domingo, 31 de maio de 2015

A MONARQUIA É POPULAR E NATURAL


Rei Dom Manuel II e Rainha Dona Amélia na varanda do Palácio Carrancas no Porto recebendo calorosa saudação do Povo

Na sua génese, sensivelmente, todas as sociedades principiaram por se organizar em estruturas políticas monárquicas. Talvez por isso, por um princípio de direito natural, na iconografia popular não há lugar à terminologia republicana, pois há sempre uma princesa a ser resgatada por um príncipe de um qualquer destino trágico, tal como só faz sentido haver um Rei do Rock, um Rei da Pop, Princesas da Pop e o Prince, claro.

Existe de facto um misticismo de alta condição em torno da Figura Real!
O olhar fito do Rei a si conduz
Os olhares fitados e vizinhos
O Rei fala, e um seu gesto tudo prende,
O som da sua voz tudo transmuda.
E a sua viva Majestade esplende.
– Fernando Pessoa, 31/07/1935
Seria estranho escutar a expressão o “Presidente/a da Pop”, porque só um Rei dá ânimo e estimula a auto-estima da Comunidade, pois um Rei é um grande motivo de orgulho para o Seu Povo, que sabe ter na Figura Real a encarnação da história da Nação e da gesta de um Povo. É algo natural atribuir a alguém que se destaca desmedidamente numa determinada área artística um título “real”, porque no âmago todos somos monárquicos. Não haveria nexo em outorgar a uma figura desta envergadura outro rótulo que não fosse de tal grandeza.

Há uma relação imediata entre um Rei e os cidadãos do seu país, que hoje não são vassalos e nem sequer já súbditos. Estes cidadãos de pleno direito vêem no Rei a referência e, também, a última, e por vezes derradeira instituição, que sentirá as suas necessidades e, porque não raras vezes os interesses mais arbitrários do Estado tomam a forma e a cor do direito para se imporem, o defenderá perante a possível prepotência dos políticos, pois façamos um prolongamento lógico: esta transformação do Estado pode em última instância conduzir ao aparecimento de regimes não democráticos de diversas inspirações.

No estado democrático e social de direito não há um governo representativo clássico, mas uma democracia representativa, pelo que pode um governo ser eleito com um determinado programa legislativo e depois dar uma volta de 180 graus e governar de forma completamente diversa do que prometeu quebrando assim o contrato social que estabeleceu com os seus eleitores, reclamando uma legitimidade democrática que já não possui, que escolhe por nós e nos diz como devemos viver.

Assim, torna-se necessária uma Entidade com consciência da virtude da dignidade da pessoa humana, a quem não desperta um gosto por poder e/ou privilégio, pelo que a Coroa será sempre mais progressiva que uma Presidência, pois não fica confinada ou agarrada à defesa de interesses políticos, e o Rei educado para o serviço e missão que é reinar tomará o ser cargo por um ofício dedicado ao bem-estar do seu Povo e à defesa dos interesses do seu País.

Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica

ASSOCIAÇÃO DOS AUTARCAS MONÁRQUICOS RECEBIDOS PELO PSD



A APAM – Associação Portugal dos Autarcas Monárquicos reuniu, em Lisboa, com o vice-presidente e com o Secretário-geral do Partido Social Democrata, José de Matos Correia e José Matos Rosa respectivamente, para uma sessão de cumprimentos e de apresentação da Associação.

Na reunião, Manuel Beninger e José José Bastos, presidente e vice-presidente da direcção da APAM, expuseram os princípios fundadores da associação, e lançaram-se as bases de cooperação entre os autarcas eleitos pelo PSD e a APAM.

As questões do poder local e do ordenamento do território bem como as competências dos municípios foram alguns dos assuntos tratados tendo este encontro decorrido de forma muito agradável e profícua.

Esta ronda de contactos aos partidos visa a criação de laços de cooperação entre os autarcas em especial no âmbito da ecologia, história, cultura, acção social, empreendedorismo e turismo, bem como na capacitação dos autarcas e na defesa de uma democracia plena.

A APAM, como entidade de nova geração, integra todos os autarcas, independentemente da sua vertente ideológica, desde que respeite princípios básicos e de dignidade, e política, defendendo, como é natural, o modelo de regime monárquico como o melhor para o desenvolvimento do país e dos municípios.
 

Conferência "Comunicar a Monarquia"

   


Quais as limitações que a mensagem monárquica encerra – que terá ser sempre agregadora e transversal a todos os portugueses de todas as facções?
Como é percepcionada a nossa mensagem tendo em conta a realidade sociológica e cultural dos operadores dos media?
Quais os meios que poderemos utilizar tendo em conta a nossa realidade?
Como colmatar o problema financeiro e as limitações das nossas estruturas?

Estas foram algumas das questões debatidas por um painel de convidados composto por Raquel Abecasis, Jornalista e Directora-adjunta da Rádio Renascença, João Palmeiro presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, Rodrigo Moita de Deus, Consultor de Comunicação; moderado por João Távora, presidente da Real Associação de Lisboa que organizou o evento no Altis Grande Hotel. Seguiu-se um vivo e participado debate por uma concorrida plateia, à qual se juntou Sua Alteza Real, Dom Duarte, Duque de Bragança, e que contou também com a presença do presidente da Causa Real, Luís Lavradio, bem como outros elementos da direcção e suas estruturas regionais.














 
 





















Fonte: Real Associação de Lisboa

sábado, 30 de maio de 2015

MIGUEL ALBUQUERQUE É O MAIS NOVO CONSELHEIRO DA APAM




 A direcção da APAM – Associação Portuguesa dos Autarcas Monárquicos entrega Diploma de Conselheiro Honorário a MIGUEL ALBUQUERQUE.


Miguel Filipe Machado de Albuquerque (Funchal, 4 de Maio de 1961) é um político, escritor e advogado português, sendo, desde 2015, Presidente do Governo Regional da Madeira.
Ex-Presidente da Câmara Municipal do Funchal e membro do Conselho Directivo da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, sucedeu a Alberto João Jardim na presidência do Partido Social Democrata da Madeira e na Presidência do Governo Regional da Madeira.

Real Associação da Beira Litoral: O REI COMO ÁRBITRO

Real Associação da Beira Litoral: O REI COMO ÁRBITRO: Cosa rappresenta, nel secolo ventesimo primo, la figura del Re? È una guida, un padre nobile, una figura di riferimento e, prima di ogni ...

D. MANUEL II, O ÚLTIMO CAVALEIRO PORTUGUÊS DA ORDEM DA JARRETEIRA

 


Retrato S.M.F. Rei D. Manuel II em Jornal Inglês

No dia 16 de Fevereiro de 1909, pelas 07h30m, no Castelo de Windsor, Inglaterra, El-Rei Dom Manuel II de Portugal torna-se o 838.º Cavaleiro da Ordem da Jarreteira a ser agraciado por um Soberano inglês. Numa cerimónia de impressionante pompa e ritual, a El-Rei foi imposta pelo primo, o Rei britânico Eduardo VII, a Ordem e as suas insígnias. Dom Manuel II, foi simultaneamente o último português – de um selecto e estrito clube – a receber esta honraria e, também, até hoje, o mais jovem cavaleiro de sempre da mais distinta das Ordens Honoríficas britânica e mundiais.

A Mais Nobre Ordem da Jarreteira, também conhecida, simplesmente, como Ordem da Jarreteira, é uma ordem de cavalaria britânica, a mais antiga de Inglaterra e do sistema de honras britânico, agraciada, exclusivamente, ‘por desejo do Soberano’. Fundada, em 1348, para destacar os esforços do reino e aliados, é uma ordem militar, criada pelo Rei Eduardo III de Inglaterra e baseada nos nobres ideais das demandas ao gosto do espírito medieval: “uma sociedade, uma companhia e uma escola de cavaleiros“, e o conceito foi seguido durante séculos por outros monarcas europeus, que constituíram as suas próprias e prestigiadas ordens de cavalaria.

‘Order of the Garter’ – a tradução correcta seria antes Ordem da Garrotea ou Ordem da Liga -até porque os agraciados são contemplados com uma liga para colocar no joelho esquerdo -, a Ordem da Jarreteira é a mais antiga, a mais prestigiada ordem de cavalaria e a mais importante comenda do sistema honorífico do Reino Unido – e não só – desde essa altura até aos dias de hoje.

Os membros da ordem são limitados ao Soberano, ao Príncipe de Gales e a não mais que vinte e quatro membros ou companheiros, embora também incluam cavaleiros e damas extranumerários como membros da família real e monarcas estrangeiros. ‘Conceder a honra’ é uma prerrogativa executiva remanescente do monarca inglês de carácter verdadeiramente pessoal.

O emblema da Ordem, retratado na insígnia, é uma jarreteira com a divisa em francês antigo – que era naquela altura o idioma oficial da corte inglesa: ‘Honni soit qui mal y pense’, em letras douradas. A lenda conta que Eduardo III estaria a dançar com a Condessa de Salisbury num baile da corte, quando esta deixou cair a sua liga/jarreteira. Ao apanhá-la do chão e amarrá-la de volta à sua perna, o rei reparou que os presentes os fitavam com sorrisos e murmúrios. Irado, exclamou: ‘Honni soit qui mal y pense – Envergonhe-se quem nisto vê malícia’, frase que se tornou o lema da Ordem. Afirmou, ainda, o Rei inglês que tornaria aquela pequena jarreteira azul tão gloriosa que todos a haveriam de desejar. Sendo esta história verdadeira ou não, a Ordem da Jarreteira foi, de facto, criada por Eduardo III e o seu símbolo é uma jarreteira azul-escura, de rebordo dourado, em que aparecem inscritas, em francês as palavras, supostamente, proferidas pelo Rei inglês. Assim, os membros da ordem recebem essa liga nas ocasiões cerimoniais de agraciamento da Ordem. Mas o uso da liga como um emblema pode ter derivado de tiras utilizadas para fixar armaduras pelos cavaleiros medievais.

Além do grão-mestre da Ordem que é sempre o Soberano inglês existem os cavaleiros reais (nos quais se inclui sempre o Príncipe de Gales podendo o monarca ainda nomear vários membros da família real), os cavaleiros estrangeiros (vários monarcas reinantes de países estrangeiros nomeados pelo monarca britânico), tidos como cavaleiros extranumerários e os cavaleiros ou damas-companheiras (24 personalidades nomeadas pelo monarca britânico). Somente o monarca pode conceder a adesão: ele/ela é conhecido/a como ‘Soberano/a da Jarreteira’, e o Príncipe de Gales é conhecido como um ‘Cavaleiro companheiro da Jarreteira’.

Os membros masculinos da Ordem são intitulados ‘Cavaleiros Companheiros’, e os membros do género feminino são chamadas de ‘Damas Companheiras’. As nomeações são vitalícias e intransmissíveis (não são hereditárias). Os cavaleiros são nomeados em 23 de Abril, dia de São Jorge e como a cor de São Jorge é o azul é tradição vestir algo azul para a cerimónia. Nessa ocasião, deverá usar-se a jarreteira na perna esquerda, logo abaixo da cintura. A Ordem da Jarreteira realiza os seus serviços na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, onde, desde o primeiro cavaleiro, no alto, estão colocados os elmos com crista, a espada e estandartes de armas dos cavaleiros.

O soberano pode ‘degradar’ os membros que tenham cometido crimes graves, existindo uma cerimónia formal de degradação datada do século XV, em que o Rei de Armas da Jarreteira, acompanhado pelo resto dos arautos e Oficiais da Ordem da Jarreteira, Secretário, Cavalheiro Ostiário do Bastão Negro, Rei-de-armas principal da Jarreteira, Registrador, Prelado e Chanceler agem da seguinte forma na Capela de São Jorge: o Rei de Armas da Jarreteira lê em voz alta o instrumento de degradação, enquanto o arauto sobe uma escada e retira a bandeira do antigo cavaleiro, o leme da crista e a espada, atirando-os para dentro do coro. Subsequentemente, os restantes arautos pontapeiam os elementos por baixo da capela e fora de portas até ao fosso do castelo.

Logo após a fundação da Ordem, as mulheres foram nomeadas Ladies of the Garter, mas não foram feitas companheiras. Mas em 1488, o Rei Henry VII nomeou Sua mãe, Margareth of Beaufort, Dama da Jarreteira, a única – excepto para as soberanas que por inerência foram Grão-mestre – até à Rainha Alexandra, nomeada por seu marido o Rei Eduardo VII. O Rei Jorge V fez o mesmo com a Rainha Mary e Jorge VI com a Rainha Elizabeth – mãe da actual Soberana. As mulheres continuaram a ser associadas à Ordem, mas com excepção de monarcas estrangeiros do sexo feminino, elas não foram feitas companheiras. A partir de 1987, por iniciativa de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II, as mulheres começaram a ser instaladas as ‘Damas Companheiras da Ordem da Jarreteira’.

Para ocasiões cerimoniais da Ordem, como o dia anual da Jarreteira, os membros usam as elaboradas vestes. A insígnia da Ordem que inclui um colar e uma insígnia pendurada, conhecida como Great George, de ouro e esmalte, em que aparece São Jorge a cavalo, matando o dragão, para além dos apetrechos: um cavaleiro usa ‘o manto’ que é o robe feito de veludo azul-escuro com uma linha em tafetá branco; o brasão heráldico com a Cruz de São Jorge circulado pela Liga é costurado sobre o ombro esquerdo do manto, mas o manto do Soberano é o único que tem a estrela da Ordem. Anexado ao manto sobre o ombro direito há um capuz de veludo vermelho escuro e uma túnica; o ‘chapéu’ que é um gorro Tudor de veludo preto com uma pluma de avestruzes brancas e penas de garça preta; o Colar com o Great George é um acessório de ouro puro, pesa 30 onças (0,933 kg), e é usado ao redor do pescoço, sobre o manto e fixado com fitas brancas amarradas com fitas nos ombros. Como o manto, foi introduzido nos séculos XV e XVI. O colar é composto de nós alternando com medalhões de ouro esmaltado mostrando uma Rosa Vermelha – símbolo dos Plantageneta e Casa de Lencastre – rodeada pela Jarreteira. O Great George, que está pendurado no colar, é uma figura colorida esmaltada (às vezes de jóias) tridimensional de São Jorge, o Mártir, montado num cavalo, matando um dragão. A Jarreteira é usada em ocasiões cerimoniais em torno da panturrilha esquerda por cavaleiros e todo o braço esquerdo por senhoras, e está representado em várias insígnias. A Liga é uma cinta de veludo azul-escuro dobrada, e tem o lema em letras de ouro.

Em outras ocasiões, quando são usadas decorações, os membros usam insígnias simples:

O colar, chamado collar day, que é usado no sobre o uniforme militar ou casaca pelos membros que participam em eventos formais. A gola é presa nos ombros com fitas de seda. Desde que o colar seja da Ordem da Jarreteira, os membros podem então usar a faixa de qualquer outra ordem a que pertençam; a estrela, que é usada presa ao peito esquerdo, e que foi introduzida no séc. XVII pelo Rei Carlos I e é uma representação colorida esmaltada do escudo heráldico da Cruz de São Jorge, rodeado da Ordem da Jarreteira, que é cercada por um emblema de prata de oito pontos. Cada ponto é descrito como um aglomerado de raios, com os quatro pontos das direcções cardeais mais os intermediários. As estrelas dos cavaleiros e damas estrangeiros, apareceram amiúde elaboradas com diversas jóias. Uma vez que a Ordem da Jarreteira é a ordem superior do Reino Unido, um membro usará a Estrela da Ordem acima das outras – até ao máximo de três – que ele ou ela tenha; a faixa, também, introduzida pelo monarca supracitado, tem 10.16 cm e é usada por cima do ombro esquerdo, ou colocada debaixo da casaca, para o lado da anca direita. A cor da faixa tem variado ao longo dos anos, mas a cor foi definida como ‘azul martim-pescador’, a partir de 1950. Um membro da Ordem usa apenas esta faixa, mesmo se ele ou ela pertencer a várias ordens; o emblema que é usado suspenso por uma pequena ligação de ouro na faixa, e que é conhecido como ‘The Lesser George’. Tal-qualmente o Great George, o emblema menor mostra São Jorge, o Mártir, matando um dragão a cavalo, mas é mais liso e de ouro. No século XV, o emblema foi usado ligado a uma fita em volta do pescoço o que não era muito confortável quando se cavalgava, assim adoptou-se o hábito de usá-lo à direita colocado na faixa, e por debaixo do braço, também, direito.


Com a morte de um membro, o emblema e a estrela são devolvidas pessoalmente ao soberano pelo parente do sexo masculino mais próximo do ex-membro e as outras insígnias para a Chancelaria Central das Ordens de Cavalaria.

Cavaleiros e Damas companheiros usam as letras ‘KG’ e ’LG’ após o nome, respectivamente. Um membro da Ordem tem na hierarquia do sistema nobiliárquico britânico um grau inferior ao filho mais velho de barões e superior às restantes ordens e titularia.


Regressando à ligação da Ordem da Jarreteira com a Casa Real Portuguesa, sendo a Aliança entre Portugal e Inglaterra a mais antiga do Mundo, datada de 1386, altura em que foi assinado o Tratado de Windsor, e que resultou também no casamento entre El-Rei Dom João I de Portugal e a Princesa Inglesa Dona Filipa de Lencastre (Lady Phillippa Plantageneta Gant of Lancaster) – filha de John de Gant, Duque de Lancaster, e neta do então monarca inglês Eduardo III Plantageneta -, é natural que Dom João I tenha sido o primeiro português – de uma lista muito selecta – a ser agraciado com a Ordem da Jarreteira, o que aconteceu em 1400, tornando-se o 102º Cavaleiro da Ordem. A Rainha Dona Filipa de Lencastre já era Dama da Ordem desde 1378, sendo até hoje a única portuguesa com essa distinção. A lista de portugueses não incluiria mais do que 15 personalidades, sobretudo reis e infantes e um único membro da nobreza confirmado: D. Álvaro Vaz de Almada, Conde de Avranches. Assim, da lista de membros portugueses da Ordem da Jarreteira, além do inicial D. João I, fazem ainda parte, o Rei D. Duarte I, D. Pedro, Duque de Coimbra, o Infante D. Henrique, o Rei D. Afonso V, o Rei D. João II, o Rei D. Manuel II, o Rei D. João IV, o Rei D. João VI, o Rei D. Luís I, o Rei D. Carlos I, o Príncipe Real D. Luís Filipe e o Rei D. Manuel II – o derradeiro.



Na foto, para além de ostentar as vestes e as insígnias da Ordem da Jarreteira como o colar com o pendente do Greater George e a liga no joelho, El-Rei Dom Manuel II ostenta a Placa e a Insígnia das Três Ordens Militares (Cristo, Avis e Santiago), a Placa da Ordem da Torre e Espada, segura uma espada de cerimónia e está à frente do Trono e ao lado da Coroa e Ceptro Reais de Portugal, colocados sob a almofada vermelho-escuro, pois nunca eram usados pelos reis portugueses desde que Dom João IV usou pela derradeira vez a Coroa dos Reis de Portugal e que haveria de oferecer a Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, pela protecção concedida durante a Restauração, coroando-a Rainha de Portugal, por isso os monarcas que haveriam de se seguir a usavam a Seu lado, como símbolo real, e não a colocando.

Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica

sexta-feira, 29 de maio de 2015

ENTREVISTA A DOM DUARTE, O HOMEM QUE SÓ QUER SERVIR PORTUGAL



D. Duarte não dá entrevista em que não refira os países da CPLP e esta não foi excepção.

Parte da entrevista fez parte de um especial sobre monarquia elaborado pelo i no início do mês. Ficou muito por publicar e aqui não está tudo. Falou horas, sem impor regras ou limites. Mesmo a constipação que o incomodava não o impediu de falar dos seus ideais, ideias e inspiração familiar. Concorde-se ou não com as suas convicções, D. Duarte é um homem simpático, sereno e, aparentemente, de bem com uma vida preenchida com histórias e peripécias.

Sendo hoje em dia o chefe da casa real, quais são as suas actividades?

O que nós pretendemos é servir Portugal, como diria o meu pai. Trabalho na direcção da Fundação D. Manuel II e, actualmente, as actividades em Portugal já não são muitas, com excepção de algumas obras de solidariedade. O nosso grande empenho é com os países da comunidade de língua portuguesa (CPLP). Os povos sentem-se esquecidos por Portugal. E quando sabem que há portugueses que vão lá, nem que seja como turistas, ficam muito satisfeitos.

Nasceu a 15 de Maio de 1945 na Suíça, no exílio. Veio novo para Portugal?

Vim mais cedo que os meus pais. Vim para Serpins, na Lousã, onde fiquei em casa da tia Filipa, que já tinha podido regressar antes. Aprendi a nadar no rio Ceira, com os filhos da moleira, e aprendi a caçar.

Ficou com ligações à sua terra natal? Regressa com alguma frequência?

Infelizmente, muito pouco, mas tenho uma grande admiração. Considero que é o único regime republicano verdadeiramente democrático e que assume essa grande preocupação democrática. Em certa medida, a Suíça podia servir de modelo para a União Europeia. É um modelo de um país bem governado.

Não tem nacionalidade suíça?


Podia ter tido, mas os meus pais nunca quiseram. Mas agora já tenho tripla nacionalidade. Também a brasileira.

Portuguesa, timorense e brasileira?

Sim. Tenho passaporte diplomático timorense que me foi dado o ano passado; votaram por unanimidade a atribuição da nacionalidade timorense. A minha mãe era brasileira e perguntei a uns amigos do governo se achavam que eu podia obter a nacionalidade, apesar de não residir lá. Dilma Rousseff concordou. O motivo, segundo me foi dito, foi que o primeiro brasileiro foi D. Pedro I do Brasil, quarto avô da minha mãe. Antes havia os portugueses que viviam no Brasil, as nações índias, guaranis, tamoios, etc. Concederam-me nacionalidade a mim, aos meus filhos, à minha mulher e aos meus irmãos.

Regressa a Portugal com seis anos. Como foram os primeiros anos?

Primeiro em Serpins, perto da Lousã. Depois, quando os meus pais voltaram, fomos viver para Coimbrões, uma casa muito simpática que foi emprestada pela D. Maria Borges, da família dos vinhos Borges, e passámos lá anos muito agradáveis. Os meus irmãos e eu fomos à escola primária local. Depois fomos para o Liceu Alexandre Herculano, no Porto, e posteriormente os meus pais acharam que o ensino era melhor no Colégio Nuno Álvares em Santo Tirso, colégio dos jesuítas. Curiosamente, o meu sogro também estudou lá.

Cruzou-se com o presidente do FC Porto, Pinto da Costa? Ou com o social--democrata Eurico de Melo?

Cruzaram-se com o meu sogro.

O que recorda com mais intensidade desses anos?

Era um pouco maçador ser um colégio interno, mas tinha muitas compensações. O ensino era muito bom, o ambiente simpático. Não era muito bom do ponto de vista desportivo. Havia ginástica, claro, e futebol. E nunca gostei de futebol. Começámos a introduzir outros desportos, o râguebi, e achei mais divertido.

Qual era o seu desporto favorito?

Gostava muito de patinagem em patins de rodas. Ainda hoje acho que é um desporto interessantíssimo e acho uma pena estar um pouco desprezado.

Sabia andar?

Sabia e ainda hoje ando. Nunca mais se esquece, é como andar de bicicleta. Também sempre fui bom em corridas de longa distância, porque tenho umas pernas muito compridas. Aprendi a montar antes de ir para o colégio, com o mestre Nuno de Oliveira, um dos grandes professores de equitação clássica.

Ainda hoje monta?

Gosto de montar. Mas não como desporto, como passeio. Gosto de montar no Brasil porque os cavalos brasileiros são muito mais confortáveis. Não fazem o trote. Passam do passo para o galope. Em Portugal não tenho tido muito tempo.

O curso de Agronomia em Lisboa veio depois?

Estudei no Instituto Superior de Agronomia, mas entrei para a Força Aérea no último ano e não cheguei a acabar o curso. Queria ser piloto da Força Aérea e havia um limite de idade, e pensei em acabar o curso depois. Quando saí das Forças Armadas, depois de Angola, achei mais interessante fazer um curso na Universidade de Genebra, no Instituto de Estudos do De-senvolvimento, que na altura se chamava Instituto de Estudos Africanos. Tive professores muito bons, como Jean Zigler, e fiquei conhecedor da história e dos problemas económicos em África. Conheci lá dirigentes responsáveis do MPLA, FRELIMO. Na primeira aula perguntavam aos alunos porque tinham querido vir para este curso e eu respondi que admirava muito os países africanos. Quando me perguntaram o que estive a fazer em África, disse que estive na Força Aérea: o horror geral. Lá fui dizendo que fiz o meu papel tal como eles tinham feito o deles. Acreditava no futuro desses países com democracia e liberdade mas, tanto quanto possível, ligados a Portugal.

O que fazia exactamente na Força Aérea?

Pilotava sobretudo helicópteros, mas também aviões mais pequenos, de observação. Mas a minha formação foi de piloto de helicóptero. Sobretudo transportava feridos, fazia evacuações e outros transportes.

Muitas horas de voo? Muitas missões?

Bastantes. Entretanto, o ministro da Defesa na altura, já no tempo do governo de Marcelo Caetano, mandou uma ordem confidencial que me proibia de voar. Foi um dos poucos que no parlamento votou contra o fim da lei que nos impunha o exílio, quando era deputado da União Nacional. E por preocupação republicana de que a Força Aérea me desse algum prestígio, proibiu-me de voar. O comandante da base onde estava, Negage, disse que não sabia o que se passava. O meu pai protestou junto do governo e combinei que iria fazer uma acção com a população civil. Tinha uma moto checa, uma Jawa, que comprei em Angola, e um Volkswagen. Conforme as estradas, num ou noutro ia visitar as aldeias africanas, conversar com o chefe da aldeia, com o professor, onde ficava às vezes durante a noite. Durante quase um ano dei a volta toda ao norte e sul de Angola. Fiquei a conhecer o país profundamente. De repente, em Lisboa, ficaram muito preocupados e deram ordens para regressar.

Estamos a falar de que ano?

Creio que 1970. Saí da Força Aérea e voltei a Angola, e continuei o trabalho que estava a fazer com um projecto político na altura das eleições para a Assembleia Nacional. Criámos um movimento eleitoral com angolanos negros e brancos, de todas as origens, protestantes, católicos e até pessoas próximas da UNITA. Tínhamos muitas possibilidades de ganhar os lugares de deputados por Angola.
O prof. Marcelo Caetano tomou conhecimento e expulsou-me de Angola em 1972.

Assinou uma ordem?

Não sei se assinou uma ordem. O director-geral da DGS (ex-PIDE) falou comigo e disse que tinha de sair de Angola naquele próprio dia. Perguntei os motivos e disse que não sabia. Que eram ordens de Lisboa. Perguntei se tinha a ver com o que estava a fazer e respondeu que até era positivo, que iam mostrar ao mundo que, afinal, havia liberdade política em Angola e que os angolanos não queriam a independência. Isto porque a nossa lista defendia a democracia, liberdade, justiça social, direitos iguais para os territórios ultramarinos em relação ao território português, mas defendíamos que Angola não estava preparada para a independência. No fundo, criar uma espécie de Commonwealth lusófona, com progressivamente mais autonomia, era o projecto desta lista.

O que lhe disse Marcelo Caetano?

Marcelo Caetano convidou-me e começou por explicar que tinha havido um equívoco e que não era uma expulsão, mas que tive de sair de Angola por razões de segurança pessoal... ficou muito aborrecido, zangado, falou em forças vivas, que achava inadmissível o que estava a fazer. Depois das independências, depois de 1974, encontrei pessoas próximas que me disseram que Caetano estava a organizar a independência em Angola e Moçambique em colaboração com os Estados Unidos e África do Sul. E, portanto, o meu projecto estava a estragar este plano.

Na altura do 25 de Abril creio que fez um comunicado a apoiar o Movimento das Forças Armadas.
Estava em Timor um pouco antes e no dia 25 estava no Vietname a convite do presidente do parlamento. Foi ele mesmo que me disse “a sua revolução ganhou”. Falou-me no general Spínola, Galvão de Melo, Santos e Castro, pessoas conhecidas, amigas. Referiu que estavam todos na nova junta, por isso “a minha revolução” tinha ganho. Fiquei satisfeito com os generais, gente séria, honesta e patriota, e mandei logo um telegrama de parabéns. E achei que era finalmente a revolução democrática.

Depois foi um pouco diferente? Como viveu esses tempos conturbados até Novembro de 1975?
Nunca dormia em casa. Dormia sempre em casas de amigos. Porque o COPCON (Comando Operacional do Continente) ia buscar as pessoas a casa à noite.
O meu escritório foi assaltado pelo COPCON. Foi complicado. Por outro lado, os meus amigos da Força Aérea iam-me dando notícias.

Nunca pensou num novo exílio?

De todo. Tinha esperança que mudasse e até comprei a casa de Sintra. Não estava a ver um país na Europa, apoiado pelos Estados Unidos, com a população a favor das liberdades, dos direitos, da propriedade, com uma percentagem de católicos elevadíssima.

Alguns anos mais tarde, em 1995, casou com Isabel Herédia. Como a conheceu?

Sou amigo da Isabel desde que ela tinha seis anos. Encontrei-a em Angola, os pais estavam lá a trabalhar, o pai como engenheiro na Força Aérea. Nessa altura ensinei-a a nadar. Ficámos sempre muito amigos. A família teve de ir para o Brasil e foram muito acolhidos por primos e amigos meus no Brasil. Na altura, ia praticamente todos os anos ao Brasil e acabava quase sempre em casa deles, em São Paulo. Fomos mantendo esta relação de amizade até que, a dada altura, chegámos à conclusão de que havia coisas mais interessantes a fazer do que sermos só amigos. Perguntei se ela tinha pensado na possibilidade de casar comigo e pediu-me para pensar. Nunca mais dizia nada e convenci-me de que não queria, mas não queria dizer para não ser desagradável. Apanhei um susto.

Quanto tempo passou?

Seis ou sete meses. Fui ao Brasil e ela tinha de dar uma resposta, não podia continuar assim. Ela disse que eu nunca mais lhe perguntava. Estava à espera que lhe perguntasse. Mas quando a pedi em casamento foi em Santiago de Compostela. Tínhamos feito uma peregrinação e à saída da Basílica perguntei--lhe. E ela dizia que tinha de pensar. Seis meses depois, no Brasil, finalmente deu a resposta. Houve umas questões engraçadas, mas são mais do âmbito familiar.

Disse que comprou a sua casa em Sintra?

Foi comprada por mim, foi a minha “conquista revolucionária”. Em 74/75 havia casas boas e eu comprei uma em Sintra por um preço justo e razoável. As casas de família, as únicas, são no Chiado e fazem parte do testamento da rainha Dona Amélia, minha madrinha.

Tem hobbies?

Gosto de aprender, mas quando termino acabo por não praticar. Quando era novo tirei o brevê de planadores, mas depois não continuei a voar. Uma vez ou outra voo na base aérea de Sintra, mas pouco. Não tenho essas paixões. O meu filho Afonso é apaixonado pela pesca e agora ficou apaixonado pela caça também. Cacei, pesquei e de vez em quando estou com ele e também pesco, mas mais pela companhia. Não tenho propriamente hobbies. Tento fazer actividades físicas o mais possível para me manter em forma, desde a ginástica no Ténis Clube do Estoril. Ando bastante de bicicleta, se possível com os filhos. Tenho necessidade de me manter ao nível dos meus filhos, mas à medida que os anos passam vai ficando mais difícil, porque eles progridem, e nós não tanto assim. Também me ocupo da minha horta de Sintra, onde temos quase todos os legumes que se consomem em casa.

Vê televisão? Vê séries como, por exemplo, “A Guerra dos Tronos”?

Vi uma vez. Engraçada, mas não creio que valha a pena perder tempo com isso. Gosto de ver coisas onde aprendo. Como o Discovery, o National Geographic. Gosto imenso de ver as culturas e paisagens doutras regiões. Procuro bons filmes. Procuro na internet e depois compro-os, mando-os vir por correio.

Por exemplo?

Há filmes que são praticamente boicotados em Portugal. Houve um que considero de altíssima qualidade que em inglês se chama “For Greater Glory”.
É a história da grande revolta católica no México, em 1926, contra um governo que decidiu fechar as igrejas, e em que os mexicanos, durante mais de um ano, dois anos, controlaram metade do país, e o governo acabou por negociar com a população um acordo. Um filme que não conhecia, “King Maker”, que é como os portugueses salvaram a independência da Tailândia. Gostei do “Rien a declarer”, passado na fronteira franco--belga. Achei óptimo “A Gaiola Dourada”, que tenho oferecido aos meus primos no estrangeiro. Há filmes portugueses bons, mas os cineastas portugueses têm a mania de ser intelectualmente muito correctos e não se interessam muito pela opinião do público.

Gosta de música?

Gosto de todos os géneros desde que seja boa. Encontro música boa e música muito maçadora, inútil. Há música contemporânea popular muitíssimo boa e há outra que é simplesmente barulho e ruído, e não tem nenhuma qualidade estética.

Se tivesse de escolher…

A vantagem da música clássica é que já foi esquecida há muito tempo. A que sobreviveu até hoje é porque realmente é muito boa. É por isso que há tão poucos músicos clássicos. Os antigos continuam a ser tocados ainda hoje.
A música clássica mais antiga baseia-se nos ritmos do nosso cérebro e, por isso, dinamiza e melhora o nosso pensamento, o raciocínio. Todos os cientistas estão de acordo que na música clássica há um efeito fantástico sobre o nosso cérebro.

O seu filho Afonso já tem 18 anos. Considera-o preparado para assumir uma responsabilidade histórica e familiar?
Está preocupado com isso. Gosta muito de participar nas diferentes actividades mas, ao mesmo tempo, insisto com ele que a preocupação dele não é essa. Agora é ser o mais bem preparado academicamente, escolher o curso de que verdadeiramente ele gosta e que possa ser-lhe útil na prática, e os irmãos a mesma coisa. A grande paixão do Afonso sempre foi a biologia marinha. Agora interessa--se por plantas medicinais e compra livros sobre a matéria. Por outro lado, acha mais útil para o futuro ciências políticas. Agora está um pouco dividido entre biologia e política.

Em Portugal?

Preferia que fosse cá. Tenho medo de que perca os contactos com os amigos e depois porque as boas universidades no estrangeiro são muito caras. Passou dois anos num colégio em Inglaterra e fizeram-lhe muito bem em todos os aspectos mas, realmente, foi uma facada no orçamento familiar.

E se um dos seus filhos fosse republicano?

Apesar de não concordar, mas acho graça, houve alguém que disse que se pode ser republicano e inteligente e republicano e honesto, mas era muito difícil ser as três coisas ao mesmo tempo. Um republicano que discuta inteligentemente, sem preconceitos, comparando os países com repúblicas e monarquias, acaba por concordar que os países monárquicos funcionam, melhor. O dr. João Soares diz isso e não é o único.

Não corre, por isso, o risco de ter um republicano em casa.

Não, mas se tivesse pensava que seria uma questão de oposição aos pais. Respeito, mas não é muito lógico ou inteligente, ou então teria sido algum erro na nossa educação. Dito isto, conheço e tenho muitos amigos republicanos convictos e sinceros que têm bons argumentos. Houve um que me disse concordar que as monarquias funcionam melhor que as repúblicas, mas ainda achava que um dia podia ser Presidente da República, o que para mim é o melhor argumento de todos. Teoricamente, o facto de todos poderem ser Presidentes da República é um símbolo de igualdade e democracia, mas na prática não acontece. Na prática precisa de apoio de partidos, muito dinheiro, os melhores publicistas brasileiros. Se não tiver isso, pode ser óptimo mas não ganha.

Há partidos europeus socialistas e liberais que defendem a monarquia.

Também é a minha posição. Um governo republicano e uma chefia de Estado monárquica é uma boa combinação.

Se tivesse de aconselhar o governo sobre as políticas de austeridade, o que diria?

Os meus conhecimentos de economia são dos livros que leio de economistas sérios em todo o mundo e, precisamente por causa disso, fui contra a entrada de Portugal no euro. Todos os economistas sérios diziam que Portugal não estava em condições de ter como moeda o “marco alemão”. Infelizmente, na altura, quase ninguém estava de acordo comigo.

Portugal devia regressar ao escudo?

Se podemos ou não regressar a uma moeda nacional, é outra história. Hoje há opiniões muito diversas e aparentemente bem fundamentadas, e não sei dizer qual seria a melhor solução. Admito que as duas opções têm a sua razão de ser. A terceira opção seria um grupo de países da União Europeia saírem do euro em conjunto e terem uma moeda multinacional. Há uma alternativa muito interessante que não sei se é viável: é ter uma moeda dos países da CPLP. Poderia ser uma ideia interessante. Há muito mais solidariedade e empatia entre os países da CPLP que entre os países da União Europeia. A UE é uma união de interesses, enquanto a CPLP é uma união de afectos. Ainda sobre a crise, acho que o governo não pode viver abusivamente à custa dos cidadãos. A obrigação do governo é diminuir os seus custos e tentar cobrar aquilo que é justo, mas sem estrangular a capacidade económica das empresas e das famílias. Aí, a oposição tem razão quando diz que se as famílias têm menos rendimentos, também gastam menos no país.

Como podíamos alterar o estado das coisas?

Todos nós devíamos tomar muito mais cuidado e preferir os produtos nacionais. Desde o automóvel fabricado em Portu gal até à comida, roupa. Era a nossa melhor contribuição contra a crise.

E as mentalidades?

A base de todos os problemas portugueses é a falta de raciocínio lógico, que não é ensinado no sistema escolar. O sistema ensina a decorar aquilo que vem nos livros e a responder como um papagaio amestrado. Nos países de formação anglo--americana têm mais sistemas em que privilegiam o raciocínio, a compreensão, o esforço, muito mais do que as respostas dadas nos testes. É a grande evolução que temos de fazer.
Mora em Sintra numa casa que comprou por “um preço justo”
Mora em Sintra numa casa que comprou por “um preço justo” 
Bruno Simões Castanheira Augusto Freitas de Sousa 28/05/2015 12:00:00  
 

Espada de Afonso Henriques



 
A espada de D. Afonso Henriques esteve ontem no centro do debate. no âmbito do ciclo "Um Objeto e Seus Discursos por Semana", organizado pela Câmara Municipal do Porto, no Museu Militar do Porto.

O chefe da Casa de Bragança e da Casa Real Portuguesa, D. Duarte Pio de Bragança, e um governante da III República, com a pasta da Defesa, José Pedro Aguiar Branco, foram os convidados da sessão, que contou ainda com a participação do coronel Carlos Oliveira Andrade, do Museu Militar do Porto.

Reza a lenda que D. Sebastião terá mandado retirar do túmulo do primeiro rei a sua espada, para com ela se sagrar imperador de Marrocos e que, no infortúnio de 1580, terão devolvido a Santa Cruz a espada de Afonso V.

Como D. Afonso Henriques é o patrono do Exército Português desde 1987, a espada encontra-se exposta no Museu Militar do Porto.

O projeto "Um Objeto e Seus Discursos por Semana" está na sua segunda edição, que se iniciou  a 21 de março, e contará com 33 sessões ao longo do ano, cruzando, nesta segunda edição, o Património Municipal com o de 18 entidades parceiras, entre as quais a Universidade do Porto, Serralves, a Casa da Música, o Teatro Nacional de São João, o Futebol Clube do Porto, a Misericórdia, o Museu Nacional Soares dos Reis, o Coliseu do Porto e o Museu Nacional da Imprensa.

O ciclo acontece todos os sábados, sempre às 18h00, até 12 de dezembro.


 

 

 

 


Fonte: Porto.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

QUEDA DA I REPÚBLICA


28 de Maio de 1926: Golpe militar em Portugal comandado pelo general Gomes da Costa, com Mendes Cabeçadas e Óscar Carmona. A I República é derrubada. 
Golpe de Estado, protagonizado sobretudo por militares e civis antiliberais (embora estivessem também implicados elementos do Partido Democrático), que provocou a queda da Primeira República Portuguesa e instaurou a Ditadura Militar. O golpe teve antecedentes, destacando-se o movimento ocorrido a 18 de abril de 1925.

Devido a um crescente descontentamento dos portugueses com a política do Partido Democrático que, desprovido da sua ala radical, se tornou num partido conservador e corrupto, alheio às causas da justiça social dos trabalhadores, vários grupos conspiraram contra o Governo. Esta atividade resultou no movimento militar que eclodiu em Braga, sob a direção do general Gomes da Costa (1863-1929), que ficou conhecido como o 28 de maio de 1926. Os protagonistas foram os militares da 8.ª Divisão, que marcharam sobre Lisboa, levando à queda do Governo e ao fim da Primeira República.

Este movimento contava com apoios muito heterogéneos, desde as fações mais conservadoras aos republicanos críticos do Partido Democrático. Em consequência da marcha sobre a capital, o Governo - sob a chefia de António Maria da Silva - demitiu-se; o presidente da República, Bernardino Machado, abdicou também do seu lugar em favor do almirante José Mendes Cabeçadas, afastado por Gomes da Costa algumas semanas depois. Em julho de 1926, Gomes da Costa foi deposto e a chefia ficou entregue aos generais Carmona (1869-1951) e Sinel de Cordes (1867-1930).

O Congresso foi dissolvido e a Constituição suspensa. Instaurou-se então uma ditadura militar, na qual o Governo ficou com os poderes do Parlamento e do Ministério (Presidência do Conselho de Ministros), tendo toda a autonomia legislativa. Foi na sequência deste golpe que chegou a presidente da República o general António Carmona e que se criaram os alicerces políticos e institucionais da ditadura que governou Portugal até aos inícios dos anos 70.
Vinte e Oito de maio de 1926. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
 
wikipedia (Imagens)




Ficheiro:Desfile de tropas 28 de Maio 1926.jpg
Gomes da Costa e as suas tropas desfilam vitoriosos em Lisboa (6 de Junho de 1926)

E POR ISSO... O POVO É MONÁRQUICO!


Dom Carlos e o Povo

Os nossos antigos Reis criaram um Império de espanto através da Fantasia e da Espada e os que descrêem e desertaram desse Passado, neste Presente só de garganta, renegam o nome não só dos seus maiores, mas também negam a grandeza, no futuro, aos seus filhos, pois existe um tronco directo que liga Passado, Presente e Futuro.

O Povo simples e bom sempre soube que para seu Paladino só poderia contar com a solícita ajuda do Rei. Para o bem-estar comum a fórmula nunca foi outra se não o Rei: o Alto Critério, a Mão da Justiça, que sempre acolheu o Povo nas dobras do seu Manto evitando que sofresse nas mãos volúveis e cobiçosas dos políticos.

Ser Rei é ser o Pai da Nação e por isso no Rei está a Pátria inteira, Rei de Todos e para Todos, sem as excepções que os sufrágios criam por defeito de sistema que procura eleger para presidente de todos o representante de alguns. Um Rei justo e recto, duro para a soberba, brando com a fragilidade, Alguém que preze a Gente portuguesa, que possua o Ideal profundo e o alto Sentimento pela História oito vezes secular de Portugal que deu mundos ao Mundo quando quis.

Pulso firme, melhor cabeça, que por brios ter os nossos não quer tirar. Bem sabiam os nossos Reis que, primeiro deviam garantir os súbditos e só depois a Eles mesmos, visto que a Nação incarnavam: El-Rei Dom Manuel II tinha como divisa «Depois de Vós, Nós», premissa de que o Rei serve primeiro os interesses da Nação.

Os monarcas portugueses sempre assumiram o estatuto de “servidores do povo” e não, como outros o fazem, o status de nefelibata. Reinar não é um ganha-pão!

«Nunca esqueci, um instante sequer, quais são os meus deveres para com a minha Coroa e para com o meu querido País», declarou El-Rei Dom Carlos I.

A função do Monarca é personificar o carácter nacional e nenhum Rei esquece que a sua função Real é um Ofício que deve desempenhar com sentido de Missão. Só o Rei terá uma superior consciência dos problemas nacionais, pois o ofício de Rei é encarado pelo Monarca como a forma a reinar da forma mais útil e favorável para o País. Reinar é uma especialização na defesa dos interesses da Nação que nunca podem ser alvo de desdém e indiferença.

O Rei será o «defensor do equilíbrio da Nação», como foi estatuído nas Cortes de 1211.

Um Rei não é uma gótica iluminura, é o incomparável timoneiro-mor que com Sua voz tonitruante durante 771 anos despertou modorras para ir mais avante e espantou invasores quando assomaram ad portis portucalensis. O mais Gentil-homem amado pelos seus, temido pelo estrangeiro, onde o coração de Portugal palpita mais febrilmente, a Voz que solta a rajada de virtudes que como um ciclone barre o que se abastardou para que possa florescer a raiz da virtude.
E Por Isso… O Povo É Monárquico!

Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica