quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O PÓS TERRORISMO, UMA NOVA FORMA DE TURISMO?


João José Brandão Ferreira

“S. Miguel Arcanjo defendei-nos neste combate, cobri-nos com o vosso escudo contra os embustes e ciladas do demónio. Instante e humildemente vos pedimos, que Deus sobre ele impere e vós, Príncipe da milícia celeste, com esse poder divino, precipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para perdição das almas. Ámen.”
                                          Papa Leão XIII

                Um homem que não se importa de morrer é invencível. Será?
                É-o no sentido de que, decidido a morrer, é muito mais difícil de ser neutralizado pois não precisa pensar num plano de fuga e não tendo pejo em perder a vida, actua sem condicionantes que não sejam os de causar os maiores danos num hipotético alvo.

                Tem apenas, para quem o manipula, o óbice de não poder ser reutilizável o que deixa de ser um incómodo caso não haja dificuldade no recrutamento.

                Por outro lado ficará invencível quer faleça ou fique vivo, se as ideias ou ideologia que, porventura, sustentam a sua actuação se mantenham vivas e a circular.

                Por isso só há duas maneiras, que têm de ser complementares, de acabar com o terrorismo – já decerto perceberam que é disso que estamos a tratar, e mais concretamente no terrorismo de raiz islâmica – é matar o (s) terrorista (s) por antecipação (opção preferível) ou no acto, já que prendê-los é difícil, custa dinheiro ao contribuinte e, sendo mais tarde libertados, voltam ao mesmo.

                Depois é preciso combater ideológica e moralmente as ideias que sustentam tais comportamentos, firmemente (as ideias combatem-se com ideias, não de outras maneiras), sem receios serôdios de ofender consciências ou com laivos de “tolerância” e “respeito” absolutamente deslocados quando não, estúpidos.

               Que é o que por aí se vê mais…

                Quando, porém, o potencial terrorista juntar a tudo isto, estar eivado de certezas e com firme convencimento da boa razão da causa que abraçou, o problema ainda se torna mais complicado e são necessárias medidas mais drásticas para se atacar e neutralizar toda esta ameaça.

                Ora tudo isto necessita de acções duras, porventura cruéis, fora do “regulamento” e até “incivilizadas” num quadro de convivência normal em sociedade.

                Acontece que o terrorismo não pode nem deve ser considerado como normal seja em que sociedade for (enfim só em Portugal é que a banditagem que atentou contra a Família Real e implantou a República à bomba, é que depois foi chamada para o Governo; mas enfim, isso são outras histórias…).

                Ora a classe política que tem desgovernado o Ocidente, grande arauto das ideias que assumem como democráticas (e a maior parte da população segue-lhe as pisadas),não está minimamente preparada para lidar com este assunto.

                Por isso – e já começa a ser ridículo e confrangedor – é que após um acto terrorista se passa o seguinte: choque e indignação; mensagens de solidariedade; "slogans" do tipo ”somos todos…”; iluminação de edifícios com as cores da bandeira do país atingido (“máxime” a Torre Eiffel); romaria ao local do atentado, com deposição de mensagens, velas e flores; promessas políticas de “não cedência”; “perseguição implacável”; “condenação absoluta”; minutos de silêncio em jogos de futebol e concertos de solidariedade, etc..

              Acompanhados, ipso facto, de um coro que já todos sabemos de cor, de que “o islão é uma religião de Paz”; “quem faz isto não é muçulmano” (embora se fartem de gritar invariavelmente Ala Akbar); não se deve confundir a grande massa dos muçulmanos com os terroristas; “a emigração não é responsável por isto”; “tem que haver maior coordenação entre os Serviços de Inteligência”, “não podemos deixar que estes actos ponham em causa a nossa maneira de viver” e mais um conjunto de frases que, não sendo de todo desajustadas ou parvas se tornaram vazias de sentido pela sua repetição e inconsequência.

              Já me esquecia, também se refere sempre, vá-se lá saber porque bulas, que “o autor do atentado” já estava referenciado pelas autoridades”…

                Agora, em Barcelona inventaram um novo “slogan” “Não temos medo”. É bonito e mobilizador, o que não quer dizer que vão deixar de morrer…

                Findo este ciclo, até porque a todas as horas, novas notícias de eventos batem à porta, tudo volta ao quotidiano.

                Quando se dá novo atentado, a cena repete-se.

                Ora isto só se pode resolver com atitudes de dureza assíria, feitas com inteligência e onde lhes possa doer.

                A única coisa que parece importar aos extremistas islâmicos é a própria religião. Deve ser então, por aqui que se tem que actuar. E actuar por antecipação.

                Vamos só apontar alguns exemplos do que se deve fazer das muitas dezenas que já deviam ter sido postas em prática.

                Controlo aturado de toda a movimentação de islâmicos e restrições à sua aceitação como emigrantes; reciprocidade de direitos e deveres entre países de maioria islâmica e os estados europeus (ocidentais) – os japoneses em todo este âmbito não lhes dão qualquer abébia, por exemplo); obrigação ao estrito cumprimento e respeito das leis e costumes nacionais dos países em que vivem, acabar com, ou suspender temporariamente, as leis mais restritivas, de modo a permitir que os Serviços de Informação, as Forças de Segurança e os tribunais façam o seu trabalho adequadamente, sem o que qualquer esforço neste âmbito está à partida, condenado ao fracasso.

                Isto só, porém não chega. Tem que se ir ao psicológico dos putativos terroristas e naquilo que os possa dissuadir a fazerem o que fazem.

                Por exemplo, há que avisar (e levar à prática) que qualquer terrorista que seja apanhado vivo, ficará preso toda a vida em circunstâncias muito pouco agradáveis e ser-lhe-á cortada a mão direita.

                Os que forem mortos, ser-lhes-á separada a cabeça do corpo e serão enterrados embebidos em banha de porco e a sua localização não será conhecida.

                Todos os seus haveres serão confiscados e os seus familiares se viverem no país serão presos, a sua propriedade arrasada (os países de origem serão convidados a colaborar nisto, daí se verá de que lado estão…); qualquer mesquita ou outro local que tenha sido provado ter sido usada para preparação de acções terroristas ou de doutrinação radical será arrasada e o seu chão salgado.

                Verão que a coisa pára num ápice.

                Se por acaso tiverem dúvidas, aconselho leitura da acção histórica (e memorável) desse “enorme” português que deu pelo nome de Afonso de Albuquerque.

                Até lá vamos ter que ficar com o novo turismo baseado no terrorismo, inaugurado pelos políticos bem-falantes, muito bem comportados, com uma correcção política ao mais alto nível, que se dedicam agora a visitar-se mutuamente e aos locais dos atentados, quando se dá mais uma qualquer tragédia.

                E têm demonstrado ser de uma cobardia e incapacidade que começa a ser patológica.

                Que S. Miguel Arcanjo nos acuda.


João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador

Fonte: O Adamastor



PORTUGALIDADE DA COCHINCHINA

Foto de Nova Portugalidade.

John White, oficial da marinha dos EUA, visitou a Cochinchina em 1819 em missão que visava a abertura de laços comerciais com a dinastia Nguyên que então ocupava o trono do Dai-Viet[name]. Ao chegar, recebeu a bordo a visita de um mandarim acompanhado por um homem que com eles “falava o dialecto dos portugueses ”. Através do intérprete, funcionário “que era um português de nascimento”, informou o mandarim que queria um piloto que os levasse à cidade de Saigão. O intérprete, mau grado as tentativas, não conseguiu perceber que língua falavam os visitantes, nem de que país eram oriundos. Ali só se falava português. Tempos em que os EUA não eram conhecidos! Dias depois, travaram os norte-americanos conhecimento com o comandante de um brigue da marinha do imperador Gialong. O homem estivera em Macau e retinha da língua portuguesa algumas palavras e expressões. Depois, já em terra, repararam que o mandarim de Vung-tau fumava cigarros portugueses.

MCB

Nota: O actual Vietname subdividia-se em três grandes regiões administrativas: a norte o Tonquim, tendo por principal cidade Hanói (hoje capital), no centro o Anam ou Aname, tendo por capital a cidade de Hué, onde se situava a corte; no extremo sul, a Cochinchina, tendo Saigão por principal cidade portuária.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Família Real Portuguesa: DUQUES DE BRAGANÇA VISITAM OS AÇORES

Família Real Portuguesa: DUQUES DE BRAGANÇA VISITAM OS AÇORES: Na passagem pela Terceira, os Duques de Bragança, D. Duarte Pio e Dona Isabel de Herédia, visitaram a cidade de Angra do Heroísmo e con...

BANGUECOQUE FOI FUNDADA POR PORTUGUESES E QUER DIZER AZEITÃO

Foto de Nova Portugalidade.

Os thais chamam à sua capital Krung Thep Mahanakhon (กรุงเทพมหานคร), pelo que se o caro leitor se referir a Bangkok (Banguecoque grafado em português) em frente de um tailandês comum, este não compreenderá de que lugar se está a falar. Isto tem uma explicação. Bangkok foi criada por portugueses em meados do século XVII e, traduzido para português, quer dizer tão só Azeitão ou "aldeia das oliveiras" (Ban = aldeia + Kók/กอก = oliveira). Originárias da América do Sul, as spondias mombin (cajá-manga para os brasileiros) foram introduzidas no Sudeste-Asiático pelos portugueses em inícios do século XVII e usadas como base para molhos e conservas, ou seja, com a mesma finalidade do azeite de oliveira na Europa da Antiguidade e Idade Média. A aldeia de Bangkok nasceu no actual distrito de Samsen, três quilómetros a norte do complexo religioso-administrativo do palácio real, que só seria erigido a partir de 1782. Ali havia uma igreja em madeira que servia o Padroado e era em Bangkok que as embarcações que subiam o Chao Phrya (rio de Bangkok) em direcção à antiga capital (Ayutthaya), interrompiam a sua viagem para receberem pilotos experimentados na navegação fluvial. Estes pilotos eram luso-siameses católicos, os únicos siameses que falavam a língua franca comercial e diplomática da região entre os séculos XVI e XIX, a língua portuguesa.

Miguel Castelo Branco

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Portugal é Portugal, os outros são apenas europeus


Foto de Nova Portugalidade.

Preparam-se em Bangkok as grandes cerimónias da coroação do novo Rei da Tailândia. O novo monarca, Maha Vajiralongkorn, tomará o nome de Rama X, é o décimo soberano da dinastia Chakri, no trono desde 1772 e um devotado amigo de Portugal. Tive o prazer de o conhecer há cinco anos, por ocasião do simpósio sobre os 500 anos de relações luso-tailandesas, no início do qual proferiu o discurso que traduzo e transcrevo.
"É com grande prazer que acorro a este importante evento em que a Tailândia e Portugal se juntam para celebrar 500 anos de relações amistosas entre os povos de ambos os países. Esta relação pode ser seguida desde aquele ano de 1511 quando, animados pelo fervor de descobrir novas terras, os navegadores Portugueses tocaram o Sião. A História lembra-nos que foi graças ao pensamento visionário do monarca português e do apoio concedido a Vasco da Gama na sua primeira expedição que Portugal se antecipou aos restantes países europeus e se estabeleceu na Índia e no Sudeste-asiático. Os Portugueses chegaram a Ayutthaya, então capital do Reino do Sião, no reinado de Ramthibodi II, corria o mês de Julho de 1511.
Ao longo dos tempos, as cordiais relações abriram passo a outras formas de relacionamento e trocas culturais e artísticas, do comércio à arquitectura, da gastronomia à introdução do uso da artilharia ocidental. Portugueses estabeleceram-se em Ayutthaya sob protecção real e aí exerceram livremente o comércio e puderam praticar a sua religião.
Desde o seu início, as relações luso-tailandesas diferiram acentuadamente daquelas existentes entre o Sião e outras nações europeias, pois não foram marcadas nem pela ambição de cristianizar o Sião nem na presunção de estabelecer dominação militar mascarada pelo argumento da protecção ao comércio. Estas relações desenvolveram-se em permanente interacção entre os dois povos e mediante integração dos Portugueses na sociedade siamesa, em cujo exército se alistaram e destacaram na luta contra os inimigos de Ayutthaya.
Prova de que a amizade entre Thais e Portugueses ultrapassou aquela existente com outras nações europeias, o desejo do Rei Chulalongkorn em visitar Portugal no périplo que realizou à Europa em 1897. Ao longo dessa viagem, merece apontamento a diferença de tratamento que a imprensa europeia e a imprensa portuguesa deu ao Rei Chulalongkorn. Para a imprensa europeia de então, o Rei do Sião era o "Rei o Elefante Branco", enquanto que para a imprensa portuguesa aludia a Chulalongkorn como o "Senhor da Vida".
Gostaria ainda de aludir a um outro aspecto da amizade entre as duas nações: a do estabelecimento dos Portugueses em Ayutthaya. Ali, o assentamento de Portugueses diferiu daquele ocorrido noutras paragens da Ásia, por exemplo, em Malaca e Singapura.
Nomomento em que a Universidade Chulalongkorn, através do seu Centro de Estudos Europeus e com o apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em colaboração com a Universidade Técnica de Lisboa e o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal organizam este simpósio internacional para promover o estudo e conhecimento sobre as relações luso-tailandesas (...), gostaria de formular os meus mais sinceros desejos de pleno sucesso. É minha esperança que este esforço fortaleça os laços entre nós e conduza a uma maior colaboração nos campos académico, científico, cultural e comercial. Assim, declaro aberto este Simpósio Internacional sobre os 500 anos de relações entre Portugal e a Tailândia". (Maha Vajoralongkorn, Príncipe Herdeiro)
MCB

SS.AA.RR. OS DUQUES DE BRAGANÇA DE VISITA AOS AÇOR...

Real Associação da Beira Litoral: SS.AA.RR. OS DUQUES DE BRAGANÇA DE VISITA AOS AÇOR...: Domingo de manhã antes da Missa em Vila Franca do Campo visitei com SS AA RR o Santuário do Senhor Santo Cristo onde fomos recebidos pelo...

Ribeira do Porto e Gaia ao anoitecer - Oporto and Gaia Ribeira aerial vi...

domingo, 27 de agosto de 2017

NATALIA JUSKIEWICZ - NEM ÀS PAREDES CONFESSO (OFFICIAL VIDEO)

A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA, VISTA PELA REVISTA POINT DE VUE


 Esta é a Família Real Portuguesa, vista pela Point de Vue. Representantes, por direito de herança moral, da portugalidade, traço de união dos açorianos, angolanos, brasileiros, cabo-Verdianos, goeses, guineenses, macaenses, madeirenses, moçambicanos, são-tomenses, timorenses, a mais universal das nações, hoje dirigidos por governos próprios, são a nossa esperança de que a união entre os que por direito próprio falam a querida língua portuguesa será para sempre uma realidade intransponível e fonte de felicidade colectiva.


Foto de Associação dos Autarcas Monárquicos.

Os Infantes de Portugal, acompanhados por seu irmão mais velho, o Príncipe da Beira, Dom Afonso de Bragança, (à esquerda) vistos pela Point de Vue.

Fonte: Carlos Melo Bento
 

ESCLARECIMENTO DO SECRETARIADO DA CASA REAL PORTUGUESA

 


ESCLARECIMENTO

 

Face a vários artigos e fotos a circularem na Internet sobre a Concessão do Título de "REAL" ao "Club de Regatas Vasco da Gama",  o Secretariado da Casa Real Portuguesa por este meio esclarece que o Senhor Dom Duarte de Bragança não encarregou ninguém de entregar a esse histórico clube o Alvará Régio ,no passado dia 21 de Agosto de 2017.   
 
 Esse Alvará foi enviado por Correio, directamente para o Presidente do Clube para ser sido lido pelo próprio Presidente durante a Assembleia - Geral.

 

O Secretariado


   
         Secretariado da Casa Real      
 

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A NECESSIDADE DE SER MONÁRQUICO E O IDEAL DA CAVALARIA

Resultado de imagem para IDEAL DA CAVALARIA
Entre as recordações mais vivas que tenho da infância, a velha 
sala do meu tio José na casa de Tendais é uma das mais recorrentes. 
O fascínio não era dedicado à mesa em si, mas aos adornos que encimavam 
a mesma – duas pequenas esculturas de ferro figurando cavaleiros 
medievais, em posição de ataque, como se se confrontassem numa 
justa. A alma da casa e do seu velho dono pareciam revolver no 
mesmo espírito desta cena – as imagens, tal como o meu tio, enchiam 
a casa de uma dureza, de um rigor frio e velho, uma espécie de inverno 
branco que, em conjunto com a luz que entrava pelos cortinados da 
janela, enche as recordações daqueles dias com uma cor que cega.

Os corredores gelados da casa de Tendais, especialmente para a mente 
de uma criança, criaram em mim uma impressão muito forte, que 
acompanhou na pele os ensinamentos que os homens da minha família, 
o meu pai, tios e avôs, partilharam comigo.

Lições de dever, de coragem, de generosidade, de caridade.

Levei comigo essas palavras e agucei as minhas conclusões ao 
longo dos anos. Questionei durante muito tempo os valores familiares. 
Um deles, o mais pitoresco, a tradição monárquica, foi talvez o que 
mais abalos sofreu. Enfrentei a dúvida que tantos jovens 
monárquicos enfrentam: porque razão nos devemos bater por uma ideia 
que mais não é do que uma afirmação estética, uma diferenciação 
social que, para os que não sofrem do pedantismo snob da suposta 
velha aristocracia, é mais prejudicial do que proveitoso?

A verdade é que a Monarquia não é palco para as vaidades da 
consanguinidade de sangue azul. A Monarquia não é também, ao 
contrário de tantos cientista políticos, um “atenuador” das lutas 
partidárias das democracias modernas. Isto não são monarquias, são 
velhas situações.

A Monarquia é a conclusão do Pensamento, é a Árvore, e a flor desta 
Árvore é o ideal da Cavalaria.

Numa coisa os democratas da monarquia têm razão: a Monarquia 
controla a paixão pelo poder dos poderosos. Mas fá-lo porque substitui 
essa paixão pelo amor ao serviço da Pátria, pelo amor aos feitos corajosos, 
pelo amor aos mais fracos e desprotegidos.

Numa coisa os snobs hemofílicos da monarquia têm razão: a Monarquia 
enobrece. Mas a Monarquia não enobrece os inúteis e os pedantes, 
os covardes e irresponsáveis, os que assumem as benesses da sua 
casta como direitos adquiridos. A monarquia enobrece os que vivem 
à lei da nobreza. Que nobreza?

O ideal de nobreza merece ser aperfeiçoado. A nobreza não depende 
de um canudo universitário ou de um salário milionário – encontra-se 
em todas as camadas sociais, pertence a todos os grupos profissionais 
e a todas as actividades que garantem o bem comum na sociedade 
portuguesa. Encontra-se no estudante que luta por uma bolsa 
ou por conseguir o dinheiro das propinas, no empregado fabril ameaçado 
pelo fecho da sua fábrica, no desempregado que todos os dias navega 
anúncios atrás de anúncios de emprego na Internet.

Quando tantos e tantos destes homens e mulheres, na sua luta diária, 
encontram tempo e disponibilidade para dar de si aos outros, é que 
nos apercebemos que o ideal de cavalaria, aquela dura rigidez do dever, 
naquela alma de ferro que se demonstra nos mais calorosos actos 
de amor, de facto existe, mais forte do que nunca, somente à espera 
de alguém ou algo que lhe dê significado. Esse alguém é, sem 
dúvida, a monarquia e esse algo é a necessidade de ser monárquico.


Manuel Marques Pinto de Rezende


A Portugalidade em pedra – Forte Português do Bahrein

A imagem pode conter: céu e atividades ao ar livre


Durante o século XVI, o Império Português impunha respeito a todas 
as outras forças no Oceano Índico. Os Portugueses eram, portanto, 
uns verdadeiros senhores dos mares, ainda que estivessem a milhares 
de quilómetros da sua metrópole. Para além de rotas comerciais, o Reino 
também controlava diversos pontos estratégicos como, por exemplo, o 
Estreito de Ormuz.

Em 1521, a ilha do Bahrein é invadida pelos portugueses, que nomeiam 
Badr al Din como administrador da praça. As forças portuguesas ocupam, 
assim, o território, ficando em seu poder o forte mais importante da ilha, 
situado no topo de uma elevação com cerca de doze metros de altura.

Porém, ainda que tenham nomeado um governador local – talvez numa 
atitude de boa-vontade e simpatia para com a população nativa -, a 
permanência lusitana não é de todo pacífica. O próprio administrador, Badr al Din, 
promoverá uma revolta contra aqueles que o nomearam, revolta essa que 
é esmagada por D. Simão da Cunha, no ano de 1529. Mais tarde, em 1559, 
D. Antão de Noronha, Capitão de Ormuz, vê-se obrigado a responder a 
um ataque turco, sendo que o forte anteriormente conquistado revela-se 
fundamental na vitória portuguesa contra as tropas turcas.

Por conseguinte, a fortificação, localizada na actual capital do Bahrein – 
Manama-, é então remodelada, no ano de 1561, por obra do arquitecto 
Inofre de Carvalho – reputadíssimo homem que também trabalhara na 
concepção do Forte de Ormuz.

Graças à modernização efectuada pela mão de Inofre de Carvalho, o 
forte passa a estar dotado de uma área com baluartes – estrutura assaz 
importante em contexto defensivo.
Não há, no entanto, certezas quanto à configuração do forte nessa altura. 
Segundo alguns registos, a estrutura seria quadrangular, com torres de 
planta circular em cada um dos vértices.

Em 1602, os portugueses acabam por ser expulsos pelo Xá Abbas I. 
Ainda que a presença portuguesa não tenha sido tão prolongada como 
fora noutras partes do globo, o legado sobreviveu até aos nossos dias e,
 em 2005, o forte foi considerado Património Mundial da UNESCO sofrendo, 
inclusive, obras de conservação e restauro com o apoio da Fundação 
Calouste Gulbenkian.

Mamede Broa Fernandes

terça-feira, 22 de agosto de 2017

A Alma e a Gente - I #33 - Alcipe ou a Força da Mulher - 04 Out 2003

Ana Moura no Forte da Trafaria - para além da saudade (letra)

O TERRORISMO E O EXEMPLO DA FAMÍLIA REAL ESPANHOLA

Cada vez mais vivemos tempos de angústia, de sobressalto 
e insegurança. A desagregação de uma sociedade baseada 
na instituição da Família e de uma organização jurídico-política, 
baseada em princípios de globalização que ameaçam as 
identidades nacionais e a independência dos Países, geraram 
em todo o mundo uma progressiva diluição dos valores ético-morais 
assentes na liberdade e na tolerância, valores que contribuíam 
para assegurar o equilíbrio sociocultural que presidia ao 
relacionamento entre os Estados e as Nações que os constituíam 
e legitimavam.

Aqui, tão perto, em Barcelona, ocorreu apenas mais um 
atentado violento da série trágica e intolerável de propagação 
do terrorismo no Mundo que ataca os valores da civilização 
ocidental e da matriz judaica cristã que a inspirou.

Não pretendo aproveitar este acto repugnante, para alertar para 
os perigos da destruição dos valores fundamentais que presidem 
à organização sociopolítica das Nações e dos Países, mas antes 
de homenagear aquilo que me parece evidente.

A atitude do povo espanhol que, mesmo fracturado em tantas 
autonomias de que a Catalunha é o exemplo maior, se uniu na 
dor de chorar os Seus e de defender aquilo que é verdadeiramente 
pertença de um sentimento comum de verdadeira ameaça à 
sua liberdade e identidade.

A atitude de um povo que embora dividido nas múltiplas 
facetas da mesma identidade, se reuniu em torno dos valores 
maiores que o representam. E a figura, o rosto dessa união, 
foi, sem nenhuma dúvida, o Rei Filipe VI. Que com o mesmo 
desassombro de Seu Pai quando exigiu silêncio ao ditador 
Hugo Chavez que ofendia violenta e desbragadamente o Povo 
Espanhol, disse agora em verdadeira representação dos povos 
da Espanha que “Nós não temos, nem teremos, medo”!

E essa para além de ser a frase certa, filha também ela do 
mesmo desassombro, é igualmente a única voz que poderia 
falar por todos, em nome de todos e, também, contra todos 
os que ofendem a liberdade e a identidade do povo Espanhol 
e da civilização Ocidental.

Não era, não foi, uma voz ou uma frase de circunstância no 
corropio politico de quem se quer, apenas, mostrar. Mas, 
antes, a frase e a voz firme e serenas de quem sabe o que 
representa, de quem genuinamente sente e interpreta o 
sentimento de um Povo unido na injusta ameaça que fustigou 
a sua dignidade e segurança.

António Sardinha dizia uma frase que, julgo, resume bem este 
momento e esta fotografia de um Rei a representar o Seu Povo 
e de um Povo a unir-se em torno do Seu Rei: ” A Alma o diz, 
e a Alma não se engana, que ver um Rei na sua força calma, é 
ver a Pátria com figura humana!”

Espanha tem o privilégio, nestes tempos difíceis, de ter 
“a Pátria com figura humana”!

António de Souza-Cardoso
Presidente da Causa Real 



O fenómeno da "espiral do silêncio"


O termo "espiral do silêncio" foi cunhado pela alemã Elisabeth 
Noelle-Neumann para explicar a razão pela qual as pessoas 
tendem a permanecer silenciosas quando têm a sensação, por 
vezes falsa, de que as suas opiniões e mundividências estão 
em minoria. O modelo do conceito de "espiral do silêncio" 
baseia-se em três características:

1. As pessoas têm uma percepção que lhes permite saber qual 
a tendência da opinião pública, mesmo sem ter acesso a sondagens;
2. As pessoas têm medo de ser isoladas socialmente ou ostracizadas, 
e sabem qual o tipo de comportamento que poderá contribuir 
para esse isolamento social;
3. As pessoas apresentam receio em expressar as suas opiniões 
minoritárias, por medo de sofrer isolamento da sociedade ou do círculo 
social próximo.

Quanto mais uma pessoa acredita que a sua opinião está mais 
próxima da opinião pública maioritária, maior probabilidade existe 
que essa pessoa expresse a sua opinião em público. E se a opinião 
pública entretanto mudar, essa pessoa passará a reconhecer que a 
sua opinião já não coincide com a opinião da maioria, e terá 
menos vontade de a expressar publicamente. À medida que a distância 
entre a opinião da pessoa e a opinião pública aumenta, também aumenta 
a probabilidade de essa pessoa se calar publicamente.

Os meios de comunicação social são um factor essencial no estabelecimento 
da "espiral do silêncio", na medida em que formatam a opinião pública. 
Perante uma opinião pública formatada, as pessoas que não 
concordam com a mundividência emanada da comunicação social, 
tendem a entrar em "espiral do silêncio" – muitas vezes constituindo 
uma "maioria silenciosa".

Adaptado de «Sofos: Expressões Filosóficas».

Fonte: Veritatis