segunda-feira, 24 de junho de 2013

A TORRE DE VILA VELHA DE RODÃO



A TRAÇOS LARGOS A TORRE DE VILA VELHA DE RODÃO
  




A LENDA

Diz a lenda, que nas portas de Ródão habitava num castelo o rei Wamba, o último grande guerreiro visigodo, que guardava a parte norte do rio Tejo − possivelmente, seria um posto avançado da velha Egitânia, − onde viveu antes das invasões moiras do séc. VIII.
Na outra margem, os domínios pertenciam a um rei mouro, pelo qual, a mulher de Wamba andava perdida de amores. Bela e formosa, seriam os predicados que melhor a definiam; o rei mouro, incapaz de resistir a tamanho encantamento, tentou raptar a mulher que correspondia aos seus devaneios, cavando um túnel que passaria por baixo do rio para a poder ir buscar. Mas os cálculos do rei mouro saíram-lhe gorados pois, foi sair acima do leito do rio! − Conforme ainda hoje se pode observar.
A formosa mulher entrou em pânico quando o rei Wamba descobriu a finalidade do buraco. Então, o rei vendo a paixão que nutriam um pelo outro, ofereceu-a ao rei mouro mas, sendo atada a uma mó de moinho, rolando-a pelas encostas até ao rio Tejo.
No local por onde passou a mó com a mulher do rei Wamba, jamais voltou a nascer qualquer vegetação, conforme se pode constatar ainda hoje.
 
 

 
A HISTÓRIA
 
No ano de 1199, D. Sancho I contemplou Ordem do Templo, com um vasto território onde constava a Azafa, (Açafa) hoje terras de Vila Velha de Ródão.
 
Nesse tempo, o Mestrado da Ordem do Templo do Reino foi entregue ao Mestre D. Frei Lopo Fernandes, o quinto Mestre (*), que sucedera a D. Frei Gualdim Paes.
 
Pronto ergueram uma torre-atalaia, de forma quadrangular, amuralhada, ao mesmo tempo, ergueram um templo rústico em honra de Santa Maria do Castelo, a primeira padroeira de Portugal.
Pelourinho com a Cruz do Templo
Confiante na sua robustez, a torre, acolheu um punhado de cavaleiros do Templo; lá do alto, os soldados de Cristo, dispunham de uma ampla perspectiva, podendo observar a sul movimentos da mourama vindos do Alentejo onde, em 1190, surgiram subitamente os exércitos de Abu Yusuf Ya’qub al-Mansur, que chegaram às margens do rio Tejo e, inclusive, pôs em risco a sede do Templo na cidade de Tomar; ao norte, depois dos mouros terem sido expulsos da zona do Mondego, quedava o receio de se expandirem chegando ao rio Tejo, que na época não era totalmente seguro; para leste, Templários olhavam o horizonte, expectantes do avanço dos cavaleiros seus irmãos, que iam a caminho de Castelo Branco, onde dezasseis anos depois, construiriam uma soberba praça-forte, para servir de protecção à Beira Baixa e, sobretudo, das quezilentas investidas do Reino de Leão.

Esta velhíssima torre cumpriu todos os seus desígnios. Hoje, continua firme nos seus propósitos de guardar o rio Tejo. Entre os seus muros vazios, só resta a solidão! As águias imperiais visitam-na esporadicamente, e os grifos planam em voo silencioso, em busca das suas presas. De quando em vez, o recinto recebe alguns turistas para, a título de curiosidade, darem largas à sua imaginação, como viveu o rei Wamba. 

 
                                                        

*Segundo a obra de Fr. Bernardo da Costa.

 
*++Fr. João Duarte − Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de C. Branco.

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