quinta-feira, 31 de outubro de 2019

31 de Outubro de 1391: Nasce Dom Duarte I, Rei de Portugal...

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Dom Duarte I, Rei de Portugal, de seu nome Eduardo (em homenagem a seu bisavô materno o Rei Eduardo III de Inglaterra), * Viseu, Viseu, 31.10.1391 - Santarém, Tomar, 13.09.1438, apelidado de "o Eloquente" e "o Rei-Filósofo", era filho de Dom João I e de Dona Filipa de Lencastre, nasceu em Viseu a 31 de Outubro de 1391 e faleceu em Tomar a 9 de Setembro de 1438, vítima da peste. Décimo primeiro Rei de Portugal (1433-1438), é conhecido pelo cognome de "o Eloquente". Casou com Dona Leonor de Aragão a 22 de Setembro de 1428. Dom Duarte subiu ao trono em 1433, após a morte do pai, mas já desde 1412 que Dom João I o associara ao governo do reino. Dom Duarte vai dar continuidade à acção centralizadora de Dom João I. Logo em 1434 reúne Cortes em Santarém, onde é promulgada a Lei Mental, assim chamada por já andar na mente de Dom João, e que é um instrumento de centralização. Determinava que os bens doados pela coroa só podiam ser herdados pelo filho varão primogénito, o que permitiu à Coroa reaver muitas terras.

A nível interno, Dom Duarte mandou proceder à compilação de toda a legislação do reino, que só estará concluída no reinado de Dom Afonso V, daí ter o nome de Ordenações Afonsinas. Dom Duarte reuniu Cortes mais três vezes apesar do seu curto reinado: em Évora, em 1435 e em 1436, e em Leiria, em 1438.A expansão marítima prossegue no reinado de Dom. Duarte, sob a influência do Infante Dom Henrique. Neste domínio destaca-se Gil Eanes, que, em 1434, dobra o Cabo Bojador, um ponto lendário da época e que tanto terror causava aos marinheiros. Daí avança-se para Angra dos Ruivos, em 1435, e Afonso Baldaia, em 1436, atinge o Rio do Ouro e Pedra da Galé.Outro vetor político dominante deste reinado relacionou-se com a conquista do Norte de África.

Dom Duarte tinha participado na conquista de Ceuta, em 1415, onde foi armado cavaleiro. Já como rei, hesita em prosseguir essa política, mas é pressionado para a continuar, principalmente pelos seus irmãos Dom Henrique e Dom Fernando. Faz então os preparativos para a expedição a Tânger, tendo sido debatido, nas Cortes de Évora de 1436, um empréstimo para essa expedição. E em Outubro de 1437 dá-se o ataque a Tânger, que resulta num grande fracasso. Os portugueses obtêm uma trégua para retirarem, sob a condição de devolverem Ceuta aos Mouros, tendo ficado prisioneiro, como refém, o infante Dom Fernando. As condições impostas pelos Mouros foram debatidas nas Cortes de Leiria de 1438, tendo sido rejeitadas. Assim, Dom Duarte teve de sacrificar o irmão (que morreu no cativeiro em 1443) aos interesses da Nação, o que muito o afectou Dom Duarte era um homem culto, como o comprova no seu Leal Conselheiro, um tratado de sabedoria da época, que revela conhecimento dos clássicos e dos doutores da Igreja e em que se nota uma grande pureza vocabular. Escreveu também a Arte de Bem Cavalgar Toda a Sela.

Dom Duarte vem a morrer em Tomar, em 1438, vítima da peste, e jaz no Mosteiro da Batalha. Como o futuro rei, Dom Afonso V, ainda era menor (tinha 6 anos), Dom Duarte, por testamento, deixa o poder à rainha Dom Leonor, até que aquele atinja a maioridade. No entanto, tal originou uma série de conflitos entre os partidários de Dom Leonor e os do Infante Dom Pedro (irmão de Dom Duarte), que culminará na batalha de Alfarrobeira.

Cronologia:

04.11.1423 Em Coimbra é assinada uma revisão do Tratado de casamento do príncipe herdeiro Dom Duarte com Dona Leonor de Aragão.

22.09.1428 Em Coimbra celebra-se o casamento do príncipe Dom Duarte com Dom Leonor, irmã de Afonso V de Aragão.

11.08.1432 Em Torres Novas é assinado um Tratado de paz e amizade entre o Infante Dom Duarte e seus irmãos, de uma parte, e João I de Navarra e seu irmão Afonso V de Aragão, de outra.

19.03.1434 Fernão Lopes é nomeado pelo rei Dom Duarte para o cargo de cronista-mór do Reino.

08.05.1435 Henrique VI de Inglaterra envia as insígnias da «Ordem da Jarreteira» a Dom Duarte.

25.11.1435 Ratificação por Dom Duarte dos Tratados entre Dom João I e os monarcas ingleses, Ricardo II, Henrique IV e Henrique V.

20.05.1449 Batalha de Alfarrobeira entre as facções do Dom Pedro, duque de Coimbra e do Rei Dom Afonso V cujos antecedentes se encontram nas lutas pelo poder que se travaram após a morte do Rei Dom Duarte. Dom Pedro, duque de Coimbra, antigo regente, tio e sogro de Dom Afonso V, seguindo o conselho do conde de Avranches, deixara Coimbra em 5 de Maio de 1449 dirigindo-se para Lisboa. O confronto entre os dois exércitos dá-se em Alverca, junto ao rio de Alfarrobeira, resultando na morte do antigo regente e na detenção da totalidade dos seus partidários.

Pitões de Júnias - Um lugar mágico no extremo norte de Portugal

Visita Guiada: Pitões de Júnias - Um lugar mágico no extremo norte de Portugal, a poucos quilómetros da Galiza, no Parque Nacional da Peneda Gerês, Pitões das Júnias

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Vai acabar a histeria anti-portuguesa

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Em tempo de histeria infantil e grosseira manipulação da História por seitas políticas, devolvemos serenidade ao debate sobre a maior das realizações portuguesas: os Descobrimentos e a expansão imperial. O Império vai contra-atacar na forma do maior e mais importante evento em décadas a ser dedicado à sua memória e redignificação. Reunindo excelente painel de académicos e investigadores, pretende o grande evento oferecer uma vasta perspectiva do Império Português nas suas vertentes doutrinária, antropológica e sociológica, científica e cultural, política, institucional e artística, assim como da sua herança no quadro histórico da Portugalidade contemporânea e o seu potencial para o futuro.

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Fonte: Nova Portugalidade

DEUS - PÁTRIA - REI

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Better off dead

Como é que o Estado e os serviços de saúde podem pretender desencorajar o suicídio de algumas pessoas quando, ao mesmo tempo, auxiliam o suicido de outras? Este duplo padrão é contraditório.

Ainda antes da tomada de posse dos deputados eleitos, já se anunciou a apresentação de um projeto de lei de legalização da eutanásia e do suicídio assistido, como se fosse essa a “prioridade das prioridades” da nova legislatura, o que, de modo algum, transpareceu da campanha eleitoral, em que os dois partidos mais votados nem sequer tomaram posição sobre o assunto.

Seja como for, a discussão que será reaberta não pode ignorar as lições dos países que já seguiram essa via, as que já de há muito são conhecidas e as que vão sendo conhecidas continuamente. Quem acompanhe a situação desses países regularmente poderá verificar como se sucedem notícias que invariavelmente confirmam os alertas de quem se opõe a essa legalização.
Merece destaque, a esse respeito, um estudo recentemente publicado pelo National Council of Disability, um organismo independente de âmbito federal norte-americano dedicado à proteção e promoção das pessoas com deficiência. Esse estudo afirma com veemência (e indicando exemplos concretos) os malefícios que a legalização do suicídio assistido provoca nessas pessoas, não só as que a ele recorrem, como todas elas em geral. Afirma, por isso, a oposição clara a tal legalização. Em face da multiplicação dos Estados federados que optaram por essa legalização (são hoje em número de dez, sendo que em muitos outros Estados propostas no mesmo sentido têm sido rejeitadas), esse estudo confirma e reforça as tomadas de posição desse organismo já assumidas anteriormente por duas vezes, em 1997 e em 2005. Nele se afirma também que essa legalização tem a oposição de todas as associações de defesa das pessoas com deficiência que, nos Estados Unidos, se pronunciaram sobre a questão.
De acordo com esse estudo, o maior dos malefícios que a legalização do suicídio assistido provoca nas pessoas com deficiência em geral, tem a ver com a mensagem cultural que essa legalização veicula e o que essa mensagem provoca no ambiente cultural da sociedade em geral e na mente de cada uma dessas pessoas, em especial as que sofrem de alguma deficiência que, de uma ou de outra forma (porque qualquer doente em fase terminal padecerá de algum tipo de deficiência), possam estar abrangidas por essa legalização. Esse efeito é o da desmoralização e do desencorajamento das pessoas com deficiência quando o Estado, a ordem jurídica e os serviços de saúde dão a entender (e é isso que decorre da legalização do auxílio ao suicídio) que as pessoas com certas doenças ou deficiências (e, por isso, dependentes dos cuidados de outrem)) estariam melhor se morressem («better off dead»), que a sua vida nessas condições deixa de ser digna, que a doença e a deficiência são incompatíveis com a qualidade de vida e que a morte provocada é resposta para os seus problemas. É de esperar que essas pessoas se sintam desmoralizadas, desencorajadas e, por outro lado, também como um peso para a família e para a sociedade em geral. E é de esperar que todo o clima social e cultural reflita isso mesmo.
Consequentemente, as pressões, mais ou menos diretas e mais ou menos conscientes, a que essas pessoas estão sujeitas vão no sentido da aceitação do suicídio assistido como uma forma de evitar a suposta indignidade da sua situação, e também o peso que representam para a família e para a sociedade. Há que salientar que o auxílio ao suicídio não tem os custos de muitos tratamentos úteis e justificados para a salvaguarda da vida e que, nos Estados Unidos, na sequência da legalização, muitos contratos de seguro passaram a incluir o suicídio assistido de modo preferencial em relação a esses tratamentos Por tudo isso, deve duvidar-se da autenticidade dos pedidos de auxílio ao suicídio formulados por essas pessoas.
Outro aspeto salientado por esse estudo diz respeito à repercussão da legalização do suicídio assistido na prática do suicídio em geral. No Estado de Oregon, o primeiro a legalizar o suicídio assistido, a taxa de suicídios em geral teve um incremento de 41% desde essa legalização até hoje. Calcula-se que esse incremento tenha sido de 6%, em média, nos Estados que mais recentemente optaram por essa legalização.
Há uma explicação lógica para que assim suceda. Desde há muito se fala no efeito contagiante da publicidade da prática do suicídio (o chamado efeito Werther, que evoca a influência do célebre romance de Goethe). É contraditório que se adote uma política de prevenção do suicídio para algumas pessoas e se adote uma política de auxílio ao suicídio para outras. Como é que o Estado e os serviços de saúde podem pretender desencorajar o suicídio de algumas pessoas quando, ao mesmo tempo, auxiliam o suicido de outras? Este duplo padrão é contraditório. O efeito de contágio do auxílio ao suicídio legalizado sobre a prática do suicídio em geral é, por isso, expectável.
Sendo certo que aquelas pessoas em relação às quais o Estado e os serviços de saúde optam pelo auxílio ao suicídio, e não a sua prevenção, são, precisamente, as mais vulneráveis, porque atingidas pela doença e pela deficiência. O que também contribui para agravar a situação destas.
O estudo em apreço salienta, ainda, as dificuldades, ou mesmo a prática impossibilidade, de controlo de erros e abusos de aplicação da lei, a começar pelos erros de diagnóstico a respeito da irreversibilidade da doença e de prognóstico do tempo de vida futura (que, de acordo com a legislação em vigor nos Estados em questão, normalmente condiciona a legalidade do auxílio ao suicídio). Tudo está, em grande medida e praticamente, nas mãos dos médicos que prestam auxílio ao suicídio e não é de esperar que sejam eles próprios a denunciar os seus próprios erros e abusos.
Não é demais relembrar a deputados que se preparam para debater de novo a legalização da eutanásia e do suicídio assistido: está em jogo um alicerce estruturante da civilização e da ordem jurídica; quando se derruba esse alicerce o edifício acabará por cair. Se se admite que a vida de pessoas com deficiência perde dignidade, que elas estariam melhor se morressem («better off dead»), que a morte provocada pode ser resposta para os seus problemas, é certo que assim se comprometem todos os esforços no sentido da sua defesa, inclusão e promoção.

Pedro Vaz Patto

Fonte: Observador

DEUS - PÁTRIA - REI

domingo, 27 de outubro de 2019

Que patriarcado? As mulheres que também fizeram Portugal

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Descartando com gosto a breve, pelicular mas teimosa cinta de convenções burguesas, que não ultrapassam os 100 anos e escondem a frondosa floresta da história nacional, a verdade é que as mulheres foram, nesta terra, do nascimento da nacionalidade até meados do século XIX, um poderoso pilar da sociedade portuguesa. Estiveram ou foram decisivas em momentos axiais da nossa vida colectiva, dominaram o poder político, tiveram lugar cimeiro na vida cultural e tiveram, até, parte activa nas mais relevantes decisões.

O mito mais glosado - uma mentirona - afirma que as mulheres estavam apartadas da actividade cultural no Portugal Antigo. Então, porque razão em todas as cidades portuguesas havia sempre, sem excepção, uma "Rua das Mestras" ? Mestras, sim , professoras. Então, ninguém se lembra de Públia Hortênsia de Castro, prodígio da Universidade de Coimbra, um dos vultos que maior sulco deixou no Renascimento português ? Então ninguém se dá conta, nos índices de nomes e profissões dos livros de portarias da Torre do Tombo que por ali há centos de mulheres que se dedicavam ao ensino ? Ninguém se lembra do rol interminável apresentado por Frei Luís dos Anjos no seu Jardim de Portugal em que se da noticia de alguas sanctas & outras molheres illustres em virtude (...), ou dessa imensa figura que foi Bernarda Ferreira de Lacerda, expoente da Restauração, latinista, poetisa, panfletária influentíssima ? E, porque não, lembrar também D. Leonor de Almeida Portugal (Alcipe) e a sua Sociedade da Rosa, um verdadeiro cripto-partido no Portugal pré-revolucionário do fim do Antigo Regime.

Se os entusiastas da mentira pedem mais, ora, atirem-lhes à cara as heroínas de Diu (Isabel Madeira, Isabel Fernandes, Catarina Lopes e Isabel Dias), mulheres soldados do batalhão feminino que empurraram muralha fora os atacantes, batendo-os em terreno descampado ? Ou ainda, porque não, de Antónia Rodrigues, agraciada e condecorada por D. Filipe II por feitos de armas realizados em Mazagão.

Miguel Castelo-Branco


Nova Portugalidade

DEUS - PÁTRIA - REI

sábado, 26 de outubro de 2019

Queluz, 26 de Outubro de 1802 Nasce D. Miguel

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Queluz, 26 de Outubro de 1802


Nasce



D. Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo de Bragança e Bourbon

Rei de Portugal - 1828 e 1834

Terceiro filho varão de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, nasceu em Queluz, a 26 de Outubro de 1802, e morreu em Brombach, a 14 de Novembro de 1866. Vigésimo nono Rei de Portugal (1828-1834), ficou conhecido pelos cognomes o Usurpador e o Absolutista.

Na sequência da primeira invasão Francesa, embarcou, em 1807, com a família Real para o Brasil, de onde regressou acompanhado dos pais em 1821, tendo ficado o seu irmão D. Pedro a governar o Brasil.

Durante a sua estada no Brasil deram-se em Portugal acontecimentos que viriam a condicionar a sua ação, como a Conspiração de 1817 e, sobretudo, a Revolução liberal de 1820. Regressou a Lisboa a 3 de Julho de 1821, quando o liberalismo dava os seus primeiros passos no nosso país, facto que provocou em D. Carlota Joaquina uma forte reação, apoiando a Rainha os adversários do regime nascido em 1820. Depressa o infante assume a chefia dos partidários do antigo regime, aglutinados em volta de sua mãe. Assim, esteve à frente dos movimentos contrarrevolucionários da Vila-Francada (1823) e da Abrilada (1824).

A Vila-Francada conduziria à dissolução das Cortes liberais e ao fim da vigência da Constituição de 1822, acabando por redundar numa vitória política que elevaria D. Miguel a comandante-chefe do exército português. A Abrilada só não teve sucesso mercê da intervenção de diplomatas estrangeiros acreditados em Lisboa. Após o golpe, D. João VI demite o filho do alto cargo que ocupava desde a Vila-Francada e D. Miguel deixa o país, fixando-se em Viena de Áustria, onde permaneceria por quatro anos.

Aquando da morte de D. João VI, em 10 de março de 1826, D. Miguel escreve para o Brasil, afirmando aceitar D. Isabel Maria como regente do reino e seu irmão como legítimo herdeiro do trono. Numa tentativa de conciliação, D. Pedro IV abdica do trono português a favor de sua filha D. Maria da Glória, na dupla condição de ser jurada a Carta Constitucional e de sua filha casar com o tio, D. Miguel. Este não só celebra os esponsais com a sobrinha como jura a Carta Constitucional outorgada por seu irmão.

Chegado a Lisboa em Fevereiro de 1828, D. Miguel jura novamente a Carta. Porém, decorrido pouco tempo, falta ao compromisso assumido com seu irmão, nomeia um novo ministério, dissolve as Câmaras e, convocadas as cortes à maneira antiga, é proclamado, pelos três estados do reino, Rei absoluto. São sufocados os focos de reação antimiguelista. Os liberais emigram em massa e os que ficam são alvo do terror miguelista; são presas ou degredadas milhares de pessoas, e muitas são sumariamente executadas.

Os exilados, após se reunirem nos Açores (Ilha Terceira), sob os auspícios de D. Pedro, seguem para o norte do país. Em junho desembarcam no Pampelido e daí seguem para o Porto, onde sofreriam um longo e penoso cerco . ... O Cerco do Porto. Dá-se, pois, início a uma guerra civil que se prolongaria por dois anos (1832-1834) e que levaria ao trono D. Maria II. Verificando a impossibilidade de continuar a luta, D. Miguel rendeu-se, assinando em 26 de Maio de 1834 a Convenção de Évora-Monte. No dia 1 de Junho de 1834, D. Miguel deixa definitivamente Portugal, seguindo para Itália. Acaba por se fixar na Alemanha, onde casa em 1851 com D. Adelaide de Loewenstein-Wertheim-Rochefort-Rosenberg, de quem teve sete filhos, e onde veio a falecer a 14 de Novembro de 1866.


Associação dos Autarcas Monárquicos

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

A 25 de Outubro de 1951 Faleceu S. M. A Rainha D. Amélia

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A Rainha Senhora Dona Amélia de Orleães e Bragança (28/09/1865, Twickenham - 25/10/1951, Le Chesnay) partiu há 68 para a Casa do Senhor.

A 25 de Outubro de 1951, após 41 anos e 20 dias de exílio, Sua Majestade a Rainha Dona Amélia faleceu no Château de Bellevue, Chernay, em Versalhes, França, aos oitenta e seis anos.

“Levem-me para Portugal, adormeço em França mas é em Portugal que quero dormir para sempre”.

‘Sofro porque sou Portuguesa até ao fundo do meu coração!'

Descansa eternamente junto do Seu Augusto marido, El-Rei D. Carlos I, e dos dois filhos, Dom Manuel II, o último Rei de Portugal, e o Príncipe Real D. Luís Filipe, no Panteão Real dos Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora.

Roteiros Pelo Alto Minho - Circuito Medieval da Ri...

DEUS - PÁTRIA - REI: Roteiros Pelo Alto Minho - Circuito Medieval da Ri...: Circuito Medieval da Ribeira Lima Viagem pelos concelhos de Ponte da Barca e Arcos de Valdevez. Acompanhados pelo Padre Jesuíta Antón...

terça-feira, 22 de outubro de 2019

sábado, 19 de outubro de 2019

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Realeza reunida em Portugal

DEUS - PÁTRIA - REI: Realeza reunida em Portugal: No final de Setembro último, o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança foi condecorado pelo rei de Portugal, Dom Duarte Bragança...

Glória da diplomacia portuguesa: Francisco José Horta Machado e as relações diplomáticas com o Império Russo.

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Sabemos que as relações diplomáticas entre Portugal e a Rússia são tardias, contudo não seria de descurar a sua importância, nem muitas das vicissitudes que conheceu. O primeiro cônsul português na Rússia, Joăo António Borcher, banqueiro de Hamburgo, foi nomeado em 1769, e desde então os laços diplomáticos não cessaram de aprofundar raízes. Podemos dizer que a Rússia deixou de ser um mistério para o ocidente e Portugal contribuiu para revelar esse oculto e exótico mundo eslavo, porquanto a inteligência assim o concebesse, sentindo um mundo separado, mais asiático do que europeu. Apesar de tudo, as reformas desde Pedro I a Catarina II, ao movimento do Dezembrismo, permitia já constatar numa ânsia ocidentalista dentro do império e verdadeiramente um sentido de abertura necessária à nova dinâmica nas relações internacionais.

Francisco José Horta Machado foi o primeiro embaixador português em São Petersburgo, onde chegou a 20 de Outubro de 1779. Não foi a primeira escolha, mas foi certamente a mais indicada. Sabemos que nasceu em 1746 e que faleceu em 1817. Antes de São Petersburgo foi ministro em Madrid e Haia. Além de conhecido numismata, diz-se que reuniu o maior museu numismático de Portugal, foi homem de letras e estudioso incansável. Entre outras funções reconhecidas foi guarda-mor da Torre do Tombo e sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Atendendo à troca de correspondência conhecemos as particulares preocupações que sentia em ser destacado para um país longínquo e que exigiria avultado investimento. Queixava-se sobretudo da vida luxuosa de São Petersburgo e das grandes despesas que teria de fazer. A rainha, D.Maria I, responde, aceitando o pedido e resolvendo "que os ordenados para o Ministério da Rússia fossem mais avultados (...)".

Para Portugal, a czarina Catarina II, envia o conde Wilhelm von Nesselrode, o primeiro embaixador russo em Portugal. José Horta Machado chega à Rússia bem mais cedo do que o seu homólogo, mas com um ano de atraso em relação à sua nomeação, pois decidira-se a passar primeiro por Londres para receber de Luís Pinto de Sousa Coutinho um trabalho de investigação exaustivo designado "Instruções sobre o Comércio da Rússia", revelando o interesse das autoridades portuguesas nesta cooperação.

As relações diplomáticas recém-criadas não decorreram pacificamente, a conjuntura internacional acelerava a crise entre as potências com a independência das colónias da América do Norte, onde intervieram ao lado dos insurrectos tropas espanholas e francesas no desafio ao poderio britânico dos mares. Como retaliação, a Inglaterra impõe um bloqueio marítimo aos navios americanos, Portugal, dada a conhecida dependência face à velha aliada, aceita, enquanto que Espanha e França rejeitam. À Rússia, Londres pede que intervenha ao seu lado contra os rebeldes, Catarina II, rejeita e propõe um Tratado de Neutralidade Armada, aceite por Madrid e Paris, assim como outros países neutros, mas rejeitada por Londres e Lisboa. É verdade que para o nosso diplomata em São Petersburgo a vida não foi fácil a nível diplomático, quando a tensão entre as potências europeias agravava-se.

Apesar de todas as crises, a aliança portuguesa com a Inglaterra não terá posto em causa as relações com a Rússia, mesmo encurralados no intrincado problema diplomático, afinal ambos os povos celebrariam entre 1780 e 1800 vários tratados importantes na consolidação das relações bilaterais. Portugal celebra com a Rússia um tratado de comércio marítimo, ratificado em 1782, no fundo retomava a ideia da Liga dos Neutros, concebida por Catarina II, agora designada "Convenção Marítima para a Protecção da Liberdade de Navegação Mercante Neutra".

Os esforços para aprofundar a amizade conduz à celebração do Tratado de Amizade, Navegação e Comércio (1787) que exigiu longas conversações até à sua final ratificação. Por volta desta altura são nomeados respectivamente os primeiros cônsules para a Rússia e Portugal, significando ao mesmo tempo que a presença portuguesa em terras russas tornava-se cada vez maior.

Não cessando as relações bilaterais, em 1798 é assinado um Tratado do Comércio entre Maria I de Portugal e Paulo I da Rússia, no mesmo ano é ainda assinado um tratado secreto de navegação e comércio entre os mesmo soberanos e em 1800 é celebrado o Tratado de Aliança Defensiva com Portugal.

A memória do nosso diplomata foi várias vezes celebrada, mas da sua passagem por São Petersburgo, além das formalidades diplomáticas, pouco está ao alcance do nosso conhecimento.

Francisco José Horta Machado viveu no centro das convulsões, num fim de século agitado, pois estava em São Petersburgo quando rebenta a revolta nas colónias americanas (1776) e quando rebenta a revolução francesa (1789).

Dele fez referência, nas suas memórias, Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real. O político e militar, mais tarde pró-francês e depois integrante da Legião Portuguesa, então voluntário no exército russo na luta contra os turcos e que, de passagem por São Petersburgo, levava referência para ser recebido pelo embaixador Francisco Horta Machado, pois empreendera uma longa viagem ao atravessar a Europa para se reunir com o exército russo na Moldávia. Aliás, Manuel Inácio Martins Pamplona foi integrado em 1784 no exército russo e nomeado Tenente do Batalhão de Granadeiros de Kiev. Deste encontro legou-nos também uma breve descrição do embaixador que ressalta pela empatia causada e pela generosidade reconhecida.

Terá também cruzado conhecimento com Gomes Freire de Andrade, pois estava o militar de passagem pela Rússia, ao serviço de Catarina II. A propósito escrevia o nosso embaixador para a corte portuguesa, em 1789, que o militar português recebera das mãos da imperatriz a Ordem Militar de São Jorge. Desempenhando brilhantemente as funções militares, da Rússia, Gomes Freire, só levou elogios.

Francisco José Horta Machado veio a morrer em Lisboa no ano de 1817.

Daniel Sousa


Fonte: Nova Portugalidade

Estudantes negros no Portugal de 1770


Paul Erdman Isert (1756-1789), médico cirurgião, botânico e ornitólogo alemão viveu durante a década de 1780 na chamada Costa do Ouro (hoje república do Gana), situada no Golfo da Guiné, ali servindo a Companhia Dinamarquesa das Índias Ocidentais e Guiné. Dessa experiência deixou um famoso Voyages en Guinée et dans les îles Caraïbes en Amérique (1788) que na Europa foi objecto de grande curiosidade.

Isert foi testemunha do grande impacto cultural que os portugueses haviam tido na região, cedo apercebendo-se que os naturais conservavam com orgulho traços da língua, mas igualmente a prática do catolicismo, instituições, técnicas de edificação e até práticas alimentares. Assim, não deixou de notar que à aproximação de europeus, os naturais saudavam amigavelmente com um "a hora" (em boa hora, tal como então se cumprimentava em português) e as despedidas eram feitas com um "adio". O reinete local tinha como principais auxiliares brancos portugueses, responsáveis por todas as operações comerciais com as regiões costeiras demandadas por ingleses, franceses, holandeses e dinamarqueses.

Com efeito, Isert tomou consciência que os portugueses, embora já tivessem perdido o controlo das feitorias e fortins que haviam possuído na região, continuavam a manter contactos esporádicos. A atestá-lo, o facto de em Gragi, um dos chefes locais falar ainda um bom português e dele ter recebido a informação que um dos seus filhos partira há pouco para Portugal para ali estudar, ou seja, para aprender a ler, escrever e contar. Posto que o trato negreiro se dirigia do Golfo da Guiné para o Novo Mundo, foi informado que era do Brasil e não da Europa que os exércitos locais se abasteciam de armas de fogo, mas não só. A prática do consumo de tabaco fora introduzida por portugueses do Brasil, assim como árvores de frutos muito cobiçados pelas propriedades terapêuticas, tais como limoeiros e laranjeiras

Dessa impregnação resultou um grande surto de adesão ao cristianismo e hoje, seiscentos anos após a chegada dos portugueses, 15% da população pratica a religião católica.

MCB


Fonte: Nova Portugalidade

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

SAR, Dom Duarte Pio de Bragança colocou uma flor n...

DEUS - PÁTRIA - REI: SAR, Dom Duarte Pio de Bragança colocou uma flor n...: No programa "Praça da Alegria" ouviram-se testemunhos genuínos de pesoas amigas da D. Amália Rodrigues que aceitaram partilhar...

Praça-Forte de Almeida

Visita Guiada: Praça-Forte de Almeida - A vila abaluartada de Almeida, conhecida hoje como Estrela do Interior, foi a protagonista do mais espetacular acidente ocorr

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Sua Alteza Real O Augusto e Sereníssimo Principe Dom Afonso

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Sua Alteza Real O Augusto e Sereníssimo Principe Dom Afonso de Santa Maria Miguel Gabriel Rafael, 9º príncipe da Beira e por mercê d'El Rei D. Sebastião I, 20º duque de Barcelos, segundo herdeiro na linha de sucessão ao trono e à Coroa de Portugal, nasceu a 25 de Março de 1996.

VIVA SUA ALTEZA REAL DOM AFONSO, PRÍNCIPE REAL!

Associação dos Autarcas Monárquicos

16 de Outubro de 1847 – Nascia A Rainha D. Maria Pia

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Imagem: Retrato a Óleo de Sua Majestade Fidelíssima A Rainha Senhora Dona Maria Pia, datado de 1871, das Colecções do Museu do Prado

Dona Maria Pia de Saboia, Princesa da Sardenha e do Piemonte, depois Princesa de Itália nasceu em Turim e era filha do Rei Vittorio Emmanuel II da Sardenha e do Piemonte, que viria a ser o Primeiro Rei da Itália unificada. Há 172 anos nascia numa Europa que senhoreava o Mundo.

Aos 15 anos, contra as expectativas, mas talvez por aconselhamento do Marquês de Sá da Bandeira, Presidente do Conselho de Ministros que considerou importante uma aliança com Itália, o Rei Dom Luís I de Portugal casou então com D. Maria Pia, primeiro por procuração e depois ratificado, já presencialmente, em Lisboa, a 6 de Outubro de 1862. A Princesa D. Maria Pia, segunda filha do recente Rei de Itália, agora jovem Rainha de Portugal toma conhecimento da realidade de um Reino agitado pelas convulsões.

Ao lado d’El-Rei Dom Luís I, que realçou a realeza da Sua estirpe com os preclaros dotes de uma inteligência cultíssima, a Rainha Senhora Dona Maria participou como figura de frente, com um papel preponderante na sociedade, na reconstrução de um Reino de Portugal que emergiu da anarquia que o desmantelava desde 1820. Junto ao Rei de Portugal, Sua Majestade a Rainha Dona Maria Pia asseguraria a unidade no seio de um país demasiado dividido por querelas políticas, por questiúnculas sociais, pelo individualismo dos políticos eleitos, depois do abandono das utopias doutrinárias, contribuindo de forma indelével para Portugal completar o seu divórcio com o passado recente, deixar as ideologias vãs, e desembocar, energicamente, na senda do utilitarismo, do fomento e do desenvolvimento material e ganhar a estabilidade necessária para o progresso material e permitir um período tão interessante da nossa história: ele foi a estrada de macadame, o serviço postal, o caminho-de-ferro e o fontanário, numa expressão: política prática.

Do matrimónio com o Rei Dom Luís I teve a Rainha Dona Maria Pia dois filhos: Dom Carlos – Príncipe Real, Duque de Bragança e futuro Rei – e o Infante Dom Afonso – Duque do Porto e último Condestável do Reino.

Dona Maria Pia gastava avultadas somas de dinheiro na ajuda dos mais carenciados, quantias que injustamente eram atribuídas para próprio fausto.
O Anjo da Caridade e A Mãe dos Pobres foram alguns dos cognomes com que a Rainha Dona Maria Pia foi agraciada pelo seu Povo Português, consequência da sua compaixão pelos mais necessitados e pela sua entrega às mais diversas causas sociais.

Em jeito de homenagem e reconhecimento à Rainha Senhora Dona Maria, pelo Seu trabalho para com os mais carentes da sociedade, a Cidade do Porto, em 1881, ao Palácio dos Serviços do Hospital Para Crianças da Cidade Invicta, dá o nome de Hospital Dona Maria Pia.

Foi mãe extremosa dos seus filhos e manteve-se alheia aos assuntos políticos, excepto aquando da Saldanhada, em 1870, no qual o Marechal Saldanha sitiou o Palácio da Ajuda, residência da Família Real, e obrigou o Rei a nomeá-lo presidente do Conselho de Ministros. Lenda ou não, ficou na estória uma frase que D. Maria Pia teria vociferado ao Marechal-Duque: ‘Se eu fosse o Rei, mandava-o fuzilar!’

Com a morte de Dom Luís e após a ascensão ao trono português de seu filho, o Rei D. Carlos I, já Rainha-mãe, D. Maria Pia adjudica o papel de protagonista à sua nora, a Rainha Senhora Dona Amélia, e passou a viver num chalé sito no Estoril. Na menoridade do neto Dom Luís Filipe, serviu diversas vezes como Regente do Reino durante as visitas oficiais do seu filho e da nora ao estrangeiro. Após o trágico Regicídio, derrubada pelo desgosto, retira-se do serviço público e começa a dar indícios de esclerose. Em 5 de Outubro parte para o exílio com a restante família real, mas com destino diferente: a Família Real Italiana transborda-a do Yacht Real Amélia e leva-a Sua Majestade de volta ao Piemonte que a viu nascer.

Quase um ano depois do golpe revolucionário que implantou a república em Portugal, morria no exílio a 5 de Julho de 1911, no seu Piemonte natal, a penúltima Rainha de Portugal: Sua Majestade a Rainha Dona Maria Pia. No leito, instantes antes do suspiro final, pediu que a voltassem na direcção de Portugal, País onde foi Rainha durante quarenta e oito anos, primeiro como consorte do Rei Dom Luís I, depois como Rainha-mãe do grande Rei Dom Carlos I.

Jaz sepultada nos arredores de Turim, na Basílica de Superga, no Panteão Real dos Sabóias onde se encontram sepultados os Reis e Príncipes da Casa Real de Saboia. A Rainha Senhora Dona Maria Pia é o único membro da Família Real Portuguesa exilada que não voltou para o descanso eterno em solo português.

Miguel Villas-Boas

Não, a primeira não foi Joacine Katar Moreira

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Muito antes de a imprensa celebrar a eleição de Joacine Moreira como "a primeira deputada negra ao parlamento", já Sinclética Soares dos Santos Torres era deputada à Assembleia Nacional. Eleita pela primeira vez em 1965, natural de Luanda e representante em Lisboa do Estado de Angola, a primeira deputada negra portuguesa perdeu a nacionalidade em 1975, por razão do decreto infame de Almeida Santos que cancelou aos portugueses não-brancos do Ultramar a plena cidadania portuguesa de que gozavam. Sinclética Santos Torres morreu em Luanda em 2009. Em distinto contraste com Joacine, Sinclética era uma fervorosa patriota portuguesa. A esta grande mulher, sim, a nossa vénia e o nosso tributo.

Fonte: Nova Portugalidade

DEUS - PÁTRIA - REI


O primeiro deputado negro da Europa foi português

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Conviria lembrar, a quantos querem ver na eleição recente de três senhoras para o parlamento português marco relevante nas lutas pelos direitos das minorias, que deputadas portuguesas negras tem Portugal desde a década de 60, como já há dias recordámos aqui com Sinclética Torres, e que Portugal não foi menos que o primeiro Estado da Europa a eleger para o seu parlamento um homem negro. Fala-se do Padre Manuel Patrício de Castro, eleito e jurado deputado às Cortes Constituintes de Lisboa a 31 de Agosto de 1822 em representação do então Reino de Angola. De São Paulo de Luanda, o Padre Castro, homem negro nascido em Angola, rumou ao Rio de Janeiro, lá castigando duramente as posições independentistas que começavam a ganhar força no Brasil, e dali para Lisboa. Participaria lá na redacção da primeira constituição escrita da História de Portugal, a de 1822, regressando posteriormente a Angola e falecendo em Luanda em 1833. Antes de ser deputado, o primeiro homem negro a conhecer semelhante distinção na Europa, o Padre Castro fora ainda um dos sete membros da Junta Governativa do Reino de Angola. Assim era Portugal cento e cinquenta anos antes de Rosa Parks e Martin Luther King.

Fonte: Nova Portugalidade

Outro deputado negro


Viriato Gomes da Fonseca (1863-1942), comendador da Ordem de Nossa Senhora de Vila Viçosa, medalha militar de prata da Rainha D. Amélia, medalha de serviços Distintos no Ultramar, medalha de ouro da Classe de Comportamento Exemplar, cavaleiro da Ordem Militar de Santiago de Espada e Grã-Cruz da Ordem Militar de São Bento de Avis. Dos mais condecorados militares da sua geração e uma impressionante folha de serviços - director das obras públicas em Cabo-Verde, agrimensor, deputado de 1919 a 1925 - o general foi pressentido para ocupar o governo geral de Angola, recusando o convite por se julgar mais preparado para o governo de Cabo-Verde. Assim era a discriminação portuguesa.

MCB

Fonte: Nova Portugalidade

Gratidão eterna por este grande português

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Foi hoje condecorado pelo Presidente da República Centro Africana o nosso Soldado Comando Aliu Camará. Para aquele que tanto orgulhou as nossas cores em terra africana, a vida nunca mais será fácil, ou igual, após a trágica amputação das suas pernas. O que surpreende é, em tempos de tão falho apego ao país e à noção de serviço, a notável abnegação com que Camará recebeu o golpe rude que a sorte decidiu impor-lhe. É um grande português, digno como poucos do uniforme que enverga e um exemplo a seguir. Que continue imparável no caminho da recuperação, pois, e que nunca Portugal se esqueça dele. A NP certamente não esquecerá.🙏🇵🇹

Fonte: Nova Portugalidade

Relações Portugal-Japão - No séc. XVI

Visita Guiada: Relações Portugal-Japão - No séc. XVI, os portugueses colocaram, com precisão, o Japão no mapa mundo. Foram os primeiros europeus a fixar-se no Japão

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Palácio do Marquês de Pombal, Oeiras

Visita Guiada: Palácio do Marquês de Pombal, Oeiras - Sebastião José de Carvalho e Melo tinha 56 anos quando começou a investir no pequeno solar rural do lugar de Oe

A justa oposição dos Povos


Os Povos que, enfim, não são tão tolos como eles os querem fazer, ou querem que sejam, começam a desconfiar de tanta manteiga e de tão palavrosos Impostores; e pelo que eles começam a fazer e a decretar, conhecem que o fim máximo destes perturbadores do sossego das Nações é roubar e dominar; a reacção é igual à compressão, e a elasticidade moral é mais valente que a elasticidade física; e por um impulso natural, e unânime recalcitra, e diz altamente que não está para aturar uma cambada de Arlequins e Saltimbancos, uma caterva de Tira-dentes, que ainda até agora, por quase quarenta anos, não dizem senão o mesmo, não tem outras frases, outra linguagem na França, na Espanha, em Nápoles, no Piemonte, e nas margens do Tejo cristalino, embutindo a mesma descosida arenga, ou nariz de cera de Médico, ao Botocudo n'América, e a este seu Criado no Forno do Tijolo. Universaliza-se e pronuncia-se esta justíssima oposição, porque os Povos, enfim, antes querem estar pelo que lhes prometia o Homem das Botas e o Gigante Voraz, do que pelo que promete esta Horda de amotinadores, que arrancam as Nações do seio da tranquilidade, aluindo-lhes os alicerces da ventura social, firmados nos antigos costumes, nas antigas Leis: fossem embora um jugo de ferro, ninguém se queixava a estes Senhores, e ninguém lhes encomendava tal Sermão; e se alguém lho tinha encomendado, que lho pagasse.

Pe. José Agostinho de Macedo in «Cartas de José Agostinho de Macedo a seu amigo J.J.P.L.», 1827.

Fonte: Veritatis

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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

sábado, 12 de outubro de 2019

O Império Contra-Ataca


Finalmente se falará com seriedade do Império.
No dia 9 de Novembro, vai realizar-se na Casa de Goa, em Lisboa, a partir das 10h30, o colóquio Império Contra-Ataca!
Reunindo excelente painel de académicos e investigadores, pretende o colóquio oferecer uma vasta perspectiva do Império Português nas suas vertentes doutrinária, antropológica e sociológica, científica e cultural, política, institucional e artística, assim como da sua herança no quadro histórico da Portugalidade contemporânea.
Com este colóquio, a discussão da maior das realizações portuguesas, os Descobrimentos, a criação do império e a formação da civilização portuguesa, deixará de ser monopólio de radicais apostados no apagamento da nossa História.
PROGRAMA
10h30 – 11h20 Acreditações
11h30 Abertura
11h30 – 12h30 “Razões do Império”
Alexandre Franco de Sá
12h30 – 13h30 “A Ideia portuguesa de Império”
José Adelino Maltez
13h30 – 14h45 Almoço
14h45 – 15h45 “A Igreja na Expansão: Missionação e Ciência”
Madalena Larcher Nunes
15h45 – 16h45 “Império da Lei”
Fernando Borges Araújo
16h45 – 17h00 Pausa para lanche
17h00 – 18h00 “Império dos Homens”
Pe. António Colimão e Luísa Timóteo
18h00 – 19h00 “Do Império à Portugalidade”
Miguel Castelo-Branco e Rafael Pinto Borges
Encerramento / Apresentação da Casa dos Vinte e Quatro da Nova Portugalidade

As inscrições são limitadas, pelo que pedimos aos interessados que se apressem.

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sexta-feira, 11 de outubro de 2019

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

terça-feira, 8 de outubro de 2019

A princesa portuguesa que fez frente a Hitler

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Dona Maria Adelaide de Bragança, uma desconhecida heroína portuguesa

Trabalhou como Enfermeira na Áustria. Foi durante muito tempo a mais idosa princesa de Portugal. Tia de Dom Duarte Pio, actual Duque de Bragança, era a última neta de D. Miguel. Nasceu em 1912.

Durante a Segunda Guerra Mundial foi condenada à morte duas vezes.

A primeira condenação deveu-se a quando chefiava uma rede que tinha por missão fazer fugir pessoas procuradas, perseguidas ou condenadas pelos Nazis. Desde paraquedistas aliados, espiões, judeus e outros. Foi apanhada pelas SS e condenada à morte. O governo de Salazar ao saber da noticia interveio imediatamente, afirmando que era cidadã portuguesa e após muita luta diplomática, conseguiu salvá-la.

A segunda condenação será ainda mais "heróica". Novamente agente da resistência, tem por nome de código "Mafalda", fazia a ligação entre os Ingleses e o Conde Claus von Stauffenberg, líder do atentado falhado contra Hitler, a chamada operação Valquíria. É apanhada, condenada à morte pela segunda vez mas desta feita é salva pelos soviéticos, após a vitória destes em Viena.

Voltou a Portugal em 1949 e por cá ficou. Faleceu em 2012.

Porque esta grande portuguesa merece ser conhecida, partilhe esta publicação.

Cristiano Santos

Fonte: Nova Portugalidade

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