sábado, 5 de outubro de 2019

Glória da marinha portuguesa: A Nau Flor do Mar

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A afirmação de Portugal como super-potência deveu-se grandemente a esta Nau, a "Frol de la Mar". Se o nome parece indiciar a delicadeza bucólica (a "flor do mar") na verdade este titã dominou o Índico e impôs a soberania portuguesa a oriente.

A nau "Frol de la Mar" foi construída em Lisboa no ano de 1502, verdadeiro prodígio marítimo determinante na dilatação do império português. Desenhada no mais avançado traço tecnológico da época, preparada com cerca de quarenta canhões de bronze, distribuídos por três coberturas, este tipo de embarcações, no dizer de Oliveira Martins, surgiam como verdadeiras "fortalezas flutuantes, vomitando lume, estrondos, fumo, naufrágios e morte."

A "Frol de la Mar", particularmente, era um gigante dos mares, capaz de despejar pelouros em todas as direcções e disparar tiros em cerca de meio minuto. As galés, galeotas e paraus, até então privilegiadas para o combate naval no índico, viram-se destituídas do seu domínio face à super-estrutura destas novas naus que vieram revolucionar a arte militar naval.

Quando o Vice-Rei da Índia, D.Francisco de Almeida, travou a batalha naval de Diu, em 1509, não levou mais de seis horas a alcançar a vitória, enquanto as bocas-de-fogo despejavam cerca de seiscentos tiros, conforme nos relatam os cronistas da época. Para a sua manutenção e navegação contava com um número significativo de marinheiros, perto de cinquenta, e ainda transportava uma centena e meia de soldados para a guerra. Com este poderio os portugueses conquistaram Ormuz, com Afonso de Albuquerque (1507), Diu, com Francisco de Almeida (1509), e Goa, novamente com Afonso de Albuquerque (1510). Depois de conquistar Goa, Afonso de Albuquerque, novamente com a "Frol de la Mar", avança sobre Malaca, passando a controlar as mercadorias que vinham do Extremo Oriente.

Destino fatídico o deste titã que acabou por naufragar no estreito de Malaca a 26 de Janeiro de 1512, levando vidas humanas e tesouros, não apenas contabilizados nas imensas riquezas do oriente e no ouro que então enriquecia um império em expansão, mas também em documentos que, ainda hoje, são alvo de buscas.

Daniel Sousa

Fonte: Nova Portugalidade



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