quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Lamentável exercício de amadorismo

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Li há tempos um lamentável ensaio histórico intitulado 1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil, da autoria de Laurentino Gomes. Não se tratando de mestre do ofício, mas de jornalista, Laurentino Gomes parece desconhecer a delicada complexidade da matéria, pelo que o seu trabalho resulta num atrevimento e num abuso que convém desmascarar.

Desde meados do século XVIII que Portugal se encontrava solidamente associado ao poder marítimo britânico ascendente. Aliado da Inglaterra na Guerra dos Sete Anos(1756-1763), exibiu ao longo do último quartel do século permanente disponibilidade para assistir às necessidades britânicas no Atlântico, quer durante a Guerra de Independência dos EUA e, depois, durante a Campanha do Rossilhão(1793) contra a França revolucionária.

Quando em 1806 Napoleão decretou o Bloqueio Continental ao comércio inglês, Portugal não o acatou, pelo que foi invadido por um exército franco-espanhol. A família real portuguesa abandonou solo europeu e transferiu-se para o Rio de Janeiro, mantendo a beligerância portuguesa ao lado da Union Jack. Ao contrário da família real espanhola, que foi capturada por Napoleão e substituída na governação por um irmão do imperador francês, bem como da holandesa Casa de Orange, que se viu obrigada a fugir para Londres, Portugal manteve a cadeia de comando e intocado o seu ainda vasto império ultramarino. Para Portugal, a submissão aos desígnios de Napoleão significaria a redução do Reino a mera dependência à mercê dos jogos políticos do imperador francês, assim como a consequente hostilidade britânica que conduziria à imediata perda do património colonial, no qual o Brasil era considerado como fundamental à própria sobrevivência da independência do país. Londres estava consciente dos factos e da ameaça que representava a rendição portuguesa, pelo que em conformidade agiu prontamente no sentido de forçar a saída da corte portuguesa dos seus domínios europeus, transferindo a sede da Monarquia para o seu vasto, rico e seguro domínio sul-americano. Consistia num projecto antigo e que já fora pensado durante a Guerra da Restauração da Independência (1640-68) e dos Sete Anos (1756-83), garantindo a sobrevivência de Portugal e a manutenção de um precioso ponto de apoio às acções britânicas, sempre tendentes ao impedimento de qualquer hegemonia continental na Europa.

A transferência da administração consistiu num grande e complexo empreendimento. Foi necessário o transporte dos elementos necessários à reconstituição do Estado no além-mar. Além da família real, partiu uma numerosa comitiva de notáveis, além de quadros governamentais, a totalidade do tesouro público – o que pressupôs incontornáveis problemas de gestão ao invasor -, a biblioteca real, uma casa de imprensa, uma colossal quantidade de objectos preciosos e todos os membros da família Reinante, impedindo assim, qualquer tipo de coacção sobre a legitimidade soberana.

É evidente que Laurentino desconhece tudo isto. Melhor seria se, em vez de escrever, estudasse. 

Miguel Castelo-Branco

Esplendores portugueses: a sala dos embaixadores

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Inicialmente designada por Barraca Rica, Sala das Colunas, das Serenatas, dos Serenins e Galeria, esta dependência passou a ser conhecida, depois de 1794, como Sala das Talhas e Sala dos Embaixadores.

A sua construção iniciou-se em 1754, sob risco do arquiteto Jean-Baptiste Robillion e com a colaboração dos franceses Jacques Antoine Colin, entalhador, e Jean François Cragnier, ensamblador, e os portugueses Bruno José do Vale e Francisco de Melo, que pintaram o teto e a sanca com motivos alegóricos e de chinoiserie.

A pintura do painel central, de grande efeito cenográfico, representa a família real participando num serenim (concerto). É uma réplica da tela original atribuída ao pintor italiano Giovanni Berardi, concluída em 1762, que se perdeu no incêndio de 1934, que afetou particularmente esta zona do palácio.

Este é o espaço do Palácio onde melhor se sente a influência da decoração em chinoiserie, tão ao gosto da segunda metade do século XVIII. A existência de dois dosséis para tronos, delimitados pelas colunas em espelho, justificava-se pelas cerimónias em que os reis eram acompanhados pelos Príncipes do Brasil, título pelo qual eram conhecidos os príncipes herdeiros.

Desde 1794, altura em que Queluz passou a ser a residência permanente da Família Real, até 1807, ano da partida para o Brasil, esta sala foi utilizada pelo Príncipe Regente para o seu Beija-Mão e audiências do corpo diplomático e ministros estrangeiros, pelo que passou a ser conhecida por Sala dos Embaixadores.

Luís Vasconcelos


DEUS - PÁTRIA - REI: O português, a primeira língua global

DEUS - PÁTRIA - REI: O português, a primeira língua global: Primeira língua europeia ouvida e exercitada fora da Europa, o português foi, para muitos africanos, asiáticos e ameríndios, a língua...

sábado, 22 de dezembro de 2018

"Democracia Antiga"

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Há quem diga, impelido pela ilusão e pela ignorância - as pessoas não lêem - que nunca como hoje tantos tomam parte na governação da República. Conceptualmente, é uma entorse, estatisticamente é uma mentira. No Ancien Régime português, 10% da população pertencia à nobreza provincial ou à aristocracia (duas realidades sociais distintas, amiúde confundidas), 10% da população (masculina como feminina) pertencia ao clero regular, secular ou tomara votos, e 15% a 20% do total da população pertencia à antiga classe média - o "Estado intermédio" - de "gente limpa" relacionada com os ofícios, com a educação, as magistraturas e a governança local. Ou seja, de algum modo, cerca de 30 a 40% da população intervinha na vida política. Quando comparados tais números, ressalvadas as especificidades e privilégios, com os cerca de 100.000 fulanos que hoje vivem da vida pública (autarcas, deputados, membros da nomenclatura) o Ancien Régime era uma super-democracia.

Para mais, a partir do século XVII, o funcionalismo público e a "nova nobreza" (a nobreza dita togada) provinha directamente do braço popular, pelo que os privilégios de sangue estavam condenados ao desaparecimento. Há que explicar às pessoas que aquilo que lhes foi contado na escola-catequese-de-mitos não corresponde à verdade, que estão enganadas; ou melhor, foram enganadas. A filosofice serve para muita coisa, nomeadamente para fazer comboios de citações, mas não responde e nada impugna. É hora de deixar de lado as filosofias e fazer história descritiva, pois nos arquivos está tudo o que a má-fé e a ignorância atrevida não querem ver.

MCB


DEUS - PÁTRIA - REI

Desejamos Um Santo E Feliz Natal

Texto alt automático indisponível.


A Plataforma de Cidadania Monárquica deseja um Santo e Feliz Natal a todos os Amigos e Seguidores e suas respectivas Famílias.

A celebração do Natal é a festa do Nascimento do Rei dos Reis, o Salvador Jesus Cristo. Mas para além disso, há uma série de iconografia natalícia que apareceu fruto do querer da realeza fossem como próprios introdutores dos costumes ou como mecenas da sua realização.
Apesar de originária das culturas e religiões pagãs que celebravam a fertilidade da natureza recorrendo a árvores enfeitadas, a Árvore de Natal, tout cour, que chegou aos nossos dias, germinou nos costumes dos povos germânicos cristãos, a partir do século XVI.

Porém, só com a intervenção da realeza – sempre no momento certo -, no século XIX, é que esta tradição de enfeitar o Pinheiro de Natal, assim como demais decorações, se estendeu à restante Europa.

Preponderante na dispersão europeia do costume foi quando, em 1846, o Príncipe germânico Albert de Saxe-Coburgo-Gotha (Dinastia Wettin), marido de Sua Majestade A Rainha Vitória do Reino Unido, armou uma árvore de Natal no Castelo de Windsor. A enfeitar o Pinheiro de Natal, foram pendurados nos ramos, nozes pintadas de dourado, bolas coloridas, frutas cristalizadas diversas e de múltiplas cores cobertas de açúcar, pacotes de doces, enfeites de correntes de papel colorido. Flores e laços de tecido, também coloriam a árvore. Por fim, como iluminação, penduraram pequenas velas em potes de vidro cuja luz reflectia no pó de vidro espalhado para dar mais luminosidade e efeitos e contrastes de luz à árvore. Depois, bastou uma gravura da família real junto do pinheiro de Natal, e que haveria de ser publicada na revista Illustrated London News, para a tradição se estender por todo o domínio do Império Britânico e por toda a Europa cristã.


Corria, ainda, o mesmo século XIX, quando o Rei-consorte Dom Fernando II, marido da Rainha Dona Maria II, e primo do Príncipe Albert, pois nascera Prinz Ferdinand August von Sachsen-Coburg-Gotha-Koháry, introduzir o mesmo costume no Reino de Portugal, país onde a tradição natalícia decorativa abrangia apenas o Presépio de que eram expoentes os de Machado de Castro, Barros Laborão e António Ferreira. Com o nascimento do Príncipe Real Dom Pedro e os infantes, Dom Fernando II – já Rei-consorte - começou a festejar o Natal segundo o costume germânico que experimentara durante a infância na gélida Alemanha. Para além da Árvore de Natal que enfeitava com bolas de vidro translúcidas de variadas cores e guloseimas, das coroas de advento, o próprio monarca se fantasiava de São Nicolau e distribuía prendas à família – conforme o confirmam gravuras a carvão ilustradas pelo Rei-artista. Depois, até o costume se difundir pela nobreza foi um passo, disseminar-se-ia, então, pela burguesia e, finalmente, pelo Povo, para durar até aos dias de hoje.


Quanto ao Presépio, em Portugal, os primeiros presépios de que há memória datam do século XVI, mas é no século XVIII, que se executam os melhores presépios, alguns dos quais verdadeiras obras de arte – e é disso que, verdadeiramente, se trata. O Presépio da Basílica da Estrela, no qual figuram cerca de 500 peças, foi uma encomenda da própria Rainha D. Maria I de Portugal - que mandou igualmente construir a Basílica e o Convento – a Machado de Castro. O nome Machado de Castro ou o da sua Oficina surge ligado a diversos presépios não só públicos como particulares – especialmente para a Família Real - que se acham dispersos de norte a sul do País, nomeadamente, o da Sé Patriarcal de Lisboa, fabricado em 1776.

Miguel Villas-Boas



sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A “CIVILIZAÇÃO” DA MINISTRA DA CULTURA


A “CIVILIZAÇÃO” DA MINISTRA DA CULTURA


                      “Perdida a tradição e passada a snobeira, apenas
                        fica o nada! É isso que desejam os nossos ini-
                        migos políticos e raciais. Ajudando a destruir a
                        Tradição está-se a cavar a própria nacionalidade
                        e, a tais obreiros só cabe o epíteto de traidores.”
                        Engenheiro Sommer d’ Andrade,
                        In “Os Migueis de Vasconcelos”.                 

            A Dona Graça Fonseca fez mais uma das suas. Admitiu (defendeu) que em sede de especialidade para a discussão do orçamento (para 2019), o eventual alargamento da redução do IVA nos espectáculos, de 13 para 6% não abrangesse a Tauromaquia.
            E de seguida tentou pregar “um ferro” definitivo e inexorável, assegurando ex-cátedra que “era uma questão de civilização”.
            Devemos começar por dizer que o “espectáculo” proporcionado pelos nossos queridos políticos, devia ser taxado, não em 13%, mas sim em 100%! Talvez assim nos deixassem de agredir diariamente com barbaridades…
            A razão pela qual os Partidos Políticos, que devem ser a pior invenção da Ciência Política, estão isentos de pagar tantas coisas, que depois os seus membros eleitos obrigam os outros a pagar, é que também está envolta no nevoeiro dos mistérios insondáveis…
            No âmbito que tratamos, tem-se distinguido o minúsculo partido PAN, que caíu no goto de parte da Comunicação Social – a tal que quer ser “poder” sem estar mandatada para isso – ou de quem nela mexe os cordelinhos, e que se quer avantajar (o tal PAN) a uma expressão que não tem.
            Mas a jovem, apesar de já grisalha, membro (e não “membra”) do governo, veio falar em civilização; isto é, pelo que se deduz as touradas são anti-civilizacionais ou contra a civilização ou a sua evolução. É “certo, óh Graça, que ela (civilização) evolui, mas olhe que também involui!”
            No momento, o Dr. A. Costa veio dar uma preciosa ajuda à sua pupila, espicaçado que foi, publicamente, por um socialista da pesada e poeta nas horas vagas.
            Meteu um bocado os pés pelas mãos, além de ter tentado fazer uma “chicuelina” ao simpático ouvinte, dando o feito pelo dito, relativamente a uma célebre actuação no Campo Pequeno, em 8 de Abril de 2010, quando era presidente da edilidade. Agora “choca-o” a transmissão de touradas na televisão, mas como é um “ganda democrata” e crente da liberdade (que tem as costas largas) não lhe passa pelo bestunto proibi-las.
            Eu no meu pensamento duro como cornos, entendo, porém, que devia era ficar chocado por políticos como o senhor, andarem a dizer uma coisa um dia e o seu oposto, uns dias depois…
            E que se saiba as leis da República dão liberdade às televisões de fazerem ou não, reportagens sobre tauromaquia, ao contrário dos municípios, onde se aplica a lei geral e não se poder discriminar espectáculos.
            Ou será que um município pode proibir teatros, quartéis da GNR ou venda de selos?
            O PM confundiu ainda na sua prédica, o taxar o açúcar e o sal com a tauromaquia ou seja confundiu dois produtos químicos orgânicos com espectáculo e cultura, como se fossem coisas idênticas.
            E vai mais longe ao estender a comparação ao tabaco e ao álcool; só é pena é que o Governo não trate da mesma forma viciados em tabaco e álcool e os drogados. Aos primeiros penaliza-os e caustica-os, chama-lhes nomes, isola-os, etc.; aos últimos, despenaliza, desculpa e até lhes fornece droga e parafernália higienizada a fim de os deleitar!
            Já agora não vejo como não coletar os hinduístas por discriminarem as vacas relativamente aos restantes animais. E não poderão os mesmos serem considerados racistas, exclusivos e xenófobos?
            Que ordem vai dar à senhora, sua ministra da “coltura”?
            E que vai fazer com os muçulmanos que embirram com os cães ou com os judeus, que olham estranhamente para os ungulados?
            Não me desiluda, senhor PM!
            Estará, porventura, a pensar proibir-me de comer carne de reco? Já viu a quantidade de gente para quem tal é anti-civilização?
            E já perguntou à senhora D. Graça se ela já provou carne de touro bravo, ou será que ela só deglute frutos secos?
            Olhe o que me parece que vai ter de fazer é coordenar melhor o seu governo com o grupo parlamentar principal, que o apoia para não dar ideia de que andam a tourear-se uns aos outros, ah, ah, ah…
            Mas voltemos à questão civilizacional.
            O que é que se pode entender por civilização?
            Esta pode ser entendida pelo conjunto de características próprias da vida social, política, económica e cultural de um país, povo ou região. É fruto de um cadinho complexo e multidisciplinar de um conjunto de seres humanos moldados, pela genética, pela geografia, pelo clima, pela língua e por uma história comum, onde se desenvolveram hábitos culturais e sociais específicos.
            Por isso nós conseguimos distinguir perfeitamente um português, de um índio, de um sueco, de um chinês, etc. E isso não tem nada de mal, ao contrário de uns adiantados mentais da engenharia social que querem amalgamar tudo num “melting pot” universal…
            Por isso a tauromaquia insere-se perfeitamente na matriz cultural portuguesa, na nossa maneira de ser e de estar, apesar de nem sequer ter o mesmo desenvolvimento e aceitação nos diferentes distritos do país, o que também se explica.
            Atentado á civilização e agressão á cultura de um povo, é pois, vilipendiar tal prática, como se quiséssemos estar a compará-la a algo negregado.
            E só defendendo a nossa civilização, podemos resistir a que ela soçobre perante outras que nos sejam estranhas e agressivas.
            Quererá a dileta apreciadora da Vénus de Milo explicar-nos porque é que as touradas são uma questão civilizacional, melhor dizendo contra o actual “statuos quo” civilizacional?
            Uma actividade que se perde nas brumas dos tempos com raízes medievais, que está ligada seguramente à caça (que também, pelos vistos, querem proibir), às Justas e Torneios, tendo tomado e estabilizado na actual forma, por todo o século XVIII (ganhando esplendor no reinado de D. João V); que era praticada por toda a nobreza portuguesa, incluindo a realeza e que, por tal facto, se diz que a Cavalaria Portuguesa se distinguiu, apesar do seu número sempre reduzido?
            Não sabe que a tauromaquia está ligada à arte equestre (apesar de provocar natural “stress” nos cavalos), ao rendilhado do toureio a pé, ao apuramento da raça taurina?
            Que é uma actividade que envolve um cerimonial típico e castiço; uma mística marialva, regras e procedimentos difíceis de cumprir, mas que permitem a criatividade e desenvolvem uma estética?
            Que na corrida as oportunidades de vitória e derrota se distribuem entre os participantes? Que o touro é respeitado na sua bravura e que existe sempre risco envolvido? (Convindo salvaguardar que o corte das hastes não envolva o nervo, o que debilita o touro).
            Esta é uma actividade para gente corajosa, determinada, esforçada, lutadora e empreendedora. A afirmação viril de um povo.
            Não é para gente de córtex engordurado e habituados a camas fofas e banhos quentes.
            Não há nada a melhorar nas touradas? Há, mas o que há passa-se sobretudo nos bastidores das mesmas. É outra discussão.
            Acusa, como quem a convidou (devia estar mesmo desesperado!) para o lugar de ministra, que a tourada é um espectáculo violento (como se a violência fosse estranha à natureza humana)? E no que concerne às “Corridas”, a violência parece estar a ser criada pelos abolicionistas das mesmas…
            Violento é, por ex., o que se passa à volta do futebol e às vezes dentro do campo. Vai propor o fim da modalidade? Que os jogos deixem de ser transmitidos pelas televisões? Vai taxá-los forte e feio?
            E a seguir vai proibir a caça submarina? Não acha uma violência que o mergulhador ferre os peixes com um pequeno arpão?
            Por falar em arpão, porque não vai chatear o seu colega que tutela a Pesca para votar na UE o fim da caça á baleia a tiro de canhão?
            Então e essa do “divertimento” com o sofrimento dos animais? Segue-se o fim da Falcoaria? Das lutas entre os bois em Trás-os-Montes? Das corridas de Galgos?
           Vai recomendar à CPLP que os timorenses (por onde estivemos 450 anos) acabem com a luta de galos?
            Olhe, por acaso tem um cão? Também atira um pau para longe, para o pobre animal o ir buscar a correr? Acha que ele também se diverte? Já lhe perguntou?
            Por acaso está preocupada com o mar de dejectos dos canídeos cujos donos os passeiam pelas vias e parques das nossas vilas e cidades, que ficam abandonados na via pública (e mesmo os que se dão ao dever de apanhar os sólidos, estão impossibilitados de eliminar os líquidos)?
            Já agora porque não tenta proibir a domesticação dos animais (até já proibiram a exibição de animais no circo) e não manda fechar os Zoo? A privação da liberdade não será uma violência para os pobres bichos – que deixaram, e bem, de ser coisas, mas não deixam de ser bichos?
            As polícias vão poder continuar a ter cães polícias? …
            Sabe verdadeiramente o que não é civilização, nem ser civilizado?
            Não creio que saiba.
            Não ser civilizado é ter uma quantidade de políticos a bacorar, a mentir, a virar a casaca, a prometer coisas que nunca cumprem, a fomentar (pelo exemplo), ou nada fazer, para acabar com a corrupção.
            É não combater o “Relativismo Moral”, confundindo o Mal com o Bem; santificar os vícios e ridicularizar as virtudes; é tentar mudar e torcer a História dos antepassados, é defender a estúpida, anti-natural e escabrosa “Teoria do Género”, é querer matar os velhos e os doentes com as ideias da eutanásia; a liberdade para o infanticídio dos seres no útero materno; defender a desresponsabilização dos actos humanos e uma sociedade apenas baseada em Direitos e nenhuns Deveres; tentar igualar o indivíduo a Deus de si mesmo e mais uma quantidade de fantasias (subversivas) idiotas e perigosas.
            É a (anti) civilização do ridículo, onde impera um sistema educacional, onde se despeja biliões de euros, para formar analfabetos encartados, que depois se apelida de “geração mais bem preparada de sempre”!
            Como passar reportagens, recorrentemente, nas televisões a perguntar ao pobre do cidadão o que é que ele vai fazer para se proteger do frio, da chuva, do calor ou qualquer outro fenómeno meteorológico mais agreste!
           E tantas, tantas outras coisas.
            Mesmo no âmbito do seu ministério não lhe faltam cuidados civilizacionais que a deviam preocupar, como são exposições fotográficas em Serralves como a das “águas do Tamisa” ou sobre o “Olho do Cú” (era assim que se chamava); espectáculos teatrais onde os supostos artistas urinam e defecam no palco (vá lá, ainda punham jornais por baixo), possivelmente com subsídios dos nossos impostos, como foi o caso daquele filme de um realizador (que “educadamente”, mandou o público “à m….”- foi assim que ele disse), onde havia uma única imagem, que era escura como breu!
            E não se deviam ter lembrado que não era apropriado fazer jantares no Panteão Nacional?
            Isto para já não falar na quantidade insuportável de concertos de rock da pesada, dos metais e demais parafernália de nomes inventadas, onde impera no ar o cheiro a “erva” e alienação…
            E que dizer da ordinarice de algumas telenovelas e “talkshows” que nos entram pela pantalha adentro e a horas impróprias?
            Claro que isso não lhe passa pela cabecinha, pois não? Seria censura, cruz credo! E querer acabar com as touradas é o quê?
            Mas a senhora ministra, muito cheia de si (de ar), está é preocupada com as touradas, mesmo tendo em conta, que as mesmas representam uma actividade económica relevante, promoção turística, milhares de empregos (directos e indirectos) e uma mais -valia artística e cultural, fazendo parte, há séculos, de tradição e costumes nacionais.
            Devia até ser proposta para Património Imaterial da Humanidade, como o é já, em França, cujas tradições tauromáquicas, comparadas com as nossas, são risíveis.
            E, para o caso de andar distraída, representam (as touradas) também a garantia da sobrevivência do touro no seu estado natural selvagem, o qual não é “incomodado” até aos cinco anos de idade…[1]
            Um dia quiseram discutir a Pátria e ela quase se foi. Resta poucochinho…
            Por isso D. Graça, não “chateia branco”, vá-se coçar, instrua-se, leia qualquer coisa de útil, não confunda gostos e opiniões com cultura e civilização e, quando quiser taxar, pense em algo que mereça tal distinção. Sei lá, talvez as casas de alterne para invertidos?
           


                                                 João José Brandão Ferreira
                                                       Oficial Piloto Aviador


[1] O nosso touro bravo, segundo o que está convencionado, é descendente de uma raça pré - histórica denominada “Auroque”, cuja representação mais antiga se pode apreciar no palácio real de Knossos, Creta.

DEUS - PÁTRIA - REI

Presépio Museu do Azulejo

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Faz hoje 57 anos: a invasão da Índia Portuguesa

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Faz hoje 57 anos que a Índia, abjurando a sua propalada não-violência, invadiu o Estado Português da Índia. Um acto injustificável à luz do Direito Internacional, devidamente sancionado pelo Tribunal de Haia, lembrando aos ingénuos que o direito da força raramente se submete à força do Direito e que a moral que rege o comportamento dos Estados é coisa que a polemologia arruma no canto extremo e invisível da prateleira da vontade de poder.

A Índia Portuguesa era, desde o século XVI, a mais apurada expressão da presença de Portugal no mundo. Não era uma colónia, mas um Estado; os seus habitantes não eram nem colonos nem colonizados: eram cidadãos de pleno direito e os seus filhos, nos tempos de glória como nos do ocaso estiveram presentes em todos os actos marcantes da vida portuguesa: nas letras e nas artes, na ciência, no ensino, na administração, na missionação ou ao serviço de Marte.

Em Goa estava a sede do Padroado Português, como repousa ainda, no sarcófago de prata o Apóstolo das Índias. Os Vice-Reis e, depois, os Governadores-Gerais, confirmavam a investidura recebendo da imagem de S. Francisco Xavier o bastão de comando. A Índia Portuguesa era, contrariando a lenda negra e a novena de mantras da propaganda, um dos mais progressivos rincões do sub-continente indiano.

"De facto, quem percorre a Índia Britânica e, pondo de lado meia dúzia de cidades modernas, se interne nos centros nativos, nas populações rurais, chega necessariamente a esta conclusão: a Índia está hoje no mesmo estado de há mil anos! As aldeias, o povo, a mentalidade, os usos, os costumes continuam na mesma. Falta a higiene, a pior das misérias, atraso, ao passo que as nossas aldeias respiram certo bem-estar e o nosso povo vive uma vida incomparavelmente superior, sob todos os aspectos, à da população nativa da Índia inglesa"(1).

A actividade cultural que se desenvolvia em língua portuguesa na Índia britânica era motivo de grande orgulho e a animação tocava a investigação histórica, a crónica política e até produção literária e ensaística. O Investigador Portuguez em Bombaim, nos anos da década de 1830, O Echo de Bombaim, editado por uma Press Mercantil na década de 1860, deram corpo à necessidade de criar centros destinados a públicos mais exigentes e cultos. Assim nasceram o Instituto de Educação Portuguesa (1855) e em 1902, o Real Instituto Luso-Indiano. Os mais de vinte mil indo-portugueses recenseados em Bombaim em 1881 eram vinte cinco mil em 1915 e na véspera da Segunda Guerra abeirava-se a comunidade da meia centena de milhar. Em Bombaim, grande metrópole do Índico, na mudança do século XIX para o século XX havia 341 clubes goeses, com catorze mil associados, dos quais mil e quatrocentos eram homens ligados a actividades do mar. Para eles havia tipografias editando em português, escolas e igrejas. Um jornal em língua inglesa - Our Nation - gozava de grande autoridade e as paróquias editavam profusamente livros, folhetos, jornais e pagelas. A proeminência deste grupo não se prendia, apenas, com a inclinação para as humanidades e para as ciências jurídicas. Um dos mais afamados médicos-cirurgiões oftalmologistas no Império britânico era o Dr. Acácio da Gama (1845-1902). Nascido em Goa, formara-se no Medical College e na Universidade de Bombaim. A sua entrega aos mais pobres e o trabalho que desenvolveu nos bairros católicos valeram-lhe a outorga pelo Rei de Portugal do colar da Ordem de Cristo e eleição para a direcção da selectiva British Medical Association. Portugal na Índia era, indiscutivelmente, um caso de sucesso.

Depois, vieram os "ventos da história", crença que fez escola e não passa disso mesmo, de uma crença. Portugal tinha de sair, mesmo que saísse contra a vontade da população que era portuguesa e portuguesa queria permanecer. A prová-lo, o facto de após a invasão, abandonando as suas casas, haveres, laços, empregos e a terra onde haviam nascido os pais dos seus avós, trinta mil indo-portugueses se terem recusado ficar em terra onde ondulava outra bandeira que não a portuguesa. A saída dos indo-portugueses foi um referendo com os pés ao abuso e à arbitrariedade da invasão.

MCB

(1) Relatório do Patriarca de Goa, D. José da Costa Nunes, para o Governador-Geral da Índia Portuguesa, 1943, in Presença de Portugal mo mundo, Lisboa, Academia Portuguesa de História, 1982, p. 476.

Foto: José Manuel Catalão Oliveira e Carmo, o último herói da Índia




DEUS -PÁTRIA  REI

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Uma princesa portuguesa contra Hitler

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A extraordinária história da portuguesa infanta D. Adelaide de Bragança.
Trabalhou como Enfermeira na Áustria. Foi durante muito tempo a alteza real mais velha em Portugal. Tia de D. Duarte Pio, actual Duque de Bragança, era a ultima neta de D. Miguel. Nasceu em 1922.

Durante a Segunda Guerra Mundial foi condenada à morte duas vezes.

A primeira condenação deveu-se a quando chefiava uma rede que tinha por missão fazer fugir pessoas procuradas, perseguidas ou condenadas pelos Nazis. Desde paraquedistas aliados, espiões, judeus e outros. Foi apanhada pelas SS e condenada à morte. O governo de Salazar ao saber da noticia interveio imediatamente, afirmando que era cidadã portuguesa e após muita luta diplomática, conseguiu salvá-la. 

A segunda condenação será ainda mais "heróica". Novamente agente da resistência, tem por nome de código "Mafalda", fazia a ligação entre os Ingleses e o Conde Claus von Stauffenberg, líder do atentado falhado contra Hitler, a chamada operação Valquíria. É apanhada, condenada à morte pela segunda vez mas desta feita é salva pelos soviéticos, após a vitória destes em Viena.

Voltou a Portugal em 1949 e por cá ficou. Faleceu em 2012.

Cristiano Santos


Respeitar as lideranças tradicionais: monarquias africanas

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Os estados africanos que ascenderam à independência a partir de inícios da década de 1960, depois de mal sucedidas experiências de autoritarismo e centralismo "anti-tribalista" imitadas de modelos incompatíveis com a diversidade étnica, linguística e religiosa própria do continente africano, têm lentamente concedido autonomia aos gruposétnicos. Essa autonomia por delegação, inscrita nas constituições e no modelo de representação parlamentar, tem dado frutos. No Uganda, na Nigéria, no Senegal e agora em Angola, o respeito pelas lideranças tradicionais é agora entendido como factor de estabilidade e paz. 

Portugal sempre o fez, mantendo até ao fim da sua presença em África estas lideranças tradicionais como intermediárias entre a massa das populações e as autoridades portuguesas. 

A foto que vos propomos foi tirada em 1938, por ocasião da visita do Presidente Carmona ao Império. O soba da Ilha de Luanda, envergando o uniforme de coronel de milícias, no portaló que o leva a bordo de um vaso de guerra da marinha portuguesa para apresentar cumprimentos de boas-vindas ao chefe de Estado. Um sorriso do tamanho do mundo.

MCB


DEUS - PÁTRIA - REI

domingo, 16 de dezembro de 2018

Uma lança em África

DEUS - PÁTRIA - REI: Uma lança em África: A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou, no passado dia 11, a proposta de criação de um museu (ou, em português bué, “uma estrutura polinu...

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Rota dos Presépios e Natividades no MNAA

DEUS - PÁTRIA - REI: Rota dos Presépios e Natividades no MNAA: No próximo dia  15 de Dezembro , pelas  10:30 , a Real Associação de Lisboa vai realizar mais um Roteiro Real, desta vez uma evocaçã...

Regresse connosco ao Palácio Nacional de Queluz.

Visita Guiada (8) - Episódio 26 - RTP Play - RTP

MEMORIAL DE SÃO NUNO | CASTELO DE OUREM I 07.11. 2018 [4]

No dia 07 de Novembro de 2018, no Castelo de Ourém, realizou-se a Festa de S. Nuno e das Sagradas Relíquias,  organização da Real Confraria do Santo Condestável S. Frei Nuno de Santa Maria Álvares Pereira e do Comando Geral da Real Guarda de Honra, com a presença de S.A.R. o Senhor D. Duarte Pio de Bragança, Duque de Bragança e Chefe da Casa Real Portuguesa.

No encerramento das festividades realizou-se o tradicional jantar de confraternização "A Sopa do Caldeirão", e que contou com actuação do grande acordeonista Tino Costa.




MEMORIAL DE SÃO NUNO | CASTELO DE OUREM I 07.11.2018 [3]

sábado, 8 de dezembro de 2018

Futuro - Discurso de Teresa Côrte-Real no Jantar dos Conjurados de 2018

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Hoje é o dia em que temos todos de pensar o que queremos para Portugal. E no que cada um de nós pode fazer para que esse querer aconteça.

É importante perceber o que é ser hoje uma nação independente na Europa do Século XXI. Tentar projectar o Futuro. Perceber que cada vez mais é preciso continuar Portugal e reafirmar o que nós somos enquanto povo. Que temos um capital único de ligação entre a Europa e o resto do Mundo que não nos devemos cansar de afirmar.

Portugal nasceu de um projecto dinástico, de quem não se quis fechar em si mesmo, que se garantiu no Atlântico e que se reforçou em 1640 numa ligação sempre fortalecida entre o Rei e o seu Povo. Foi sempre no Rei que os portugueses viram quem, muito para além dos interesses privados, garantia o interesse de todos. Foi sempre a ele que os portugueses recorreram em momentos de crise.
De D. João IV disse o Pe. António Vieira no "Sermão dos Bons Anos de 1641: foi "Rei não por ambição de reinar, senão por compaixão de libertar." Ou seja, foi Rei por missão, por saber que era esse o seu dever por ser isso que o seu povo dele esperava. Porque só assim pode ser.

Ao longo da história foi sempre a Monarquia que nos garantiu a manutenção e a independência do nosso território face a ameaças externas. E é dela que voltamos a precisar agora. Numa época em que cresce a falta de confiança no sistema político tal como ele está organizado, em que os cidadãos se sentem cada vez menos representados e mais longe do processo de decisão e em que a própria identidade europeia pode estar em causa é importante reforçar o capital de liderança e de coesão que só o Rei pode ter. Temos que ser capazes de demonstrar a Monarquia como uma alternativa válida ao actual regime.
Defendemos por isso o Sistema Monárquico de Chefia de Estado como forma ou instrumento de defesa do que somos, numa lógica soberanista, diferente da nacionalista, que defende o que somos sem qualquer tipo de superioridade face a outros. Que é abrangente e inclusiva, prevenindo extremismos, que tem por base o sistema democrático de governo, que acredita em instituições sólidas e que vê no reforço da dignificação das Forças Armadas a forma natural de garantir a sua segurança e que liga Passado, Presente e Futuro. Que privilegia as relações com o Atlântico e com o mundo lusíada não só porque lhe são naturais mas também porque reforçam essa mesma soberania face à Europa.
É que quando falamos de Monarquia falamos também desse “saber fazer” português, que se reflete não só nas nossas comunidades de emigrantes espalhados pelo mundo mas também de tantas e tantas pessoas que se dizem ainda portugueses de coração e cujas vidas foram moldadas pela herança de coesão que ficou nos territórios por onde passámos. Relembro, como exemplo que na União Indiana só em Goa há uma Lei da Família igual para todos, cristãos, hindus ou muçulmanos. Ou nos muitos portugueses que foram e são os primeiros a pôr em prática nessas sociedades planos de apoio às populações nos campos da Saúde, da Higiene, dos Cuidados materno-infantis e da Educação. É esta a marca portuguesa no Mundo.

Ao falarmos de Monarquia, falamos também e sempre de continuidade, de passagem de testemunho de ligação do Rei e dos Príncipes ao seu povo, de um enorme capital histórico, simbólico e moral que nos congrega enquanto sociedade e que nos fala de Futuro. É por aí que temos de ir.

Porque há uma Causa Maior na qual todos acreditamos e que é Portugal.

Teresa Côrte-Real
Presidente da Causa Real

Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, Rainha de Portugal - Dia da Mãe

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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Em louvor da Imaculada Conceição de Nossa Senhora



ISABEL DE HERÉDIA REVELA SEGREDOS O LADO DESCONHECIDO DA MULHER DE D. DUARTE PIO NACIONAL


Isabel de Herédia é uma mulher discreta. Numa rara entrevista, desvendou alguns segredos da família real portuguesa

Isabel de Herédia, a mulher de D. Duarte Pio de Bragança, abriu o coração e mostrou o lado mais desconhecido, em entrevista a Júlia Pinheiro. Discreta na vida privada, são raras as entrevistas que dá. Abriu uma exceção esta terça-feira, dia 3 de dezembro, e acabou por desvendar, em direto na SIC, alguns segredos da família real portuguesa. 

Logo no início da entrevista, a duquesa de Bragança abordou a «infância feliz» em Angola. «Atirei-me várias vezes para ver se voava, tinha quatro ou cinco anos. Parti o braço duas vezes a tentar voar. Quis ser enfermeira, médica, era maria rapaz, adorava subir às árvores». Aos nove anos, emigrou para o Brasil e foi lá que se apaixonou pelo representante da casa real portuguesa e que estudou gestão de empresas. 

«Nunca pensei que viria a ser duquesa. O meu marido sempre foi muito amigo lá de casa. Ficámos muito amigos. Já com 16 anos, estávamos a jantar e ele disse alguma coisa que não concordei. Eu disse: 'senhor doutor, desculpe, mas  isso é uma estupidez!'. A minha mãe ia-me matando porque eu ousei. Mas ele disse: 'ainda bem que disse isso, geralmente as pessoas concordam comigo e depois dizem mal de mim pelas costas, ao menos é direta!'. E a partir daí ainda ficamos mais amigos», conta. 

As perguntas indiscretas de Júlia Pinheiro 
Isabel de Herédia e Dom Duarte têm 21 anos de diferença, mas isso não atrapalha o casamento. «Não é complicado, se é a pessoa que eu gosto posso até viver poucos anos com ela. Porque é que vou ficar não sei quantos anos com uma pessoa que não gosto?!» Júlia Pinheiro aproveitou a deixa para fazer uma pergunta indiscreta à duquesa. «Teve outros namorados?». «Sim, tive». 

Depois, a duquesa de Bragança recordou o dia do casamento, a 13 e maio de 1995, no Mosteiro dos Jerónimos.

«Qualquer noiva está sempre anestesiada. Foi uma emoção muito grande, a única coisa que me lembro foi que quando cheguei aos Jerónimos estava um mar de gente e impressionou-me a adesão. Fiquei tão agradecida que pensei 'eles merecem ver-me primeiro que os outros' e então tirei o véu paras cumprimentar as pessoas. Depois houve pessoas que disseram que não devia ter feito por causa do protocolo, mas eu disse: 'estou-me nas tintas, eles merecem'.  

Sobre o lado institucional da Casa de Bragança, afirma lidar bem com o assunto. «Naturalmente eu também sou discreta. Não tenho assim tantos escândalos para contar. Sou normalíssima, tenho a sorte de ter um marido que me deixa ser o que eu sou», refere. «Não é tão complicado quanto as pessoas pensam. Também não sou de fazer grandes loucuras.» 

Isabel de Herédia admitiu ainda que «sentiu pressão» da sociedade para ter filhos, mas que aprendeu a lidar com isso. «Uma vez aprendi com a casa real inglesa a nunca olhar para as revistas e isso marcou-me imenso». 

«Há príncipes ótimos e príncipes péssimos»
Depois, falou dos filhos, Afonso de Santa Maria, Maria Francisca e Dinis de Santa Maria. «Dão-se bem, o Afonso é mais parecido com o pai, é mais reservado, mas é bom boa pessoa. A Francisca e o Dinis são mais descontraídos». A mulher de D. Duarte garante que em casa não há pressão para casarem com príncipes ou princesas e que já tiveram namorados. 

 «Já namorou, já desnamorou. Hoje em dia o universo deles é muito grande. Ainda são muito novos, não estão a pensar em casar para já. Acho que nós tentamos dar o exemplo do que é um casamento feliz, uma vez ou outra pode existir uma crise […] Podem não casar com um príncipe ou princesa. Têm de casar com uma pessoa com quem se sinta afinidade, que seja bem formado. Há príncipes ótimos e príncipes péssimos». 

«Trabalho na área da imobiliária» 
A conversa com Júlia Pinheiro continua e Dona Isabel acaba por revelar uma informação desconhecida do grande público. Tem um emprego comum. «Trabalho na área da imobiliária. Tenho uma equipa ótima que me permite não estar no escritório as horas todas. Estou realizada profissionalmente, mas graças a essas pessoas que trabalham comigo. Se estivesse sozinha, era mais complicado acompanhar o Duarte [nos compromissos oficiais]». 


terça-feira, 4 de dezembro de 2018

MISSA DE SUFRÁGIO pelo REI FUNDADOR, D. AFONSO HENRIQUES, no 833.º aniversário da sua morte

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A Real Associação de Coimbra informa que, na próxima 5.ª feira, dia 
6 de Dezembro, pelas 17h30 horas, será celebrada na Igreja do Mosteiro
 de Santa Cruz, em Coimbra, Missa de Sufrágio pelo Rei Fundador, 
D. Afonso Henriques, no 833.º aniversário da sua morte.


Convidam-se todos os Portugueses a estarem presentes neste piedoso 
acto em memória de D. Afonso Henriques.


Que Deus Guarde Portugal e a Família Real!

DEUS - PÁTRIA  - REI

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

D.Dinis, poeta na folha e na ordem

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El Rey D.Dinis ocupa um trono justo no Olimpo da Portugalidade. Conhecido como rei-poeta (autor de mais de 173 poemas em galaico-português) ou rei-lavrador (grande impulsionador do trabalho agrícola), valências que lhe conferiram grande prestigio entre as coroas do Velho Continente.

Filho de D. Afonso III e de Beatriz de Castela, nasceu em pleno dia de S. Dinis, a 9 de Outubro de 1261, em Lisboa. O seu nome foi, portanto, um tributo ao santo comemorado nessa data.

Sucedeu a Afonso III a 16 de fevereiro de 1279, com 17 anos, notabilizando-se como um lider revolucionário quase sem paralelo. O seu legado governamental é úbere como estrelas em dias estivais. Vejamos: definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes, oficializou a lingua portuguesa como lingua da corte, criou a primeira Universidade Portuguesa, incentivou a exploração de minas de cobre, fomentou a agricultura, centralizou o poder régio, criou variados concelhos e galvanizou o conceito das feiras em Portugal. Torna-se fundamental referir o seu contributo profético para os Descobrimentos Portugueses, através da plantação do Pinhal de Leiria e a fundação da Marinha Portuguesa. 

Seria injusto não escrever sucintamente o apoio que prestou à Ordem dos Templários. Contra os designios papais, rejeitou extinguir a Ordem do Templo, num sentido de gratidão pelo serviço prestado na fundação e defesa do país. Através de uma ação diplomática, logrou proteger a Ordem através de um escudo verbal. Que quer isto dizer? A Ordem alterou o nome para Ordem Cristo, privilegiando a antiga estrutura, ritos, método e, membros. Em 1319, através da Bula Ad ea ex quibus, do Papa João XXII, fundava-se a Ordem de Cristo. 

D. Isabel de Aragão, sua esposa, revelou-se uma das rainhas mais amadas pelas gerações lusas, da qual falaremos isoladamente numa outra oportunidade. Casaram a 11 de Fevereiro de 1282, em Barcelona, tendo-se comemorado a boda na passagem da fronteira da Beira, em Trancoso, em 26 de junho do mesmo ano. 

Em 1322, o Rei Poeta sentira algumas complicações cardiacas que, 3 anos mais tarde, originaram a sua morte. Partiu a 7 de Janeiro de 1325, em Santarém. Os seus restos mortais encontram-se no Mosteiro de São Dinis, Odivelas.

Apóstolo Viriato