segunda-feira, 27 de abril de 2020

sábado, 25 de abril de 2020

Mensagem de SAR o Senhor Dom Duarte de Bragança

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Portugueses:
Nas circunstâncias da pandemia que vivemos, reconheço os valores que constituem a alma portuguesa e que se manifestam hoje com profunda esperança no nosso futuro comum. São exemplo disso a civilidade e a prontidão com que os portugueses se mostraram convocados para o bem de todos, visível na tranquilidade e prudência com que se respeitam as instruções das autoridades, reduzindo o comércio, fechando os escritórios ou limitando ao mínimo indispensável a saída de suas casas.

Não esqueço as Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo e a forma como nesses locais de residência e trabalho tão bem têm representado Portugal quando é tão importante ser exemplo.

Uma palavra de enorme respeito e gratidão por todos os médicos, enfermeiros, profissionais da saúde e de lares que, em condições de grande tensão e cansaço, e grave falta de meios, têm sido inexcedíveis a cuidar dos doentes do COVID-19 e das outras. enfermidades, com altruísmo e generosidade, mostrando bem de que fibra são feitos. Assim também aos cientistas e pesquisadores nacionais que afincadamente procuram remédio.

Com apreço quero agradecer a todos quantos servem a comunidade que somos, minorando as consequências das circunstâncias e permitindo um confinamento tão confortável quanto possível - militares, bombeiros
voluntários, forças de segurança, profissionais dos serviços básicos de limpeza, água, etc., das mercearias e supermercados, farmácias, e tantos outros.
Não esqueçamos o fundamental serviço prestado pelos agricultores. Agora mais do que nunca percebemos a importância de Portugal poder produzir uma boa parte do que todos consumimos…
Com alegria, vejo também a criatividade e engenho com os quais tantas empresas particularmente atingidas pela queda brusca da sua actividade se reinventam para acudir a quem mais precisa, criando propostas onde
parecia só haver desalento: cozinhas de hotéis que trabalham para IPSS, restaurantes e pequenos negócios que fazem entregas em casa, e tantos outros.
A todos quantos se vêem com o seu sustento familiar subitamente interrompido ou diminuído, manifesto a minha total solidariedade.

Vejo com grande preocupação as muitas famílias que emigraram para Portugal com dificuldades económicas, em particular as do Brasil, terra Natal de minha Mãe. E fico feliz pelas muitas pessoas que continuam a ajudar aqueles que, por estarem aqui há pouco tempo, não beneficiam de apoio da Segurança Social. Saibam que não estão esquecidos e que, como noutras crises, entre todos havemos de encontrar soluções para a vossa grande aflição.

Quantos voluntários e instituições caritativas multiplicaram esforços para chegar aos mais vulneráveis e atingidos, apoiados no reforço financeiro que de outras famílias lhes vai chegando através de donativos.
A todos os que, enlutados, sofrem a dor da morte nas suas famílias, a minha compaixão.

Nunca como agora se manifestou tão claramente a importância das várias profissões e a honradez do trabalho de cada um e quanto em sociedade dependemos uns dos outros.
É também nestes momentos em que lutamos contra um inimigo invisível que vemos como os Portugueses respondem com serenidade. Vemos como um número crescente de pessoas prefere comprar produtos agrícolas ou industriais produzidos em Portugal, contribuindo para diminuir o desemprego e a crise económica que ameaça a sobrevivência da nossa economia. As escolhas inteligentes são cada vez mais importantes para garantir o nosso futuro colectivo!

Nesta altura em que nos sentimos, de certa maneira, isolados não deixamos de pensar nas pessoas que estão mais sozinhas e desamparadas.

Havemos de viver esta crise também como oportunidade, firmes na grandeza das inúmeras qualidades que são as nossas, certos na Esperança que nos foi confiada.
Espero que esta Páscoa e esta provação nos tenha recentrado no essencial da vida e nos conceda a todos,crentes e não crentes, um espírito de renovação, de Paz e de unidade.

Sua Santidade o Papa Francisco disse que esta pandemia era “uma resposta da Natureza” face ao nosso comportamento. Que este aviso nos leve a respeitar melhor o ambiente, não esquecendo o respeito pela Natureza humana que inclui o direito à vida dos mais frágeis.

Peçamos à Imaculada Conceição, Rainha de Portugal, que mais uma vez proteja a nossa Pátria!
Assim também se cumpra Portugal.

Dom Duarte de Bragança
Sintra, 24 de Abril de 2020


Real Associação de Lisboa

FERRO RODRIGUES, o 25 DE ABRIL E O PAPEL HIGIÉNICO...

DEUS - PÁTRIA - REI: FERRO RODRIGUES, o 25 DE ABRIL E O PAPEL HIGIÉNICO...: “O Papa representa centenas de milhões de fieis e celebrou a Pascoa sozinho. Porque é que o PR não celebra sozinho o 25 de Abril? A...

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O Japão grato pela Portugalidade

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Entrevista tocante ao Bispo de Hiroxima, herdeiro de um catolicismo nipónico que foi fundado por portugueses e regado por sangue português. Ao Japão, Portugal legou a fina-flor do conhecimento ocidental: a arma de fogo, o livro impresso, a astronomia e a medicina europeias; no Japão, os jesuítas portugueses fizeram centos de escolas e colégios, assim como centenas de milhares de conversões. Embora o país do sol tenha acabado por fechar-se do mundo, expulsando os portugueses e perseguindo violentamente os cristãos, o encontro com Portugal continua a ser entendido como um momento-chave da História japonesa: ou seja, aquele em que o Império conheceu a Europa. Admiração e gratidão profundas por Portugal são, pois, os sentimentos deste clérigo japonês. Recriminações e acusações, como vemos, nenhumas - essas ficam, quase sempre, para políticos portugueses envergonhados de um passado - o nosso - que ainda fascina os povos da terra. Vale a pena ler e partilhar. Veja em https://www.dn.pt/mundo/como-japones-e-como-catolico-japones-estou-muito-grato-pela-cultura-portuguesa-9999098.html

Fonte: Nova Portugalidade

Marinheiros e militares portugueses na Índia dos séculos XVII a XIX

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A partir da grande viragem do século XVII, quando a Coroa portuguesa se virou para o Atlântico, a sobrevivência do império português oriental deveu-se quase inteiramente ao facto de os portugueses do Oriente serem orientais ou europeus já muito enraízados e bons conhecedores das línguas e modos locais. As tripulações da grande maioria das embarcações comerciais e vasos de guerra construídos em Bombaim, Damão, Baçaim e Diu (de onde saíam patachos, fragatas, chalupas e navios destinados ao comércio) integrava oficiais, pilotos, escrivães, marinheiros, grumetes e serviçais portugueses reinóis (isto é, naturais de Portugal), mas sobretudo indo-portugueses e guzerates muçulmanos, estes últimos excelentes marinheiros. Tal jamais ocorreu com ingleses, holandeses e franceses, muito ciosos em não divulgar os segredos da navegação aos orientais, pelo que só tardiamente passaram a integrar naturais, sobretudo orientais já convertidos pelos portugueses ao cristianismo.

Também no exército manifestou-se essa apetência para a fácil assimilação de naturais. Soldados, cabos e capitães hindus passaram a dominar numericamente as unidades recrutadas, prestando grandes serviços na guerra, policiamento e colheita de informações Igualmente os "mouros" de Goa (muçulmanos) ofereceram a sua lealdade à Coroa, muitos deles recebendo mercês por feitos de armas nas guerras com os Maratas; ou seja, foram elevados à condição de nobreza. Destes militares com provas dadas de valentia e serviço saíriam gerações de diplomatas locais, mas também administradores e funcionários de territórios no interior de Goa (Novas Conquistas), demonstrando que os portugueses não apenas procuravam o serviço de grupos especializados (na guerra e na navegação), mas um efectivo comprometimento destas comunidades com a soberania lusa.

MCB


Fonte: Nova Portugalidade

Não, Portugal não roubou arte africana: o Museu do Dundo

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É um dos museus mais importantes de África, criado por portugueses em 1936, dedicado aos povos da Lunda e à sua História, como no pórtico se afixa com orgulho. Felizmente poupado às depredações e guerras que ensanguentaram Angola entre 1975 e 1993, constituiu uma homenagem, única no mundo, do europeu ao africano, impedindo que o curso do desenvolvimento e da mudança social privasse as culturas locais da sua consciência, da sua maneira de ser, da sua cultura material e representações. O museu é um repositório da vida, do espírito e alma dos Quiocos, das suas crenças, artes e ofícios.

Compreendendo o alcance e significado daquela instituição vocacionada para o estudo, conservação e fruição de objectos de rara qualidade, as populações circundantes, sobretudo os chefes locais, entregaram espontaneamente peças, como o fez o soba da Lunda que ofereceu a sua própria coroa de missangas, atributo do seu poder, e foi oferecê-lo ao museu. Assim foi, também, o caso do soba Bena-lulua, do vizinho Congo Belga (hoje República Democrática do Congo) que, visitando o museu e notando a ausência de peças de origem bacuba, tomou a iniciativa de adquirir o manto e mais adornos de um outro soba e os ofereceu ao Museu Português do Dundo. Até um dançarino cedeu o seu trajo e respectiva máscara para a colecçção do museu, não sem antes retirar, do cinto de dança, os amuletos que religiosamente guardou para os colocar noutro cinto.

Em 1950, a UNESCO, rendida perante a riqueza e o rigoroso critério de selecção e exposição, não deixou de assinmalar que se "há unidade da espécie humana, pode o Museu do Dundo ser considerado um Museu do Homem".

Fonte: Nova Portugalidade

DEUS - PÁTRIA - REI

quinta-feira, 23 de abril de 2020

sábado, 18 de abril de 2020

Non nobis, Domine - Patrick Doyle

Estudantina Universitária de Coimbra - À Meia Noite ao Luar - Em quarentena

18 DE ABRIL - Dia Internacional dos Monumentos e Sítios

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MOSTEIRO DA BATALHA - Capela do Fundador
Encostada à direita da fachada principal ergue-se a Capela do Fundador. Não estando prevista no plano inicial do Mosteiro, deve-se à decisão de D. João I de fazer um panteão familiar, tendo cabido a mestre Huguet a responsabilidade do seu planeamento e construção, concluída por volta de 1433/34. É um espaço cheio de significado histórico e artístico. Com ele surge, pela primeira vez em Portugal um local próprio exclusivamente destinado a panteão régio. São importantes as suas propostas, arquitetónicas e escultóricas. De planta quadrangular, transmuta-se ao centro num octógono coberto com uma complexa abóbada estrelada que se transforma em autêntico dossel glorificador do rei D. João I e da rainha D. Filipa de Lencastre, inumados em grandiosa arca tumular.
Sobre a tampa desta que é a maior arca gótica quatrocentista em Portugal estão esculpidos os jacentes emparelhados do casal régio, mão dada, cobertos por baldaquinos com os seus escudos de armas; no rebordo, por entre ramos e folhas, as suas divisas “Y me plet” e “por bem”; nas faces duas longas inscrições em latim resumem os seus méritos e ações; na cabeceira a cruz da Ordem da Jarreteira (que D. João recebeu) com a inscrição “hinny soit qui mal y pense”.
Na parede de fundo, no lado sul, estão os túmulos, do 2º quartel do século XV, dos filhos destes reis, a “ínclita geração” como lhes chamou Camões. Da direita para a esquerda: túmulo do Infante e Regente D. Pedro e sua mulher Isabel de Urgel, duquesa de Coimbra; de D. Henrique, o Navegador e Mestre da Ordem de Cristo (com estátua jacente); do Infante D. João, mestre da Ordem de Santiago e sua esposa D. Isabel; de D. Fernando, mestre da Ordem de Avis, que morreu com fama de santo, no cativeiro de Fez.
De princípios do século XX são as três arcas funerárias, mandadas fazer pelo Rei D. Carlos I, que se encontram no lado poente da Capela. Aqui estão sepultados, da esquerda para a direita: O rei D. Afonso V, neto de D. João I, o rei D. João II, filho de D: Afonso V; e, finalmente, o príncipe herdeiro D. Afonso, filho de D: João II, morto precocemente, em 1491, num acidente a cavalo na região de Santarém.

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in: Mosteiro da Batalha

Venceremos !

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Associação dos Autarcas Monárquicos

quinta-feira, 16 de abril de 2020

quarta-feira, 15 de abril de 2020

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Esperança

DEUS - PÁTRIA - REI: Esperança: Tudo morre neste mundo. Morrem pessoas e árvores, ideologias e línguas, morrem projectos, sonhos e civilizações. Tudo morre, mas o no...

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Sexta-feira Santa


Se sois Riqueza, como estais despido?
Se Omnipotente, como desprezado?
Se Rei, como de espinhos coroado?
Se Forte, como estais enfraquecido?

Se Luz, como a luz tendes perdida?
Se Sol Divino, como eclipsado?
Se Verbo, como é que estais calado?
Se Vida, como estais amortecido?

Se Deus, como estais como homem nessa Cruz?
Se Homem, como dais a um ladrão,
Com tão grande poder, posse dos Céus?

Ah, que sois Deus e Homem, bom Jesus!
Morrendo por Adão enquanto Adão,
E redimindo Adão enquanto Deus.

Frei António das Chagas (1631-1682)

Fonte: DEUS - PÁTRIA - REI

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Quinta-Feira Santa - Ceia do Senhor

DEUS - PÁTRIA - REI: Quinta-Feira Santa - Ceia do Senhor: Na véspera da Sua Paixão, tomou Ele o pão em Suas santas e veneráveis mãos, e, erguendo os olhos ao Céu, para Vós, Deus, Seu Pai omnipo...

segunda-feira, 6 de abril de 2020

É TEMPO DE RECEBER AO CRISTO DE BRAÇOS ABERTOS

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Queridos Irmãos e Irmãs que a paz esteja convosco.

Rogo que Deus abençoe a todos, que o Cristo ilumine os nossos caminhos e que Maria nos cubra com seu manto sagrado, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém

Nós Cavaleiros e Damas do Templo da Ordo Supremus Militaris Templi Hierosolymitani - OSMTH Magnum Magisterium somos convidados todos os dias a darmos um salto quântico a fim de vencer o carma que se instalou na terra, fruto das mazelas criadas pelo próprio homem.

Hoje é dia da entrada triunfal de Jesus em nossas vidas, abramos os nossos corações para sua chegada.

É TEMPO DE RECEBER AO CRISTO DE BRAÇOS ABERTOS
"Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia o seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama a seu irmão, ao qual vê, não pode amar a Deus a quem não vê". 1 João 4:20
As palavras de João nos mostram a necessidade de recebermos ao Cristo de braços abertos, não apenas por palavras, que são levadas pelo vento, mas, por acções que representam as nossas obras, nosso exemplo de vida...

Todo Cavaleiro e Dama do Templo deve adquirir a consciência de que o corpo é o Templo Sagrado do Senhor, o qual deve ser mantido limpo. Enquanto não se descobre que é preciso manter o Verbo de Deus vivo dentro de si, enquanto não se adquiri a consciência de que é necessário renascer, enquanto não se sente fome pela palavra de Deus e sede em beber da água viva, dificilmente o Templário poderá ser um verdadeiro Soldado de Cristo.
Manter limpo o Templo Sagrado individual, quer dizer, não poluir o corpo com drogas e alimentos nocivos a sua perfeita harmonia e funcionamento.

Manter vivo o Verbo de Deus em si, representa praticar as ações propostas pelo Cristo, as quais são fundamentadas na lei do amor, do perdão, da fraternidade, da solidariedade e da fidelidade aos preceitos divinos.

Renascer significa nascer em espírito, nascer em espírito, significa procurar fazer a vontade de Deus, e a vontade de Deus é que amemos uns aos outros, como Jesus nos amou.
É necessário que o homem se alimente constantemente do Verbo de Deus e que deixe o Verbo ser absorvido pelo seu coração, para quê Deus que habita dentro dele, se revele.
Ao beber da “água viva”, que é jorrado por Nosso Senhor Jesus Cristo, o homem tende a não mais sentir sede. É que o Verbo de Deus passou a habitar dentro do coração do homem, daí ele deixar de lado os antigos vícios da inveja, da maledicência, do ódio, do rancor, da falta de amor ao próximo, do desrespeito aos seus pais e da maldade, entre tantos outros.

João no capítulo 6 de seu evangelho conta-nos que Jesus anunciara: “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele” após estas palavras muitos dos discípulos disseram: “Duro é esse discurso: Quem poderá compreendê-lo?” Quando Jesus percebeu, em seu íntimo, que seus discípulos estavam murmurando por causa de suas palavras”, inquiriu-os: “Isso vos escandaliza?”. “Que será, pois, se virdes o filho do homem subir para o lugar onde primeiro estava?”... E, mais adiante João relata que “muitos dos Seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele” então perguntou Jesus aos doze: “por ventura, quereis também vós outros retirar-vos?.” Respondeu-lhe Simão Pedro “Senhor, para quem iremos?”. “Tu tens as palavras da vida eterna e nós temos crido e conhecido que Tu és o Santo de Deus”. E nós Templários o que diríamos ao Senhor? Diríamos que apesar de duras as Suas palavras permanecemos com Ele? Ou faríamos como àqueles, o abandonaram? Que na quietude de nossa alma, possamos nos fazer esta pergunta, nesta hora em que o Cristo se apresenta para nós.
O Templo Sagrado do Senhor representa a taça onde todos devem beber do saber divino, através da comunhão com Deus, que é a força e energia do Universo, fonte de todas as vidas e que em tudo está e em tudo vive.

O homem necessita sempre buscar ser conduzido pelo Verbo de Deus, que é o caminho que o leva a Deus, e quando ele segue por este caminho, sente todo o seu ser vibrar em uníssono com o próprio Criador.
Sentir a necessidade do Verbo em si, é alimentar o espírito que representa a verdadeira vida do homem.
A fé cega conduz o homem à ilusão, e a ilusão cega o homem ao entendimento divino.
Quando o homem busca alimentar-se com o alimento que não perece, pressente que está caminhando pelo Sendeiro da Luz.
Se por um lado o caminhar pelos sendeiros mais elevados lhe proporciona a alegria do espírito, por outro, passa a sentir a solidão do espírito, através do desligamento das coisas da matéria, mas, também, não terá mais dúvidas de que está caminhando na direcção do Altíssimo, se aproximando do centro da energia Vital do Universo, isso quer dizer, que a luz dentro de si está se ampliando.

Neste momento da chegada do Cristo é preciso entender o que o Mestre disse ao proclamar que "Ele não veio trazer paz", palavras “duras”, muitas vezes mal interpretadas, haja vista que o homem em sua grande maioria, prefere uma interpretação diferente daquilo que fora anunciada por Jesus.

O Mestre ao declarar que não veio trazer paz, procurou mostrar ao homem que deseja se aproximar de Deus, que ele precisa travar uma luta constante consigo mesmo. Precisa vencer seu egoísmo, seus vícios, suas vaidades, seus defeitos e medos, enfim, vencer o seu apego a matéria. Precisa vencer seu maior inimigo, que é ele mesmo.

A luta com seu maior inimigo é solitária. É uma luta que deve ser travada dia a dia, para quê no dia de hoje ele sinta que está melhor do que no dia de ontem, e no dia de amanhã, sinta que vai estar melhor do que no dia de hoje.

Quando o homem começa a travar esta luta interna, recebe no fundo de seu ser e de sua alma, as respostas que tanto precisa para que se torne possível o seu renascimento.
É impossível ao homem salvar a si mesmo, no entanto, quando os ensinamentos sagrados passam a fazer morada dentro de seu coração Deus, na sua infinita bondade e misericórdia, vai transformando ele paulatinamente, dia a dia, e só quando o homem é transformado, começa entender melhor o porquê de o Cristo ter dito “deuses sois”.
Não adianta o homem se intitular chefe ou mestre, pois se não houver a inspiração divina para lhe guiar, continuará como um cego, a tactear no escuro, em busca da porta de saída da obscuridade de sua alma.

Todo Cavaleiro e Dama do Templo necessita entender que só quando os ensinamentos sagrados fazem morada em seu coração, acontece a expansão de sua consciência e, quando a consciência é expandida, ele passa a caminhar com segurança, com a certeza de que está a caminho do graal.

Neste momento em que a humanidade passa por esse grande carma planetário, o homem deve reflectir cada dia mais sobre os seus passos, sobre as suas acções, sobre a sua forma de pensar e de agir, para que seja possível receber ao Cristo com as palmas vindas do seu bom proceder.
O homem tem a possibilidade de ser transformado em filho de Deus, e o princípio da transformação passa impreterivelmente pela lei do amor, que é a lei mais perfeita criada por Deus, haja vista que através dela, o homem se conecta com tudo e com todos, com a mesma intensidade que uma criança se conecta ao seio de sua mãe, para beber do líquido sagrado, que lhe garante o alimento da vida.

O reino de Deus não está fora do homem, mas, dentro dele, e só quando o homem descobre o reino de Deus dentro de si, é possível também o encontrar fora de si. Só quando encontra esse reino fora de si, o encontra dentro de si. Parece um jogo de palavras, uma trama devidamente organizada para nos lembrar, que fora da lei do amor, não existe o nascimento do Cristo interno.
Nesta hora em que o homem passa por essa grande convulsão, por essa transformação planetária, é a hora em que ele deve se conectar mais consigo mesmo, não ter medo de se desnudar, de retirar do corpo a roupa suja, os velhos hábitos e vícios, para que a nova vestidura possa fazer parte do seu novo viver.

Todo homem que ama a Deus, deve amar o próximo, pois como disse João “se não amar o próximo que vê, como pode amar a Deus que não vê?”.

Despertai filhos da luz, pois o Mestre Jesus vive a convocar a todos os homens e mulheres de bem, para compor a nova humanidade que se apresenta nos portais desse novo tempo. Quanto a nós, somos Soldados de Cristo e não podemos nos esquecer da nossa missão de renascermos a cada dia homens e mulheres melhores, para ajudar na formação de um mundo mais justo, humanizado, solidário e fraterno.

Mantenhamos sempre a nossa fidelidade a Deus e ao Nosso Senhor Jesus Cristo e a Eles busquemos sempre alinhar as nossas energias. Unamo-nos em favor da vida, do bem e do amor!
Recebam todos o Fraternal e Tríplice Abraço Templário desse vosso Irmão e servo de Deus.

S.A.E Dom Albino Neves
52º Grão-Mestre

OSMTH Magnum Magisterium

SAR, D. Afonso de Bragança entrega máscaras ao Hos...

DEUS - PÁTRIA - REI: SAR, D. Afonso de Bragança entrega máscaras ao Hos...: O Senhor Dom Duarte de Bragança apoia o esforço nacional de combate à pandemia do COVID19 com a doação de máscaras de protecção individu...

domingo, 5 de abril de 2020

O fado da nossa senhora - José Cid

Oração, ao Divino Espírito Santo



Vinde, Espírito Santo,
Espírito do Pai,
Enviai vosso fogo
E nosso mal queimai.

Vinde, Espírito Santo,
Espírito de Jesus,
Enchei a nosso vida
Com Vosso calor e luz.

Vinde, Espírito Santo,
Magno Consolador,
Enchei nossos corações
Com Vosso santo amor. 

M.S.D. Cavaleiro Templário

Domingo de Ramos

Como celebrar em casa o Domingo de Ramos


DEUS - PÁTRIA - REI

sábado, 4 de abril de 2020

O culto da bandeira portuguesa pelo povo timorense

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Quando, em 1514 os primeiros portugueses aportaram à ilha, deparam-se com uma cultura característica da Idade do Ferro, desconhecedora da roda e tendo como religião um vago culto dos antepassados, com práticas xamânicas centradas no cuidado com amuletos e sacrifício de animais com que se pretendia alimentar a alma dos mortos e conceder-lhes a eternidade.


A presença portuguesa começou no primeiro quartel do século XVI com a chegada de comerciantes interessados na madeira de sândalo, produto muito cobiçado no Oriente, mas logo seguidos por missionários. Só em 1703 foi nomeado o primeiro governador português para a Ilha, posto que a presença de autoridades da Coroa se limitara durante dois séculos a um Capitão de Lifau (primeira sede do poder português), o qual mantinha relações com os chefes tribais (liurai) praticamente soberanos. Com a nomeação de um capitão de praça, o poder passou a ser exercido a partir de Dili, mas sempre apoiado num pacto de vassalagem por todos os régulos. O elemento desse vínculo materializou-se na bandeira - símbolo efectivo e de valor totémico comprovativo da pertença a uma entidade política grande. Os timorenses, fruto da sua cultura religiosa, valorizam muito os símbolos - totens - pelo que entenderam a bandeira portuguesa como um objecto sagrado, símbolo de um grande Rei que lhes conferia prestígio e segurança. Cada régulo da ilha tinha uma bandeira portuguesa, e em cada povoado esta impunha-se como expressão de vassalidade ao Rei de Portugal.


Foi no culto da bandeira que se unificou uma ilha que é, ainda hoje, complexo mosaico multi-linguístico e multi-étnico. Durante as constantes guerrilhas com os holandeses que ocupavam a parte ocidental da ilha, os timorenses construíram uma identidade colectiva - um nós timorenses, leais vassalos do Rei de Portugal - face a um inimigo comum. Os laços foram reforçados pela integração de poucas dezenas de portugueses chegados dos antípodas, e com o passar das gerações produziu-se uma amizade inabalável. Maior prova dessa amizade temos - se não for quando recebemos um caloroso abraço de um timorense, como eu já recebi - quando confrontados com o seguinte excerto de Luís Filipe Thomaz, certamente o maior orientalista português vivo e cujo conhecimento empírico da realidade timorense se ficou a dever ao facto de ali ter cumprido o serviço militar, mas também ali ter exercido ao longo de anos funções de jornalista e professor de latim e grego no Seminário Diocesano de Dare. Thomaz estudou aquelas gentes e foi testemunha de gestos tão genuínos patriotismo que, ao escrever De Ceuta a Timor”(1994), afirma:
“A bandeira portuguesa é guardada nas uma-lúlic (em tétum “casa sagrada”), como todos os objectos sagrados, é, quando hasteada, considerada intangível, constituindo infracção quase sacrílega pisar-lhe quando muito a sombra. Durante a ocupação japonesa numerosos chefes, coagidos a entregar as bandeiras às forças ocupantes, preferiram queimá-las e ingerir em seguida as cinzas, como que em comunhão ritual.” Não é, pois, uma estória inventada por um nacionalismo exacerbado, mas a prova de um sentimento. Da ocupação brutal de Timor pelos japoneses (1942-45) resultaram muitas vítimas, verdadeiros mártires da Pátria, sendo que o mais famoso foi Dom Aleixo Corte-Real. Entre 1975 e 2002, aquele povo foi de novo invadido, desta vez pelos indonésios. Ao longo de décadas de resistência alimentada pela sua consciência portuguesa austral, pela língua e pelo catolicismo, os timorenses mostraram-se admiráveis de bravura, pelo que Timor é uma lição de patriotismo. A Timor toda a nossa admiração e respeito, em alma e coração!

Tomás Severino Bravo

Fonte: Nova Portugalidade


Quando lá chegaram os EUA, Portugal já tinha 300 anos de presença na Ásia

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As relações entre os EUA e a China estão na ordem do dia, pelo que não há semana em que não surjam nos escaparates obras que visem lançar luz sobre o confronto de duas potências em tudo distintas, condenadas à cooperação ou ao enfrentamento. Os EUA, ainda uma potência global, confiscaram, hegemonizando-as, as relações com a China, detidas até meados do século XX pelas potências europeias, pelo que se compreende que os norte-americanos procurem, não sem algum exagero, inflaccionar - inchando-as - a importância dos contactos de natureza comercial estabelecidos na primeira metade do século XIX.

Recurso a conceitos obsoletos, absoluta falta de informação de base sobre a antiguidade das relações entre os ocidentais e o Império do Meio, este When America first met China, de Eric J. Dolin, constitui oportunidade perdida para um melhor entendimento do primeiro estádio da presença norte-americana no Oriente. Desconhecendo a hierarquia que separa relações de contactos, Dolin marginaliza e minimiza a presença portuguesa, então já multissecular na Ásia, confundindo trocas comerciais com relações de Estado-a-Estado. Colocar o chá, as porcelanas e as sedas - trocadas pelas peles de focas americanas - ao mesmo nível que as embaixadas portuguesas a Cantão e Pequim, a acção do Padroado, os matemáticos e astrónomos jesuítas na corte do Império Celeste - onde nem faltou a assessoria política para o estabelecimento das condições para a assinatura do primeiro tratado formal entre a China e a Rússia, façanha que coube ao padre Tomás Pereira, homenageado por Artur Wardeganum no soberbo In the Light and Shadow of an Emperor: Tomás Pereira, SJ (1645–1708), the Kangxi Emperor and the Jesuit Mission in China - é por demais revelador do desequilíbrio e ausência do sentido das proporções.

Esquece - ah, como faz falta uma política sistemática de tradução dos nossos trabalhos historiográficos para a língua inglesa - que além do hard power militar e económico que Portugal detinha no Oriente, havia um soft power, um status que separava portugueses de outros europeus aos olhos dos asiáticos. Em finais do século XVIII e princípios do século XIX, Portugal era ainda, aos olhos dos asiáticos, uma potência desenvolvendo actividade em níveis diferentes, reunindo condições que o colocavam em vantagem sobre outros ocidentais. Dolin pouco diz sobre Macau, pois ali funcionou a partir de 1568 o primeiro hospital ocidental na China, responsável não apenas pela assistência, mas pela difusão das técnicas operatórias e de diagnóstico e até na introdução do quinino no Império do Meio. Esquece, igualmente, que a tipografia portuguesa trabalhava na Ásia desde o século XVI e que no início do século XIX, antes da criação de Singapura e Hong Kong, a única imprensa periódica editada no Extremo-Oriente era a macaense. Omite, desconhecendo-o, que o seminário superior de Macau era a única universidade no continente, que a sinologia foi, até inícios de Setecentos, portuguesa.

O interesse pela barganha, gente levando mercadorias e carregando mercadorias, lobos-do-mar, contratadores de coolies, empresários do ópio e simples aventureiros são coisa pouca, quase marginal, no cômputo do encontro de duas civilizações. Dolin dá prioridade ao business, pelo que o seu trabalho - exótico, colorido, escrito para entreter - não passa de um texto para se ler na praia.

MCB


Fonte: Nova Portugalidade

quinta-feira, 2 de abril de 2020

A Ilustração da Dinastia de Avis

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Em Portugal, foi durante os reinados da Dinastia de Avis que se verificou a maior aculturação dos Príncipes e reflexamente a do País.

O gosto pelos autores clássicos, pelas letras, resultado da esmerada educação dos Príncipes da Dinastia de Avis, propiciou a difusão dos textos clássicos. Era a introdução da mentalidade Humanista do Renascimento em Portugal.

É com o início da Dinastia de Avis que, de facto, a sociedade portuguesa sofre a sua maior metamorfose. Para começar a língua portuguesa toma a sua característica e inconfundível fisionomia que é enriquecida com os neologismos que advém do contacto com as obras clássicas. Com o Renascimento vem a ideia de tomar a Antiguidade Clássica como modelo.

A educação que Dom João I recebeu como Grão-mestre da Ordem de Avis transformou-o num Rei invulgarmente culto para a época e o seu gosto pelo saber passou-o para a sua Ínclita Geração.

O Infante Dom Pedro de Portugal, Duque de Coimbra, quarto filho d’el-Rei Dom João I e da Rainha Dona Filipa de Lencastre, traduz o “De Officiis” de Cícero, e redige ele próprio a maior parte do “Tratado da Virtuosa Benfeitoria”, obra inspirada e assente em Séneca e Cícero. Além, dessa valia pessoal como autor e tradutor não foi menos importante o seu papel como mecenas das Artes, sobretudo das Letras, tendo inclusive sido traduzido por encomenda sua o “De Senectute” por Vasco Fernandes de Lucena, e o “De Amicitia” pelo Prior São Jorge.

Os Príncipes de Avis, quase sem excepção, como nenhuma outra Dinastia, inclusive na Europa, desde a primeira geração até Dom António, Prior do Crato, brilham nas mais variadas áreas das Artes.


Nem vamos abordar o papel guerreiro que o Infante D. Henrique teve nos descobrimentos portugueses – pois não é o tema em análise -, mas sim o seu papel como patrocinador da criação de uma cadeira de Astronomia na Universidade de Coimbra, ou o seu empenho no desenvolvimento da Caravela, de portulanos, de roteiros e de instrumentos náuticos que facilitassem essas mesmas descobertas por parte dos navegadores. "O Navegador" investiu toda a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia, dando início à epopeia dos Descobrimentos. Esta descoberta geográfica do Mundo empreendida pelos portugueses é reflexo do paradigma do Renascimento na medida que o humanismo não se trata apenas de um ideal de cultura, mas um ideal de pensamento de confiança no Homem. Com os Descobrimentos, Portugal participa na primeira linha da construção de um admirável Mundo Novo.


A mais importante edificação do Reinado de Dom João I foi o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais conhecido por Mosteiro da Batalha que o Rei mandou edificar como agradecimento pela vitória na Batalha de Aljubarrota, e onde aliás jaz, na Capela do Fundador, o Rei da “Boa Memória”.


Embora, a História existisse já desde os primórdios da Monarquia Portuguesa, é nessa época com o Doutor Fernão Lopes que esta se autonomiza e se converte em género próprio.


Fernão Lopes nas suas “Crónicas” inicia um novo e inédito género na literatura portuguesa, a prosa literária, «em que a arte alcança o grau supremo da naturalidade», vincou António José Saraiva in “História da Literatura Portuguesa”. Nesta sublime obra da prosa histórica portuguesa, o historiador oficial da Corte de Avis reúne uma exposição sequente da história dos sucessivos reinados, sem esquecer o exercício narrativo da época, embora o faça de uma maneira independente compilando factos seleccionados nas mais diversas fontes e narrando-os de uma forma muito particular, o que permite dizer que criou um estilo literário próprio. «A História há-de ser luz da verdade e testemunha dos antigos tempos», escreveu. Assim foi!, escrevemos nós.

D. Isabel de Portugal, única filha de Dom João I e de Dona Filipa de Lencastre, foi uma mulher muito lúcida, inteligente e refinada. Foi uma Mecenas das artes que se fez rodear de artistas e poetas, na corte de seu marido na Borgonha. Também na política exerceu a sua influência sobre o filho Carlos, O Temerário e, em especial, sobre o marido Filipe III, O Bom, Duque de Borgonha, que representou em várias missões de carácter diplomático.

Continuando na Ínclita Geração da Dinastia de Avis, Dom Duarte I que sempre acompanhou o seu pai nos assuntos do reino, sendo portanto um herdeiro preparado para reinar, foi cognominado o Eloquente ou o Rei-Filósofo pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu como o “Leal Conselheiro” um ensaio sobre variados temas onde a moral e religião têm especial enfoque e o “Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela”, manual para Cavaleiros.

Falecido Dom Duarte I, e na menoridade de D. Afonso V, primeiro sua mãe e depois o tio D. Pedro, Duque de Coimbra assumem a regência. Como regente, D. Pedro procurou limitar o desenvolvimento de grandes casas aristocráticas e concentrar o poder na pessoa do Rei. Por sua ordem, cerca de 1448, foram revistas e concluídas as chamadas Ordenações Afonsinas, a primeira compilação oficial de leis do século XV, resultado de um pedido das Cortes a D. João I para a organização de uma colectânea em que se coordenasse e actualizasse o direito vigente, para a boa litigância e fácil administração na justiça.

O país floresceu sob a sua regência, mas o ambiente político não era o mais saudável uma vez que D. Pedro interpunha-se na ambição da nobreza. D. Afonso (filho natural de Dom João I com Inês Pires), Conde de Barcelos, converteu-se no tio predilecto de D. Afonso V e é agraciado com o título de Duque de Bragança em 1442, tornando-se assim no homem mais poderoso de Portugal e num dos mais ricos da Europa. O 1.º Duque de Bragança, casado com D. Beatriz Pereira Alvim, filha única do Santo Condestável Dom Nuno Álvares Pereira, era inimigo pessoal de D. Pedro, embora meios-irmãos, e assim começou uma luta pelo poder entre duas facções – conjuntura que relatamos sem fazer considerações de que lado se encontrava a justeza de pretensões -, e que terminou com a morte de D. Pedro na Batalha de Alfarrobeira.

Com a estabilidade política retoma-se a afeição pelas artes, tão ao gosto da Dinastia da Boa-Memória. Assim, no século XV, no reinado de Dom Afonso V a pintura portuguesa atinge o seu auge. É de Nuno Gonçalves a autoria do esplendoroso tríptico “Painéis de S. Vicente”.

Também, realizado sob encomenda de D. Afonso V em 1457 e concluído a 24 de Abril 1459, temos o “mapa-múndi de Fra Mauro”, que reúne o conhecimento geográfico da época.

Em 1477, D. João II de Portugal sucedeu ao seu pai após a sua abdicação, mas só subiu ao trono após a sua morte, em 1481, e retirou o poder à aristocracia, concentrando-o em si.

Por o seu reinado corresponder à época de ouro de Portugal, foi-lhe atribuído o cognome “o Príncipe Perfeito”: é do seu reinado o Tratado de Tordesilhas que dividiu o Mundo a conquistar entre Portugal e Espanha. Embora fosse o último quartel do século XV, havia em Portugal, há mais de oitenta anos, uma escola de matemática, cartografia e navegação onde os mais geniais cientistas se dedicavam à pesquisa e esquadrinhamento.

O Afortunado D. Manuel I ascendeu inesperadamente ao trono em circunstâncias excepcionais, sucedendo ao seu primo direito Dom João II. Prosseguiu as descobertas iniciadas pelos seus antecessores, o que levou à descoberta do caminho marítimo para a Índia e do Brasil, assim como das ambicionadas Molucas, as"ilhas das especiarias". Começou o Império Português, e Portugal torna-se um dos países mais ricos e poderosos da Europa.

A total consagração europeia do rei Dom Manuel I ocorreu com a grandiosa embaixada a Roma chefiada por Tristão da Cunha, em 1514, destacando-se, na magnificência dos presentes enviados ao Papa Leão X, pedras preciosas, tecidos do oriente e inúmeras jóias. Dos animais raros, sobressaíram um cavalo persa e o elefante Hanno, que executava várias habilidades e que doravante seria a mascote do papa. Mas uma das inúmeras novidades que encantaram os espíritos curiosos das Cortes europeias da época terá sido sem dúvida o rinoceronte, proveniente das Índias, que assumiu, então, um papel dominante como motivo na arte italiana.

Em 1521, el-Rei promoveu uma revisão da legislação, as Ordenações Manuelinas que divulgou com ajuda da recente descoberta da Imprensa. Com a prosperidade resultante do comércio, em particular do das especiarias, realizou numerosas obras como o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, cujo estilo arquitectónico ficou conhecido como “Manuelino”. Dom Manuel I ordenou ainda a reforma dos Estudos Gerais, criando novos planos educativos e bolsas de estudo.

Na sua Corte surge Gil Vicente e o geógrafo Duarte Pacheco Pereira, célebre autor do “Esmeraldo de Situ Orbis”. É, também, do seu reinado o "Livro Três Místicos", que encanta com a riqueza das suas iluminuras.

Foi na câmara da parturiente, Rainha Dona Maria de Aragão, Infanta de Espanha, filha dos Reis Católicos, que em trajes de vaqueiro Gil Vicente, representou sua primeira peça, o “Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro”, o que demonstra claramente que o bardo era um poeta cortesão, o dramaturgo oficial. Sob protecção real explicam-se as liberdades, ao estilo do histrião, tomadas na sua obra.

Como de resto declarou o Imperador Marco Aurélio num dos seus célebres “Pensamentos”: «Que os poetas cómicos tenham dito coisas sérias é sabido».

Se por um lado temos um Gil Vicente, comummente declarado o Pai do Teatro português, que através do seu enorme espírito crítico e da sátira deliciosa enuncia as origens populares da nação e representa a sociedade do seu tempo de forma irónica, mas moralista; temos do outro a prosa de um Bernardim Ribeiro e o seu requintado romance de cavalaria.

Esse lugar de dramaturgo da Corte, ocupou Gil Vicente quer no reinado de Dom Manuel I como no do seu filho e sucessor, Dom João III, que foi educado no Latim e nos clássicos por D. Diogo Ortiz de Villegas, Bispo de Viseu, no Direito Civil por Luís Teixeira, na Matemática, geografia e astronomia por Tomás de Torres.

Com o Reino herdou as elevadíssimas despesas ordinárias da Coroa que incluíam tenças, benesses pias, ordenados, obras públicas, universidade, obras em Belém e em Tomar, típicas de Reis do Renascimento que protegiam os artistas e incentivavam a edificação de monumentos.

Da realeza destaca-se no seu reinado, o seu filho natural, o Infante Duarte de Portugal, arcebispo de Braga, homem extremamente culto, que traduziu para o latim a maior parte da Crónica de Dom Afonso Henriques de Duarte Galvão.

Quanto a Gil Vicente marca indelevelmente a cultura do primeiro terço do século XVI português, pois com os seus Autos fixa os tipos sociais da época, os seus traços e maneirismos, assim como os seus vícios, criando uma obra verdadeiramente nacional, sem influências de outras amplitudes.

Quanto a Bernardim Ribeiro cabe-lhe o papel de introduzir, com as suas Éclogas, o Bucolismo em Portugal. Também, o seu estilo acompanha a evolução da moral e as suas exigências e introduz a novela cavaleiresca sentimental integrada num ambiente feminino em que a donzela passa a dominar como figura moral e principal, mas em que a acção se exprime na tragédia amorosa, como em “Menina e Moça”.

Frequentador dos Serões do Paço, Sá de Miranda começou por colaborar no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, mas o seu génio aparece um pouco mais tarde, depois de uma estadia em Itália patrocinada em parte pela Coroa. Após o seu regresso a Portugal publica, em 1527, os “Estrangeiros”, uma comédia que o distingue como inovador na literatura da época: é a primeira comédia em prosa. Sendo-lhe concedida uma comenda perto de Ponte de Lima, aí torna-se à maneira do grande Horácio, mentor de um grupo intelectual composto por Francisco de Sá Menezes, D. Manuel Portugal, entre outros, que se apelidam de “Italianizantes” e cujo anelo supremo é a produção de um poema que eternizasse o glorioso Portugal quinhentista. Esse desiderato de imortalizar o heróico Portugal viria a ser cumprido mais tarde, mas por outro poeta, o maior da Língua portuguesa, Luís Vaz de Camões in “Os Lusíadas”. Mas antes disso, de facto, Sá de Miranda provocou uma profunda renovação estética sintetizando a totalidade dos perfis da vida lusitana ao paradigma do rigor clássicos. Profundo defensor dos valores morais, na sua obra reflecte-se esse padrão de seriedade de doutrinação moral, mas elevado ao nível da sublimação profética.

«Virgem do sol vestida, e nos teus raios
Claros envolta toda, e das estrelas
Coroada, e debaix’os pés a lua,
São vindas minhas culpas e querelas
Sobre mim, tantas! Valei-me aos desmaios;
De muitas, que possa ir chorando alguma.»


Nota-se também a sua ligação à Coroa uma vez que coloca o seu talento a cumprir a função de defesa do ideal da Monarquia como defesa do bem comum:

A el-rei D. João

«Rei de muitos reis, se um dia,
Se uma hora só, mal me atrevo
Ocupar-vos, mal faria,
E ao bem comum não teria
O respeito que ter devo;

Porque, Senhor, eles sós
(justo e poderoso rei!),
Desdão ou lhe cortam nós,
Como também entre nós,
Que sois nossa viva lei.»



E eis que surge o primeiro génio da literatura portuguesa a escrever só na língua mãe: António Ferreira. Principal teórico do Clássico Português, Ferreira teve uma importância notória na afirmação da língua nacional, uma vez que antes dele o Latim era a língua usada pelos eruditos e o castelhano a língua falada na Corte, pelo que o podemos elogiar e classificar como sendo um “grande patriota”. 

Toda a sua obra reflecte esse desígnio de estabelecer a língua portuguesa como instrumento de arte, embora não se dedique ao poema épico, mas à temática amorosa. De facto a elevação da sua arte ostenta-a na “Castro”, que dentro dos cânones da tragédia clássica é adaptada a um tema bem português: a “Tragédia de Inês de Castro” – como de resto primeiramente se chamou. Destilando todas as influências do teatro greco-romano dá à obra uma densidade poética e uma qualidade dramática próprias e nacionais.

Eis, Camões!

Não nos vamos debruçar no edifício que é a sua biografia até porque Camões é igualmente Mito, mas sobre o que a sua obra significou para a Lusitanidade.

A sua avó paterna era parente de Vasco da Gama, e daí se compreenderá a emoção com que o poeta narra os feitos do seu antepassado como se fizesse de alguma forma parte deles.

A sua vida e a dos reis da altura estão ligados por um fio condutor. Camões numa contenda do Dia de Corpo de Deus participou numa rixa na qual feriu um criado d’el-rei Dom João III. Condenado ao cárcere, Camões só conseguiu o real perdão depois de se alistar como soldado para cumprir 3 anos de serviço militar na Índia, onde acabou por permanecer durante 16 anos. Aí serviu sob o comando de oito vice-reis que funcionaram também como seus patronos. De regresso a Lisboa, em 24 de Setembro de 1571 a Real Mesa Censória concedeu-lhe licença para publicar “Os Lusíadas”. Logo a publicação causou tremendo alvoroço e Luís Vaz foi aclamado como o maior poeta da Lusitanidade. Convocado à Presença do jovem Rei Dom Sebastião, Camões lê a obra maior da Portugalidade e cativa a profunda admiração do monarca deixando o rei adolescente ainda mais cheio de ideias de grandiosidade: a empresa de Alcácer Quibir aproximava-se.

Antes de partir para não mais voltar, Dom Sebastião por Alvará régio de 27 de Julho de 1572 concede a Luís Vaz de Camões a Tença de 15 mil réis pelo Poema e pelos serviços prestados à Coroa.

É desta época, também, o começo da literatura de viagens, sendo que o maior exemplo deste género é a prosa aventureira da “Peregrinação” de Fernão Mendes Pinto, que relata as suas aventuras pelo Extremo Oriente. Não é de somenos importância a presença do aventureiro lusitano por essas longínquas paragens, pois lembremo-nos que Fernão Mendes teve um grande papel na afirmação da força e do poder portugueses no Oriente. Apesar de muitas vezes ter actuado como corsário, morreu pobre, facto a que também não será alheia a sua enorme generosidade: recorde-se que ofertou uma enorme quantia em dinheiro para a construção da primeira igreja cristã no Japão.

No Reinado de D. Sebastião, outra realização cultural importante foi o estabelecimento de uma nova Universidade em Évora, pelo Cardeal-Infante D. Henrique, seu tio, que a entregou aos Jesuítas.

O Cardeal-Rei D. Henrique, que aquando arcebispo de Évora fundou a primeira Universidade de Évora, transformou a cidade alentejana num importantíssimo pólo cultural, acolhendo alguns vultos da cultura da altura, como Pedro Nunes, André de Resende, Nicolau Clenardo, entre outros. Não pelas suas mãos, mas com sua autorização dada ao dominicano Frei Luís de Granada que editou em português uma obra sua, intitulada "Meditações e homilias sobre alguns mysterios da vida de nosso Redemptor, e sobre alguns logares do Santo Evangelho, que fez o Serenissimo e Reverendissimo Cardeal Infante D. Henrique por sua particular devoção", Lisboa 1574. Redigida em português, esta obra visava substituir a palavra oral pela escrita, num esforço de chegar às recuadas aldeias onde dificilmente chegava, pela escassez de religiosos conhecedores do Latim.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

DEUS - PÁTRIA - REI