Despertai, nobres soberanos, que queimaram vossas naus!
Fizeram arder vossas verdes muralhas, há séculos erguidas contra a sanha árida das areias.
Despertai, Dom Afonso III, acordai, Dom Dinis, que vossas terras e vossas gentes padecem desgovernadas.
Despertai, reis, e despertai essas gentes -aqueles mesmos que no passado domaram as águas do mundo, fazendo das ondas as suas estradas, hoje se esquecem de sua grandeza e apenas assistem, impotentes, à espera dos milagres.
Despertai então, ó Santa Rainha, e derramai vossas pétalas sobre as feridas na terra e nas almas, nos troncos calcinados dos pinhais que nos deram as naus, e nos corações e pulmões das gentes sofridas das aldeias e dos nobres animais que povoam as vossas florestas.
Despertai: a vós mesmos e a nós todos, herdeiros da grandeza Lusa, viva onde quer que se respire nossa rica língua camoniana (pois o Português não se fala, se vive!).
Despertai, reis: não como mero ideal, não como bandeira a defender, mas em cada um de nós como interior centelha divina de coragem: para enfrentar, prevenir, reerguer, reconstruir, replantar.
Despertai e vede que vossos herdeiros hão-de devolver o Pinhal, aquele das naus, a vosso e nosso amado Portugal.
Claudio Quintino
Associação dos Autarcas Monárquicos
Sem comentários:
Enviar um comentário