Dado pouco conhecido da nossa História naval, Portugal foi um dos primeiros Estados a reconhecer o extraordinário potencial militar da arma submarina. Em 1907, reinava ainda D. Carlos, Lisboa encomendou o seu primeiro submergível aos estaleiros italianos La Spezia. A decisão não poderia ter sido mais corajosa, uma vez que o U-1 alemão, primeiro U-Boot plenamente funcional ao serviço de Berlim, fora lançado ao mar apenas três anos antes, em 1904. Já o Forelle, construído pelo estaleiro Germaniawerft de Kiel, fora concluído em 1903 e logo vendido ao Império Russo. Arrojo, atrevimento, visão, pois; eis o que marcava o pensamento dos nossos estrategas navais de então.
A aposta portuguesa em meios tecnologicamente avançados e de valor militar ainda questionável - para os dois grandes reformadores navais daquelas décadas, o inglês Sir Jack Fisher e o alemão Alfred von Tirpitz, parecia limitado o impacto da nova arma - foi prova de coragem estratégica. Dom Carlos, cuja devoção pelo mar facilitara a decisão, não chegaria, contudo, a assistir à chegada do navio a Portugal. Assassinado em 1908 o rei por extremistas e abolida a monarquia em 1910, o Espadarte chegaria a Portugal em 1913 já como "Navio da República Portuguesa". A embarcação serviu o país durante a Grande Guerra em missões de patrulha e, abertas em 1916 as hostilidades entre Lisboa e Berlim, no esforço empreendido pelo país contra as Potências Centrais. Seria abatido ao serviço em 1928.
Nova Portugalidade
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