNAUD DE TORROJA



ARNAUD DE TORROJA (1180 − 1184)

Nascido na Catalunha, na província de Solsona (actualmente Lérida) por volta de 1110, e era filho do Senhor de Solsona, Ecard-Miró; baptizado com o nome de Arnaud de Turri Rúbea, também conhecido por Arnoldo de Torroja; foi Mestre em Provença e na Catalunha até 26 de Novembro de 1180. Notabilizou-se sobretudo nas lutas contra os mouros pela reconquista, particularmente no reino de Aragão.

Eleito Mestre do Ordem do Templo já com idade avançada, com mais de setenta anos, habituado à disciplina e funcionamento da Ordem, o seu mestrado ficou marcado pelas quezílias entre os Templários e os Hospitalários, cuja influência e poder político continuam a prosperar!... no intento de por cobro às desavenças, Arnaud de Torroja aceita a mediação do Papa Lucius III e Balduíno IV para por termo a estas querelas que dividem as duas Ordens.
Castelo de Tortosa

No ano de 1181, rei de Aragão D. Afonso II faz um donativo da vila de Tortosa e dos castelos de Azcon e Pet de Ribarrya a Mestre Arnaud de Torroja, e a Berenguer de Aviñón, Mestre de Provença e Aragão.
Em 5 de Janeiro de 1182, o Papa completa as doações do seu predecessor conforme o disposto na bula Dilectus Filius.

Entretanto, os cavaleiros do Templo e os Hospitalários com Renaud de Châtillon não davam tréguas aos muçulmanos!...
Catedral de Tortosa
Saladino, na tentativa de afastar o incómodo franco, constrói uma frota de trinta barcos de guerra e, em 1182 ataca Beirute, enquanto Châtillon ameaça as cidades muçulmanas sagradas de Meca e Medina em 1183 e, em contrapartida, Saladino resolve cercar o castelo Al Karak de Renaud de Châtillon na Jordânia em 1184.
   
Perante este cenário, o tratado de paz tornou-se periclitante para o reino de Jerusalém; em 1184, apoiado pelas duas Ordens (que não haviam entrado no pacto), Arnaud de Torroja teve de mostrar uma grande sagacidade política para chegar a um acordo para a cessação das hostilidades com Saladino, que estava pronto a vingar as incursões mortíferas de Renaud que não só perturbava as rotas comerciais que possuía no Mar Vermelho, assim como as caravanas muçulmanas.
 
Corria o ano de 1184 quando os dois Mestres encetaram uma viagem à Europa, com o fim dos reis e o Papa Lucius III decidirem o envio de nova cruzada para fortalecer o Reino Latino.
Durante a viagem, Arnaud de Torroja adoeceu, vindo a falecer em Verona a 30 de Setembro de 1184.


Escudo de armas: − Esquartelado; I e IV Cruz do Templo sobre campo de prata; II e III torre de goles (vermelha) sobre campo de prata.


CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS

1180, Balduíno IV e Saladino subscrevem uma trégua.
1182, Agosto − Saladino toma de assalto Nazaré e Tiberíades e falha na conquista de
          Beirute, para dividir ao meio os Estados Latinos.
1182, Massacre de latinos em Constantinopla.
1183, Expedição de Renaud de Châtillon contra Medina e Meca que é prontamente
          sanada por Saladino, tornando-se o vingador do Islão, ponto fim à trégua de
          entre os Estados Cruzados.
1183/84 − Saladino conquista Alepo, e arrasa a Samaria e a Galileia.
1184, Tratado de paz entre Saladino e as Ordens do Templo e os Hospitalários.
1184, Advento de Abu Yusuf Ya’quab al-Mançur. Auge do império almóada…

*++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de C. Branco

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

MEDITAÇÃO

NON NOBIS DOMINE NON NOBIS SED NOMINI TUO DA GLORIAM


PAI NOSSO TEMPLÁRIO

Senhor, perdoai-me se não rezo a oração que o Vosso filho nos ensinou, pois julgo-me indigno de tão bela mensagem.
Reflecti sobre esta oração e cheguei às seguintes conclusões:

Para dizer o PAI NOSSO, antes devo considerar todos os homens, independentemente da sua cor, raça, religião, posição social ou política, como meus irmãos, pois eles também são Vossos filhos; devo amar e proteger a natureza e os animais, pois se Vós sois o meu Pai, também sois o meu criador, e quem me criou a mim, também criou a natureza.

Para dizer QUE ESTAIS NOs CÉUs, devo antes fazer uma profunda análise na minha consciência, procurando lembrar-me de quantas vezes Vos julguei como um celestial Pai, pois, na realidade, sempre vivi preocupado com os bens materiais.

Para dizer SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME, devo antes verificar se não cometi sortilégios ao adorar outros deuses até acima de Vós.

Para dizer VENHA A NÓS O VOSSO REINO, devo antes examinar a minha consciência e procurar saber se não digo isto apenas por egoísmo, querendo de Vós tudo, sem nada dar em troca.

Para dizer SEJA FEITA A VOSSA VONTADE, devo antes procurar o meu verdadeiro ser, e deixar de ser um falso Cristão, pois a Vossa vontade é a união de todos os seres que criastes.

Para dizer ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU, devo antes deixar de ser mundano e livrar-me dos desenfreados prazeres, das orgias, do orgulho e do egoísmo.

Para dizer O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE, devo antes repartir o pão que me destes com os meus irmãos mais carenciados e necessitados, pois é dando que se recebe; é amando que se é amado.

Para dizer PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS, ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO, devo verificar se alguma vez tornei a estender a minha mão àquele que me traiu; se alimentei aquele que me tirou o pão; se dei esperanças e acalentei aquele que me fez chorar; pois só assim terei perdoado àquele que me ofendeu.

Para dizer E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO, MAS LIVRAI-NOS DO MAL, devo antes limpar a mente dos meus pensamentos; amparar a mão que me é estendida; socorrer o pedido de aflição; alimentar a boca faminta; iluminar os cegos e amparar os aleijados, ajudando na construção de um mundo melhor.

E finalmente, para dizer AMEN, deverei fazer tudo isso agradecendo ao meu criador cada segundo da minha vida, como a maior dádiva que poderia receber. No entanto Senhor, embora procure assim proceder, ainda não me julgo suficientemente forte, no intuito de tudo isto Vos prometer e cumprir.
Perdoa-me meu Pai; porém a minha perfeição a tanto ainda não chegou.

*++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de C. Branco