terça-feira, 22 de agosto de 2017

O TERRORISMO E O EXEMPLO DA FAMÍLIA REAL ESPANHOLA

Cada vez mais vivemos tempos de angústia, de sobressalto 
e insegurança. A desagregação de uma sociedade baseada 
na instituição da Família e de uma organização jurídico-política, 
baseada em princípios de globalização que ameaçam as 
identidades nacionais e a independência dos Países, geraram 
em todo o mundo uma progressiva diluição dos valores ético-morais 
assentes na liberdade e na tolerância, valores que contribuíam 
para assegurar o equilíbrio sociocultural que presidia ao 
relacionamento entre os Estados e as Nações que os constituíam 
e legitimavam.

Aqui, tão perto, em Barcelona, ocorreu apenas mais um 
atentado violento da série trágica e intolerável de propagação 
do terrorismo no Mundo que ataca os valores da civilização 
ocidental e da matriz judaica cristã que a inspirou.

Não pretendo aproveitar este acto repugnante, para alertar para 
os perigos da destruição dos valores fundamentais que presidem 
à organização sociopolítica das Nações e dos Países, mas antes 
de homenagear aquilo que me parece evidente.

A atitude do povo espanhol que, mesmo fracturado em tantas 
autonomias de que a Catalunha é o exemplo maior, se uniu na 
dor de chorar os Seus e de defender aquilo que é verdadeiramente 
pertença de um sentimento comum de verdadeira ameaça à 
sua liberdade e identidade.

A atitude de um povo que embora dividido nas múltiplas 
facetas da mesma identidade, se reuniu em torno dos valores 
maiores que o representam. E a figura, o rosto dessa união, 
foi, sem nenhuma dúvida, o Rei Filipe VI. Que com o mesmo 
desassombro de Seu Pai quando exigiu silêncio ao ditador 
Hugo Chavez que ofendia violenta e desbragadamente o Povo 
Espanhol, disse agora em verdadeira representação dos povos 
da Espanha que “Nós não temos, nem teremos, medo”!

E essa para além de ser a frase certa, filha também ela do 
mesmo desassombro, é igualmente a única voz que poderia 
falar por todos, em nome de todos e, também, contra todos 
os que ofendem a liberdade e a identidade do povo Espanhol 
e da civilização Ocidental.

Não era, não foi, uma voz ou uma frase de circunstância no 
corropio politico de quem se quer, apenas, mostrar. Mas, 
antes, a frase e a voz firme e serenas de quem sabe o que 
representa, de quem genuinamente sente e interpreta o 
sentimento de um Povo unido na injusta ameaça que fustigou 
a sua dignidade e segurança.

António Sardinha dizia uma frase que, julgo, resume bem este 
momento e esta fotografia de um Rei a representar o Seu Povo 
e de um Povo a unir-se em torno do Seu Rei: ” A Alma o diz, 
e a Alma não se engana, que ver um Rei na sua força calma, é 
ver a Pátria com figura humana!”

Espanha tem o privilégio, nestes tempos difíceis, de ter 
“a Pátria com figura humana”!

António de Souza-Cardoso
Presidente da Causa Real 



Sem comentários:

Enviar um comentário