Conviria lembrar, a quantos querem ver na eleição recente de três senhoras para o parlamento português marco relevante nas lutas pelos direitos das minorias, que deputadas portuguesas negras tem Portugal desde a década de 60, como já há dias recordámos aqui com Sinclética Torres, e que Portugal não foi menos que o primeiro Estado da Europa a eleger para o seu parlamento um homem negro. Fala-se do Padre Manuel Patrício de Castro, eleito e jurado deputado às Cortes Constituintes de Lisboa a 31 de Agosto de 1822 em representação do então Reino de Angola. De São Paulo de Luanda, o Padre Castro, homem negro nascido em Angola, rumou ao Rio de Janeiro, lá castigando duramente as posições independentistas que começavam a ganhar força no Brasil, e dali para Lisboa. Participaria lá na redacção da primeira constituição escrita da História de Portugal, a de 1822, regressando posteriormente a Angola e falecendo em Luanda em 1833. Antes de ser deputado, o primeiro homem negro a conhecer semelhante distinção na Europa, o Padre Castro fora ainda um dos sete membros da Junta Governativa do Reino de Angola. Assim era Portugal cento e cinquenta anos antes de Rosa Parks e Martin Luther King.
Fonte: Nova Portugalidade
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