"No final do século XV e começo do século XVI, a Coroa portuguesa fez um grande esforço para impor aos demais europeus uma avaliação positiva do nível civilizacional das culturas negras que lhes deu a conhecer. Numa extraordinária representação, em 1488, o Rei D. João II ofereceu a um potentado Wolof no exílio uma recepção com todas as honrarias devidas a um monarca, para a qual foram dados ao convidado negro trajos europeus e baixela de prata. Os Reis de Portugal mantiveram durante muito tempo a convenção de tratar por primo o Manicongo do Congo, construindo-lhe um palácio que era a cópia do Paço real de Lisboa, trazendo os seus herdeiros para Portugal, para aí fazerem os seus estudos, e condenando severamente quaisquer manifestações de desprezo pelos negros", Filipe Fernández-Armesto in Milénio.
A transcrição que vos propomos é de Filipe Fernández-Armesto, catedrático de Oxford e grande autoridade mundial em História comparativa.
Imagem: recepção concedida pelo Rei do Benin a uma embaixada de D. João III de Portugal
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