Os burghers portugueses são um grupo étnico do Sri Lanka, de ascendência portuguesa e cingalesa. São católicos e falam um crioulo baseado no português.
O povo Luso descendente do Ceilão surgiu com o casamento entre mulheres tamil, cingalesas e homens portugueses, e a conversão dos nativos ao catolicismo por missionários a partir de 1550
A Perseguição aos Portugueses começou com a invasão holandesa da Ilha em 1638, apoiados pelos caciques Vanni da elite budista e hindu, que viam a conversão e casamento de mulheres da sua nobreza com portugueses como uma ameaça.
Quando a Companhia Holandesa das Índias Orientais assumiu o controle do litoral do Ceilão, os mestiços refugiaram-se nas colinas centrais do Reino de Kandy - ou, em português, Candia.
Todo o tipo de pressão foi exercida para fazê-los abandonar o catolicismo. Casamentos entre portugueses e cingaleses eram proibidos, até falar português passou a ser proibido pelas autoridades holandesas.
Tortura, destruição de igrejas, martírio de homens mulheres e crianças. Os holandeses até tentaram reviver e fortalecer o budismo para impedir a conversão de budistas ao catolicismo.
Nada conseguiu destruir a identidade do Povo Português do Sri Lanka, forçando os holandeses a abandonar a proibição do idioma no Século XVIII. Até mesmo os mestiços de holandeses e cingaleses passaram a usar um idioma crioulo derivado do português e a praticar o catolicismo. A missão calvinista no Ceilão foi em grande parte um fracasso.
Em 1617, a crônica Cingalesa "Rajavaliya" descreveu os portugueses do Ceilão: "Eles tem a pele extremamente clara e bonita. Eles usam botas e chapéus de ferro: não descansam nem um minuto em um lugar: andam aqui e ali. Eles comem pedaços de pedra branca (pão) e bebem sangue (vinho)"
Shihan de Silva Jayasuriya afirma em "A marca cultural portuguesa no Sri Lanka" (2000): "A presença portuguesa na Ásia era geralmente limitada às áreas urbanas, mas o Sri Lanka era uma exceção. As instituições que definiam a matriz de interação social com o local o contexto foi estendido a áreas não urbanas. Os portugueses deixaram sua marca na administração social, sociedade, artes plásticas e linguagem do Sri Lanka ".
Muitos cingaleses adotaram sobrenomes portugueses - embora a maioria tenha sido modificada até certo ponto -, mas essa prática não denota necessariamente a conversão ao catolicismo romano. Esses nomes (e sua forma em português) incluem Corea (Correia), Croos (Cruz), De Abrew (Abreu), De Alwis (Alves), De Mel (Melo), De Saram (Serra), De Silva (Da Silva), De Soysa ou De Zoysa, Dias, De Fonseka ou Fonseka (Fonseca), Fernando (Fernandes), Gomes ou Gomis, Mendis (Mendes), Perera (Pereira), Peiris ou Pieris (Peres), Rodrigo (Rodrigues), Salgado e Vaas (Vaz).
A influência portuguesa no idioma do Sri Lanka é surpreendente, os exemplos incluem: almariya (armário, ou guarda-roupa), annasi (ananás), baldiya (balde), bankuwa (banco), bonikka (boneca), bottama (botão), gova (repolho), kabuk (laterita, material de construção), kalisama (calça) ), kamisaya (camisa), kussiya (cozinha), lensuwa (lenço), masaya (mês), mesaya (mesa), narang (laranja), nona (senhora), paan (pão), pinturaya (foto), rodaya (roda) ), rosa (rosa), saban (sabão), salada (salada), sapattuwa (sapato), simenti (cimento), sumanaya (semana), toppiya (chapéu), tuwaya (toalha), viduruwa (vidro).
Negar a Portugalidade do Sri Lanka seria negar caracter essencial da própria identidade daquele povo.
Fonte: Nova Portugalidade
DEUS - PÁTRIA - REI
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