Os Dao-hoa-lang (sectários da religião dos portugueses), “seguidores da lei dos portugueses” ou, apenas, “ímpios” para as autoridades, os católicos do Tonquim, do Aname e da Cochinchina conheceram dois séculos de perseguições que emularam aquelas verificadas no Japão dos inícios do século XVII. As cartas dos jesuítas das missões do Japão e China, reunidas na colecção Jesuítas na Ásia, oferecem detalhada informação sobre as atribulações de uma comunidade que terá atingido 200.000 fiéis em meados do século XVIII.
Os Hoa-lang não reivindicavam qualquer ancestralidade portuguesa, mas julgavam integrar-se numa certa ideia de Portugal que se confundia com a religião que praticavam. Entre os cristãos, muitos eram os que falavam português e alguns haviam seguido para o seminário de Macau, pelo que as marcas da enculturação cristã assumiam também características da cultura, modos e hábitos portugueses .
MCB
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