Carta Régia do Rei D. Dinis, datada de 1 de Fevereiro de 1317.
É o Rei D. Dinis quem decide, pela primeira vez, inaugurar uma organização permanente da Marinha Real sendo nomeado o primeiro Almirante do Reino, o genovês Manuel Pessanha.
A Marinha Portuguesa tem uma história bastante antiga, que se liga à própria história de Portugal. Durante o cerco de Lisboa em 1147 o primeiro rei de Portugal já dispunha de algumas galés que utilizou em batalha.
Na Primavera de 1180, os muçulmanos lançaram mais um ataque contra a costa portuguesa, com uma esquadra de 10 galés, sob o comando do Almirante Gamim ben Mardanis; traziam como objetivos destruir a esquadra portuguesa e capturar ou matar D. Fuas Roupinho. A esquadra muçulmana aportou a São Martinho do Porto, onde desembarcaram os seus homens de armas, que avançaram por terra em direção a Porto de Mós, residência de D. Fuas, tentando surpreender a guarnição portuguesa. Este, ao ter conhecimento da presença inimiga, reuniu rapidamente os seus homens e avançou. Surpreendidos em pleno trajeto, os muçulmanos foram derrotados sofrendo elevado número de mortos e prisioneiros, estando o almirante Mardanis entre os primeiros. Depois de ter mandado avisar o Rei, que se encontrava em Coimbra, D. Fuas dirige-se a Lisboa a fim de reunir e preparar os navios portugueses para dar caça ao inimigo. Quando a bordo dos navios muçulmanos tiveram conhecimento, pelos sobreviventes, do resultado do combate e da morte do seu almirante, eles largaram para Sul e tentaram abrigar-se em Sesimbra ou na foz do Rio Sado, para reabastecer de água. D. Fuas largou de Lisboa, com as suas nove galés, por volta do dia 15 de julho de 1180 e encontrou o inimigo ao largo do Cabo Espichel, travando-se uma encarniçada batalha. Os navios muçulmanos, desfalcados dos seus homens de armas, perdidos na batalha em Porto de Mós, foram sendo tomados um a um. A esquadra portuguesa, embora com menor número de navios, acabaria por ser a vencedora do confronto. D. Fuas Roupinho regressou a Lisboa, triunfalmente, com os navios e guarnições apresadas. Como recompensa, e segundo fontes muçulmanas, o monarca terá atribuído a D. Fuas o título de Almirante.
Fonte: Marinha Portuguesa.
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