terça-feira, 22 de agosto de 2017

O fenómeno da "espiral do silêncio"


O termo "espiral do silêncio" foi cunhado pela alemã Elisabeth 
Noelle-Neumann para explicar a razão pela qual as pessoas 
tendem a permanecer silenciosas quando têm a sensação, por 
vezes falsa, de que as suas opiniões e mundividências estão 
em minoria. O modelo do conceito de "espiral do silêncio" 
baseia-se em três características:

1. As pessoas têm uma percepção que lhes permite saber qual 
a tendência da opinião pública, mesmo sem ter acesso a sondagens;
2. As pessoas têm medo de ser isoladas socialmente ou ostracizadas, 
e sabem qual o tipo de comportamento que poderá contribuir 
para esse isolamento social;
3. As pessoas apresentam receio em expressar as suas opiniões 
minoritárias, por medo de sofrer isolamento da sociedade ou do círculo 
social próximo.

Quanto mais uma pessoa acredita que a sua opinião está mais 
próxima da opinião pública maioritária, maior probabilidade existe 
que essa pessoa expresse a sua opinião em público. E se a opinião 
pública entretanto mudar, essa pessoa passará a reconhecer que a 
sua opinião já não coincide com a opinião da maioria, e terá 
menos vontade de a expressar publicamente. À medida que a distância 
entre a opinião da pessoa e a opinião pública aumenta, também aumenta 
a probabilidade de essa pessoa se calar publicamente.

Os meios de comunicação social são um factor essencial no estabelecimento 
da "espiral do silêncio", na medida em que formatam a opinião pública. 
Perante uma opinião pública formatada, as pessoas que não 
concordam com a mundividência emanada da comunicação social, 
tendem a entrar em "espiral do silêncio" – muitas vezes constituindo 
uma "maioria silenciosa".

Adaptado de «Sofos: Expressões Filosóficas».

Fonte: Veritatis

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