Durante o século XVI, o Império Português impunha respeito a todas
as outras forças no Oceano Índico. Os Portugueses eram, portanto,
uns verdadeiros senhores dos mares, ainda que estivessem a milhares
de quilómetros da sua metrópole. Para além de rotas comerciais, o Reino
também controlava diversos pontos estratégicos como, por exemplo, o
Estreito de Ormuz.
Em 1521, a ilha do Bahrein é invadida pelos portugueses, que nomeiam
Badr al Din como administrador da praça. As forças portuguesas ocupam,
assim, o território, ficando em seu poder o forte mais importante da ilha,
situado no topo de uma elevação com cerca de doze metros de altura.
Porém, ainda que tenham nomeado um governador local – talvez numa
atitude de boa-vontade e simpatia para com a população nativa -, a
permanência lusitana não é de todo pacífica. O próprio administrador, Badr al Din,
promoverá uma revolta contra aqueles que o nomearam, revolta essa que
é esmagada por D. Simão da Cunha, no ano de 1529. Mais tarde, em 1559,
D. Antão de Noronha, Capitão de Ormuz, vê-se obrigado a responder a
um ataque turco, sendo que o forte anteriormente conquistado revela-se
fundamental na vitória portuguesa contra as tropas turcas.
Por conseguinte, a fortificação, localizada na actual capital do Bahrein –
Manama-, é então remodelada, no ano de 1561, por obra do arquitecto
Inofre de Carvalho – reputadíssimo homem que também trabalhara na
concepção do Forte de Ormuz.
Graças à modernização efectuada pela mão de Inofre de Carvalho, o
forte passa a estar dotado de uma área com baluartes – estrutura assaz
importante em contexto defensivo.
Não há, no entanto, certezas quanto à configuração do forte nessa altura.
Não há, no entanto, certezas quanto à configuração do forte nessa altura.
Segundo alguns registos, a estrutura seria quadrangular, com torres de
planta circular em cada um dos vértices.
Em 1602, os portugueses acabam por ser expulsos pelo Xá Abbas I.
Ainda que a presença portuguesa não tenha sido tão prolongada como
fora noutras partes do globo, o legado sobreviveu até aos nossos dias e,
em 2005, o forte foi considerado Património Mundial da UNESCO sofrendo,
inclusive, obras de conservação e restauro com o apoio da Fundação
Calouste Gulbenkian.
Mamede Broa Fernandes
Fonte: Nova Portugalidade
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