terça-feira, 29 de abril de 2014

40 ANOS DEPOIS


por Luis Lavradio

A veneração do 25 de Abril reduz os dois anos mais complexos e conturbados da nossa história contemporânea a uma data, e a uma ideia. É pena, diminui a importância de uma série de acontecimentos cujo conhecimento e análise revelam muitos dos fundamentos e fragilidades do nosso actual regime. Para qualquer democracia que procura aperfeiçoar a transparência e a representatividade do seu sistema político, que preza a liberdade e o progresso do seu povo, essa análise seria um imperativo. O jornalismo militante, a censura e indoutrinação desavergonhada nas salas de aula, a conivência na nossa justiça e a obsessão pela manutenção do status quo indicam o contrário. Esta cegueira colectiva denota uma estranha necessidade de autolegitimação 40 anos depois do golpe de Estado. Ela limita a nossa capacidade crítica perante uma profunda crise sistémica, cada vez mais alarmante, relegando os interesses da Nação para segundo plano.

Segundo o relatório anual do “Economist Intelligence Unit” há apenas 25 países que funcionam em plena democracia. Portugal não é um deles.

 O Índice de Democracia publicado pelo EIU sustenta e reforça o comentário de Jack Lang, político francês, republicano, de que as monarquias constitucionais são os páises mais democráticos da Europa. O nosso regime está caduco, está na altura de olharmos para outras alternativas. A bem da liberdade e da democracia.
 
http://monarquia-portugal.blogs.sapo.pt/40-anos-depois-3357

sábado, 26 de abril de 2014

FESTAS DO SANTÍSSIMO MILAGRE EM SANTARÉM



Este ano, as tradicionais festas que assinalam os 767 anos do Santíssimo Milagre em Santarém irão decorrer de 26 a 28 de Abril. No dia 26 (sábado), pelas 17h30, realiza-se uma vigília. Mas o ponto alto da festa religiosa acontece no Domingo de Pascoela, 27 de Abril, com a veneração da Sagrada Relíquia a que se seguirá uma Missa Solene presidida pelo Sr. Reitor do Santuário, Padre Manuel Francisco Borges.

À tarde, as ruas da cidade cobertas de flores e verdura e as varandas enfeitadas por colchas de seda criam um cenário único para receberem, pelas 16h00, a Magna Procissão do Santíssimo Milagre.

As festividades terminam no dia 28 (segunda-feira) com a celebração da Missa na Ermida do Santíssimo Milagre pelas 08h30.

A Igreja Paroquial de Santo Estêvão, actualmente Santuário do Santíssimo Milagre, situa-se no centro histórico de Santarém e é um centro de culto e peregrinação dos mais frequentados em Portugal.

Fonte: O Mirante
Imagem:Santíssimo Milagre.jpg

Santíssimo Milagre
 

O Santíssimo Milagre ocorreu em Santarém, no século XIII, sendo ainda hoje objecto de intensa veneração na cidade.

Corria o ano de 1266 (ou o de 1247, segundo alguns cronistas) quando, em Santarém, vivia uma pobre mulher, a quem o marido muito maltratava, andando desencaminhado com outra. Cansada de sofrer, foi pedir a uma bruxa que, com os seus feitiços, pusesse fim à sua triste sorte. Prometeu-lhe esta remédio eficaz, mas necessitaria de uma hóstia consagrada.

Depois de hesitar, a pobre mulher foi à Igreja de Santo Estêvão, confessou-se e, recebida a Sagrada Partícula, com suma cautela a tirou da boca, embrulhando-a no véu. Saiu rapidamente da igreja, encaminhando-se para a casa da feiticeira. Mas, então, sem que ela o notasse, do véu começou a escorrer sangue, o que, visto por várias pessoas, as levou a perguntar à infeliz que ferimentos tinha. Confusa em extremo, corre para casa, e encerra a Hóstia Miraculosa numa arca. Passou o dia, entretanto, e à tarde voltou o marido. Já em alta noite, acordam os dois, e vêem toda a casa resplandecente. Da arca saíam misteriosos raios de luz. Inteirado o homem do acto pecaminoso da mulher, de joelhos, passaram o resto da noite, em adoração.

Mal rompeu o dia, foi o pároco informado do prodígio sobrenatural. Espalhada a notícia, meia Santarém acorreu pressurosa a contemplar o Milagre. A Sagrada Partícula foi então levada, processionalmente, para a Igreja de Santo Estêvão, onde ficou conservada dentro de uma espécie de custódia feita de cera. Mas, passado alguns anos (em 1340), ao abrir-se o sacrário para expor à adoração dos fiéis, como era costume, encontrou-se a cera feita em pedaços e, com espanto, descobriu-se que a Sagrada Partícula se encontrava encerrada numa âmbula de cristal, miraculosamente aparecida. Esta pequena âmbula foi colocada numa custódia de prata dourada onde ainda hoje se encontra.

A Igreja Paroquial de Santo Estêvão é actualmente o Santuário do Santíssimo Milagre. Desde a ocorrência do milagre, esta igreja foi destino de inúmeras procissões, feitas pela corte régia, ou por grandes personalidades da nobreza e do clero, sobretudo a pretexto de doenças, cheias, ou de seca. Muitos são os ecos que, documentalmente, nos ficaram como testemunho, como o caso da Rainha Santa Isabel, que passando por Santarém a caminho de Coimbra, a fim de pacificar as discórdias entre seu marido D. Dinis e seu filho D. Afonso, mandou fazer uma procissão de preces, em que ela acompanhou descalça o Santíssimo Milagre, com uma corda ao pescoço e coberta de cinzas, implorando assim a misericórdia do Altíssimo. Também D. Afonso VI, em 25 de Janeiro de 1664, ao deslocar-se a Santarém, não deixou de visitar a Igreja do Santíssimo Milagre e o Convento de S. Domingos, onde, por esta época, se conservava a misteriosa toalha que envolvera a Sagrada Hóstia e na qual era ainda visível o sangue. No local onde se situava a casa da pobre mulher, encontra-se hoje a Ermida do Milagre.


Fonte: Saber Sapo

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O REGRESSO DO REI



O Tradicionalismo e a Igreja defendem que cada povo se deve reger pelo sistema mais de acordo com a sua História e a sua maneira de ser.
 É claro e não precisamos de muita imaginação para verificarmos que a democracia liberal é um sistema ilegítimo, contrário àquilo que é a doutrina católica.
A Monarquia Tradicional é legítima, é o mais perfeito sistema, para além de ser o mais em conformidade com a nossa história e a nossa tradição.
É uma Monarquia limitada pela Lei de Deus e pela Lei Natural por um lado e pelos foros e liberdades do nosso povo por outro.
Só nos resta a esperança de uma Monarquia Tradicional que ponha cobro a toda a tirania, oligarquia e demagogia, uma Monarquia Popular directa e orgânica, com continuidade histórica que combata o poder do dinheiro, as grandes corporações financeiras mundiais e que seja um verdadeiro travão para o capitalismo financeiro sem Pátria.
Só esta Monarquia poderá recuperar as verdadeiras liberdades e a verdadeira autoridade, contribuindo assim para o restabelecimento de uma comunidade política ao serviço do Bem Comum.
Para isto é fundamental o regresso do REI!

A CAPELA DE D. MARIA PIA


 

No nosso país, existe uma certa tendência para as re-inaugurações. Desde o Museu dos Coches em caricata espera de "inauguração" por um ministro D. Amélia de fatinho cinzento e gravata às riscas, até à "inauguração" do "novo Terreiro do Paço", já nos habituámos à moda.
 
A reabertura da Capela da Rainha D. Maria Pia, talvez possa ser considerada como o primeiro marco da passagem de José Alberto Ribeiro pela direcção do Palácio da Ajuda. O local de culto consiste num espaço austero e  íntimo, tendo optado o arquitecto Ventura Terra por uma decoração sóbria e coincidente com as indicações dadas pela monarca. Belas pinturas - onde pontifica o El Greco que até à data poucos portugueses sabiam existir -, bons móveis, ricos objectos de culto e uma iluminação adequada. Sob os auspícios do mecenato do Millenium BCP, o restauro foi bem executado e o único aspecto a merecer uma reconsideração, será a sinalética de difícil leitura. 

Os discursos foram proferidos na chamada "Sala D. Carlos", um espaço também desconhecido pela imensa maioria dos visitantes. O Palácio da Ajuda é em termos europeus uma construção modesta, embora a atracção que exerce se deva à colecção que é um testemunho do gosto de quem o decorou e naquele espaço viveu durante mais de quatro décadas. Pela sua dimensão, o Palácio da Ajuda é a par de S. Bento, o maior edifício da capital portuguesa, merecendo uma especial atenção quanto à sua valorização. Uma infindável série de salas fechadas, colecções que não são mostradas ao público, a fachada poente ignominiosamente arruinada e uma caótica envolvente urbana, eis alguns aspectos que urge atender. A articulação da Ajuda com outros núcleos museológicos da zona de Belém, não poderá deixar de ser considerada como a única opção para a necessária pedagogia da história do poder. Baixelas, as sobreviventes jóias da coroa, pinturas, trajes, carruagens, fotografias e livros, a necessária coordenação com as visitas às galeotas do Museu de Marinha, consistem naquele todo que possibilita uma imagem mais nítida daquilo que foram os dois últimos séculos de existência da Monarquia Portuguesa. Há uns anos, a exposição cedida pelo Hermitage pareceu prometer-nos a recuperação de um espaço há muito negligenciado pelo Estado, mas aos russos decerto se colocou a desagradável situação da inadequação deste edifício semi-arruinado, aos propósitos de divulgação das colecções vindas de S. Petersburgo. Não poderíamos esperar algo de diferente, pois são conhecidos  os constantes trabalhos de restauro e constante manutenção dos antigos palácios imperiais, caso que é extensível ao resto da Europa. Portugal parece ser a excepção.

Conhecemos a vastidão de Versalhes - e a generosidade dos seus benfeitores internacionais -, a imponência de Schönbrunn, a elegância de Potsdam e a grandeza dos palácios russos, ingleses, italianos e franceses, não nos esquecendo do impecável estado do Palácio do Oriente, em Madrid. O Palácio da Ajuda precisa de uma urgente intervenção que não se limite à preservação das suas colecções e dos espaços interiores, urgindo encarar a obra como algo de essencial essencial à promoção de Lisboa.


Apesar de todas as dificuldades e entraves fáceis de adivinharmos, oxalá José Alberto Ribeiro consiga paulatinamente recuperar o mais importante edifício da capital portuguesa, dando-nos a conhecer salas há muito ocultas, finalmente conseguindo o interesse do Estado e mercê de um ainda bastante incipiente mecenato nacional, devolver a dignidade à construção que  foi sede de poder e ainda serve para as grandes recepções aos visitantes estrangeiros.
Estádios, centros comerciais, Mercedes, Audi e BMW de pouco nos servem. Façam esta obra, nem que seja para salvaguardarem as aparências.
Nuno Castelo-Branco

sexta-feira, 18 de abril de 2014

PAIXÃO



Na semana santa, a Igreja recorda a paixão e morte de Jesus Cristo.
Apesar de não ser, para um cristão, um relato inédito, impressiona sempre essa tão viva recordação de um facto acontecido há cerca de dois mil anos, mas sempre presente. Na realidade, a todos incomoda e interpela a crueldade do suplício infligido ao crucificado. Por mais que se teorize o padecimento humano e se enalteça o seu valor, a dor dói. Decerto, porque fere o corpo, mas sobretudo porque é incompreensível para a razão.
Não obstante o mistério de um tão grande sofrimento, não é esse o centro para onde converge a liturgia da Igreja no tríduo pascal. Não é à dor que se presta homenagem, na prostração inicial dos celebrantes, no eloquente intróito da paixão do Senhor, na sexta-feira santa. Não é a cruz que se adora quando, genuflectindo, se beija o madeiro.
Com efeito, a dor, pela dor, nada vale. O maior sofrimento pode ser vazio de sentido e de valor. Até o sacrifício da própria vida pode não ter, mesmo em termos religiosos, nenhuma relevância.
Nada vale se não for por amor e ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. Os fiéis são convidados a prostrarem-se diante da Cruz, não para adorarem o sofrimento de Jesus, mas para nela se reconhecerem amados por ele, com um amor que, sendo universal, é também individual. São Paulo tinha consciência de ser pessoalmente destinatário desse amor infinito do Deus humanado, «que me amou e se entregou por mim» (Gal 2, 20).
Jesus, «tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao extremo» (Jo 13, 1). É o amor de Cristo que a Igreja celebra na sua paixão, a maior prova desse amor por todos e por cada um, sem excepção. Um amor que é, verdadeiramente, paixão.
Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada
Fonte: Povo

domingo, 13 de abril de 2014

VIA SACRA AO VIVO - VILA MEDIEVAL DE OURÉM



Semana Santa em Ourém
13 a 20 de Abril
Vila Medieval de Ourém

13 de Abril | 11.30H
Domingo de Ramos
Comunhão Pascal dos Jovens
14 de Abril | 21.00H
Celebração Penitencial
17 de Abril | 20.30H
Celebração da Ceia do Senhor
Rito do lava-pés
Adoração Eucarística
18 de Abril | Sexta-feira Santa
09.00H Canto de Laudes
15.00H Via - Sacra ao vivo e procissão do Senhor Morto
Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Distribuição da Sagrada Comunhão (Igreja de N.ª Sr.ª das Misericórdias)
19 de Abril
09.00H Canto de Laudes
22.00H Celebração da Solene Vigília Pascal
20 de Abril | Domingo de Páscoa
11.00H Celebração Pascal seguida de Procissão do Senhor Ressuscitado com a presença da Sociedade Filarmónica Ouriense e de todas as Confrarias da Paróquia.
Igreja Nª Srª das Misericórdias
Organização do Município de Ourém, Paróquia de Nossa Senhora das Misericórdias e Junta de Freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias

Fonte: AUREN

terça-feira, 8 de abril de 2014

O MONÁRQUICO DEMOCRATA


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Autor: Miguel Villas-Boas *

Não me posso conformar, hoje, frente ao quadro que apresenta o Estado das Coisas republicano, que, depois d’ISTO, haja mais… ISTO ainda! Primeiro o desfiar das ilusões…depois o das desilusões!

Posta toda esta ignomínia que não vale a amofinação de transcrever, pois é sabida como uma cartilha, porque razão há-de a república ser uma inevitabilidade?!

E porque motivo não pode ser discutida a preferência por outro sistema de governo?!

Não é essa a essência da Democracia: ninguém é obrigado a concordar com nada?!

O alheamento popular a que durante muitas décadas esteve votada a questão da escolha entre um dos dois regimes – Monarquia ou república -, desaparece de dia para dia, com as fileiras monárquicas a engrossarem e a discussão a acalentar-se. A conformidade, dir-se-ia, o fatalismo de não ter opção dissipou-se como o nevoeiro quando é empurrado pelo vento leste.

É óbvio que a Restauração da Monarquia já ouviu o tiro da largada!

Porém, é necessário que termine a desinformação de que fazem os Monárquicos alvo.

Muitas e demasiadas vezes os republicanos instalaram na mente do Povo o equívoco de que os monárquicos são os nobres aristocratas, confusão que lhes era favorável por colocar os defensores deste sistema de governo – que pretende um Rei como Chefe de Estado – como pertencente a uma elite de pessoas. Ora nada mais errado pensar que só é Monárquico quem possui pergaminhos aristocráticos, quando a militância monárquica nada tem a ver com pretensões de fidalguia ou de superioridade de sangue, mas com o facto comprovado de que a Monarquia é o melhor dos Regimes, como se pode constatar pela acareação entre os 771 anos de duração do Reino de Portugal e os 103 de república, tendo Portugal sido apenas grande em Monarquia.

É claro que ninguém nega o seu passado e sobretudo o valor dos seus antepassados, mas não como uma forma de se empertigar, mas antes de orgulho e fascínio por quem em muitos casos tanto contribuiu para o engrandecimento da Nação e cumprimento da Gesta portuguesa. A medida da riqueza de cada um é o Espírito, tal como a do calçado é o pé!

De resto como já Oliveira Martins o lembrava dá-se “o caso tão frequente de se achar hoje nos solares aristocráticos a mais genuína elegância aliada à quase pobreza, ao passo que os palácios ricaços ostentam a sua opulência de mau gosto”. Sim, não são as velhas famílias a alardear o dinheiro na cara do Povo, este sofre do desprezo e do esbulho mas é na mão dos títeres dos plutocratas!

Isto posto, cumpre-se esclarecer, ainda, que não se preconiza o regresso de punhos de renda, de librés e de cabeleiras ou perucas similares, nem o regime da Monarquia Absoluta e muito menos o Feudalismo, mas que regresse a Monarquia com a organização das semelhantes europeias contemporâneas: todos iguais e à cabeça um Rei – o primus inter pares -, o Farol que com o Seu Poder Moderador orientará o País.

Por isso agradecemos aos republicanos que evitem, de futuro, inuendos de que os monárquicos o são, quiçá apenas por simples snobismo de ADN!

Então, o que é ser Monárquico e o quer a maioria dos Monárquicos?

Nós, como Monárquicos, não reconhecemos mais alta magistratura que a Real!

Queremos um Rei como Chefe de Estado na perspectiva definida por Hegel que expôs o sistema de governo mais adequado para o mundo moderno: um Monarca constitucional como chefe do poder executivo, apesar do seu poder ser limitado pela Constituição e pelo Parlamento eleito.

Desta forma, o Monarca serve o tradicional papel de encarnar e representar a Nação, enquanto o governo é exercido por um gabinete composto predominantemente de membros eleitos do Parlamento. Ou seja, na Monarquia Constitucional sobre a forma de governo de uma Monarquia Parlamentar – que deriva de uma legitimidade democrática – cabe ao Parlamento e ao Governo exercer, respectivamente, os poderes legislativo e executivo sob Prerrogativa Real, isto é, em nome do Rei e com os poderes ainda formalmente havidos pelo Monarca. Assim, os órgãos que verdadeiramente exercem o poder político conquistam a sua legalidade e legitimidade das eleições por sufrágio directo e universal: originariamente, o poder reside no Povo, contudo exerce-se sob a forma de governo monárquico. O Parlamento será democraticamente eleito, e o primeiro-ministro deterá o poder executivo, pois o Rei adjudica o poder e permanece apenas com a posição de titular.

Com o Poder Moderador privativo do Monarca, o Rei será a chave de toda a estrutura política, como Chefe Supremo do Estado e da Nação, que, incansavelmente, por sentido de missão, acautelará a subsistência da independência e estabilidade dos outros três poderes.

“O rei reside em segredo
No governar da Nação,
Que é um realismo com medo
Chama-se nação ao Rei
E tudo isto é Rei-Nação.”

- Fernando Pessoa, 1935

Mas, ser monárquico é muito mais! – é ser, também, emancipado relativamente à subordinação que gera o actual sistema dos partidos republicanos.

Como se disse acima, a Monarquia Constitucional sobre a forma de governo de uma Monarquia Parlamentar assenta na legitimidade democrática das eleições por sufrágio directo e universal.

Mas, para haver uma verdadeira legitimidade democrática o Parlamento terá de ser democraticamente eleito por Círculos Uninominais para ser realmente representativo, abrindo a Casa da Democracia aos Independentes e possibilitando ao eleitor fazer a sua escolha em função de pessoas que reconhece e que poderá responsabilizar, bem diferente do actual sistema eleitoral, tão pouco democrata, pois os deputados são escolhidos pelos partidos o que gerou um divórcio entre eleitores e sistema político, como se pode verificar pelo cada vez maior índice de abstenção eleitoral.

Se não houver uma mudança não há distância do que escreveu – de uma forma tão magistral que hoje já não tem discípulos – J. Pedro de Oliveira Martins criticando, in As Eleições, o método eleitoral que começava a adoptar os círculos plurinominais em detrimento dos uninominais: ”A sociedade não é a soma bruta dos indivíduos, mas a nação organizada em famílias, em associações, em comunas, em órgãos sociais, administrativos, económicos, geográficos, defendendo uma vaga representação orgânica. Ao esquadro e ao compasso maçónicos, veio juntar-se a aritmética economista. Os números governam o mundo, tinha dito Pitágoras; e os novos idealistas cortaram, riscaram círculos, números, votos, censos; e, depois de tudo bem regulamentado, esperaram que do processo somatório viesse a genuína expressão da vontade dos indivíduos soberanos. Mas como? Se já Carlos V não pudera regular a um tempo cinco relógios, como regulariam muitos milhares de cabeças? Não importa, basta a maioria. E a minoria? Pois não é absoluto e soberano o indivíduo? Pois não é, em regra, menos ilustre a massa? Que importa, porém, razões ao ideal construtor? O absolutismo das doutrinas perverte as inteligências. O governo da liberdade ficou sendo a tirania das maiorias; e como a maioria é, por via de regra, ignara, nem a eleição dava o pensamento do povo inteligente, nem dava pensamento nenhum, por ser apenas máquina movida pelos ambiciosos, o realejo que toca a mesma ária aclamadora a todos os que lhe movem a manivela.”

De resto, com o actual sistema proporcional, a maneira de organizar as listas partidárias cria uma espécie de couraça, fazendo dos deputados meros representantes dos partidos e não dos eleitores e, em último grau, do Povo. Tal é o espectáculo recreativo que há 103 anos nos está dando a representação nacional, que encaixa na perfeição na forma sui generis que Eça de Queiroz descreveu as eleições: “por meio dos votos, os quais são tiras de papel, onde está escrito um nome, e que se deitam num domingo, dentro de umas caixas de pau, a que se chamam romanticamente urnas…”

Diverso, é o sistema dos círculos uninominais que amplifica o papel democrático do deputado eleito tornando-o em autêntico representante de toda a comunidade do seu círculo eleitoral, imputando-lhe uma responsabilidade individual perante os seus eleitores correspondentes. O círculo uninominal cria, ainda, vagas para candidaturas independentes locais o que é deveras relevante para despertar a participação activa de todos os cidadãos na política livre das conveniências dos partidos políticos tradicionais. Reforçaria, igualmente, a fiscalização dos que seriam, verdadeiramente, legítimos representantes do Povo.

É necessário que o exercício do poder deixe de ser equívoco e passe a ser realizado de acordo, não só com o mínimo ético, mas, ainda mais além, que se identifique com a moral. Não se deve separar nem opor Moral e Política; é necessário apagar a diferença que existe actualmente entre eles. Não pode subsistir o Poder pelo Poder, com a frustração da Moral, mas sim unir-se os dois conceitos, para se conseguir o soberano bem da Nação.

Mobilizai-vos, pois, Monárquicos e acordai os portugueses para a realidade do Rei!

segunda-feira, 7 de abril de 2014

BATALHA DOS ATOLEIROS - 06 DE ABRIL DE 1384



 
A batalha dos Atoleiros (actual município português de Fronteira, distrito de Portalegre, a cerca de 60Km da fronteira com Castela), ocorrida em 1384, durante a crise dinástica de 1383-1385 foi a primeira da série de batalhas em que Portugal vence as forças do Reino de Castela.

Em 1384, o pretendente ao trono D. João, mestre de Avis, tem a seu lado o Condestável, D. Nuno Álvares Pereira, chefe militar português que tem sobre o seu comando uma força de 1,200 homens de pé, dos quais 100 besteiros e 300 lanças (cavalaria ligeira e pesada).

As forças castelhanas invasoras, contam com um efectivo de aproximadamente 5,000 homens.

A batalha dos Atoleiros, constituiu na península ibérica a primeira e efectiva utilização das novas técnicas de defesa, utilizadas por forças apeadas em inferioridade numérica, perante uma cavalaria pesada muito superior. A mais conhecida destas será conhecida como técnica do quadrado.

As forças portuguesas chegaram primeiro, o que acabaria por se demonstrar determinante, pois o Condestável D.Nuno Álvares Pereira pode dispor as forças como melhor lhe aprouve.
A cavalaria portuguesa (300 cavaleiros) combateriam a pé, estabelecendo linhas de defesa fléxiveis, que permitiam o envolvimento da cavalaria pesada inimiga.

Na vanguarda, as forças portuguesas colocaram as suas lanças no chão, numa posição defensiva do tipo «ouriço» destinada a destruir a cavalaria inimiga.


Quando as tropas castelhanas chegaram ao campo de batalha, não viram homens a cavalo e por isso decidiram que a melhor forma de vencer os portugueses seria com uma rápida carga de cavalaria pesada.
A opção castelhana acabaria por demonstrar ser um erro fatal.

Colocando de parte os homens a pé e mesmo a cavalaria ligeira (ginetes), os castelhanos atacaram exclusivamente com a cavalaria pesada.

Normalmente um ataque de cavalaria pesada, consegue romper com facilidade as linhas da infantaria, mas se estas conseguem aguentar, ou se estão organizadas para agir com flexibilidade (recuando para depois voltar a formar a linha), então a carga de cavalaria pode ser detida, e com grande perda para a força atacante.

E assim foi. Durante o período de uma hora, a partir do meio dia ocorreram quatro ataques consecutivos da cavalaria pesada castelhana, com o mesmo resultado e com perdas crescentes por parte dos atacantes.

Os castelhanos avançaram sobre uma força que consideravam que seria fácil de derrotar, e foram espetar-se nas lanças portuguesas, ao mesmo tempo que eram atacados pela força de besteiros, a qual, protegida pelas primeiras linhas de defesa, podia atacar o inimigo.

Os quatro ataques foram rechaçados e como noutros lugares, as próprias vitimas castelhanas caídas no chão serviram como obstáculo a novos avanços, que resultaram na completa desorganização das tropas castelhanas, que depois de desorganizadas foram tomadas pelo pânico e começaram a fugir em todas as direcções, sendo perseguidas ao longo de todo o resto do dia pelas forças de D. Nuno Álvares Pereira, que lhes deu caça até à distância de cerca de sete quilómetros do local da batalha durante a tarde.

Nem mortos nem feridos do lado português

Uma das mais curiosas notas da batalha, é que embora as forças de Castela tenham sofrido perdas muito elevadas, principalmente com muitos mortos entre a cavalaria pesada (que era a força castelhana mais importante) do lado português não ocorreu uma única morte, nem se registaram feridos.

Este facto só por si, para a realidade da idade média era já de si importante, porque para um ambiente extremamente condicionado pela religião, a não existência de mortos ou feridos era vista como um prova de que o lado português tinha o apoio de Deus.

É no entanto difícil acreditar que numa refrega entre cavalaria pesada e forças de infantaria não houvesse perdas do lado português.

Consequências

Assim, a partir de aí tornou-se mais fácil às hostes do Mestre de Avis, comandadas por D. Nuno Álvares Pereira, reunir mais forças. Isto permitiu-lhe juntar o exército que no ano seguinte sairia vencedor em Aljubarrota.

A batalha dos Atoleiros, é especialmente importante porque ela foi a primeira batalha em Portugal, em que ficou demonstrado que uma força mais pequena mas bem organizada poderia derrotar o poderoso exército castelhano, que até ali era visto como invencível.

A confiança que as forças portuguesas ganharam levou a que no ano seguinte em Aljubarrota, os portugueses acreditassem que mais uma vez - embora perante um exército muito maior - a sua superior organização, preparação e motivação acabariam por vencer um exército numericamente superior mas muito cansado, desmotivado e mal comandado.

Fonte: Área Militar

quinta-feira, 3 de abril de 2014

DESMISTIFICANDO A MONARQUIA (II)


A Instituição Real

 
A Causa Real tem vindo a desenvolver um trabalho de análise e divulgação de estudos e dados referentes às realidades sociais, políticas e económicas a nível mundial, tendo o cuidado de recorrer apenas a fontes fidedignas, apolíticas e de reconhecida credibilidade a nível internacional.

O objectivo principal destes estudos publicados pelo Economist Intelligence Unit, a OECD, as Nações Unidas, o Banco Mundial, e outras entidades, é realçar, da forma mais clara e objectiva possível, situações dramáticas de quem sofre pesadas restrições e violações aos seus direitos e liberdades elementares, dando assim maior visibilidade a estas tristes realidades. Consequentemente, temos hoje acesso a uma série de bases de dados independentes e actuais, quantificando e relativizando os níveis de desenvolvimento humano, económico, social e político de cerca de 190 países à volta da Terra.

O combate da Causa Real tem sido sempre em prol de Portugal, uma realidade que vemos maior do que qualquer regime, grupo ou ideologia. Não sendo uma solução ideal ou uma panaceia para todos os nossos males, estamos convictos de que a Instituição Real é a forma de Chefia de Estado que melhor serve os interesses de Portugal e dos portugueses. Sustentando esta convicção, para além da nossa profunda tradição monárquica e da riquíssima literatura publicada ao longo dos últimos 100 anos defendo o nosso ideal, temos os resultados visíveis da nossa infeliz experiência “republicana” e, cada vez mais, os exemplos claros de sucesso que vemos nas monarquias modernas.

“Monarquia e democracia é uma conjugação política de sucesso, de sucesso social, de sucesso democrático, de sucesso económico” escrevia Pedro Correia recentemente e reproduzido nestas páginas. Continuaremos a demonstrá-lo com factos e exemplos concretos, pois a tão necessária e urgente desmistificação do ideal monárquico passa por aqui.

Luis Lavradio
Presidente da Causa Real

Fonte: Causa Real

Comunicado da Direcção Nacional da JMP



A Juventude Monárquica Portuguesa, no final do seu 2º Congresso, em Coimbra, declara o seguinte:

1. Na sessão de encerramento, o Presidente da JMP, Diogo Tomás, apelou aos jovens para votarem nas próximas eleições europeias, tendo em conta os valores que defendem como monárquicos. “Na hora do voto não se esqueçam de que são portugueses e monárquicos, havendo valores intrínsecos a essa condição, nomeadamente a defesa da Soberania Nacional e da família, que não podem ser postos de parte nessa hora.”

2. A moção da direcção, com o título “libertar o ensino das amarras republicanas”, deixa claro que “O mais grave de tudo é constatar que os jovens de hoje foram alvo de uma lavagem cerebral eficaz, que não só os afastou da Instituição Real, mas também da Instituição Família e do valor pátrio. Há uma agenda republicana e marxista instalada em Portugal, muito especialmente no Ministério da Educação”.

3. Como forma de limpar o ensino da História da mentira republicana, a JMP vai promover a elaboração de uma “sebenta”, com professores de História, republicanos e monárquicos, sobre o período compreendido entre o ultimatum e a imposição da república

4. A JMP, através do seu Presidente, ainda na sessão de encerramento, afirmou que “è chegado o tempo de dizer à república que a resistência por Portugal está a renascer. O tempo de considerar que não há uma questão de regime está a acabar. Estamos aqui para repor a verdade, para repor Portugal!”



A Direcção Nacional da JMP
Coimbra, 29 de Março de 2014