sexta-feira, 31 de julho de 2020

Pessoa Sobre A Revolução Republicana

Nenhuma descrição de foto disponível.

'Um período revolucionário é sempre uma ditadura de inferiores.
A situação de Portugal, proclamada a República, é a de uma multidão amorfa de pobres-diabos, governados por uma minoria violenta de malandros e de comilões. O constitucionalismo republicano, para o descrever com brandura, foi uma orgia lenta de bandidos estúpidos.'

Fernando Pessoa | "Da República" (1910-1935)

Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

DEUS - PÁTRIA - REI

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Princípios de vida para um tradicionalista

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, texto que diz "MEUS VALORES, MEUS PRINCÍPIOS"

Vivemos numa sociedade em que os princípios mais básicos do Direito Natural não são respeitados quer pelos indivíduos, quer ainda pelos governos que nos comandam.


Há quatro princípios inegociáveis de que não podemos abdicar:

1º - Defender a vida humana desde a sua concepção até à sua morte natural;

2º - defender a família natural que é a união voluntária, cimentada no amor, de um homem e uma mulher, abertos à vida e ao cuidado dos seus filhos;

3º - proteger o direito dos pais a decidirem livremente a melhor educação para os seus filhos;

4º - o bem comum: o Estado tem de estar ao serviço dos cidadãos e não os cidadãos ao serviço dos interesses de uma minoria política ou económica.

Só colaboramos num sistema em que estes princípios sejam assumidos sem reservas pelo Estado e por todos os cidadãos, independentemente das suas crenças religiosas e dos seus posicionamentos políticos.

Fonte: Causa Tradicionalista

DEUS - PÁTRIA - REI

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Da Autoridade e origem do Poder

DEUS - PÁTRIA - REI: Da Autoridade e origem do Poder: O Sillon coloca a autoridade pública primordialmente no povo, do qual deriva em seguida aos governantes, de tal modo, entretanto, que contin...

terça-feira, 28 de julho de 2020

O Funchal atacado por selvagens

A imagem pode conter: planta, árvore e ar livre

No Funchal, deposta a estátua de Cristóvão Colombo. O navegador - seria, como alguns têm convincentemente sugerido, português? - viveu na Madeira e, regressado da mais famosa das suas viagens, foi a Portugal que primeiro aportou, e a Dom João II quem primeiro se dirigiu. Este acto cobarde (o autor não se mostra nem revela), criminoso (trata-se de ataque a património público) e ignorante (o Colombo verdadeiro tem pouco em comum com o da lenda negra) é ademais tedioso, porque cópia descerebrada do que de pior estas crianças sem ocupação vêem lá fora. Há que reagir em nome da História, do património e da cultura; há que punir mais severamente ataques ao património, se necessário pela mudança da lei; há que protegê -lo adequadamente. Contra a horda destruidora, o elixir é o patriotismo, a mão dura da lei e a vigilância cidadã.

Fonte: Nova Portugalidade

DEUS - PÁTRIA - REI

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Isto dá que pensar

'(…)
Por onde vamos? Sim, há parlamento, mas com debates espaçados. Sim, há liberdade de expressão, mas, nos estúdios das televisões subsidiadas, só para toda a gente poder expressar a mesma opinião. Sim, há pluralidade partidária, mas quase sempre com o mesmo partido no governo desde 1995. Sim, há mercado, mas o Estado é que diz onde se põe o dinheiro. Sim, há justiça, mas não para incomodar os políticos. Estão surpreendidos? As leis não vivem de si próprias. Uma democracia supõe uma sociedade civil forte e uma massa de cidadãos independentes perante o poder, isto é, uma economia aberta e dinâmica. Que deveríamos esperar de uma sociedade empobrecida e dependente, onde só o Estado tem dinheiro, extorquido aos contribuintes e à “solidariedade europeia”? A certa altura, é fatal que a oligarquia comece a achar irrelevantes todos aqueles procedimentos que sujeitam o poder ao escrutínio de deputados ou à escolha dos eleitores. Para quê, se os deputados não tem independência e os eleitores também não? Os oligarcas já começaram a ver “o que hoje isto é”. Não se admirem se amanhã, sem serem precisos dramas, tanques ou racismos, “isto” se transformar noutra coisa.'

Rui Ramos in Observador de 24 de julho 2020
(com a devida vénia)

Fonte: Interregno

DEUS - PÁTRIA - REI

domingo, 26 de julho de 2020

sábado, 25 de julho de 2020

Convento de Nossa Senhora do Bom Sucesso, Lisboa

Visita Guiada: Convento de Nossa Senhora do Bom Sucesso, Lisboa - Fundado em 1639 para acolher uma congregação de freiras dominicanas irlandesas, o Convento de Nossa

Real Associação do Ribatejo e a Causa Real promove...

DEUS - PÁTRIA - REI: Real Associação do Ribatejo e a Causa Real promove...: A Real Associação do Ribatejo e a Causa Real promovem no dia 31 de Julho um debate alusivo ao Projecto Tejo em parceria com a Vida Rural. Em...

sexta-feira, 24 de julho de 2020

quinta-feira, 23 de julho de 2020

SANTA SOFIA E AS CRUZADAS

DEUS - PÁTRIA - REI: SANTA SOFIA E AS CRUZADAS: A Basílica de Santa Sofia, em Istambul, que era museu desde 1934, voltará agora a ser uma mesquita. O culto islâmico, interrompido durante q...

quarta-feira, 22 de julho de 2020

AS QUESTÕES FALSEADAS E/OU, AS FALSAS QUESTÕES!

“A abundância faz o gado burro”.

               Provérbio algarvio


            Caramba, até os algarvios (de “aquém-mar”) perceberam isto!
            E pode descortinar-se várias interpretações na frase, todas elas, aliás, correctas.
            E uma delas tem a ver com o facto de a abundância não levar apenas à asneira (de asno), mas também o de engordurar o córtex das pessoas. A obesidade é, sem dúvida, um problema das sociedades ditas ricas, não daquelas onde há pobreza (material) …
            Lembram-se da expressão “the ugly american”? Pois parece que também já se pode utilizar o “português feioso”.
            O assunto liga-se também à “Pirâmide de Maslow” que se estudava no liceu, quando havia liceus, e o ensino ensinava e nos preparava para a vida.
            A tal pirâmide tem a ver com as necessidades básicas humanas (a sobrevivência, a protecção, a segurança) e depois com aquelas que lhe são superlativas, como a afeição, a realização pessoal, o reconhecimento social, etc.
             A pirâmide significa que se vai das mais básicas para as mais “elevadas” em termos de satisfação física, emocional e social, culminando na auto - realização (felicidade?).[1]
            A pirâmide – diga-se a talhe de foice – é representada por um triângulo de base quadrada, representando aqui a hierarquia, um termo que passou a maldito, nesta sociedade pós, pós moderna, que desapareceu do vocabulário político (e por arrastamento de todo o restante – havendo apenas uns resquícios na Igreja e na Instituição Militar), mas curiosamente continua firme na Maçonaria, apesar da sua conhecida defesa da “Igualdade”…
            Porém - cada medalha tem o seu reverso - há quem depois de atingir um determinado patamar de consciência (ou de gordura), lhe dê para tentar inventar a pólvora – a ignorância atrevida tem destas coisas – ou de intentar problemas onde não os há. E nestes há a distinguir quem tem um propósito, dos “ingénuos úteis”.
            Mal comparado é o problema daqueles que se tornam ricos e depois querem ser muito ricos e depois mais ricos ainda. E quando já saciaram todos os seus desejos materiais, sexuais, etc., mas cujo ego não está satisfeito se propõem utilizar o dinheiro para exercerem “o Poder”. Parece que é um afrodisíaco assombroso. A alguns até lhes dá para pretenderem mandar no mundo.
            Vem esta arenga a propósito da quantidade de “causas” (bonito termo) fracturantes (termo já menos bonito), que se tem inventado por esse mundo fora, melhor dizendo na Europa Ocidental, EUA e Canadá (e mais um ou outro), justamente os países onde a tal pirâmide de Maslow estava a correr melhor e começaram a aparecer uns quantos “gordos de córtex”, outros que querem inventar a pólvora (e reescrever a História) e sobretudo a subverter a Sociedade que os criou. Assim a modos de Roma e Constantinopla, em consequência do excesso de “banhos quentes e camas fofas”, minada que tinha sido a sua Moral e Ética Patrícia. Por dentro.
            Caíram como um baralho de cartas.
            Deles resta ainda memória, até ver. Um Califa árabe, por ex., fogueou a biblioteca de Alexandria, outros mais modernos, acabaram com o que restava de Palmira, na Síria. À bomba.
            O Museu Britânico que se cuide, pois quem atentou contra a estátua do Churchill, não vai ficar à porta.
            Isto já não tem a ver com ideias, só se pára com chumbo grosso.
            Por cá o ilustre Padre António Vieira tem tido a despesa da casa, mas tal, convenhamos, foi incentivado pelos cretinos dos políticos, de jornalistas enviesados ou avençados e intelectuais da treta, que tudo têm feito para erradicar o “passado colonial” do país e das barbaridades que têm andado a propalar sobre os “Descobrimentos”, a Escravatura, etc.. Afinal de contas o filão de mentiras que papagueavam sobre o Salazar, já estava a ficar gasto…
            Ainda não se lembraram de se meter com o Afonso de Albuquerque, personagem do meu especial apreço, mas ficamos já combinados que a minha “espada” estará a seu lado, uma vez que os poderes públicos se têm mostrado cobardes e coniventes com a ralé dita democrática e progressista, que tem andado a conspurcar a História e a Sociedade do meu país. Em vez de expulsarem os transviados, como um tal de Ba, cujos antepassados se comiam uns aos outros, quando os portugueses primeiro os lobrigaram, estão é preocupados em humilhar a polícia (com graves culpas também no poder judicial) e perseguir os que escrevem eventuais frases “racistas”, “xenófobas”, etc., depois de passarem a vida a serem apedrejados em “bairros problemáticos”, ou serem ofendidos em manifestações de “grupos de jovens”, sem lhes poderem responder à letra.
            Tendo sempre por pano de fundo o Senhor Presidente, armado em defensor dos “coitadinhos e oprimidos”, em "pandã" com o Senhor Guterres, já se vê…
            É necessário que a maioria da população faça ouvir a sua voz, saindo do conforto dos seus sofás frente às televisões; das tertúlias de crítica dos almoços cíclicos, no “dolce fare niente”, da jogatina de cartas, ou ficar a tomar o sol nas nesgas de areia onde se vai sem pagar um imposto qualquer. Se não o fizermos seremos destruídos.
            Não faltará até muito, para que as praias da costa do Estoril fiquem esvaziadas de caucasianos, já que hordas de “coloridos” passaram a usá-las para dirimirem questiúnculas entre eles, esfaqueando-se.
            Há que pugnar pela verdade e repudiar a mentira.
            Sim, há um problema com a comunidade cigana em Portugal. Sempre houve. Os ciganos são nómadas, nunca se quiseram sedentarizar, muito menos integrar. Por norma quando há problemas, não é por causa de “nós” é por causa “deles”.
            Diz-se que são oriundos do que é actualmente o norte da Índia e fizeram a sua diáspora. Duvido que alguém os queira receber de volta. Nunca quiseram ter um território seu, nem Estado - ao contrário dos judeus (sionistas). Têm, porém, regras, tradições e hábitos próprios.
            Acontece porém, que desde um personagem chamado Afonso Henriques passou a haver nestas bandas, um território e população com leis próprias. Por isso, sim, existe um problema com os ciganos. Ponto.
            Outros querem à viva força, dizer que há racismo em Portugal. Se há país e povo no mundo que não é racista é o nosso. Tal tem a ver com especiais “princípios” com origem na Ordem do Templo e continuados na Ordem de Cristo. Mas isso já é uma discussão que não está ao alcance de todos. Tal só sofreu alguma mudança quando uns liberais tardios e outros primo - republicanos se “esqueceram” da tradição portuguesa e intentaram fazer um “colonialismo à inglesa”, o que durou pouco.
            Mas minto, passou a haver algum racismo, quando uns quantos de tez vária, importados ou de terceira geração, passaram a ser racistas contra a comunidade que os acolheu. Acolitados por alguns brancos.
            Agora até querem fazer uma estátua aos escravos. Afinal querem deitar estátuas de que não gostam abaixo, para erguerem outras para lembrar algo que condenam. Vêm tarde, o esclavagismo começou a ser condenado no século XVIII e nem sempre pelas melhores razões. Espero que não se esqueçam de erigir uma estátua aos muitos mercadores árabes e aos sobas negros que os vendiam. E já agora uma outra aos milhares de portugueses que foram escravizados por outros povos, nomeadamente berberes, árabes e otomanos.
             Outra moda é a “violência doméstica”.
            A violência doméstica sempre existiu, é um problema social e do foro criminal. E não há apenas violência do homem contra a mulher (como maioritariamente se quer fazer crer), também há da mulher contra o homem – sobretudo a nível psicológico – de pais contra filhos e vice-versa e com idosos pelo meio. Também entre homossexuais que vivem juntos.
            Resolve-se com sãos princípios morais, respeito mútuo, censura social e mão firme da justiça, quando se justificar.
            Não se resolve com campanhas insidiosas para fazer crer que os homens (de preferência brancos) são os maus da fita e as mulheres umas vítimas imaculadas.
            De onde deriva isto? Pois do “Feminismo” e outros “ismos” na moda e que em vez de corrigirem eventuais erros do passado, querem passar do “oito para o oitenta”. Apetece dizer, vão coser meias…[2]
            Não podia deixar de falar da “comunidade” LGBT+ (agora temos “comunidades” dentro da Comunidade…). Em vez de pugnarem em viver o mais harmoniosamente possível com a restante sociedade, optaram por querer evidenciar e impôr os seus vícios, as suas taras, os seus tiques e a sua nojice, publicamente e tentando torcer a Lei e a Moral a seu favor.
            Depois vem a Ecologia. Aqui entramos num tema sério e que tem a ver com a sobrevivência e bem-estar do planeta Terra e dos seres que o habitam. Mas como em tudo é preciso bom senso e equilíbrio.
            Em primeiro lugar é preciso denunciar os que se dizem “verdes”, mas só o são por fora, pois por dentro são vermelhos…
            Depois é necessário que as medidas a propor sejam equitativas e não radicais, pois não se devem criar maiores desequilíbrios do que os que se querem eliminar, ou matar o doente com a cura. Torna-se ainda importante ter em conta os “negócios” envolvidos e ponderar o catastrofismo das “alterações climáticas” que está longe de estar provado e ignorar, por exemplo, as alterações no pólo magnético da terra, no que parece ninguém estar preocupado.
            Muito menos tornar os restantes seres vivos mais importantes que o Homem (apesar deste ser o principal causador das disrupções no equilíbrio natural), ou inventar uma espécie de religião naturalista.
            Neste ponto devemos ter em conta os ataques às touradas por uns quantos ignaros e fundamentalistas, que as querem destruir. É mais um ataque á matriz cultural portuguesa; a destruição de uma arte, apurada em séculos; uma actividade com realce económico e social; uma manifestação viril, cavalheiresca, marcial! E mesmo àqueles que são contra as touradas por sentimentos honestos de filantropia ou compaixão pelos animais, quero lembrar que se a sua intenção for avante o touro bravo irá desaparecer da lista das espécies vivas. E, já agora, recomendo que deixem de comer, não só carne, mas também vegetais. Que diabo, também são seres vivos.
            Seres vivos, como os bebés que se passou a matar legalmente nos ventres das mães (até subsidiados com os nossos impostos), ou os velhos, através da Eutanásia! Muito educativo.
            E não, o Bem e o Mal não são relativos como cada um quiser, como muita gente pouco avisada pretende e muitos outros se borrifam.
            Fico por aqui longe de esgotar os temas.
            A Comunicação Social tem graves culpas no cartório. Não é para admirar, face á lavagem ao cérebro que é dado aos candidatos a jornalistas pela maioria das universidades das ciências sociais de que somos servidos e da actuação dos políticos que passam grande parte do tempo a tomar medidas para “jornalista ver”.
            A Comunicação Social tem que passar a falar verdade, a dar notícias enxutas e não a difundir as opiniões dos que nelas escrevem ou falam, ou a defenderem orientações que não são explícitas no seu estatuto editorial. E têm que passar a ser responsabilizados pelas asneiras que cometem.
            Muito menos arrogarem-se ser o “quarto poder”, por obra e graça de quê ou de quem? Além de escamotearem ou terem “pactos de silêncio” sobre determinados assuntos.
            Se ninguém deve (e bem) ser descriminado pela cor da pele, religião, nacionalidade, crença, etc., também não pode ser eximido das respectivas responsabilidades.
            Por isso, sim, é relevante saber se quem comete um crime, por exemplo, é preto, amarelo, romeno, muçulmano, homossexual, etc.
            Sobretudo quando se aponta logo o dedo quando, quem mete a pata na poça, é branco, heterossexual e cristão. Se for católico e patriota então está verdadeiramente tramado.
            Passar bem.



                                                         João José Brandão Ferreira
                                                         Oficial Piloto Aviador (Ref.)

           
           


[1] Maslow identificou cinco categorias de necessidades humanas: fisiológicas; de segurança; afecto; estima e de autorrealização.
[2] Agora sim, estou condenado…

Fonte: O Adamastor

DEUS - PÁTRIA - REI

terça-feira, 21 de julho de 2020

segunda-feira, 20 de julho de 2020

domingo, 19 de julho de 2020

Não temos o direito de fingir não saber quem são os cúmplices morais disto

A imagem pode conter: céu e ar livre

A construção da catedral de Nantes começou já no século XV. Durou 457 anos. Incendiada hoje - é o que tudo indica -, salvou-a de maior destruição o empenho dos bombeiros. O que se perdeu é relevante. Podia ter sido pior.

A confirmar-se ter sido fogo posto, o fácil seria ignorar que este tem sido o ano da apologia aberta, franca, sem limite e sem vergonha do vandalismo e da destruição patrimonial. Mas não podemos nós fazê-lo, pois o silêncio aqui seria cumplicidade e deserção. Os destruidores de estátuas - também os que, ainda há semanas, injuriavam a do Padre António Vieira em Lisboa - são a todos os títulos justificadores e cúmplices morais da mais violenta campanha de erradicação da cultura e da herança histórica desde o nazismo na Alemanha e do comunismo na Rússia e em Espanha de 1936 a 1939. Alguns preferirão fingir não perceber o que se passa ou apontar culpados. Não o faremos nós, cientes de que isso seria estender a carpete aos bárbaros.

Fonte: Nova Portugalidade

DEUS - PÁTRIA - REI

sábado, 18 de julho de 2020

A abstenção como eleição política activa, positiva.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, telefone e bebida, texto que diz "NÃO VOTO"

Fazer parte da percentagem de abstenção do censo eleitoral, quanto mais elevado melhor, pode ser motivo de orgulho. Os que pensam que se não votas não estás a ser útil; que dizem que se não votas não tens direito a queixar-te depois estão muito equivocados. Quantos mais "votos abstenção" houver, mais evidente será que isso de que as decisões políticas são fruto da vontade geral maioritária é uma ficção, pois o poder político abrangente é eleito apenas por uma parte dos votantes e estes, por sua vez, são só uma parte de todo o censo eleitoral.

Isto é uma ficção e duplamente, uma vez que não é apenas uma percentagem de uma percentagem, ou seja, uma minoria que constitui uma maioria, mas a voto num partido político que tomará as suas decisões que poderão não corresponder às expectativas dos votantes.

Uma democracia que permita aos cidadãos votar directamente cada decisão (a Suíça é o país da actualidade mais próximo disto) eliminaria pelo menos a segunda vertente de falsidade na legitimação por vontade maioritária. Portanto, mesmo que a abstenção fosse nula, a vontade da maioria poderia nunca realizar-se enquanto estiver proíbido o mandato imperativo (que sujeitaria as votações dos parlamentares às instruções dos seus eleitores) e, muito menos, enquanto subsistirem as listas fechadas que submetem as votações dos parlamentares às instruções do partido.

Retirado de Firmus et Rusticus.

Fonte: Causa Tradicionalista

DEUS - PÁTRIA - REI

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Temporada de concertos da Fundação da Casa de Bragança inicia no Panteão dos Duques a 01 de Agosto

2d039b2229350381e4bba569f3e30a28_L.jpg

No próximo dia 01 de Agosto acontece no Panteão dos Duques de Bragança, em Vila Viçosa, um recital da Temporada 2020.
O evento, de entrada livre, terá início às 16 horas, com actuações dos Solistas da Camerata Atlântica, Ana Beatriz Manzanilla e João Andrade no violino, Pedro Saglimbeni Muñoz na viola e Nuno Abreu no violoncelo.
DEUS - PÁTRIA - REI

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Estamos no fim dos tempos?

DEUS - PÁTRIA - REI: Estamos no fim dos tempos?: Virgem do Apocalipse Os verdadeiros sinais precursores são, pois, a vida criminosa dos homens; e não, como outrora uns fanáticos calculavam:...

quarta-feira, 15 de julho de 2020

ESTABILIZAR AS EMOÇÕES É HARMONIZAR-SE COM DEUS

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, fogo e noite

Todo Cavaleiro e Dama Templário sabe o quão difícil é o caminho da harmonização das suas emoções, pois assim como cada dia tem suas peculiaridades, o homem também internamente possui as suas, que nem sempre é o céu que deseja.
Dentro do homem existem dois homens, muitas vezes um quer ir para direita e o outro para esquerda.
O homem muitas vezes tem acções e reacções parecidas com a maré que muda de acordo com a lua, assim sendo, depara-se por vezes, com o contrário da maré que lhe oferece peixes em abundância.
Por vezes o homem deseja permanecer calmo e sereno, enquanto que o seu outro lado se agita como um caniço ao vento.
Um dia o homem acorda e deseja cantar de alegria, mas, por vezes, a vida o emudece de tristeza.
Uma parte de si deseja correr pelos campos, enquanto que a outra prefere deitar e descansar.
Um ama a luz do sol e o outro gosta de apreciar a noite e as estrelas.
Certa hora gosta de comer comida salgada, em outra gosta de doce.
Um gosta de contemplação e meditação e o outro de balada e movimento.
Uma parte do homem prefere permanecer sereno, enquanto que a outra gosta mesmo é de emoção.
O Templário muitas vezes carrega sobre os ombros a cruz do monge, em outras, carrega sobre as mãos a espada do guerreiro.
Às vezes o homem prefere a tudo dizer sim, enquanto que o outro prefere dizer não.
Tem hora que o homem é positivo e às vezes negativo.
Tem dia que gosta de ler e reflectir, enquanto em outro quer ouvir música e se agitar.
Esses dois homens existentes dentro de um só, levam o único homem que os compõem muitas vezes a sorrir e outras tantas a chorar.
Provavelmente os dois são como um casal, pois dentro de si existe o masculino e feminino que fazem parte da composição e do equilíbrio do Universo.
O homem é como tudo que existe no Universo, tem dois lados, não existe uma linha divisória que separe um do outro, pois se existisse, seria mais fácil ao homem conhecer o seu limite e dominar as suas vontades.
Esta luta permanece durante o decorrer da vida humana, até que o homem compreenda que pode tudo no seu devido tempo e que nada deve fazer fora do tempo, visto que uma fruta comida e degustada quando madura, tem um sabor especial, enquanto que se comida fora de época, é acida e amarga.
Quando o homem entende que a evolução do Espírito carece dessas duas fracções que compõem o todo, passa a cuidar melhor de suas acções a fim de manter a estabilização de seus corpos físico, mental e espiritual.
A manutenção dos três corpos dá ao homem a segurança no andar, a prudência no falar, a sensibilidade no ouvir e a sabedoria no saber analisar e compreender que assim como ele, tudo na vida tem dois lados e que o importante é saber escolher a melhor parte de cada um deles, para que possa viver em equilíbrio e estabilizado emocionalmente, segundo a vontade de Deus.
Caminhar é preciso.
Sonhar é necessário.
Viver é uma arte, que se aprende caminhando e sonhando, pois o homem não é uma pedra, mas dotado de sentimentos que carecem de amadurecimento.
O conhecimento dá ao homem apenas a informação, preenchendo o intelecto com muitas vias de acesso à sabedoria, mas só o saber dá ao homem a certeza do que deve fazer para poder bem viver e bem aproveitar a vida, para evolução do seu espírito.
O equilíbrio emocional trás para o homem a paz no coração e aumenta o seu desejo de viver segundo a vontade de Deus, pois para o homem equilibrado emocionalmente, cada batalha vencida é um passo a mais em direcção ao seu renascimento.


Non Nobis Domine, Non Nobis Sed Nomini Tuo da Gloriam
Não a nós Senhor, não a nós, mas a Tua glória.
Recebam o Fraternal Abraço.
S.A.E. Grão-Mestre Dom Albino Neves

O «vírus chinês» e as razões de Trump e Bolsonaro

DEUS - PÁTRIA - REI: O «vírus chinês» e as razões de Trump e Bolsonaro: A defesa da saúde física e mental da espécie humana a longo prazo beneficiará da manutenção da designação deste coronavírus como «vírus chin...

terça-feira, 14 de julho de 2020

O mais pequeno território do mundo

Nenhuma descrição de foto disponível.

As armas de Portugal como se vêem hoje em Ouidah (Ajudá), no Benim. Construído no século XVIII para substituir São Jorge da Mina, São João Baptista de Ajudá foi terra portuguesa até 1961, quando foi invadido pelo Benim. É o menos conhecido dos territórios ultramarinos perdidos por Portugal no século XX. Quando invadido, a minúscula guarnição pô-lo em chamas. Mais tarde recuperado, o forte alberga hoje um museu. Portugal só reconheu a perda de Ajudá após 1974.


A edição de 1958 do Livro de Recordes de Guinness tinha uma entrada sobre São João Baptista: "The smallest colony in the world is the Portuguese enclave in the French West African territory of Dahomey, consisting of the Fort of St. John the Baptist (São João Baptista de Ajudá). This has been occupied since 1680 and is garrisoned by one officer and a few men."

Fonte: Nova Portugalidade

DEUS - PÁTRIA - REI




segunda-feira, 13 de julho de 2020

VAI TUDO CORRER BEM (OU NÃO)

DEUS - PÁTRIA - REI: VAI TUDO CORRER BEM (OU NÃO): Quando calha e também quando não calha, lá vem o mantra da ocasião: Vai tudo correr bem! Por razões que a ciência não explica, nem muito men...

sábado, 11 de julho de 2020

Democracia e Comunismo

DEUS - PÁTRIA - REI: Democracia e Comunismo: O que vou dizer agora é fácil de compreender, porque é lógico, e está indiscutivelmente dentro das premissas formuladas, como o fruto na sem...

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Um Comandante e 170 heróis

A imagem pode conter: 1 pessoa, barba


Faz hoje precisamente 523 anos que no meio de grande euforia, preces, lenços que acenavam e lamúrias e lágrimas das mulheres e crianças de Lisboa, levantou ferro e saiu da barra do Tejo em direcção à Índia a esquadra comandada por Vasco da Gama. Seria como se hoje assistíssemos à partida de uma expedição destinada às regiões remotas e geladas do nosso sistema solar.

Daquelas quatro naus com ordens para sulcar mares traiçoeiros e desconhecidos, sem mapas e sem quaisquer dos apetrechos náuticos que agora estão à disposição de qualquer marítimo, duas eram tão diminutas que hoje encheriam de receios os mais experimentados lobos do mar. Na singradura da diminuta armada, o horizonte foi recuando e quanto mais aqueles 170 homens avançavam oceano adentro, esboroavam-se medos e terrores antigos. Pela primeira vez, fora de águas resguardadas, homens lançavam-se ao desconhecido, desafiavam os elementos e atiravam dos seus pedestais entidades míticas que há milénios submetiam a humanidade.

A viagem mudaria num ápice a história mundial e produziria um verdadeiro terremoto no equilíbrio de forças, nas constantes geopolíticas até aí determinantes no sistema euro-asiático, produzindo também consequências geo-económicas, culturais, científicas e religiosas de tamanha amplitude que se pode falar em verdadeira revolução para toda a humanidade. Os mundos fechados iniciaram uma convergência imparável, as galáxias civilizacionais compreenderam que viviam num mundo mais diverso e habitado por outros homens de cores, crenças, e maneiras de ser "desvairadas" (como então se dizia), que o Deus a que oravam tinha vários nomes, que os valores por que outros viviam eram tão merecedores do amor, da paixão e até da guerra.

A viagem do Gama iniciou a era em que vivemos, a de um mundo com consciência dos seus limites, mas de si tão grande, tão diverso e tão rico em humanidade que, sem esse entendimento, não haveria humanidade, mas apenas homens encafuados nos seus pequenos mundos fechados.

MCB


Fonte: Nova Portugalidade

DEUS - PÁTRIA - REI

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Penha Garcia | Castelo Branco | Portugal

No país onde [quase] ninguém faz nada

A imagem pode conter: texto

Em Portugal, há os que gritam, os que imprecam, os que viram as costas assim que confrontados com trabalhos, os que maldizem sem autoridade, os que se deixam mergulhar na erudição inconsequente, os que têm medo que a vizinha lhes adivinhe o patriotismo, os que galhofam sem nunca nada de préstimo terem feito, os que não pensam, mas "querem fazer coisas", os que pedem "combate cultural", mas nunca leram uma página, os desvairados em busca de sensações fortes, mas que traem em cada palavra o seu apregoado "patriotismo", os que amuam sempre que a saudável diversidade de opiniões lhes contraria as teimas, os que macaqueiam toda a mercadoria contrafeita e sem direitos de alfândega vinda dos states e das europas de hoje e de ontem, os que assumem responsabilidades, mas nunca trabalham.

Depois, ínfima minoria inacessível ao desalento, teimosa, sem o aplauso dos que deviam aplaudir, pobre de pedir, sem meios, censurada pela imprensa, incompreendida pelos que têm meios, relações e conhecimentos, há os que fazem e vão fazendo, jamais desistindo. Não fosse este grupo e os apostrofadores, os impacientes, os sem-ideia-de-coisa alguma, os que querem "acção" sem ideias e gritam por Portugal mas não sabem o que é Portugal, há muito teriam a tal Praça do Império convertida em bricolage, mais o Museu dos Descobrimentos, mais as estátuas dos nossos maiores arrasadas, mais a transformação da ideia portuguesa exposta ao caruncho.

Hoje, pela madrugada, a página da Nova Portugalidade atingiu os 40.000 seguidores. Foram cinquenta e dois meses, 1560 dias, 3120 textos, 1.548.000 acessos, 62.400 comentários, mais de sessenta conferências. Creio com toda a humildade, tratar-se de algo de muito raro neste país de fatalistas. Se houvesse um mínimo de justiça e bom-senso, tal massa de trabalho teria já merecido a atenção, o estímulo e a solidariedade de muitos. Não façam, mas deixem-nos continuar, pois, palavra de honra, continuaremos.

https://www.facebook.com/novaportugalidade/?ref=bookmarks


Fonte: Nova Portugalidade


terça-feira, 7 de julho de 2020

O Papa português

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas

No ano de 1276, Pedro Julião, Bispo português é eleito Papa com o nome de João XXI, o único Papa português da História.

Este Papa, era natural da cidade de Lisboa, nascido na freguesia de S. Julião e falecido a 16 de Maio de 1277.

Foi o 187.º na ordem cronológica dos Papas.

Chamava se Pedro Julião, ou Pedro Hispano, como ele se chamava nas suas obras. Era filho de Julião Rebelo pessoa nobre e de conhecida família, como mostra o apelido já por aqueles tempos ilustre, e se vê no Nobiliário do Conde D. Pedro título 68, e de que trata em particular no título 42. Exercia a medicina, faculdade então muito estimada neste reino. Pedro Julião seguiu também a profissão de médico como seu pai, e foi muito douto em Filosofia e nas ciências matemáticas, como se manifesta das muitas obras e de muita erudição que deixou escritas, entre as quais é especialmente laureado o tratado Thesaurus pauperum muitas vezes impresso e traduzido em várias línguas, e outro intitulado De tuenda valetudine, que se não imprimiu, e dedicou em Paris à rainha D. Branca, filha de D. Afonso IX de Castela, e mulher de D. Luís VIII de França.

Segundo Jorge Cardoso, no tomo III do Agiologio Lusitano, Pedro Julião estudou na Universidade de Paris, mas D. Rodrigo da Cunha diz que foi na de Montpellier. Seguiu o estudo eclesiástico pela fama dos seus merecimentos, e sem que ele o solicitasse, D. Afonso III deu-lhe o priorado da Igreja de Santo André de Mafra, a 20 de Julho de 1263, e depois fá-lo cónego e Deão da Sé de Lisboa, Tesoureiro-mor na do Porto; Arcediago de Vermoim, que era a quinta dignidade na de Braga, e D. Prior na colegiada real de Guimarães. Vagando o arcebispado de Braga por morte do Arcebispo D. Martinho Geraldes, foi promovido em 1272. No fim do ano seguinte passou a Leão de França, sendo mandado ao Concílio Geral, que então se havia publicado para o ano de 1274; nesse Concílio o papa Gregório X nomeou-o Cardeal, Bispo Fusculano dito vulgarmente Frascati, que era um dos sete principais cardinalados, em domingo do Espírito Santo do mesmo ano de 1274, conservando-se ainda no arcebispado de Braga até Julho ou Agosto, em que então foi nomeado para lhe suceder D. Sancho, que assistiu ao mesmo Concilio.

Por morte de Adriano V, que falecera em Viterbo no mês de Agosto de 1276 antes de ser sagrado, ficou Pedro Julião eleito Papa no Conclave dos cardeais a 13 de Setembro com universal aprovação, e foi coroado no seguinte dia 20 tomando o nome de João. O novo Papa revogou a constituição do conclave, feita no Concilio de Leão por Gregório X, por bula datada de Viterbo; Determinou por outra bula, que todos os que haviam feito violência aos cardeais na sua eleição, comparecessem perante um tribunal de justiça que de novo criara, e mandou publicar censuras eclesiásticas contra os que faltassem à justiça deste tribunal. A 7 de Outubro do mesma ano de 1276 mandou a D. Carlos Rei de Sicília, que lhe prestasse homenagem pelo seu reino com as mesmas condições da investidura, que lhe dera Clemente IV, tanto pela ordem da sucessão, como pela incompatibilidade com o império.

João XXI provia sempre nos benefícios os que mais se distinguiam por virtudes e letras que ele tanto amava, que sustentava com abundantes pensões todos os moços aplicados em que reconhecia talento e davam esperanças de aproveitar no estado eclesiástico.

Contava pouco mais de oito meses de pontificado, quando foi vitima dum desastre em Viterbo onde então residia a corte: Entrando só para ver um quarto do palácio que mandara ali edificar, e fora acabado recentemente, o edifício desabou, deixando-o tão mal e ferido, que faleceu seis dias depois.

Ficou sepultado na Igreja Catedral de S. Lourenço em monumento de pórfiro.

O português que ajudou a implantar o Catolicismo na China

A imagem pode conter: texto

Nascido em Pedrogão, no de 1610, Gabriel de Magalhães cedo ingressaria na Companhia de Jesus.

Vocacionado para a missão, o jesuíta aportou na cidade chinesa de Hangzhou, após passar seis anos em Goa, iniciando-se na aprendizagem de mandarim sob a orientação do jesuíta italiano Ludovico Buglio, que o acompanharia ao longo dos anos que se seguiriam.

Após uma passagem por Chengdu, os dois seriam enviados em 1648 para a Cidade Proibida, em Pequim, onde foram muito bem recebidos pelo Imperador Shunzhi, que lhes concederia habitação na cidade. Em Pequim, os dois iniciaram a construção da segunda igreja católica mais antiga da região a Igreja de São José, terminada no ano de 1655.

Gabriel de Magalhães ganharia também grande admiração por parte do Imperador por ter construído uma série de dispositivos mecânicos, incluindo um relógio de carrilhão e torre que tocava uma música chinesa de hora a hora.

Com a morte do Imperador Shunzhi e o surgimento dos sentimentos anti-cristãos, Magalhães foi preso e torturado em 1661, sob falsas acusações de suborno das quais acabaria por ser ilibado.

Ao longo da sua vida, Gabriel de Magalhães procurou compreender a cultura chinesa, iniciando em 1650 a escrita da “mais compreensiva e percetiva descrição da China”, obra completada em 1668 que falava sobre diversos aspetos da China, como a sua História, linguagem, tradições, costumes e método de governação. Trazida para a Europa após a morte do autor pelo jesuíta francês Philippe Couplet, o livro seria publicado em português com o título “Doze excellencias da China” e em francês como “Nouvelle Relation de la Chine, contenant la description des particularitez les plus considerables de ce grand empire”. Apesar dos erros de tradução de que foi alvo, a obra contribuiu para uma melhor compreensão do mundo chinês na civilização ocidental.

Gabriel de Magalhães morreria a 6 de maio de 1677, em Pequim, tendo o seu elogio fúnebre sido escrito pelo próprio Imperador Kangxi, que a ele se referiria como um “devoto do bem público”.

O Imperador diria ainda, em relação à dupla Magalhães – Buglio, que “eles não fizeram nada de mal e ainda assim muitos chineses desconfiaram deles. Nós observámos atentamente o seu comportamento por muitos anos e concluímos que não fizeram absolutamente nada de impróprio”.

O reconhecimento do Imperador da obra deixada pelo missionário português terá acabado por levar à redação do Édito da Tolerância, em 1692, que reconheceu como legítima a Igreja Católica Romana, proibiu os ataques a igrejas e missões católicas e permitiu a prática do cristianismo por parte dos cidadãos chineses.

Miguel Louro


Fonte: Nova Portugalidade

DEUS - PÁTRIA - REI

domingo, 5 de julho de 2020

D. Manuel II – O Último Rei de Portugal Morreu Há 88 Anos

A imagem pode conter: 1 pessoa, sentado e texto


No dia 2 de Julho de 1932, aos 42 anos – 22 dos quais viveu no exílio- morreu S.M.F. El-Rei Dom Manuel II de Portugal.
A 1 de Julho, D. Manuel II foi a Wimbledon assistir a um jogo de ténis e à saída sente uma fortíssima dor de garganta. No regresso a Fulwell Park, em Twickenham, sua residência no exílio em Inglaterra, sente-se pior e manda chamar o seu médico particular. Lord Dawson proíbe-o de sair de casa no dia seguinte. El-Rei não sai, mas o seu estado piora e resolve deslocar-se a Londres para consultar um especialista que, depois de o observar, o mandou recolher ao leito.
D. Manuel II voltou a casa, onde decorre uma festa de jardim na qual não participou, e a situação torna-se cada vez mais aflitiva, e é encontrado a sufocar pela Rainha D. Augusta Victoria - Augusta Vitória, Princesa de Hohenzollern-Sigmaringen (Potsdam, 19 de Agosto de 1890 — Eigeltingen, 29 de Agosto de 1966) casara, em 4 de Setembro de 1913, em Sigmaringen, aos vinte e dois anos, com D. Manuel II, que era seu primo de segundo grau, pois ambos eram bisnetos da rainha D. Maria II de Portugal, sendo Augusta Vitória neta da infanta D. Antónia de Bragança. Lamentavelmente, o seu casamento com D. Manuel II não gerou descendência.
Foi chamado um médico local, mas que foi incapaz de fazer uma operação muito simples, uma traqueotomia - uma incisão que abriria exteriormente a garganta para Sua Majestade respirar, o que teria salvado o Rei. D. Manuel II pede um tubo de borracha para tentar introduzir na garganta e respirar, e por gestos indica que lhe abram as janelas. Um edema de glote estrangulava-o. El-Rei morre de anafilaxia a 2 de Julho de 1932, em agonia, sufocado.
O Governo Português, chefiado pelo Dr. Salazar, autorizou a sua sepultura em Lisboa, organizando o funeral com honras de Estado. Os seus restos mortais chegaram a Portugal, em 2 de Agosto, sendo o Último Rei de Portugal sepultado no Panteão dos Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa, junto de Seu Pai, Irmão e Reais avoengos.

O Infante Dom Manuel não nasceu o herdeiro presuntivo do Trono, antes sim, era Duque de Beja, pois enquanto filho secundogénito do Rei Dom Carlos I ostentava esse título Ducal dos terceiros filhos, porque o título de Duque do Porto – reservado ao segundo filho varão do Soberano – ainda estava na posse do Infante Dom Afonso Henriques de Bragança, irmão d’El-Rei Dom Carlos I.
Com as mortes do Rei e do seu irmão D. Luís Filipe - Príncipe herdeiro-, o Infante Dom Manuel sucedeu ao Rei de cujus através da ascensão ao trono que é automática e que se rege pelas leis de Sucessão ao Trono plasmadas na Carta Constitucional inspiradas nas Actas das Cortes de Lamego, existindo mais tarde a Aclamação em Cortes com uma participação dos Pares do Reino e dos deputados da Nação e uma aclamação popular que ratificaria essa sucessão - sendo que esse passo era o acto jurídico que verdadeiramente faria o Novo Rei!
Não se pense que a educação de Dom Manuel II, por ser filho segundo, fora descurada, pois, aos seis anos já falava e escrevia em francês, estudou línguas, história e música com o professor Alexande Rey Colaço e teve o tenente-coronel José de Castro como preceptor de balística, táctica e topografia, e, em 1907, iniciou os seus estudos de preparação para ingresso na Escola Naval, preparando-se para seguir carreira na Marinha.
Após uma estadia de alguns dias em Vila Viçosa, com toda a Família Real, havia regressado mais cedo a Lisboa precisamente para se preparar para os exames da Escola Naval, tendo ido esperar os Augustos Pais e irmão ao Terreiro do Paço e eis que o destino do futuro marinheiro se viu alterado pelo terrível atentado terrorista conhecido como o Regicídio em que o Rei e o Príncipe Real foram tragados à vida pelos facínoras da Carbonária, numa conspiração que envolveu ainda muitos outros actores, esses autores morais.
A última Aclamação de um Rei de Portugal decorreu a 6 de Maio de 1908, na qual foi solenemente Aclamado Rei na Assembleia de Cortes o último Rei de Portugal, Sua Majestade Fidelíssima El-Rei Dom Manuel II. A Sua Majestade El-Rei Dom Manuel II, forçava-o o imperativo fado dos Reis: reinar após a morte de seu Pai!
Talvez por ser a época de maior liberdade que Portugal gozou, com censura inexistente - lembremos só as caricaturas de Bordallo Pinheiro - e total liberdade de expressão, no reinado de D. Manuel II verificou-se uma forte propaganda republicana em que se insulta o Rei por panfleto e escrito impresso através de pasquins como A Cartilha do Cidadão da Carbonária, e revistas como a Alma Nacional - dirigida por António José de Almeida – e dos mais diversos jornais criados com esse propósito; relembre-se o dito do republicano Brito Camacho: ‘quanto mais liberdades nos derem, mais delas usaremos contra eles’.
A rede de serviços de informação da Monarquia Constitucional era assegurada pela pouco eficaz Polícia Preventiva, à qual escapou primeiro o Regicídio, depois, os engenhos artesanais de João Borges e Manuel Ramos, o recrutamento da Carbonária nos quartéis, os tumultos e a organização da comissão militar republicana para o derrube da Monarquia.
No Exército e na Marinha contínua o vazio de fidelidades que já vinha da deposição de Vasconcellos Porto e Ayres D’Ornellas - esta quebra da estratégia reformista levou à confusão, ao imobilismo e à deserção para as hostes carbonárias, que alcança o perigoso número de 20 mil primos. A Carbonária era uma organização política, mas de cariz armado, uma espécie de brigada de artilharia, terrorista e secreta, inimiga da Monarquia, do clero e das congregações religiosas. Oficialmente, foi fundada em 1898 e o seu líder, desde 1900, era Luz de Almeida. Era paralela da Maçonaria, embora sem ligações orgânicas à Maçonaria Portuguesa ou outras Obediências Maçónicas, não obstante ter utilizado algumas lojas do então Grande Oriente Lusitano Unido para aquartelar os seus órgãos superiores, e colaborado oficialmente com esta Obediência para a tentativa de revolução republicana falhada de 28 de Janeiro de 1908 - conspiração urdida pelos republicanos, pela Carbonária e pelos dissidentes progressistas -, para o Regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, e, depois para a implantação da República. A Carbonária impunha aos seus filiados que ‘possuíssem ocultamente uma arma com os competentes cartuchos’.
Entretanto, atiravam ao Monarca Dom Manuel II as culpas que eram dos políticos e do sistema que os últimos foram viciando, de sorte que, por parte do rotativismo partidário nos últimos tempos da Monarquia não havia senão interesses e nenhuma sincera dedicação à Coroa – especialmente com a partida forçada de uns poucos aptos e dedicados ao Rei e à Monarquia. Todos diligenciavam as suas comodidades e agenciavam o seu sossego e ninguém dentro do sistema estava disposto ou tinha coragem para sacrificar a vida pela bondade do regímen e do Monarca.
El-Rei Dom Manuel II subsistia como a única força ainda viva e operante no País! Bem ciente e zeloso das suas funções enquanto Rei procurava cumprir da melhor maneira possível as suas funções de Chefe de Estado. Dentro dos princípios da Carta Constitucional e da legalidade, sabia que naqueles momentos de nova degradação do constitucionalismo, o Monarca era essencial e deveria reinar de forma muito activa, dedicada e exercendo escrupulosamente o seu Poder Moderador, desdobrando-se incansavelmente, de forma a reformar a política de desentendimentos, de ódios invejosos e de interesses que assolava o País, pelo que se dedicava exclusivamente à servidão de reinar: ’Depois de Vós, Nós’, rezava a divisa D’El-Rei Dom Manuel II de Portugal.
Prova da Sua visão política foi a tentativa de captar para o lado da Monarquia o emergente Partido saído da fusão do Partido dos Operário Socialistas com os outros socialistas, que por diferenças irreconciliáveis se afastaram dos republicanos, pelo que estes últimos nunca tiveram do seu lado as classes trabalhadoras. Estas diligências deixaram o Rei muito benquisto entre as classes operárias. ‘Os homens de hoje, como eu, crêem com ardente fé na redenção da nossa Pátria pelo Povo, o qual intervindo, a exemplo de outros países, de um modo directo, consciente dos próprios interesses e, ouso, dizer, preponderante no andamento dos negócios públicos, há-de regenerar fundamentalmente a sociedade…, põem todas as esperanças, como uma espécie de fetichismo, na vontade indomável, na largueza de vistas, na energia que em Vossa Majestade são preciosas qualidades individuais, mas também qualidades inalteradamente herdadas’, escreveu o socialista Alfredo Achiles Monteverde a El-Rei Dom Manuel II, em 07 de Outubro de 1909.
Rei de todos e para todos, suprapartidário, independente, acima de intrigas políticas, justo e recto, Dom Manuel II nunca foi fonte de qualquer crise ou problema político.
Se no Paço existiam acções negativas não eram causadas pelo Rei, talvez não se possa dizer o mesmo de alguns áulicos, da Velha Nobreza, que com ideias demasiado aristocratizantes e com aquele ‘prazer aristocrático de desagradar’, de que falava Beaudelaire, despertavam as invejas da burguesia política e social.
Também, era ensejo dessa burguesia político-social apropriar-se do poder definitivamente, mesmo aqueles que, porque haviam alcançado estatuto social baseado na acumulação de bens, o liberalismo fizera Pares, mas porque sem pingo de nobreza baseada no modelo de nascimento que funcionava como o mais importante classificador social em que a antiguidade era o bem fundamental da linhagem, carregavam esse estigma que os diferenciava da nobreza de espada… dos Grandes de Portugal.
Já Sua Majestade o Rei Dom Manuel II calcorreava, ainda, o País de lés a lés, onde o Povo o aclamava entusiasticamente e exortava de alegria à Sua passagem, sugestionados não já pela expressão superlativa da imagem real - Ele que tinha por avoengos os Imperadores romanos da Dinastia Comnenus e Paleólogo, os Reis Capetos de França, a estirpe real dos Orleães, os Saxe-Coburgo e Gotha, os Imperadores da Hispânia, o Rei Fundador Afonso Henriques -, mas porque percorria as ruas sondando e interagindo com o Seu Povo, visitando os doentes nos hospitais, levando-lhes o tão importante aconchego espiritual, mostrando-se português em tudo e não se fazendo esquisito em estender a mão a qualquer súbdito e a dirigir a Sua palavra cordial a qualquer um.
Quando era necessário medir a popularidade da Coroa e da Monarquia, o comboio real rumava ao Porto e ao Minho. Às visitas do Rei, em qualquer localidade deste Portugal, como no Porto ou Viana do Castelo, acudia o Povo e a nobreza urbana e rural, com ruidosas manifestações de sentimento e dedicação traduzidos em ensurdecedores e castiços ‘Bib’ó Rei!’, pelo que mais do que nunca o trono do Rei de Portugal era alçado não num estrado, mas erguido nas bases sólidas do direito público nacional e escorado na dedicação recíproca entre Monarca e Povo que acontecia deste os primórdios da nacionalidade quando o Rei Fundador Dom Afonso Henriques teve esta ideia chamada Portugal.
Mas na política as crises sucediam-se e Júlio de Vilhena que se propunha formar um governo de combate, foi finalmente convidado por Dom Manuel II, mas para formar um governo que pudesse ser apoiado por todos e estabelecesse um período de trégua política entre os partidos. Vilhena não correspondeu com a diligência que se impunha ao mandado d‘El-Rei e deu-se por vencido avançando como razão lhe ser impossível conciliar os dissidentes e os teixeiristas com os progressistas. Foram então, também, encarregados de organizar o governo Teixeira de Sousa, António de Azevedo, Anselmo de Andrade e Wenceslau de Lima. Incumbe formar governo a Teixeira de Sousa, amigo pessoal de Bernardino Machado, Afonso Costa, Brito Camacho e França Borges. Teixeira de Sousa, aquele que considera que o governo estava sempre com a liberdade, ou melhor liberalidade, e não com a tradição. Assim, tal como os republicanos, estabeleceu como adversários primordiais os clérigos e o ultramontismo.
Emergiu então, do lado monárquico um coro oposicionista de progressistas, vilhenistas, henriquistas, franquistas e nacionalistas, todos Paivantes e todos contra o governo.
O Rei apela a uma trégua nas lutas partidárias, mas não é ouvido!
O Rei e as instituições da Monarquia nunca foram os bloqueadores do funcionamento das instituições políticas, mas os que mais contribuíam para o seu funcionamento, porém a política é terreno podre.
Os republicanos cavalgam a onda e a 22 de Julho, José Relvas, Magalhães Lima e Alves da Veiga, mandatados pelo Partido Republicano Português, deslocam-se a Paris e Londres para contactos diplomáticos, regressando com o apoio da internacional maçónica, lembrando uma outra reunião, numa deslocação a Paris, em 1907, em que o supra-mencionado comité revolucionário urdira com um grupo de revolucionários anarquistas franceses o atentado para assassinar a Família Real. Com o falecimento do amigo de Portugal e da Família Real, o Rei Eduardo VII, o novo governo liberal britânico não tem qualquer interesse na manutenção da Monarquia em Portugal, até porque seria mais fácil com um novo e desestabilizado regímen republicano esbulhar as cobiçadas colónias portuguesas de África.
Ainda, em Julho, deu-se a solene instalação das oposições monárquicas e o Governo de Teixeira de Sousa, a 19 de Agosto, dizendo temer um movimento revolucionário das oposições monárquicas, põe as tropas de prevenção: errou o alvo!
Novas eleições! Na 46ª eleição geral - a 37ª eleição da 3ª vigência da Carta - realizada a 28 de Agosto de 1910, pouco mais de três meses antes da revolução que instaurou a República, a ida às urnas traduz-se numa vitória dos Governamentais de Teixeira de Sousa (58%), mas sobretudo numa vitória dos Partidos Monárquicos (91%) contra uns meros 9% do Partido Republicano Português que não traduz em voto popular o barulho que faz nas ruas, pois esse é feito pelos seus acólitos e não pelo justo e bom Povo que é Monárquico. Abre o Parlamento em 23 de Setembro, mas as questiúnculas partidárias mantêm-se, e no dia seguinte as Cortes são adiadas sine die.
Em 3 de Outubro de 1910, Miguel Bombarda, que era uma das figuras proeminentes dos republicanos é assassinado por um doente mental e os seus camaradas aproveitam e urdem uma teoria da conspiração: o médico fora assassinado a mando da Coroa! Num jantar com o Rei Dom Manuel II o presidente brasileiro de visita ao País informa Sua Majestade que se previam tumultos; Teixeira de Sousa quer pôr o exército em estado de alerta, mas o Gabinete não entende ser necessário. O infante Dom Afonso Henriques, Duque do Porto, último condestável do Reino e tio do Rei parte para a Cidadela de Cascais, o Rei fica mal guardado nas Necessidades, a jogar bridge com alguns dos seus mais dedicados áulicos.
De madrugada os republicanos apoiados no seu braço armado, uns 3.000 primos da Carbonária, assumem posições e perfilam-se para o combate. A Capital estava nas mãos inexperientes do nervoso governador militar Rafael Gorjão. O carbonário Machado dos Santos assalta o paiol do quartel de Campo de Ourique - sem resistência que se justifique relatar -, e segue com a sua milícia de maltrapilhos para a Rotunda. No Tejo o Adamastor e o S. Rafael amotinam-se, o D. Carlos permanece fiel. Cândido dos Reis, perante a manifesta incapacidade da Carbonária se apoderar do Arsenal do Exército e julgando tudo perdido, suicida-se. A artilharia 1 coloca-se ao lado dos revolucionários, mas sem sair para a rua. Na Rotunda os terroristas acantonam-se, junta-se-lhe a súcia de Lisboa que vai engrandecendo a unidade da ralé, os comandantes monárquicos ficam impávidos e não atacam. O Comandante Paiva Couceiro – o único oficial que se bateria com denodo em defesa da Coroa e da Monarquia - em torno do qual se haviam colocado as oposições monárquicas, que pernoitava em Cascais, é posto ao corrente da situação. Dirige-se ao seu quartel, mas os seus homens já haviam saído, junta-se-lhes e verifica que a moral dos soldados está em baixo. Começam as deserções em todos os quartéis que ainda se mantinham do lado do regime legítimo. Algumas centenas de cavaleiros do Regimento de Lanceiros 2 ajudam o Comandante, mas o terreno era pouco propício para a arma de cavalaria.
A luta intensifica-se nas ruas, os ministros da Guerra e da Marinha estão completamente desorientados, o Palácio das Necessidades começa a ser bombardeado e o Rei em perigo e sem protecção de artilharia que havia sido desviada para fazer frentes aos revolucionários da Rotunda, é aconselhado via telefone pelo presidente do Governo a ir para Mafra; o Rei recusa, mas os áulicos insistem e insistem e o jovem Rei anui. O Rei quase perde a vida quando uma granada é atirada contra o automóvel em que seguia a caminho de Mafra, ainda que não soubessem que nele seguia Dom Manuel II vestido à civil, contrariamente ao que pretendia, pois quis substituir o anterior uniforme de gala e vestir o uniforme de marechal-general, mas não o deixaram. O Rei já não reinava… sequer!
Às 22 horas a corveta D. Carlos cai nas mãos dos marinheiros revoltosos e a Monarquia caía com as ameaças de bombardeamento sobre as forças monárquicas. Apenas 60 homens perderam a vida nesse dia, o que mostra a insipiência dos combates. A Monarquia é derrubada! Ou melhor a Monarquia não caiu, deixaram-na cair.
Horas após o golpe revolucionário El-Rei Dom Manuel II e último de Portugal, juntamente com Sua augusta Mãe, Avó e restante comitiva de fiéis monárquicos, embarca numa barqueta de pescadores rumo ao Yacht Amélia onde os aguardava o Infante D. Afonso de Bragança.
‘Forçado pelas circunstâncias, vejo-me obrigado a embarcar no iate Real “Amélia”. Sou Português e sê-lo-ei sempre. Tenho a convicção de ter sempre cumprido o meu dever de Rei em todas as circunstâncias e de ter posto o meu coração e a minha vida ao serviço do meu País. Espero que Ele, convicto dos meus direitos e da minha dedicação, o saberá reconhecer. Viva Portugal!’, declarou El-Rei O Senhor Dom Manuel II de Portugal.
O Rei deposto, mas que ainda não se dera por vencido olha o mar de frente, sem se despedir da Terra Portugal, que não imaginava, ainda, não voltaria a ver. Julgava ir para o Porto onde organizaria a resposta monárquica ao coup – daí ter pretendido abandonar o Paço de pequeno uniforme de generalíssimo, mas pouco depois o comandante do navio, ‘para segurança de Sua Majestade’, recusa essa responsabilidade até porque disse recebera ordens do presidente do Governo para rumar a Gibraltar; o presidente do Conselho era mais um repentinamente convertido em republicano, iniciando a que seria uma enorme onda de adesivismo, maculando-se todos esses traidores ‘monárquicos’ com um Crime de Lesa-majestade.
Os italianos recolheram a Rainha Dona Maria Pia e depois, já em Gibraltar, El-Rei Dom Manuel II e a Rainha Dona Amélia embarcariam no iate particular do seu primo o Rei George V do Reino Unido, encaminhando-se o último Rei de Portugal para o exílio em Inglaterra.
No exílio, em Inglaterra, foi então tempo de, sem deixar de se interessar pela política, aprimorar os seus dotes culturais. Elevou a sua perícia como organista à perfeição e, mais importante, tornou-se um erudito de mérito reconhecido. O gosto pelos livros sempre fora um deleite para D. Manuel II, mas os afazeres primeiro de príncipe ‘suplente’ e, em consequência do terrível regicídio, de Rei, impossibilitavam-no de se dedicar como desejaria a esta paixão. Ora, com o golpe republicano que, contra a vontade geral, derrubou a Monarquia, nos seus anos de exílio, Dom Manuel II dedicou-se aos livros e aplicou-se nos estudos literários.
Dom Manuel II escreveu então um tratado sobre literatura medieval e do Renascimento em Portugal ao mesmo tempo que, mesmo no exílio, não se eximiu das funções para as quais tinha sido preparado. Assim, com o dealbar da 1.ª Grande Guerra, o Monarca exilado, em Inglaterra, colocou-se à disposição dos aliados para servir como melhor pudesse. Inicialmente, tomou-o o desapontamento quando o colocaram como oficial da Cruz Vermelha Britânica, mas o empenho que mostrou no decorrer da guerra, cooperando em conferências e na recolha de fundos, visitando hospitais e mesmo os feridos na frente, acabou por ser-Lhe muito gratificante. Porém, o seu zelo nem sempre foi penhorado, e certa vez lamentou-se disso: "A sala de operações do Hospital Português, em Paris, durante a guerra, foi montada por mim. Sabe o que puseram na placa da fundação? ‘De um português de Londres'." El-Rei criou, ainda, o departamento ortopédico do hospital de Sheperds Bush, que por perseverança do Monarca continuou a funcionar até 1925, dando assistência aos mutilados de guerra. Uma prova de reconhecimento dos ingleses para D. Manuel II de Portugal foi quando o Rei britânico Jorge V – primo do Monarca português pelos laços da Casa de Saxe-Coburgo e Gotha - tê-Lo convidado e à Rainha Augusta Vitória a ficar a seu lado na tribuna de honra durante o Desfile da Vitória, em 1919.
Nos tempos que se seguiram, à I.ª Grande Guerra, e com mais tempo livre, embora sem negligenciar a proximidade com as estruturas monárquicas, El-Rei passou a dedicar-se mais aos estudos, seguindo assim a tradição que já vinha de seu pai, de seu avô e de seu bisavô.
Primitivamente projectou elaborar uma biografia sobre D. Manuel I, que pensava ter sido injustamente examinado pelos historiógrafos da época. Foi aí que começou a Sua senda: primeiro, em 1919, agenciou os labores do bibliófilo Maurice Ettinghausen, que se encarregou de lhe encontrar os livros antigos de que precisava, tarefa facilitada pelo desmembramento de incontáveis bibliotecas privadas que ocorrera em Portugal depois do estabelecimento da república. Mas antes de começar a biografia do Primeiro dos Reis com nome homónimo, Ettinghausen aconselha Sua Majestade a anteceder a obra com a catalogação de todos os livros antigos que possuía na sua biblioteca. O último Rei de Portugal faz a elaboração da lista, mas também um prévio estudo das mesmas e acometesse-lhe também o ensejo de ampliar essa biblioteca. Começa então a compra arrebatada de grandes e raras obras da literatura portuguesa.
Em 1926, já o real objectivo havia sido redireccionado. O real pesquisador tornou-se um investigador, renunciando à ideia da biografia para se concentrar na enumeração, definição e explicação dos clássicos e livros raros e antigos da sua biblioteca. Não era já um rol elementar dos livros de um coleccionador, mas uma obra erudita, pois o autor tratou de escrever e descrever as pretéritas glórias do Portugal dos antigos Reis, narrando cada volume não só bibliograficamente, mas documentando-o com um ensaio sobre cada autor e cada tema do livro, inscrevendo-o no seu âmbito histórico. A explicação e interpretação de cada obra pelo Rei era estribada com fontes, provas e documentos conferindo-lhe rigor e carácter científico.
Sua Majestade Fidelíssima El-Rei Dom Manuel II de Portugal, o derradeiro dos Reis da Nação valente e imortal, torna-se então um ilustre Erudito, pois produz a mais admirável e brilhante obra de bibliografia portuguesa de sempre.
Em três densos volumes (o terceiro inacabado) Livros Antigos Portugueses, ao resultado final, só pode ser apontado, não a crítica, mas o elogio de ser ferido pela dilecção e amor pátrios, bem notórios no encómio da História de 771 anos da Monarquia Portuguesa e do Reino de Portugal.
El-Rei publica os dois primeiros volumes, que, naturalmente, sendo uma obra de objecto específico, tinha uma edição e tiragem limitada e era adquirida por subscrição. Cada volume encontrava-se ricamente ilustrado por fac-similis das obras analisadas e dissertadas e eram edição bilingue pois a obra era redigida em português e em inglês (recorde-se que Dom Manuel II foi instruído desde muito cedo nas línguas clássicas e modernas, falando e escrevendo fluentemente também em inglês, francês, alemão, latim e grego antigo).
O primeiro volume da obra “Livros Antigos Portuguezes 1489-1600, da Bibliotheca de Sua Magestade Fidelíssima Descriptos por S. M. El-Rey D. Manuel em Três volumes” foi publicado em 1929. Como havia sido o primeiro subscritor da obra, o primeiro exemplar foi entregue em mão ao primo, o Rei britânico George V, tendo-se D. Manuel II deslocado ao Castelo de Windsor para esse efeito. O Volume aborda dois manuscritos, cinco incunábulos e trinta e três livros impressos em Portugal até 1539.
A obra colheu óptimas críticas dos especialistas o que estimulou El-Rei a empenhar-se prontamente na elaboração do segundo Volume, que abrangeu o período de 1540 a 1569.
Foi uma tarefa estafante: o trabalho de redigir o Volume II tornou-se o mote de vida do incansável Rei, com as necessárias e correspondentes consequências para a Sua saúde. Todavia, excepcionando as sobrecapas, o segundo Volume estava pronto em 1932. Faleceu sem o ver editado.

Miguel Villas-Boas 


DEUS - PÁTRIA - REI