quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Não há Europa sem Portugal


Foto de Nova Portugalidade.

Na longa alocução que hoje proferiu perante o Parlamento Europeu, Jean-Claude Juncker cometeu uma grave imprecisão, talvez involuntária, talvez intencional, a respeito do balizamento geográfico da Europa, afirmando estender-se esta de Vigo a Varna, da Espanha à Bulgária. Os líderes não eleitos da UE não são os representantes da Europa, pelo que a União Europeia não deve ser confundida com a Europa.
A Europa é múltipla, como sempre foi, pelo que é um erro confundi-la com esse ente regulamentador, unidimensional, seco de cultura, sem memória e sem história, desdenhoso das várias Europas de sempre, entregue a ficções autoritárias, a burocratas iletrados e a gente que nunca pôs os pés numa biblioteca ou num museu, que não sabe nem quer saber, exprime o nadir do embotamento e da ignorância. Ou seja, a UE chega, até, ser a negação da Europa.
Excluir Portugal da Europa é, afinal, o anúncio do fim da civilização que esta construiu e a recusa em aceitar o papel pioneiro de Portugal no alargamento e planetarização da nossa civilização.
A chamada União Europeia não é uma fatalidade nem o fim de Portugal. Fora ou dentro da Europa, poderemos reunir mil e uma alternativas no quadro do interesse nacional e sem jamais afrontar a unidade de destino inscrita na história desta comunidade deste o momento da sua criação, há quase novecentos anos. Portugal é, com a Dinamarca, o mais antigo Estado europeu. Tirar Portugal do mapa da União Europeia poderá, afinal, ser bem mais lesivo para a UE que para Portugal. Tirar à Europa o grande Oceano e amputá-la da gesta portuguesa será reduzir o continente a um cabo da Eurásia.
Nova Portugalidade

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