segunda-feira, 31 de outubro de 2011

AGRADECIMENTO



AGRADECIMENTO

Os meus agradecimentos às pessoas que têm demonstrado o seu interesse no meu blog. Sensibilizado e motivado para continuar com esta tarefa, faço questão de revelar a verdadeira história templária no passado, no presente e no futuro, se Deus me der saúde.

Bem-haja.

*++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de Castelo Branco.

sábado, 29 de outubro de 2011

MESTRE PHILIPPE DE MILLY

 
PHILIPPE DE MILLY (1169 − 1171)


Nascido em Naplouse na Síria por volta de 1128, foi primogénito do cavaleiro Guy de Milly e de Stéphanie dama de origem flamenga.
Os seus antepassados integraram a primeira cruzada, acabando por se fixarem na Terra Santa.
Possuidor de um grau de cultura acima da média falava três idiomas: o francês, o arménio e o árabe, dizendo-se ser versado nas ciências muçulmanas.
Participou na segunda cruzada, tomando parte no cerco à cidade de Damasco.

Casado com uma rica herdeira, Philippe tornou-se Senhor das cidades de Kerak e de Montreal, situadas na Arábia Petra, na extremidade sudeste do Mar Morto.
Ao proceder à troca da cidade de Montreal com o rei Balduíno III, tornou-se o Senhor de Naplouse, passando a chamar-se Philippe de Naplouse.


Guilherme de Tiro descreve-o como “homem corajoso e valente na arte de guerrear”, que fez campanha com Amalrico I em 1167 em terras do Egipto.

Ao enviuvar ingressou na Ordem do Templo em 1168, e um ano depois é eleito Mestre da Ordem. O rei de Jerusalém, Amalrico I, tinha depositado grandes expectativas com o Mestre recém-eleito, dado que as relações com Bertrand de Blanchefort se haviam deteriorado. A relação foi reforçada mas, entretanto Philippe de Milly renuncia ao mestrado retirando-se para um convento cisterciense.

  
A morte de Philippe de Milly consta num texto em Abril de 1178, mas outros historiadores, sugerem que a data do falecimento ocorreu em Abril de 1171, depois de ter renunciado como Mestre.


Escudo de armas: − Esquartelado; I e IV Cruz do Templo sobre campo de prata; II e III em fundo preto com bordo de prata.



CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS

1169, Saladino (Salah ad-Din Yusuf), fundador da dinastia curda dos Ayyubidas (Sunista) 
          é nomeado vizir do Egipto por Nur ad-Din.
1170, Amalrico I derrota Nur ad-Din no Mar Morto e Saladino em Gaza.
1171, A divisão entre o Cairo e Damasco é suprimida, face aos esforços de Saladino.
1171, Philippe de Milly renuncia ao mestrado.

*++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de Castelo Branco

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O TEMPLO É UMA ESCOLA DE VIDA



O Templo é uma escola onde se aprende os princípios do lado espiritual, que não existe em nenhum livro, nem em manuais de valor ou guias de sabedoria.

Muitas pessoas que solicitam o ingresso na Ordem do Templo, fazem-no por uma questão espiritual, onde esperam reconfortar o seu espírito cristão, saturado de uma sociedade moderna que se desmorona moralmente, carente de referências e onde o Templo surge como um refúgio sólido e sóbrio que, exemplarmente ao longo dos séculos luta pela manutenção dos princípios basilares que sempre a caracterizaram.

Sem hipocrisia, os Cavaleiros do Templo seguem em frente contra ventos e tempestades… Para tal, basta olhar-mos um pouco o lado espiritual da Ordem – quem foram – foram soldados universais de uma Ordem apátrida, pois o seu país era o Mundo. Generosamente, muitos milhares deram a vida num acto de fé e em nome do amor que devotavam a Deus.

Como eram belos! Envoltos nos seus alvos mantos (pureza, e a elevação espiritual a Deus) com a Cruz Pátea no seu ombro esquerdo. O estandarte bicolor (preto e branco) com a cruz de sangue sobreposta, erguido bem lá no alto esvoaçando ao vento, ei-los nos seus corcéis de narinas fermentes, sem temor avançavam em cerrada carga de cavalaria contra o inimigo do Cristianismo, enquanto os seus lábios entoavam o hino “Non Nobis Domine Non Nobis Sed Nomini Tuo Da Gloriam”.

Porque corriam alegremente para os braços da morte?! Para eles não foram vãs as palavras que o Santo Doutor da Igreja, Bernardo de Claraval lhes dirigiu no 1º capítulo do “Elogio à Nova Milícia”:

   “Se um género novo de milícia nasceu, desconhecido nos séculos passados, destinado a lutar sem trégua um duplo combate contra a carne e sangue e contra os espíritos malignos que povoam os ares. Certo, quando vejo combater só com as forças corporais um inimigo também corporal, não só o tenho por um caso maravilhoso, mas também o julgo raro. Quando observo igualmente como as forças da alma guerreiam contra os demónios, tampouco me parece assombroso, ainda que de loa, pois cheio está o mundo de monges, e todos costumam manter estas lutas. Mas quando se vê que um só homem cinge à sua cintura com ardor e coragem a sua dupla espada e toma sobre os seus ombros a dupla responsabilidade, quem não julgará caso insólito e digno de grandíssima admiração?

Intrépido e bravo soldado aquele que, enquanto reveste o seu corpo com couraça de aço, guarnece a sua alma sob a loriga da ; pode gozar de completa segurança, porque apetrechado com estas duplas armas defensivas, não deve temer os homens nem os demónios. Assim nem sequer teme a morte, antes a deseja. Nem ser vivo ou morto o poderá espantar, enquanto o seu viver é em Cristo; mais desejaria acabar por separar-se do corpo para estar com Cristo, sendo isto o melhor.

Marchai, pois, soldados, ao combate com passo firme e marcial e carregai com amimo valoroso contra os inimigos de Cristo, bem seguros de que nem a morte nem a vida poderão separá-los da caridade de Deus, que está em Cristo Jesus. No fragor do combate proclamai: quer vivamos, quer morramos, do Senhor somos. Quão gloriosos voltam ao regresso triunfal do combate! Por quão ditosos se têm quando morrem como mártires no campo de combate! Alegra-te fortíssimo atleta, se vives e vences no Senhor; mas regozija-te mais e salta de alegria se morreres e te unes ao Senhor.

A vida certamente te é proveitosa e de grande utilidade, e o triunfo acarreta-te verdadeira glória; mas não sem grande razão se antepõe a tudo isso uma santa morte. Porque se são bem-aventurados os que morrem no Senhor, quanto mais o serão os que sucumbem por Ele!”.

Ergueram igrejas, fundaram cidades, defenderam fronteiras e ajudaram a nascer países. Depois… depois foram traídos por quem eles amaram. Não por todos, é verdade! Alguns acolheram-nos como reconhecimento pelos seus feitos e simultaneamente pelos seus muitos conhecimentos acumulados ao longo de quase dois séculos.

Mas os verdugos do Mestre Jacques de Molay e de outros nobres Cavaleiros, ao contrário do que pretendiam, não conseguiram destruir a Ordem… antes pelo contrário! Permanece viva até aos dias de hoje, e os membros assassinados transformaram-se em mártires dando um exemplo a seguir por todos os Cavaleiros do Templo.

 *++Fr. João Duarte - Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de Castelo Branco



Recordo um texto redigido por um Irmão do México que reza assim:

Grão-Mestre da OSMTH
Ser templário não é difícil; ser templário é uma decisão que gera um forte e inevitável compromisso com todo o ser humano. Esse compromisso que não é um compromisso a meias, que é na realidade um compromisso absoluto que requer uma evidente “responsabilidade” e para poder assumir essa responsabilidade deve requerer-se um suporte de quatro pilares fundamentais: − Aprendizagem, Trabalho, Oração e Lealdade.

Os Templários unimo-nos sob uma Bandeira bicolor (branca e negra) que indica o nosso território, a nossa zona de trabalho, onde se demarca a diferença entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, e o céu e a terra e como soldados de Cristo reunimo-nos hoje num convento (outrora chamado castelo), que actualmente se denomina (neste caso) Grão Priorado de Portugal.

Se vós puderdes fazê-lo, se reunis as condições para este desafio, e vos considerardes digno de pertencer à Valente e Gloriosa Cavalaria do Templo, e se vos animardes a assumir o compromisso com seriedade, (assim como um pai zelaria por um amado filho) continuai a ler esta mensagem. Mas se não reunirdes as condições necessárias, ou não comungais com os nossos ideais, não percais o vosso precioso tempo e segui o vosso caminho em paz.

Nem tudo é como parece na Ordem…
É patente que por má informação, muitos caiem na confusão que ser Templário será como “soprar e fazer garrafas”!.. Assim parece fácil mas, alguma vez sopraste e fizeste garrafas?

“À vista desarmada tudo parece fácil na Ordem do Templo, quando é precisamente o contrário”
No decorrer dos tempos, temos observado a quantidade de pessoas de ambos os sexos, de níveis académicos, profissionais e sociais distintos que chegam à Ordem do Templo, que não conseguem superar as dificuldades com que se deparam.

“A ignorância do que é realmente ser Templário”
Aspecto que se resolve unicamente mediante a aprendizagem e a oração, tomando como ponto de partida a prática da humildade e do conhecimento das realidades das pessoas e da natureza.

“Falta de vocação de servir”
Algo que à simples vista se nota na atitude daqueles que utilizam com frequência “desculpas justificadas”, acalmando as suas consciências, com o argumento que lhes impediu cumprir com os seus compromissos, que foi mais importante que o serviço em si.

“Pouca claridade no conceito do que é ser Templário”
Na generalidade dos casos pensam que ser templário é tão fácil como tirar um rebuçado a uma criança. Efectivamente é fácil ser templário mas sobretudo depende de ser um Verdadeiro Cavaleiro, o que é muito diferente.

Quando uma pessoa ingressa na Ordem do Templo, deve ter em conta que existirá sempre um processo que os porá sempre à prova em diversos aspectos para determinar se efectivamente reúne as condições para ser um Cavaleiro − recordem meus irmãos que um Rei não pode fazer um cavaleiro, nem sequer um Papa pode fazê-lo. Para fazer um Cavaleiro unicamente só o poderá fazer outro Cavaleiro, que é como quem diz, qualquer pode fazê-lo, mas só um sacerdote tem o poder de uma bênção mais purificadora.

Assim que “se um rei faz um Cavaleiro, é porque esse rei o recebeu de outro cavaleiro. Não existe outra forma na regra de Cavalaria”.

Mas ser Cavaleiro, havia que reunir certas virtudes na Idade Média; segundo creio, os actuais candidatos que pretendem tal dignidade, revelam o seu desconhecimento ou, simplesmente pensam que isso não se aplica na actualidade e, serão mais indulgentes para alcançar tal honra, mas irão sofrer uma desilusão…

“Para ser Cavaleiro (ou dama), deve ter moral e as virtudes mínimas necessárias (segundo as regras de cavalaria) e todas elas se constroem, na medida em que ninguém nasce Cavaleiro”.

E falando nas virtudes; a humildade é o ponto de partida para começar a aprender quer dizer que o primeiro que deve compreender um leigo que deseje ser cavaleiro, é que os títulos e honrarias são secundários na hora de começar a cruzar os caminhos de Ordem e com a dignidade de fazê-lo como aprendiz.

A soberba é má conselheira e, muitas vezes os títulos e honrarias não deixam ver o verdadeiro caminho do Templo. Ao leigo que empreendeu este caminho, sente-se ofuscado, perdendo visão de toda a aprendizagem, que os conduzirá à desmotivação e ao abandono do Templo – sem honra e sem glória.

O medo do desconhecido”
Recordo uma história onde um rei temido e cruel levou uns prisioneiros a uma sala (decorada com quadros de gente sofrendo mortes trágicas e horrendas) fechada e escura. Uma vez dentro desta, o rei apresentou-lhes uma porta que se apresentava em ruínas, tenebrosa e oxidada; o soberano dava-lhes a escolher a hipótese de saírem por ela ou serem decapitados. Ante o temor do desconhecido optaram pela decapitação perdendo assim todos a vida.
Um velho oficial próximo do rei encheu-se de valor e perguntou o monarca:
- Meu senhor que há do outro lado dessa porta? – Então o rei convidou-o a abri-la. Com desconfiança naturalmente e receoso, timidamente descerrou a porta – Encontrava a Liberdade.
Atónito, o soldado olhou o rei com surpresa. Foi então que o rei explicou:  
  
“O homem é tão temeroso do desconhecido e tão supersticioso, que sem duvidar um instante, prefere perder a cabeça com o conhecido antes que arriscar-se a descobrir que oportunidades lhe esperam. Ninguém foi capaz de averiguar o que estava realmente do outro lado da porta, ainda que lhe custe a própria vida”.

O truque meus senhores, é não seguir sempre a multidão. Há que averiguar o outro lado das “portas que se nos deparam na vida”. Quem lhes garante que a oportunidade não estará do outro lado? É só uma questão de ter valor para descobri-lo.

“Dignidade de ser Templário”

Para se alcançar a dignidade de ser Templário, é necessário compreender e praticar a perseverança com uma constância a toda a prova, ser humilde e perguntar a quem sabe – como faz um bom estudante – afastar as suas dúvidas e manter-se leal a todos os oficiais da Ordem que serão sempre os seus melhores guias.

Todos sem excepção tivemos e teremos, encontros com o lado mais obscuro do nosso íntimo. Entre esses medos a tentação de abandonar a Ordem é uma constante. Só os mais sábios, os mais destemidos, os mais determinados, os mais decididos, os que possuem o espírito mais forte e que acreditem fervorosamente em si mesmo e no Espírito Santo (que cuida dos Templários) serão os que conseguem vencer as dificuldades que se lhes deparam.

Creiam-me, as provas serão sempre duras, mas uma vez superadas, torna-nos mais luminosos ante Deus e perante os nossos pares.

Muitos de nós temos alguma formação militar, e como tal, possuímos a capacidade de adaptar-nos e ajustar-nos ao espírito da Ordem mais facilmente. Mas aqueles que não possuem essa condição, é lógico que demorem um pouco mais à disciplina da Ordem, mas não é de todo impossível.

É importante que compreendam que existem muito boas razões para que a Ordem do Templo tivesse sobrevivido até aos dias de hoje. Essas razões baseiam-se na LEALDADE e no valor daqueles que a souberam manter com vida.
www.templemexico.org