quinta-feira, 9 de julho de 2020

No país onde [quase] ninguém faz nada

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Em Portugal, há os que gritam, os que imprecam, os que viram as costas assim que confrontados com trabalhos, os que maldizem sem autoridade, os que se deixam mergulhar na erudição inconsequente, os que têm medo que a vizinha lhes adivinhe o patriotismo, os que galhofam sem nunca nada de préstimo terem feito, os que não pensam, mas "querem fazer coisas", os que pedem "combate cultural", mas nunca leram uma página, os desvairados em busca de sensações fortes, mas que traem em cada palavra o seu apregoado "patriotismo", os que amuam sempre que a saudável diversidade de opiniões lhes contraria as teimas, os que macaqueiam toda a mercadoria contrafeita e sem direitos de alfândega vinda dos states e das europas de hoje e de ontem, os que assumem responsabilidades, mas nunca trabalham.

Depois, ínfima minoria inacessível ao desalento, teimosa, sem o aplauso dos que deviam aplaudir, pobre de pedir, sem meios, censurada pela imprensa, incompreendida pelos que têm meios, relações e conhecimentos, há os que fazem e vão fazendo, jamais desistindo. Não fosse este grupo e os apostrofadores, os impacientes, os sem-ideia-de-coisa alguma, os que querem "acção" sem ideias e gritam por Portugal mas não sabem o que é Portugal, há muito teriam a tal Praça do Império convertida em bricolage, mais o Museu dos Descobrimentos, mais as estátuas dos nossos maiores arrasadas, mais a transformação da ideia portuguesa exposta ao caruncho.

Hoje, pela madrugada, a página da Nova Portugalidade atingiu os 40.000 seguidores. Foram cinquenta e dois meses, 1560 dias, 3120 textos, 1.548.000 acessos, 62.400 comentários, mais de sessenta conferências. Creio com toda a humildade, tratar-se de algo de muito raro neste país de fatalistas. Se houvesse um mínimo de justiça e bom-senso, tal massa de trabalho teria já merecido a atenção, o estímulo e a solidariedade de muitos. Não façam, mas deixem-nos continuar, pois, palavra de honra, continuaremos.

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Fonte: Nova Portugalidade


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