terça-feira, 31 de março de 2020
Onde estava o "racismo português" no século XVIII?
Carta Régia de D. José I sobre os naturais de Moçambique
"D. José, por graça de Deus Rei de Portugal e dos Algarves, daquém e dalém mar em África, Senhor da Guiné, etc.
Faço saber a Vós, Governador e Capitão General de Moçambique que eu houve por bem, por alvará de 2 de Abril de mil setecentos e sessenta e um, exercitar as pias leis e louváveis costumes que haviam sido estabelecidos nesse Estado, para que todos os vassalos nascidos nele, sendo cristãos baptizados e não tendo outra inabilidade de Direito, gozem das mesmas honras, preeminências, prerrogativas e privilégios de que gozam os naturais deste Reino, sem a menor diferença, havendo-os desde logo por habilitados para todas as honras, dignidades, postos, ofícios e jurisdições deles.
(...)
El-Rei Nosso Senhor o mandou por conselheiros do seu Conselho Ultramarino abaixo assinados.
Lisboa, em 10 de Abril de 1763"
Fonte: Nova Portugalidade
A realidade virtual desapareceu num ápice
Bastou uma semana de choque com o feio espectáculo do mundo doente para que desaparecessem todas as excentricidades ideológicas, próprias de sociedades entregues à abundância, à ociosidade e à rotina - logo, procurando vorazmente distrações, ópios psicológicos e picos nervosos. As gritarias do género, das quotas, dos comunitarismos, da "invisibilidade" de uns e de outros, das escravaturas, da legalização da cannabis, da iminência de catástrofes ambientais, as Gretas; tudo isso se volatilizou, desapareceu, perdeu valor.
Aquele mundo à Philip Roth - sim, pois que era distopia de plástico - volatilizou-se. O importante, o social, o político e o económico, eixos do real, regressam jubilosamente. Agora, importa que falemos de reindustrialização, de economia nacional, de produção e de economia virtuosa, assim como da reforma do regime muito doente e de um novo pacto de comunidade que permita a todos caminhar unidos no novo tempo de incertezas que se abre. O país perdeu muitas décadas, criou maus hábitos, afundou-se na mediocridade, deixou que se perdessem uma a uma as oportunidades que se lhe ofereceram. Agora, há que começar a viver fora das alienações.
MCB
Fonte: Nova Portugalidade
DEUS - PÁTRIA - REI
segunda-feira, 30 de março de 2020
Guardai-nos Senhor. Amém!
Espírito Santo Consolador,
concedei-me o dom da fortaleza.
Fortalecei minha alma para superar as dificuldades de cada dia,
os tormentos das perseguições e as insidias do maligno.
Ajudai-me a ser forte em meio às fraquezas espirituais,
para que eu seja sinal de Teu amor e bondade.
Espírito Santo de Luz,
concedei-me o dom da sabedoria.
Que eu tenha o discernimento necessário
para distinguir o mal do bem,
a mentira da verdade,
a guerra da paz.
Que Tua santa sabedoria ilumine
os espaços confusos de minha alma.
domingo, 29 de março de 2020
São Roque, rogai por nós
Roque nasceu entre 1345 e 1350, na cidade francesa de Montpellier. Oriundo de uma família da alta nobreza, sendo o seu pai, João, senhor de grandes domínios, e sua mãe, Libera, natural da Lombardia. Roque cresceu num ambiente cristão e, desde cedo, manifestou sinais de grande humanidade e enorme generosidade. Ainda jovem, ficou órfão, pelo que decidiu confiar a um tio a tarefa de cuidar dos seus bens, repartiu uma outra parte pelos pobres, cobriu o seu corpo de vestes e partiu como peregrino em direção a Roma.
Neste período, a peste chegou à Europa através dos portos da Itália, França e Espanha e, em poucos anos, a bactéria Yersinia pestis ou Pasteurella pestis propagou-se pelas cidades, contagiando, debilitando e matando milhares de pessoas. Perante uma situação tão dramática, as enfermarias e os hospitais avolumaram enfermos a necessitar de cuidados. Foi neste cenário de crise e de medo, que Roque, cumprindo a sua peregrinação, decidiu ajudar muitos enfermos, aos quais reconfortava corpórea e espiritualmente desenhando sobre a testa o sinal da cruz. Em 1367, Roque chegou à cidade de Acquapendente, na província de Viterbo, dirigindo-se a um hospital para cumprir o seu voto de caridade. Retomou a sua viagem e nesse mesmo ano chega a Roma, onde cuidou de um cardeal (ou alto prelado), que, reconhecido o apresentou ao Papa Urbano V.
Permaneceu alguns anos em Roma, mas por volta do ano de 1370-1371, Roque iniciou a jornada de regresso. Em Placência alojou-se num hospital, dedicando tempo ao serviço e cuidado dos doentes, mas essa exposição originou o seu contágio.
Perante os sintomas da peste (demonstrados pela linfadenite inguinal – bubão – próximo do local da picada), Roque decidiu isolar-se e refugiou-se num bosque perto de Sarmato, onde foi milagrosamente alimentado por um cão que retirava todos os dias um pão da mesa do dono, Gotardo, para lho levar.
Quando recuperou da doença, resolveu regressar à sua pátria mas, ao chegar à zona de Placência, um dos locais mais atingido pelo conflito entre o Ducado de Milão, foi tomado como um dos revoltosos, sendo feito prisioneiro e passando cerca de cinco anos em cativeiro em Voghera, durante os quais padeceu inúmeros sofrimentos. A família só o reconheceu após a morte, que ocorreu a 16 de agosto, num ano entre 1376 a 1379, ao que parece graças a um sinal de nascença, tendo um tio decidido dar-lhe piedosa sepultura em Voghera.
Os restos mortais de São Roque foram trasladados para Veneza em 1483. Devido à fama dos inúmeros milagres que operara durante a sua permanência em Itália, as relíquias do Santo foram distribuídas pelas cidades de Antuérpia, Arles e Lisboa.
A sua memória litúrgica é celebrada a 16 de agosto e o povo cristão assegura que todo aquele que recorre com fervor à sua intercessão é atendido em suas súplicas, sendo essa a razão pela qual ainda hoje é considerado um poderoso advogado contra o mal da peste e de outras doenças.
In honore salutoris, Sancti Rochi confessoris
Fonte: Irmandade de São Roque
DEUS - PÁTRIA - REI
sábado, 28 de março de 2020
Le duc de Bragance au Brésil
Il y a une dizaine de jours, le duc de Bragance était en visite au Brésil avec
sa fille Maria Francisca, duchesse de Coimbra. Père et fille s’accordaient
des vacances après l’obtention du diplôme de Maria Francisca (née en 1997).
Ils ont visité l’Amazonie et Sao Paulo.
sa fille Maria Francisca, duchesse de Coimbra. Père et fille s’accordaient
des vacances après l’obtention du diplôme de Maria Francisca (née en 1997).
Ils ont visité l’Amazonie et Sao Paulo.
"Cerca de dez dias atrás, o duque de Bragança estava de visita ao Brasil
com sua filha Maria Francisca, duquesa de Coimbra. Pai e filha tiraram férias
após a graduação da Maria Francisca (nascida em 1997) Eles visitaram a Amazônia
e São Paulo.
com sua filha Maria Francisca, duquesa de Coimbra. Pai e filha tiraram férias
após a graduação da Maria Francisca (nascida em 1997) Eles visitaram a Amazônia
e São Paulo.
Precisamente em São Paulo, o duque de Bragança e sua filha foram os
anfitriões da princesa Maria Isabella de Savoy, que ofereceram um almoço em
sua homenagem na presença do príncipe Casimir de Bourbon-Duas-Sicílias e sua
esposa princesa Maria Cristina de Savoia-Aosta, bem como os príncipes Dom
Betrand e Dom Pedro d'Orléans-Bragança.
anfitriões da princesa Maria Isabella de Savoy, que ofereceram um almoço em
sua homenagem na presença do príncipe Casimir de Bourbon-Duas-Sicílias e sua
esposa princesa Maria Cristina de Savoia-Aosta, bem como os príncipes Dom
Betrand e Dom Pedro d'Orléans-Bragança.
A princesa Maria Cristina, de Savoia-Aosta, viajaria para a Itália na próxima
semana para comemorar o 90º aniversário de sua irmã, a princesa Margherita,
viúva do arquiduque Robert da Áustria-Este e mãe do príncipe Lorenz da Bélgica.
semana para comemorar o 90º aniversário de sua irmã, a princesa Margherita,
viúva do arquiduque Robert da Áustria-Este e mãe do príncipe Lorenz da Bélgica.
A crise do coronavírus impede essa viagem. O duque de Bragança e sua filha
retornaram a Portugal antes do encerramento das fronteiras."
retornaram a Portugal antes do encerramento das fronteiras."
Tradução livre do Google de:
"Il y a une dizaine de jours, le duc de Bragance était en visite au Brésil avec sa fille
Maria Francisca, duchesse de Coimbra. Père et fille s’accordaient des vacances
après l’obtention du diplôme de Maria Francisca (née en 1997). Ils ont visité
l’Amazonie et Sao Paulo.
Maria Francisca, duchesse de Coimbra. Père et fille s’accordaient des vacances
après l’obtention du diplôme de Maria Francisca (née en 1997). Ils ont visité
l’Amazonie et Sao Paulo.
Précisément à Sao Paulo, le duc de Bragance et sa fille ont été les hôtes de la
princesse Maria Isabella de Savoie qui offrit un déjeuner en leur honneur en
présence du prince Casimir de Bourbon-Deux-Siciles et de son épouse la princesse
Maria Cristina de Savoie-Aoste ainsi que des princes Dom Betrand et Dom Pedro
d’Orléans-Bragance.
princesse Maria Isabella de Savoie qui offrit un déjeuner en leur honneur en
présence du prince Casimir de Bourbon-Deux-Siciles et de son épouse la princesse
Maria Cristina de Savoie-Aoste ainsi que des princes Dom Betrand et Dom Pedro
d’Orléans-Bragance.
La princesse Maria Cristina de Savoie-Aoste devait se rendre la semaine prochaine
en Italie pour célébrer les 90 ans de sa soeur le princesse Margherita, veuve de
l’archiduc Robert d’Autriche-Este et mère du prince Lorenz de Belgique.
en Italie pour célébrer les 90 ans de sa soeur le princesse Margherita, veuve de
l’archiduc Robert d’Autriche-Este et mère du prince Lorenz de Belgique.
La crise du coronavirus empêche ce déplacement. Le duc de Bragance et sa
fille sont rentrés au Portugal avant la fermeture des frontières."
fille sont rentrés au Portugal avant la fermeture des frontières."
Fonte: Associação dos Autarcas Monárquicos
quinta-feira, 26 de março de 2020
Procissão de Nossa Senhora da Saúde
DEUS - PÁTRIA - REI: Procissão de Nossa Senhora da Saúde: A Procissão de Nossa Senhora da Saúde é a mais antiga procissão religiosa que se realiza anualmente na cidade de Lisboa , em Port...
quarta-feira, 25 de março de 2020
24º Aniversário de SAR, O Senhor D. Afonso de Brag...
DEUS - PÁTRIA - REI: 24º Aniversário de SAR, O Senhor D. Afonso de Brag...: SUA ALTEZA REAL O AUGUSTO E SERENÍSSIMO PRÍNCIPE Dom Afonso de Santa Maria Miguel Gabriel Rafael, 9º príncipe da Beira e por mercê d&...
terça-feira, 24 de março de 2020
Nossa Senhora da Saúde
DEUS - PÁTRIA - REI: Nossa Senhora da Saúde: História Tradicionalmente invocada pelos doentes (como afirma o Padre António Vieira no seu Sermão do Nascimento da Mãe de Deus ...
segunda-feira, 23 de março de 2020
Pestes de outros tempos
Durante muitos séculos, antes do surgimento da medicina moderna e da descoberta dos micro-organismos patogénicos, a designação de peste recobria uma ampla gama de doenças contagiosas, pelo que surtos de tifóide, cólera, varíola, malária e sarampo, para além da propriamente chamada peste bubónica, eram designadas por pestilências.
Para mitigar os seus efeitos, recomendava-se a abstenção de prazeres sexuais, a moderação no comer e no beber; a diminuição de banhos por forma a evitar resfriados, a fuga a ajuntamentos e o contacto com pessoas, o uso e abuso de água com vinagre para lavar as mãos e o interior das casas, assim como a exigência da permanência dentro da habitação. Para além de mezinhas, orações a santos tutelares e o consumo de alimentos frescos, simples paliativos, a robustez, a idade e resiliência dos doentes constituíam a caução para a sobrevivência dos enfermos.
O Ocidente europeu conheceu grandes surtos epidémicos na fase final do Império romano, mas durante a Idade Média, dada a pulverização das grandes cidades, a dispersão demográfica e o carácter rural da sociedade, tais doenças não marcaram de forma impressiva a vida das populações. Contudo, a partir do século XII, com o crescimento das cidades vocacionadas para o comércio a longa distância e acumulação em condições sanitárias precárias de grandes ajuntamentos, as pestes irromperram com uma virulência inesperada. Em finais do século XII, um primeiro surto abateu-se sobre o território português, causando grande mortandade, seguida por outra em inícios do século XIV. Contudo, foi a a Peste Negra - peste bubónica - que maiores estragos causou. Chegou a Portugal em 1348 e ao dissipar-se um ano depois, matara entre 30 a 50% da população. Novos surtos passaram a assediar com mortal regularidade o Reino (1384, 1415, 1434, 1438 e 1464, 1485 e 1492), exigindo das autoridades grande esforço e o lançamento de uma rede de hospitais, enfermarias e até legislação que exigia a limpeza das ruas, quarentenas e até dos primeiros esgotos. O início do século XVI conheceu a pestilência de 1503-1506 que obrigou à evacuação de Lisboa e à determinação real de impedir cemitérios dentro de portas.
O império ultramarino acentuou a exposição de Lisboa a surtos pestilenciais oriundos do Norte de África, mas também entradas por via do comércio com o Mediterrânico. No século XVIII, a febre-amarela, de proveniência brasileira, causou grande sobressalto, repetindo-se com infalível sazonabilidade até meados do século XIX. O último grande surto epidémico do século XIX - de facto, de cólera - dizimou dezenas de milhares de vidas, sendo que as mais destacadas vítimas mortais foram o Rei D. Pedro V e a sua jovem rainha D.ª Estefânia. Finalmente, há precisamente um século, a chamada Gripe Espanhola cobrou a vida a cerca de 100.000 portugueses, deixando um caudal de sofrimento que excedeu largamente os estragos demográficos causados pela participação portuguesa na Grande Guerra de 1914-18.
Desabituados de tais convulsões, quantas vezes excessiva e orgulhosamente arrogantes, esquecemo-nos que as pestes nos haviam visitado vezes sem conta. Hoje, o Covid-19, assalta-nos, interrompe a falsa segurança, declara-nos guerra. Uma vez mais há que dar luta a um inimigo insidioso. Vencê-lo-emos.
LFF
Fonte: Nova Portugalidade
domingo, 22 de março de 2020
Lembrar o exemplo do nosso Rei Dom Pedro V em hora de inquietude
"Em Outubro de 1857 atingiu a epidemia o auge (...), D. Pedro V não podia estar alheio às provações a que estava sujeito o seu povo: ele é a figura mais completa que podemos ver relativamente ao tempo em que entre nós esteve a febre amarela. O Rei não saiu de Lisboa, porque junto do perigo era a sua missão; ao pé dos seus súbditos atacados pelo mal é que lhes podia dar ânimo e coragem. Todos o aconselhavam a abandonar o perigo e ir (...) para longe da capital, onde pudesse estar seguro e sem possibilidades de contrair a moléstia (...), dizia o Rei «Se tenho alguma utilidade, é junto dos enfermos e dos pobres desprotegidos. Se sirvo para alguma coisa, será agora que o poderei mostrar» "
Fonte: Nova Portugalidade
DEUS - PÁTRIA - REI
sexta-feira, 20 de março de 2020
S.A.R., o Senhor Dom Duarte de Bragança, profere C...
DEUS - PÁTRIA - REI: S.A.R., o Senhor Dom Duarte de Bragança, profere C...: No dia 10 de Março de 2020, S.A.R., o Senhor Duque de Bragança, proferiu uma conferência na Casa de Portugal de São Paulo, perante os associ...
quinta-feira, 19 de março de 2020
São José - Dia do Pai
Celebra-se hoje, 19 de março, a Solenidade de São José. Neste dia, a Igreja, espalhada pelo mundo todo, recorda solenemente a santidade de vida do seu patrono.
Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família, São José foi escolhido por Deus para ser o patrono de toda a Igreja de Cristo.
Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”.
No Evangelho de São Mateus vemos como foi dramático para esse grande homem de Deus acolher, misteriosa, dócil e obedientemente, a mais suprema das escolhas: ser pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador do mundo.
“Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa” (Mt 1,24).
O Verbo Divino quis viver em família. Hoje, deparamos com o testemunho de José, “Deus cumula de bens”; mas, para que este bem maior penetrasse na sua vida e história, ele precisou renunciar a si mesmo e, na fé, obedecer a Deus acolhendo a Virgem Maria.
Da mesma forma, hoje São José acolhe a Igreja, da qual é o patrono. E é grande intercessor de todos nós.
Que assim como ele, possamos ser dóceis à Palavra e à vontade do Senhor.
São José, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova
DEUS - PÁTRIA - REI
segunda-feira, 16 de março de 2020
S.A.R- o Senhor D. Duarte, Duque de Bragança
S.A.R. o Senhor D. Duarte, Duque de Bragança
Durante as últimas semanas temos vindo a ser confrontados com um desafio que nunca imaginámos que nos pudesse acontecer. De forma inauditao Coronavírus tem alastrado a grande velocidade pelo mundo, tendo chegado a Portugal nos últimos dias e com crescimento exponencial.
Inicialmente, ninguém quis acreditar no que nos estava a atingir, mas rapidamente os portugueses adoptaram um comportamento notável para este enorme desafio que se nos coloca.
Milhares de cidadãos e empresas já tomaram medidas. Os cidadãos restringindo movimentos e recolhendo-se em casa, tendo iniciado um período de quarentena e isolamento social por sua voluntária iniciativa. Por seu lado, as empresas privadas e outras instituições deram um exemplo notável ao longo da última semana disponibilizando condições para os seus trabalhadores poderem exercer as suas actividades em casa, implicando uma maior segurança para as suas famílias, bem como dos seus colegas.
De forma admirável toda a sociedade está a organizar-se num enorme esforço para ultrapassar este perigo com a maior rapidez possível.
Ainda neste sentido, gostaria também de dar uma forte palavra de apreço e gratidão aos profissionais da saúde que estão na linhada frente deste combate, correndo enormes riscos pessoais de forma muito profissional e generosa. Quero estender o agradecimento a todos os que por motivos profissionais ou por voluntariado trabalham para a protecção dos portugueses, nomeadamente forças de segurança civis e militares, bombeiros, farmacêuticos. Não esquecemos os sacerdotes e religiosas que nos ajudam nesta altura difícil assim como todos aqueles que pelo seu trabalho e risco da própria saúde permitem o funcionamento do comércio de abastecimento alimentar.
O Governo, por seu lado age com maior cuidado, tendo vindo a tomar as suas decisões, ponderadas, mas sempre alguns passos atrás da sociedade, que por sua iniciativa está sempre à frente.
Temos vindo a assistir a sucessivos apelos da população aos governantes para tomarem medidas mais rapidamente. Primeiro foi o encerramento das escolas, agora o pedido de declaração do estado de emergência e de iniciativas para apoiar as empresas e a estrutura económica.
É difícil compreender na situação em que estamos a viver como é possível convocar o Conselho de Estado que deverá definir o estado de emergência do país para meados desta semana. Todos os estudos realizados sobre este tipo de situações indicam que, quanto mais rapidamente e de forma radical actuarmos, mais depressa podemos conter crescimento da pandemia e retomar a normalidade.
O comportamento exemplar dos portugueses exige uma maior rapidez por parte dos seus governantes.
Situação como a recuperação do controlo das nossas fronteiras não deve continuar a ser protelada. Não podemos continuar a assistir a situações como a do navio que foi proibido de atracar em Lisboa e que seguiu para Espanha, tendo os seus passageiros vindo para Portugal por terra. Não podemos aguardar pela Europa quando a descoordenação é grande.
Não quero também deixar de referir que as empresas necessitam de um forte apoio por parte do Governo e que a resposta terá de ser também rápida. O país vai, com certeza, sobreviver a esta prova, mas precisamos ter empresas sólidas que nos permitam encarar o futuro com confiança.
O tempo é curto, a partir de hoje o IVA das empresas estará a pagamento e até à próxima sexta-feira as contribuições sociais. No início deste ano, em consequência do Corona Vírus, que já atingiu a China há mais tempo, as empresas não têm desenvolvido a sua actividade de uma forma normal, com consequências na sua rentabilidade. Assim, o Estado deverá assumir responsabilidades perante as empresas portuguesas, aliviando a sua tesouraria, permitindo pagamentos mais urgentes como são ordenados e fornecedores.
Ao longo dos últimos anos, as empresas portuguesas têm vindo a sofrer uma forte descapitalização o que dificulta a sua actividade para os desafios que se vão colocar. É necessário assegurar que as empresas vão ter capacidade para aguentar dois, três ou quatro meses de actividade reduzida para posteriormente voltarem a actuar. O bem-estar dos portugueses depende da capacidade de dar respostas rápidas. Os tempos são de excepção, por uma vez há que não olhar às despesas.
Os tempos que aí vêm poderão trazer-nos más notícias, temos que nos preparar para isso. Mas serão também uma oportunidade para o nosso desenvolvimento pessoal. Por outro lado, mostra-nos ainda a importância do nosso relacionamento com o próximo, das nossas famílias, dos nossos amigos, dos nossos vizinhos, etc. Na realidade dependemos todos uns dos outros, do nosso espírito de entreajuda e solidariedade. São momentos de adversidade como o que estamos a viver que nos fazem reflectir sobre oque temos e a que por vezes não damos valor.
A minha família e eu, como todos os portugueses, vivemos com alguma apreensão os tempos que se aproximam, mas ao mesmo tempo com uma grande confiança de que, juntos, iremos todos superar este momento difícil e sair mais fortes. Estaremos em isolamento, à semelhança de todos e tentaremos tirar partido da melhor forma desta inusitada situação.
Os portugueses foram sempre grandes nas épocas difíceis demonstrando uma união e uma solidariedade difícil de encontrar noutros povos. Foi assim em tantas situações ao longo da nossa história.
Tenho a certeza que é isso que mais uma vez faremos, respeitando as orientações dos responsáveis políticos. Vamos ser novamente heróis ajudando a salvar a nossa vida e a dos nossos mais próximos, ficando em casa com a calma, a responsabilidade e a serenidade que o momento exige.
Só assim conseguiremos vencer esta guerra, que nos toca a todos.
Finalmente, reitero o apelo ao governo para a declaração do estado de emergência nacional que permita declarar quarentena obrigatória a toda a população, salvo serviços essenciais assim como a recuperação do controlo das fronteiras. São momentos extraordinários que requerem medidas de excepção máxima.
Nos momentos mais graves da nossa história sempre imploramos a Divina protecção e o maternal socorro de Maria, a Imaculada Conceição, que foi proclamada nossa Rainha pelos legítimos representantes de todo o povo português, solene decisão que nunca foi politicamente revogada. Assim a saibamos merecer.
Termino com uma palavra de confiança no sentido de responsabilidade e de espírito de comunidade de todos os portugueses. Que ninguém se sinta sozinho nesta luta. Estamos, como sempre estivemos, juntos por um bem maior que é Portugal e os portugueses.
Dom Duarte, 16 de Março 2020
Da República ocupante
DEUS - PÁTRIA - REI: Da República ocupante: Pode a República, dentro dos seus princípios, ou mesmo contra eles, curar estas doenças de aspecto mortal? Não, porque estes três m...
domingo, 15 de março de 2020
SAR, D.Duarte, Duque de Bragança participou numa P...
DEUS - PÁTRIA - REI: SAR, D.Duarte, Duque de Bragança participou numa P...: SAR, o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança participou numa Palestra sobre Lusofonia na Casa de Portugal em São Paulo. Também foi outor...
sábado, 14 de março de 2020
O ódio à racionalidade
DEUS - PÁTRIA - REI: O ódio à racionalidade: É dura a tarefa de dar voz à serenidade em tempos de histeria – pior, quando o delírio parece aspirar à dignidade de ciência para, aproveita...
sexta-feira, 13 de março de 2020
SAR, D. Afonso de Bragança na apresentação do livr...
DEUS - PÁTRIA - REI: SAR, D. Afonso de Bragança na apresentação do livr...: Em 5 de Março de 2020, pelas 18H15, teve lugar, nas instalações do Palácio da Bemposta – Sala D. João IV, a apresentação do livro “O qu...
quinta-feira, 12 de março de 2020
Dom Manuel II e... «a ética republicana»
Referência de Nuno Resende a livro de Alexandre Cabral que eu desconhecia — Cartas da Aldeia, Coimbra, 1923 — levou-me a folheá-lo um dia destes na Biblioteca Nacional. É um curioso e relevante depoimento dos primeiríssimos meses da I República, vividos com perplexidade e provavelmente algum nojo pelo seu autor, que na verdade sobre eles escreveu nas primeiras páginas de O Liberal sob pseudónimo, «Frei João Campello», uma prudência preventiva por estar o seu autor certamente receoso de represálias por grupos de mão sem qualquer controlo policial. Reunidas em livro mais de uma década depois, um período em que de tudo um pouco aconteceu, de mal a pior, e falecido Alexandre Cabral em 1919, represálias já não podiam ser cometidas contra o autor desse registo perene dum tempo de má memória que contudo convém manter vivo, quanto mais não seja para repudiar todas as mitificações de que foi alvo — qual papel muito colorido e brilhante embrulhando rebuçado de péssima qualidade.
São duas pequenas histórias edificantes, a primeira caracterizando a honestidade do jovem D. Manuel II e o «direito de conquista» (sic) que levou políticos republicanos a usurparem para sua comodidade meios de transporte de propriedade pessoal do monarca exilado, e a segunda mostrando-nos até que ponto foi — e como sabemos, ainda vai — a propaganda republicana para tentar denegrir as figuras régias e o monarquismo. Mas Cabral também não poupa — e fez bem — aqueles que, dum dia para o outro, e por pura conveniência ou cálculo, dobraram a espinha ao regime criado pelo golpe militar de 5 de Outubro de 1910, revelando «falta de hombridade e de carácter».
Vasco Rosa
Dívidas reais
El-Rei D. Manuel mandou pagar aos seus fornecedores de Lisboa as dívidas da casa real, montantes a alguns contos de réis. Quer isto dizer que os grandes da terra se irmanam com as pessoas modestas nestes casos ordinários da vida, como são o de estar devendo ao alfaiate e ao merceeiro.
Significa também esse facto que era pouco desafogada a vida financeira do monarca, vendo-se forçado a trazer em atraso o pagamento do arroz e do calçado.
Pois, leitor, presumia muita gente que a lista civil, unida aos réditos da Casa de Bragança, faziam nadar em ouro os cofres del-rei.
Puro engano. O morgadio de Bragança, agora extinto certamente e para o futuro divisível, não excede o rendimento anual de 35 contos de réis, embora muita gente suponha que este igualava a verba da lista civil.
E, assim, sendo tamanhas as despesas ordinárias e as de representação da casa real, acrescidas ainda da anuidade do desconto para amortização das dívidas del-rei D. Carlos à nação, não me surpreende que sua majestade, em vez de acumular tesouros inestimáveis, o que a fantasia popular imagina que é costume invariável dos reis, tivesse o seu nome inscrito, em antecedência de longo rol de géneros fornecidos, em várias lojas de secos e molhados.
Sem querer devassar a vida íntima do último rei de Portugal, tão sagrada e respeitável como a de qualquer dos seus antigos súbditos, creio que não me engano presumindo que, para fazer de pronto o pagamento de alguns contos de réis aos seus credores, o senhor D. Manuel teve de recorrer também ao crédito, continuando a ser devedor em outra parte.
É de justiça que o governo provisório apressse os inventários dos paços e propriedades reais e apure com rapidez o que lá existe da nação, para entregar a el-rei o que pertence ao seu património pessoal. Dessa forma os senhores ministros terão de tomar tipóia da Companhia, quando restituírem ao seu dono as carruagens e automóveis que têm usufruído por direito de conquista, mas o monarca deposto poderá dispensar a hospedagem de seu tio o sr. duque de Orléans, sem ter de ensinar meninos como seu terceiro avô, Luiz Filipe, ou de receber tributos voluntários dos súbditos fiéis, como sucedeu a seu quarto tio D. Miguel de Bragança, que o antecedeu no trono e no exílio.
Só quatro!
Fez saber a república às nações estrangeiras que no dia de ano novo apenas quatro telegramas foram expedidos daqui à família real exilada; e daí pretende deduzir, não só a firmeza das novas instituições, mas que toda a nação voltou as costas ao antigo regime.
Se o facto foi verdadeiro, quem é obrigado a velar pelo bom nome do país tinha o dever intuitivo e rigoroso de ocultá-lo.
Se isso é exacto, significa muita falta de pundonor e de brio.
Então nem ao menos os antigos ministros da coroa, nem a casa civil e militar do monarca, se haviam de recordar dele nesse dia?
Pois de tanta gente que há um ano dobrava a espinha em derreada mesura, não haveria ao menos uma dúzia a lembrar-se de que a realeza é mais respeitável na desgraça?
Só quatro!
Muitos mais eram os camaristas, veadores, ajudantes de campo e oficiais às ordens em serviço. Às dúzias se contam os ministros de estado honorários e os oficiais-mores, os marqueses e grã-cruzes. Aos centos os outros titulares, os conselheiros del-rei, os fidalgos da sua casa, os comendadores e cavaleiros das ordens militares e civis.
Só quatro!
Pois todos esses que deveram um benefício ou uma atenção ao soberano, todos esses que viveram na sua honrosa intimidade, todos os que tantas vezes se curvaram para beijar-lhe a mão, todos o esqueceram só porque a revolução o depôs e já não pode distribuir graças nem mercês?
Mas então essa gente, quando levava ao Paço as suas homenagens, não ia cumprir um dever de cortesia para com o chefe da nação, como todos nós os cumprimos naturalmente para com as pessoas respeitáveis das nossas relações: iam impelidos por um sentimento desprezível de humildade bajuladora e servil. Iam como escravos que se rojam, e não como homens livres que até quando se inclinam respeitosos, aprumam altivamente a cabeça.
Só quatro?! Não pode ser.
Insidiosa ou inexacta, não pode ser verdadeira a notícia.
Deve sabê-lo, leitor, se lê jornais do país e do estrangeiro. Dois, franceses, tenho eu aqui, onde se diz que sm el-rei D. Manuel recebeu em Wood Norton mais de 300 telegramas de Portugal; e tratam o soberano deposto muito naturalmente por majestade e como rei: não lhe chamam, como o Diário de Notícias, D. Manuel de Bragança.
Isto é que deve ser a verdade.
Os reis, como toda a gente, estão sujeitos a errar; e mais o estava o senhor D. Manuel pela sua idade juvenil e pelos maus conselheiros que se lhe acercaram. Mas não há dúvida que foram sempre honestos os seus propósitos e foi sempre delicado e atencioso para com todos. Que assim não fosse, os que lhe levaram cumprimentos ao trono, em dias de recepção, mais rigoroso dever tinham agora de endereçar-lhos, por isso mesmo que da sua mão dadivosa de soberano já não pende a cornucópia régia das mercês.
Os que espalharam a notícia, felizmente inexacta para honra do país, devem ser os mesmos que narraram com jubiloso aplauso a adesão fácil da nação às novas instituições, esquecidos de que esse facto foi um sintoma triste de falta de hombridade e de carácter.
Quem se preza não muda de partido com a natural facilidade com que se muda de casaco.
Os que ontem lutaram contra a república não dão bom conceito de si próprios acamarando-se hoje com ela, só porque do mundo problemático das utopias ou das hipóteses passou a ser realidade distribuidora das graças e prebendas.
Alexandre Cabral
DEUS - PÁTRIA - REI
terça-feira, 10 de março de 2020
Família Real presente na Procissão do Senhor dos P...
DEUS - PÁTRIA - REI: Família Real presente na Procissão do Senhor dos P...: Fonte: A Monarquia Portuguesa e Real Irmandade dos Passos da Graça
O suicídio da liberdade
DEUS - PÁTRIA - REI: O suicídio da liberdade: Passou-se da eutanásia em doenças terminais à eutanásia em doenças incuráveis e agora pretende-se passar à eutanásia de pessoas idosas não d...
domingo, 8 de março de 2020
Quatro anos a provar que Portugal não quer morrer
Lançámos há quatro anos a Nova Portugalidade. De página de Facebook a grupo de gente verdadeira, de grupo de gente verdadeira a movimento em ascensão, ouvido, participante respeitado do debate público e instituição com capacidade de influência, de agregação e de convocação, foram milhares as horas investidas. É um trabalho duro. Duro porque corajosamente racional num tempo em que a coragem rareia tanto quanto a razão; duro porque patriótico num tempo em que o patriotismo é apoucado e reprimido; duro porque orgulhoso, fervente de ideias, incansável na actividade e sedento de futuro justamente quando o nosso povo mais parece subjugado pelo torpor da descrença e do pessimismo. Aos resultados deste trabalho metódico já poderemos, honrados, chamar obra: com centenas sempre crescentes de membros e dezenas de actos públicos feitos, ninguém pode negar que a Nova Portugalidade marcou profundamente o debate de ideias em Portugal, roubando ao campo anti-português uma hegemonia total (não será a palavra certa "totalitária"?) a que ele há muito se habituara.
Trabalhar pela honra, pelo nome, pelo passado e pelo amanhã de Portugal com alguns dos melhores portugueses que conheci - portugueses que muitas vezes nem o são de passaporte sendo-o em pleno de coração - tem sido das maiores felicidades da minha vida. Como disse no jantar de aniversário da NP, sentimos funda a vocação de servir, e sentimos hoje o dever de servir de maneira diferente no futuro. Sobre isso, porque não chegou ainda o momento certo, deixei apenas firme o anúncio de anúncios a fazer - e eles chegarão, chegarão em breve, e deles saberá atempadamente quem à NP quer bem. Será o passo natural para uma ideia que se fez de carne e osso, que está em movimento, que convoca cada vez mais portugueses honrados à boa luta e que sabe ter a obrigação, perante o país e a civilização portuguesa, de chegar ao quinto aniversário ainda mais forte do que chegou a este. Temos estado em campo. Continuaremos a seguir na frente, a ser a geração que realiza e a mostrar, a cada dia e a cada luta, que Portugal quer continuar.
Rafael Pinto Borges
Presidente da Junta Directiva da Nova Portugalidade
sábado, 7 de março de 2020
A REPÚBLICA CORRUPTA
“Atolados há mais de um século no mais funesto dos ilogismos políticos, esquecemo-nos de que a unidade nacional, a harmonia, a paz, a felicidade e a força de um povo não têm por base senão o rigoroso e exacto cumprimento colectivo dos deveres do cidadão perante a inviolabilidade sagrada da família, que é a célula da sociedade; perante o culto da religião, que é a alma ancestral da comunidade; e perante o culto da bandeira, que é o símbolo da harmonia e da integridade da pátria”.
Quebramos estouvadamente o fio da nossa História, principiando por substituir o interesse da Pátria pelo interesse do partido, depois o interesse do grupo, e por fim o interesse do grupo pelo interesse individual de cada um”.
Ramalho Ortigão
Tinha e tem toda a razão a Ramalhal figura…
Os Partidos Políticos (PP) são, em termos gerais, a maior doença (cancro) dos regimes democráticos, se é que existe algum, e que no caso português, já colocaram o país por quatro vezes à beira do caos, da bancarrota e da guerra civil – lembro para os “esquecidos” e os que nem suspeitam, que vão ler o que se passou a seguir à implantação do Liberalismo, em 1820; o que se seguiu à vitória liberal na Guerra Civil de 1832-1834; o que ocorreu a seguir ao Golpe de Estado de 1851, com a Regeneração e o Rotativismo e a pavorosa anarquia da I República.
E só não acabou com o país, após o 25 de Abril de 1974 (ainda) e que só vingou depois do 25 de Novembro de 75, porque se foi vivendo do que o Estado Novo amealhou; dos fundos de coesão caudalosos, da CEE/CE/UE e de um brutal e nunca visto endividamento externo, de que não existe memória desde que o Viriato e o Sertório combatiam as legiões de Roma!
Sem embargo, já tivemos praticamente em bancarrota por três vezes (1978/1981/2008); deixámos de ter moeda própria, ficando reféns de decisões de outros e com o que resta das reservas de ouro cativas (382,3 toneladas); praticamente não há bancos nem empresas estratégicas em mãos portuguesas, além de se ter vendido património às paletes; alienado grande parte do sector público e estratégico; quase exterminando as Forças Armadas, para já não falar na alma…
Tivemos ainda uma “troika” a passear-se pelo Terreiro do Paço – nome que deriva do local onde vivia a Família Real e situava o governo do Poder Nacional – como os Filipes nunca se atreveram a cirandar!
No meio disto, e infectando tudo, fica uma mancha enorme de corrupção infrene que só não se pode considerar crónica e cromossomática porque a maioria da população de baixos recursos (da classe média para baixo) sofre com o fenómeno mas não está ainda completamente contaminada. E parte das instituições nacionais ainda se tem conseguido preservar, onde se destacam a Igreja, as Forças Armadas e as Forças de Segurança.
Mas tudo o que mete políticos, negócios e futebol, por exemplo, tem sido um descalabro. A Justiça funciona a sério, como se diz a brincar, dos alentejanos: devagarinho e parada. Além de ser palco também de inúmeros casos de corrupção. Todo o sistema está, aliás, montado para favorecer quem se porta mal em detrimento de quem tenta caminhar pelos ditames da “virtude e da Honra”.
No limbo estão ainda, todos aqueles que só não são corruptos, porque ainda não tiveram oportunidade…
“República corrupta” é de facto e até ver, o melhor epitáfio, que terá quando acabar esta terceira da série iniciada em 5 de Outubro de 1910. E é pena que já não tenha acabado.
E só não acabou, porque ainda consegue colocar dinheiro no bolso dos contribuintes e abastecer as prateleiras dos supermercados com dinheiro que não é o seu e matérias que não produz. E tal leva a que não se ande aos tiros nas ruas. Por alguma razão tudo têm feito para desarmar a população…
Porém vivemos uma realidade virtual: o dinheiro é virtual (escritural); a Verdade é virtual como a mentira; a Moral é virtual (por relativa), a Democracia é virtual (quem se sente representado por esta gente dos Partidos e modo como é eleita?); os centros de decisão são virtuais (estão fora do país), etc…
As tensões têm sido reguladas através das claques de futebol, dos comícios e manifestações políticas, pelas greves constantes (ainda controladas pelo sistema e conivências – vai mudar) e pela imbecilização provocada pela generalidade dos OCS onde se destacam as televisões, a maior parte dos quais estão nas mãos dos próprios “corruptores” de quem pontifica no sistema.
Também ainda porque muito filho d’algo tem metido a mão nos dinheiros públicos e isso alimenta muita coisa.
O acesso desregrado ao crédito faz o resto.
Não se pode dizer que “a coisa” não esteja bem urdida…
Um país tem que ser gerido por homens sérios e capazes, tenham eles as ideias que tiverem (desde que não sejam de traição à Pátria). O fulcro da questão está em como conseguir formá-los, seleccioná-los e colocá-los nos lugares chave.
Nada disto é tido em conta e todas as instituições que podiam assegurar alguma seriedade têm sido sistematicamente corrompidas e destruídas.
Chegou até á família que é a célula base de toda a sociedade.
Nós temos pois, em primeiro lugar, um problema Moral que origina um problema político, daí resultando um problema financeiro o qual deriva num problema económico e tudo desagua num problema social. Por esta ordem.
Ora os Partidos Políticos são a pior ferramenta para lidar e emendar tudo isto. Até porque foram eles que causaram, em primeiro lugar, o “status quo”…
Quem inventou o termo partido político devia ter saído de uma ressaca de vinho reles, pois o nome é mais feio que uma noite de breu onde troveja!
O que parte ou está partido nunca pode ser uma coisa inteira ou consertar um todo. É uma facção, vive do antagonismo. Do “bota abaixo”.
Por isso o regime de partidos representa a guerra civil permanente, sem tiros (nem sempre) é certo, mas guerra civil. E ninguém consegue governar minimamente no meio das “guerras” partidárias.
Um PP é sempre um agrupamento que surge de uma forma algo caótica (muitas vezes na sequência de um almoço bem regado) onde o que preside é a angariação de membros para fazer número e pagarem quotas (de que nenhum Partido consegue viver…).
Aqui começa logo o problema maior: um Partido não vive de princípios, de doutrina, ou do bem-comum: vive de dinheiro e de votos. O dinheiro compra votos e os votos também podem atrair dinheiro.
Daqui decorrem várias coisas.
Como não há selecção, preparação, regras ou seja que condicionante for, qualquer bicho careta entra para um PP o que torna uma desorganização daquelas, vinte vezes pior do que uma reunião de condóminos. Ao menos estes têm um interesse único em comum que é a gestão da sua morada, e é o que se sabe…
E tirando aqueles que afrontam o líder do partido, raramente qualquer um é expulso.
A seguir o dinheiro. Sem dinheiro não se faz nada. Grande parte do dinheiro vem – no nosso caso – dos impostos dos contribuintes, mas como a gula por dinheiro não tem limite, o mesmo nunca chega; mesmo tendo em conta os miseráveis perdões fiscais aos PP, a que temos assistido, fora as incontáveis benesses que mais ninguém tem.
Por isso há que ir buscar dinheiro a quem o queira dispensar. O controlo e fiscalização destas “contribuições” é outro quebra - cabeças.
Ora quem dá dinheiro quer mandar. Quem dá mais dinheiro, quer mandar mais. Daqui resulta que ninguém consegue cumprir nada do que promete, manter qualquer esteio doutrinário ou resistir a interesses pessoais ou de grupo. Com o passar do tempo, quem tem dinheiro acaba por se apoderar do “partido”, nascendo assim a plutocracia, que não tem nada a ver com a pregoada Demo Cracia…
Alguns partidos em vez de terem Princípios e Doutrina (a que são relapsos), têm (ou dizem ter) ideologia.
Ora aqui a coisa ainda é pior pois está tudo estragado, por inquinado! Nunca se resolveu nada através da ideologia – a não ser arranjar lutas fratricidas, crises e guerras – não há maneira de se perceber isto.
Como um “partido” não é uma coisa inteira, a sua tendência é também ele partir-se em “tendências”, “grupos de reflexão”, moções alternativas, às vezes mesmo em rupturas definitivas com a formação de novos “partidos”, o que resulta na maior das confusões, frustrações, rancores e pulverização do Poder”.
Para pagar tudo isto e tentar dar alguma coerência e estabilidade ao “sistema”, retiram-se largas somas do dinheiro dos impostos dos contribuintes para sustentar toda esta babilónia. Chamam-lhe, eufemisticamente, os custos da Democracia…
É claro que como os legisladores saem dos PP (para a PR, AR, Governo, Autarquias, etc.) fácil é perceber quer tudo o que sair irá no interesse dos Partidos, blindando o sistema. E aqui têm tido, aparentemente, um papel relevante algumas “Sociedades de Advogados”. Aliás, hão - de fazer o favor de reparar que cerca de 80% dos deputados serem licenciados em Direito. Não sei se já terão dado conta disso e porque tal se verifica…
Para um líder partidário conseguir aguentar-se no poder vai ter que distribuir cargos e prebendas, os chamados “tachos”. Por isso se diz que um PP não é mais do que uma agência de empregos. É verdade.
Como não há regras, repito, formação e selecção, a luta para se obter influencia e lugares não passa por aquilo que de bom tem a natureza humana, ms sim no que tem de mau. Ou seja a deslealdade, a lisonja, a intriga, a traição, a mentira.
Ou seja, os partidos passam a ser palco maioritário, dos incompetentes, dos sem carácter e dos amorais.
Por isso é que os antigamente chamados “homens bons dos concelhos”, se afastam com nojo dos PP e da vida política, abandonando o palco aos arrivistas com estômago para prosperarem no reino da iniquidade.
Como o objectivo fundamental é obter votos – única fórmula admitida actualmente para a legitimação do Poder – por isso e por exemplo, é que um tolo qualquer que vá a presidente de câmara, tem precedência protocolar, relativamente aos Chefes de Estado-Maior – todas as campanhas eleitorais são feitas à imagem dos partidos: financiamentos “por baixo da mesa”; mentiras, meias verdades; prometer o que não podem realizar; dizer uma coisa hoje e o seu contrário no dia seguinte; propaganda; números circenses de mau gosto, demagogia a esmo, etc..
Logo nunca se faz o que se deve mas sim o que se julga, na altura, poder render mais votos…
Os meios humanos, financeiros e materiais necessários a todo este espectáculo para tentar esturricar os miolos aos putativos votantes, são enormes e a tendência é de não pararem de aumentar.
O eleitorado ao fim de algum tempo dá-se conta de todo este embuste e pura e simplesmente deixa de ir votar.
O que piora ainda mais todo o sistema.
Em conclusão, o “sistema de partidos”, em tese, teria alguma lógica e virtualidades, já que permitiria (teoricamente) que as naturais tensões e visões (o mundo tornou-se muito complexo) dentro de uma sociedade quanto à sua governação fossem agrupadas em opções distintas devidamente formuladas; pudessem ser discutidas e depois votadas e levadas à prática. E eventualmente emendadas na votação seguinte, sem que isso implicasse violência. Pois é, teoricamente a coisa poderia funcionar, mesmo tendo em conta não existir um sistema ideal ou perfeito.
Acontece, porém, que na prática a teoria vira um desastre, o que tem a sua causa principal na natureza humana, perdendo-se o interesse da sociedade e o interesse nacional, no interesse do Partido e, não raro, no interesse pessoal de quem tem estômago para tudo, vendeu a alma e tornou o córtex (e a espinha) dúctil como o estanho. Como referiu o Ramalho Ortigão.
Há alguma excepção a isto? Raramente, o sistema tritura tudo.
Por alguma razão organizações meio “clandestinas” como a Maçonaria (como será possível um regime dizer-se “democrático” e admitir organizações destas?), que “infiltram” aparentemente, todos os partidos (enfim, menos o Partido Comunista, na medida em que este não deixa, pois são ambos autoexclusivo), nunca se transformou num partido…
Em síntese, o sistema democrático baseado em partidos políticos é ineficaz, incompetente, corrupto, muitas vezes sórdido, multiplicador dos piores instintos humanos e atentatório da unidade e coesão nacional.
Enquanto tivermos partidos jamais teremos país, que foi aquilo que aconteceu em Portugal, desde 1820, em degradação crescente, com a excepção do período conhecido por Estado Novo.
E podem colocar-se as melhores pessoas à frente do destino da Nação – palavra que representa a antítese de “Partido”, que jamais teremos sucesso. Pois não se pode fazer de um erro uma coisa boa.
Um país organizado em Partidos jamais o poderá ser, pois é a mesma coisa que querer misturar tribos ou imaginar que os minhotos quisessem coisas diferentes que os algarvios.
O que, parte desta classe política medíocre e antipatriótica, quer agravar com a ideia criminosa da regionalização.
A sua avidez por tachos é insaciável, quando a base da política e da “Respública” deve ser o ideal do serviço público.
Isto está tudo errado e quando digo tudo, é tudo!
Entrei nesta enorme “catilinária” por causa da carta de demissão do Dr. Abel Matos Santos, do cargo para que tinha sido eleito na lista do recém - eleito Presidente do CDS, onde durou uma semana.1 Embora outros casos não faltem…
Presumo que o actual líder do CDS já conheceria o que Matos Santos pensava e escrevia antes de o escolher para conselheiro nacional do CDS ou CDS-PP, ou lá que sigla ou ideologia tenha. E não faz sentido nenhum que não soubesse…
E também não creio que tenha questionado o pensamento de Matos Santos, quando os votos que ele representava foram decisivos na vitória que obteve.
Um chefe não deixa cair um “camarada” e combatente da mesma (suposta) luta. E o jovem, apesar de demasiado jovem para ocupar a função que passou a ocupar, devia saber disso. Tinha até obrigação de saber, pois não cursou uma escola secundária qualquer: frequentou o Colégio Militar!
Conheço Matos Santos há alguns anos e não devemos nada um ao outro a não ser amizade.
Para o que estou a escrever interessa dizer que o tenho por homem íntegro, competente e um português de lei. Ora estas três coisas condenam à partida, qualquer cidadão que queira fazer política partidária. Tentei dizer-lhe isto em tempos, mas ele não acreditou. Longe de mim, porém, criticá-lo por isso.
Tanto quanto sei Matos Santos foi para o CDS com o intuito de o reformar por dentro, e após algum tempo fundou uma “tendência” que teve algum sucesso. E foi a partir de aqui que, após a estrondosa derrota da Dr.ª Assunção Cristas, se uniram esforços para acabar com a “direitinha copo de leite”, que não dava um passo além do centro, adepta encapotada da teoria de género e semeada de rapazinhos adeptos do demagogo político falsete que dá pelo nome de Portas (ou Paulinho das feiras).
Ainda não tinha esfriado o contentamento do novo líder, pelo deslumbramento da vitória, já a principal facção vencida atacava insidiosamente Matos Santos. Obviamente depois de todos terem jurado lealdade à nova direcção e terem feito votos piedosos de união até que a morte os separasse!
E atacaram-no como? Pois indo repescar algumas frases escritas há algum tempo atrás, em conversa de cara-livro (“facebook”) tirando-as do contexto.
A primeira tentativa baseou-se numa frase algo infeliz relativamente ao antigo cônsul português em Bordéus, Aristides Sousa Mendes (ASM), sobre ter sido “agiota de judeus”. Denúncia onde entrou alguém ligado à embaixada de Israel.
Ora apesar de quase tudo o que passaram a dizer e a assumir sobre ASM, dever ser considerado como uma “mentira de Estado” a figura do desobediente cônsul passou a ser uma “vaca sagrada” no actual regime (que há - de passar à História, repito, como a “república da corrupção).
É claro que o pobre do cônsul não tem culpa nenhuma do que andaram a inventar sobre o que ele fez ou não fez e o modo como foi tratado pelos seus pares e superiores hierárquicos, como é retratado modernamente pela tal “mentira de Estado”. Quero apenas lembrar que o labéu a que Matos Santos fez referência foi levantado pela Embaixada Inglesa em Lisboa, causa primeira do último dos cinco processos com que ASM foi “agraciado” durante a sua carreira.
1 Catilinária – acusação enérgica e eloquente; discurso agressivo que censura ou repreende por meio de palavras. Vem de “catilinárias”, uma série de quatro discursos célebres do cônsul Marco Túlio Cícero, pronunciado em 63 a. C., contra uma conspiração promovida pelo senador Lúcio Sérgio Catilina. É conhecida a célebre imprecação logo no início do discurso “Quosque tandem ó Catilina abutere patientia nostra” (“até quando ó Catilina abusarás da nossa paciência?”) …
Apesar das pressões para que se demitisse a coisa lá passou com uma declaração de desculpas a quem pudesse ter ficado ofendido e algumas acções sobre a comunidade judaica.
Mas os adversários (ou serão inimigos?) voltaram à carga e lá vieram a terreiro umas frases sobre o incontornável Professor Salazar e a PIDE/DGS. Aqui o “líder” não aguentou mais as “pressões” e o seu incómodo e convidou Matos Santos a abandonar o navio.
Pelo andar da carruagem o “navio” vai ficar sem guarnição que o sustente a navegar…
Matos Santos limitou-se a ser ele próprio e a dizer o que pensa, só que os actuais censores do politicamente correcto e do que está vertido oficialmente nos livros de história do ensino público (e privado) – e que contêm erros grosseiros e aleivosos relativamente aos factos históricos e ao perfil, pensamento e actuação dos seus principais actores - não dormem na sua função inquisitorial e perturbam claramente as mentes mais frágeis e, ou, ignaras.
Enquanto estas atitudes não mudarem também nada mudará.
E o que resta do País continuará a afundar-se no pântano da corrupção, da vileza e da mentira.
Lamento dizê-lo, mas é verdade.
João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador (Ref.
DEUS - PÁTRIA - REI
sexta-feira, 6 de março de 2020
“Notícias Viriato”: Um Novo Caso “República”?
DEUS - PÁTRIA - REI: “Notícias Viriato”: Um Novo Caso “República”?: Quem não se lembra já do caso República, quando o ‘Processo Revolucionário Em Curso’ (PREC) silenciou definitivamente o mais famoso jornal ...
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