segunda-feira, 11 de março de 2019

Braga tem uma orquestra ao serviço da Família Real


Maestro Paulo Arruda / Foto de Marco Mendez
Fernando André Silva
Escrito por Fernando André Silva
A Orquestra Príncipe da Beira, criada pelo maestro Paulo Arruda, é a orquestra de “serviço” à casa real portuguesa e prepara-se para um concerto no próximo dia 23, na Igreja de S. Vicente, na cidade de Braga.
Esta orquestra, que deu o primeiro concerto a 3 de junho de 2017, é uma homenagem ao princípe Dom Afonso Santa Maria, filho do conhecido Duque de Bragança, D. Duarte Pio e é também a orquestra que, sempre que exista convite, atua nas cerimónias “reais” em Portugal.
Orquestra Príncipe da Beira / DR
Com ensaios periódicos na cidade de Braga, onde esta orquestra foi formada pelo maestro Paulo Arruda, que é também professor de Música em Tadim, com 37 anos de carreira, a OPB pertence à casa real portuguesa e os membros marcaram presença através da Orquestra do Norte, na cerimónia de investidura do príncipe, que decorreu na Sé de Braga em 2017.
O maestro e fundador da orquestra, Paulo Arruda, explicou ao Semanário V que a OPB surgiu na sequência dos 21 anos de Afonso, a mesma idade em que foi indicado Princípe da Beira. “Esta orquestra tem como função, para além da diuvlgação da música erudita, também a integração de músicos que se destacam a nível internacional, como o caso do tenor Nuno Meneses Ribeiro, atualmente tenor na Ópera de Milão e que pertence à família real.
“Temos realizado concertos e sempre que há alguma atividade relacionada com a casa real, a orquestra atua”, explica, revelando que o ultimo concerto, em Penafiel, foi em quinteto, mas o marcado para o próximo dia 23 será em formato “ensemble”, com violinos, viola de arco, violoncelo e contrabaixo. No total, a OPB tem 20 músicos que vão rodando entre si.
“Em Braga há sensibilidade para a causa real”
Maestro Paulo Arruda / Foto de Marco Mendez
Paulo Arruda trabalhou com grandes nomes da música erudita nacional, como Miguel Graça Moura, Joana Carneiro, Pedro Burmmester ou a Orquestra Portuguesa da Juventude, dando a opinião de que a causa monárquica aposta mais na cultura do que a republicana.
Explica que em Braga “há sensibilidade para a causa real”, dando exemplo de várias iniciativas e palestras na cidade sobre a Monarquia. “Uma das coisas que se tem verificado é que é muito dispendioso para o país estar numa República, mas é esta que tem tido mais peso na sociedade, até porque é muito recente comparando com a Monarquia. Mas é preciso ver que a Monarquia, ao longo de séculos, tem difundido muito a cultura, sobretudo a música.
Diz ainda que “Braga tem revelado maior sensibilidade também a nível musical”. “A subsistência dos músicos é muito difícil, e piorou durante o período da Troika, em que nem sequer houve ministro da Cultura”. Paulo Arruda lamenta a falta de apoio aos músicos, recordando o caso de uma bailarina com doença oncológica que teve de exercer a profissão até ao fim da vida por não existir qualquer salvaguarda para os bailarinos. Recorda que a Companhia de Ballet não sobreviveu ao período da Troika.
Paulo Arruda explica que é necessário um maior valor nas verbas atribuídas pelas Câmaras que contratam a orquestra, de forma a serem mais elementos nas atuações da orquestra. “Fazemos os concertos em função das verbas que realmente nos podem atribuir”, esclarece.
“Os instrumentos são caros, as partituras vêm do edstrangeiro e muitas vezes depende da boa vontade dos próprios musicos para atuar por uma verba menor”, explica, deixando, no entanto, elogios à Câmara de Braga e às Juntas de São Víctor, São José de São Lázaro e São João de Souto e União de Maximinos, Sé e Cividade por “pagarem” em conjunto o concerto do próximo dia 23. Revela ainda que o objetivo é tornar esta atuação em um evento anual.
“A música é um trabalho para nós e um divertimento para os outros”, finaliza.
Braga foi onde o príncipe foi batizado e investido
Dom Afonso de Santa Maria / DR
Foi na Sé Catedral de Braga que se registaram os momentos mais importantes para a vida da monarquia nacional. Para além do batismo de Dom Afonso de Santa Maria, foi também neste templo que, 21 anos depois, decorreu a cerimónia de investidura solene do décimo Príncipe da Beira.
A cerimónia contou com a presença dos duques de Bragança e altas individualidades civis, militares e religiosas em representação dos diversos órgãos de soberania nacional e regional, em um fim de semana recheado de eventos.
A missa solene foi presidida por D. Francisco Senra Coelho e contou com a presença da Guarda de Honra da Catedral, enquanto o programa musical ficou a cargo do Coro da Santa Casa de Misericórdia de Braga, com direção de Hugo Torres e da estreia da OPB. Já a cerimónia de investidura foi presidida por Dom Duarte.
Recorde-se que foi na Sé de Braga que, a 1 de junho de 1996 se realizou pela primeira vez na história de Portugal um batizado real na cidade de Braga.
Na ocasião, os duques de Bragança criaram, com o então arcebispo primaz, D. Eurico Dias Nogueira, uma instituição (a Real Confraria) que o décimo Príncipe da Beira preside.
DEUS - PÁTRIA REI

Sem comentários:

Enviar um comentário