terça-feira, 29 de março de 2011

SOMBRAS IMORTAIS

              QUEM SOMOS?

Quem somos? – muitas vezes perguntais.
Certamente não vedes nem ouvis…
Desde a Hora de Ourique a História o diz:
Quem a lê, não se esquece nunca mais.

Com seu sangue a escreveram nossos Pais;
Nós a beijamos, gratos e febris,
Para depois, mais crentes, mais viris,
Lhes seguirmos as Sombras imortais.

Quem somos nós? – Ousais interrogar,
Néscios, porque a soberba é como um véu,
Que perturba o mais claro e fundo olhar…

Somos aquele Povo que vos deu,
Quando a Terra era pouco – todo o Mar;
Quando o Mar não bastava – todo o Céu!...

                                           Acácio de Paiva

quarta-feira, 16 de março de 2011

SABUGAL

Cadernos Templários                                                                           Fevereiro 2010


A TRAÇOS LARGOS SABUGAL


Remontando ao período Neolítico e da Idade do Bronze, encontram-se expostos no museu Municipal do Sabugal vestígios da permanência de comunidades humanas, que outrora aí teriam erguido um castro que, desta forma exploraram e defenderam o Alto Côa.

A presença romana deixou vestígios marcantes na região, como a construção de pontes e calçadas. Após uns séculos mais tarde, a população submeteu-se à invasão dos povos germânicos e pelos muçulmanos, até atingir a época da Reconquista cristã.

Nos tempos de Afonso IX de Leão, foi criado o Concelho do Sabugal, dando origem à fundação da vila em 1224, época em que se iniciou o reforço das muralhas.

A vila de Sabugal recebeu Carta de Foral em 1296, entregue por D. Dinis, e isentará de portagem os seus habitantes em 1 de Janeiro de 1297.
Foi no reinado de D. Dinis que se celebrou o Tratado de Alcanizes, 12 de Setembro de 1297, recebendo oficialmente as terras da região leonesa de Riba-Coa, entre elas a de Sabugal, assim como várias parcelas do território alentejano e, ficou acordado entre o rei D. Fernando IV de Castela, e o soberano português fixaram a delimitação das fronteiras entre os dois reinos.
D. Dinis e a Rainha Santa Isabel fazem doação, em 27 de Setembro de 1298 a D. Frei Vasco Fernandes, Mestre do Templo provincial, de algumas casas que possuíam no Sabugal.

E em posição altaneira ergue-se o castelo de formato quadrangular. Percorrido por um largo “Caminho de Ronda”, protegido por merlões, nos quais se destacam as troneiras cruzetadas, cujo acesso se faz por quatro escadas internas.

Matacães
Reforçados por quatro sólidos torreões, um dos quais se centra a meio do pano de muralha a lado sudoeste rematadas por ameias em formato piramidal, bem como a torre de menagem de invulgar planta pentagonal que protege a entrada principal. Desta última torre, salienta-se o estilo gótico, com três andares com tetos abobadados, arrematados por escudos com as quinas nacionais. O piso superior é banhado pelas portas que acedem aos balcões misulados com matacães.

Entre a torre de menagem e o torreão leste, encontra-se inserido um balcão ameado, vigiando a entrada principal da praça de armas.
Na zona exterior ergue-se um segundo pano defensivo de muralhas, igualmente rematados maciços merlões com aberturas de troneiras cruzetadas. De apoio apoio às duas muralhas, dois pequenos cubelos em arco circulares, abrindo-se próximo de um deles um pequeno portal de arco em ogiva.

Adaptação ao texto do Instituto Português de Arqueologia


*++Fr. João Duarte − Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de C. Branco

terça-feira, 15 de março de 2011

ORDEM IMPERIAL CONSTANTINIANA MILITAR DE S. JORGE

Cadernos Templários                                                                         Fevereiro 2010


Ordem Imperial Constantiniana de S. Jorge * /**




Resumo Histórico

IN HOC SIGNO VINCES

A 28 de Outubro de 312, véspera da batalha da Ponte Milvius, em que derrotou Maxêncio, Constantino Magno viu no céu uma cruz luminosa cercada de estrelas, com a legenda, “IN HOC SIGNO VINCES”.
Adoptando este sinal, mandou fazer o célebre Lábaro, para a guarda do qual, criou um corpo de 500 cavaleiros com que formou a sua guarda imperial.

Constantino Magno
Segundo a tradição constantiniana, foi esta guarda que deu origem à Ordem Constatiniana, organizada a 22 de Junho de 1190 por Isaac Anjo Flávio Comneno, Imperador de Constantinopla, que a pôs sob protecção de S. Jorge, patrono da Cavalaria.

O mesmo imperador, a 13 de Setembro de 1192, tornou-a livre e independente estabelecendo que o seu Grão Mestrado seria hereditário na família dos Comnenos e confirmou-lhe antigos privilégios.
Depois da tomada de Constantinopla, por Mahomet II, a 29 de Maio de 1453, a Ordem perdeu o seu Grão-Mestre e dezenas de cavaleiros, muitos dos quais se dispersaram, refugiando-se em Trebizonda, no Peloponeso e na Albânia.

Ordem Imperial Constantiniana Militar de S. Jorge
Alguns cavaleiros constantinianos, depois da queda de Constantinopla, refugiaram-se junto de David Comneno, Imperador de Trebizonda, onde a Ordem tinha sido restaurada, a 26 de Dezembro de 1432, pelo Príncipe Aleixo Flávio Comneno Paleólogo, seu Grão-Mestre, que lhe confirmou antigos privilégios, dando-lhe novos estatutos e doze povoações.

A defesa de Trebizonda em 1471 e a de Teodoro em 1475, contra os turcos, cobriram de glória a Ordem que, nestas lutas, perdeu o seu Grão-Mestre o Imperador Isaac Comneno e centenas de cavaleiros.

Sua filha, a Imperatriz Maria Comneno, Grã-Mestra da Ordem, casada com o seu parente João de Launitz, filho natural do Imperador David Comneno, restaurou o velho Priorado de Alexandria, que durou até 1517, ano em que os turcos se apoderaram do Egipto, na defesa do qual morreram quase todos os cavaleiros.

Continuou o Grão Mestrado da Ordem na descendência de João Launitz e Maria Comneno, como se vê da carta autógrafa de 14 de Abril de 1711, dirigida a seu neto, 4º neto, Teodorico João Schmidt de Launitz Flávio Comneno Paleólogo (1680-1751) por Pedro o Grande, Imperador da Rússia, em que o intitulava Duque da cidade de Teodoro, Gothia e Alania, Grão-Mestre da Ordem Imperial de Constantino e reconhecendo-o herdeiro dos tronos de Bizâncio e de Trebizonda.
A seu neto Eduardo Comneno Peleólogo (1797-1869), Grão-Mestre da Ordem, foi dado o título de Barão, em 1828, pelo Pontífice Leão XII.
Por morte de este Eduardo, herdou o Grão Mestrado seu neto Ivan Alenxandrovitch Schmidt de Launitz Flávio Comneno Paleólogo, Tenente General do Exército Russo, que deu à Ordem novos estatutos em S. Petersburgo, a 24 de Dezembro de 1917. Tendo combinado corajosamente um encontro com os bolchevistas, foi aprisionado e envenenado na prisão de Butyrki, a 29 de Junho de 1926.

O Grão Mestrado passou para o seu filho, o Príncipe Igor, nascido a 19 de Maio de 1895, que durante sete anos, à frente dos cavaleiros da Ordem, de que morreram centenas, combateu heroicamente os bolchevistas.
Os direitos herdados dos seus antepassados foram reconhecidos pelos tribunais da Letónia e, em Fevereiro de 1924, foi recebido por Sua Santidade Pio XI que lhe concedeu a Bênção Apostólica para a Ordem.

Os fins da Ordem são os seguintes:
“proteger e divulgar a civilização cristã, ajudar os pobres e oprimidos, praticar e propagar as virtudes cavalheirescas e abrir à civilização novos territórios”.

A Cruz Constaniniana é florenciada, de vermelho, perfilada de oiro, carregada nos braços das letras I H S V, tendo ao centro o monograma de Cristo, ladeado das letras gregas alfa e ómega, tudo do mesmo metal e encimada pela coroa imperial dos Comnenos. A fita é de seda moirée azul clara.



Nota:
SAI, Igor Príncipe Comneno Paleólogo, Grão-Mestre, viveu algum tempo no nosso país (1939-1940), onde a Ordem conta com numerosos dignatários, entre os quais S. Exª o Sr. Marechal Carmona e S. Emª o Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa.


*Cópia do trabalho publicado no “Almanaque Bertrandd” nº 53
**++ Fr. Claudino M. Marques – Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria de Coimbra Rainha Santa Isabel/Bailio das Beiras.

Casa Real do Brasil



 
 
O Príncipe Dom Bertrand é o terceiro dos doze filhos do Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança (1909-1981); é neto de Dom Luís de Orleans e Bragança (1878-1921), o Príncipe Perfeito; é bisneto da Princesa Isabel, a Redentora, e trineto do Imperador Dom Pedro II.

Nascido em 1941, em Mandelieu, no sul da França, onde o exílio da Família Imperial e a II Grande Guerra retiveram seus pais, D. Bertrand veio para o Brasil logo após o término do conflito. Realizou seus estudos secundários em parte no Estado do Paraná, onde seu Pai se instalara como fazendeiro, em parte no Colégio Santo Inácio, dos padres jesuítas, no Rio de Janeiro. Cursou depois a tradicional Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, de São Paulo, formando-se como advogado em 1964.

Com a ascensão, em 1981, de seu irmão primogénito  D. Luís à Chefia da Casa Imperial do Brasil, D. Bertrand, que é seu imediato sucessor dinástico, assumiu a direcção do Secretariado respectivo, incentivando a actividade dos monarquistas disseminados pelo País e liderando uma campanha nacional para a eliminação da Cláusula Pétrea-dispositivo legal que desde a implantação da República vedava toda actividade e propaganda monárquica — aspiração finalmente acolhida na Constituição promulgada em 1988.
 
Atento a tudo quanto respeita à soberania nacional, D. Bertrand vem alertando para as influências e iniciativas que afectem, de modo encoberto ou não, nossos direitos sobre a Amazónia. Pela mesma razão o Príncipe Imperial, ante campanhas de descrédito que visam as forças armadas, julga imperioso prestigiar o militar e o policial cumpridores do dever.

Afeito desde a infância ao campo e ao ar livre, D. Bertrand sempre encontrou tempo para a prática desportiva: equitação, caça, pesca submarina, esqui, foram actividades que em diferentes épocas o atraíram, dedicando-se ele hoje mais ao montanhismo e ao tiro. Piloto civil é reservista da Força Aérea Brasileira.
Além do português, sua língua natal, D. Bertrand é fluente no francês e no castelhano, buscando presentemente aprimorar seu domínio do idioma inglês.

D. Bertrand é Bailio Grã-Cruz da Ordem da Rosa, Grã-Cruz da Ordem de Pedro I e demais Ordens Imperiais do Brasil, Bailio Grã-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge, da Casa Real de Bourbon Sicílias e Bailio Grã-Cruz da Soberana Ordem de Malta, tendo recebido as insígnias no Palácio Magistral de Malta, em Roma.
M.M.O (Filosofia)

Príncipe Dom Pedro Luís de Orleans e Bragança

Transido de pesar, cabe-me o dever de registar, enquanto Chefe da Casa Imperial do Brasil, o desaparecimento de meu querido e já saudoso sobrinho, D. Pedro Luís de Orleans e Bragança, no fatídico acidente do voo da Air France (Rio de Janeiro-Paris), ocorrido no dia 31 de Maio, em pleno Oceano.

Diante da pungente dor de seus pais, D. António e D. Christine, de seus irmãos, D. Amélia, D. Rafael e D. Maria Gabriela, e de minha querida Mãe, D. Maria, volto para eles minha especial solicitude e meu particular afecto. Solicitude e afecto que volto igualmente - e, junto comigo, toda a Família Imperial - para aqueles que perderam seus entes queridos no referido acidente aéreo. A todas estas famílias - de modo muito especial às brasileiras - a Família Imperial estende seus sentimentos e roga a Deus pelo descanso eterno de cada vítima.

Nestes dias, de todo o Brasil e até do exterior, chegaram aos pais de D. Pedro Luíz, bem como a mim e a toda a Família Imperial, numerosas e sinceras manifestações de pesar por tão trágico sucesso. Não posso deixar de ver nessas sentidas manifestações a expressão viva e autêntica do sentimento familiar e dos laços de afeto que sempre uniram a Família Imperial e os brasileiros, monarquistas ou não.

D. Pedro Luíz - até então, 4º na linha de sucessão dinástica - era um jovem Príncipe que despontava na sua geração como uma promessa, suscitando o interesse e a atenção de muitos, por seu modo aprazível, por suas inegáveis qualidades e pela tradição que representava.

Como fruto da exímia formação e do senso do dever, incutidos por seus pais, após se ter formado em Administração de Empresas pelo IBMEC do Rio de Janeiro, e se pós-graduado pela FGV, dava ele os passos iniciais de uma promissora carreira profissional, no BNP Paribas, no Luxemburgo, tendo a preocupação e o empenho de fazer ver aos estrangeiros as grandes potencialidades de nosso País.

Mas sua presença era especialmente querida entre aqueles que acreditam ser o regime monárquico uma solução adequada para o Brasil hodierno.

Foi D. Pedro Luís presidente de honra da Juventude Monárquica e participou de acções e eventos de relevo em prol dos ideais monárquicos - muitas vezes na companhia de seus pais ­­- chegando até a representar a Casa Imperial, em mais de uma ocasião, sendo-me especialmente grato recordar sua presença, em Portugal, em comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.

Se o momento é de apreensão e de tristeza, não pode ele ser desprovido de esperança. Esperança que se volta, de modo particular, para D. Rafael - irmão do desaparecido - a quem auguro ânimo e determinação diante do infortúnio, e exorto a que seja, na sua geração, um exemplo de verdadeiro Príncipe, voltado para o bem do Brasil e exemplo de virtudes cristãs.

Ao encerrar esta dolorosa comunicação, volto meu olhar a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, a quem suplico confiante que acolha na eternidade a D. Pedro Luís. E rogo especiais orações por ele, bem como por seus pais, irmãos e por minha querida Mãe, a todos aqueles que, com espírito de fé, acompanham a Família Imperial neste momento de luto.
São Paulo, 5 de Junho de 2009
Dom Luís de Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil


 
Pedro Henrique de Orleans e Bragança

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pretendente
D. Pedro III do Brasil

Nascimento
Título(s) reivindicados
Trono(s) reivindicado
Período
14 de Novembro de 1921presente
Monarquia abolida em
Último monarca
Ligação com o último monarca
bisneto
Casa Real
Pai
Mãe
Cônjuge
Filhos
Predecessor(a)
Sucessor(a)
Dom Pedro Henrique Afonso Filipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Bourbon (Boulogne-Billancourt, 13 de setembro de 1909Vassouras, 5 de julho de 1981), príncipe de Orléans e Bragança de 1909 a 1921, príncipe do Grão-Pará de 1909 a 1920, príncipe imperial do Brasil de 1920 a 1921 (após a morte do pai) e chefe da Casa Imperial do Brasil de 1921 em diante (após a morte da avó), então com 12 anos de idade, com apoio dos monarquistas e de seu tio, D. Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança. D. Pedro Henrique era neto de D. Isabel de Bragança, a última princesa imperial do Brasil, e do príncipe imperial consorte, D. Gastão de Orléans, conde d'Eu, e bisneto do imperador Dom Pedro II do Brasil e de D. Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias, imperatriz do Brasil.

Se fosse imperador, teria reinado com o título de Sua Majestade Imperial, Dom Pedro III, Por Graça de Deus, e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

Primeiro varão de D. Luís de Orléans e Bragança, príncipe imperial do Brasil, e de D. Maria Pia de Bourbon, princesa das Duas Sicílias. Casou-se em 19 de agosto de 1937 com a princesa Maria Isabel da Baviera.

Quando nasceu, a Família Imperial Brasileira já estava exilada na França, havia 20 anos. Como seu tio, D. Pedro de Alcântara , havia renunciado aos seus eventuais direitos ao trono do Brasil em 1908, seu pai, D. Luís, foi elevado a Príncipe Imperial do Brasil, e ele ao nascer recebeu o título de Príncipe do Grão-Pará, conforme o artigo 105 da Constituição de 1824. Foi baptizado na capela do Castelo d'Eu com as águas levadas do Chafariz do Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, tendo como padrinhos sua avó paterna, a princesa Isabel do Brasil, e o avô materno, D. Alfonso, conde de Caserta e chefe da Casa Real das Duas Sicílias.

O príncipe e sua família viviam entre o Castelo d’Eu e o palacete de Boulogne-sur-Seine, ambos pertencentes à Família Imperial. Foi educado primeiramente por sua avó, a princesa Isabel Leopoldina, e por inúmeros preceptores imbuídos em educá-lo como futuro imperador do Brasil.

Em 1920, seu pai falece em Cannes, França, vitimado pelos ferimentos adquiridos nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Ainda em 1920, o decreto de banimento é revogado, pelo então presidente da República Epitácio Pessoa. O avô de D. Pedro Henrique, conde d'Eu, conduz parte da Família Imperial de volta ao Brasil; todavia, sua avó, a princesa Isabel Leopoldina, não vai, pois estava idosa e adoentada, fazendo com que a viagem não lhe fosse recomendada. Mesmo assim, ficaram pouco no Brasil, pois suas vidas estavam consolidadas na Europa, e resolveram regressar para lá.

Tendo em vista o falecimento do pai em 1920, tornou-se Príncipe Imperial do Brasil, mas em 14 de Novembro de 1921, falece no Castelo d’Eu a princesa Isabel, e aos 12 anos ele se torna o Chefe da Casa Imperial do Brasil.

Com a revogação, em 3 de setembro de 1920, do banimento imposto à Família Imperial em 21 de dezembro de 1889, sua mãe, D. Maria Pia de Bourbon-Sicílias, resolveu continuar morando na França, onde achava que ele poderia receber educação mais adequada, com seus irmãos D. Luís Gastão de Orléans e Bragança e D. Pia Maria de Orléans e Bragança. Formou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade de Sorbonne, na França.

Em 1925, aos 16 anos, o governo brasileiro indeferiu o seu pedido para servir nas Forças Armadas.

Casou em Leutstetten 17 de Agosto e religiosamente na capela do castelo de Nymphenbourg, em Munique, em 19 de Agosto de 1937 com Maria Isabel de Wittelsbach, baptizada Marie Elisabeth Françoise Josèphe Thérèse de Wittelsbach (ali nascida em Nymphenburg em 9 de Setembro de 1914), princesa da Baviera, filha primogénita de Francisco de Wittelsbach, Príncipe real da Baviera e de Isabel de Croÿ, Princesa de Croy. Tiveram 12 filhos. Esse casamento serviu de pretexto ao duque da Baviera para confrontar o governo nazi, pois estavam convidados dois soberanos e vários Chefes de Casas Reais, entre eles a grã-duquesa Charlotte I de Luxemburgo e o rei espanhol Alfonso XIII, exilado devido à Guerra Civil Espanhola; os altos comandantes do partido nazista não foram convidados.

O casal residiu primeiramente na França; durante várias vezes tentaram morar no Brasil, mas foram impedidos devido às dificuldades de locomoção geradas pela Segunda Guerra Mundial.

Mudança para o Brasil
A Família Imperial só conseguiu voltar para o Brasil em 1945, quando findou a guerra. Eles instalaram-se primitivamente em Petrópolis, Rio de Janeiro, no palácio do Grão-Pará, e depois em casa no bairro do Retiro, em Petrópolis. No Brasil, D. Pedro Henrique viu sua posição consolidada, embora, periodicamente D. Pedro Gastão fizesse investidas… D. Pedro Henrique, talvez por não acreditar na possibilidade de restauração da monarquia, nunca se preocupou, embora instado a assumir algum papel em momentos de grave crise institucional, como em 1964 no início do golpe militar.

Em 1951, D. Pedro Henrique comprou uma propriedade agrícola, a Fazenda Santa Maria, na cidade de Jacarezinho, interior do Paraná, onde se lançou como agricultor. Em 1965, retornou ao estado do Rio de Janeiro, instalando-se em Vassouras, cidade importante nos tempos do Império, quando era pólo cafeeiro. No chamado Sítio Santa Maria D. Pedro Henrique residiu até o final de sua vida.

Chefia da Casa Imperial
Antes mesmo de vir para o Brasil, D. Pedro Henrique já se comunicava com o novo Movimento Monárquico existente no país. Era o Patrianovismo, uma organização da direita católica, formada por intelectuais.

Apesar das controvérsias geradas depois da renúncia de D. Pedro de Alcântara, D. Pedro Henrique consolidou sua posição como chefe da Casa Imperial do Brasil, principalmente entre as Casas Reais Europeias, depois de seu casamento com a princesa bávara. Ainda assim, o sucessor de D. Pedro de Alcântara, D. Pedro Gastão de Orléans e Bragança, continuou a fazer eventuais investidas, afirmando-se como chefe da Casa Imperial, embora ficasse sempre desacreditado pela maioria dos monarquistas brasileiros.

Mesmo enfrentando o anonimato e a cláusula pétrea das constituições republicanas, D. Pedro Henrique foi actuante politicamente no período em que viveu no Brasil. Chegou a ser convidado por militares a dar um golpe de Estado, e restaurar a monarquia, mas ele recusou-se prontamente, alegando que não iria usar das tácticas e artifícios aos quais à República sempre soube usar; disse também que só queria uma monarquia dentro da vontade democrática, e que voltasse por meio do povo, em um referendo.

Morte
Em 5 de julho de 1981, D. Pedro Henrique falece em Vassouras. Em seus funerais comparecem centenas de monarquistas de todo o Brasil, em prova do fascínio da monarquia sobre a população. Foi sucedido pelo seu filho primogénito, D. Luís Gastão de Orléans e Bragança (1938), que costuma denominar D. Pedro Henrique, como "Condestável das Saudades e da Esperança".

Posteridade
De sua união com D. Maria Elisabeth teve doze filhos, dos quais sete renunciaram aos seus eventuais direitos sobre o trono do Brasil:
  1. D. Luís Gastão de Orléans e Bragança (1938). Atual chefe da Casa Imperial do Brasil; sem descendência.
  2. D. Eudes de Orléans e Bragança (1939). Renunciou em 1966; casou-se em primeiras núpcias em 1967, com Ana Maria de Moraes Barros, de quem se divorciou em 1976, e em segundas núpcias em 1976, com Mercedes Neves da Rocha. Com descendência.
  3. D. Bertrand de Orléans e Bragança (1941). Segundo na linha de sucessão ao trono imperial brasileiro. Sem descendência.
  4. D. Isabel Maria de Orléans e Bragança (1944). É a sétima na linha de sucessão no trono. Sem descendência.
  5. D. Pedro de Alcântara Henrique de Orléans e Bragança (1945). Renunciou em 1978; casou-se em 1974 com Maria de Fátima Rocha. Com descendência.
  6. D. Fernando Diniz de Orléans e Bragança (1948). Renunciou em 1975; casou-se em 1975 com Maria da Graça Baere de Araújo. Com descendência.
  7. D. Antônio João de Orléans e Bragança (1950). É o terceiro na linha de sucessão; casou-se em 1981 com D. Cristina Maria, princesa de Ligne. Com descendência.
  8. D. Eleonora de Orléans e Bragança (1953). Casou-se em 1981 com Miguel de Ligne, que, desde 2005, tornou-se o príncipe-titular e chefe da Casa de Ligne. Por isso, nem ela, nem seus descendentes, são eletivos à chefia da casa imperial brasileira.
  9. D. Francisco Maria José de Orléans e Bragança (1955). Renunciou em 1980; casou-se em 1980 com Cláudia Godinho. Com descendência.
  10. D. Alberto de Orléans e Bragança (1957). Renunciou em 1982; casou-se em 1983 com Maritza Bokel. Com descendência.
  11. D. Maria Thereza de Orléans e Bragança (1959). Renunciou em 1995; casou-se em 1995 com Johannes de Jong, aristocrata holandês. Com descendência.
  12. D. Maria Gabriela de Orléans e Bragança (1959). Gêmea da precedente, renunciou em 2003; casou-se em 2003 com Theodoro de Hungria-Machado, de quem se divorciou em 2005.
Títulos
Títulos de D. Pedro Henrique do nascimento à morte:
  • S.A.I.R D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Príncipe do Grão-Pará;
  • S.A.I.R. D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança, príncipe de Orleáns e Bragança;
  • S.A.I.R. D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil;
  • S.M.I. D. Pedro III, Imperador Constitucional de Defensor Perpétuo do Brasil (de jure).
Além desses títulos ele foi Grão-mestre das Ordens Imperiais do Cruzeiro, de D. Pedro I, da Rosa, de São Tiago da Espada, São Bento de Aviz e de Nosso Senhor Jesus Cristo, além de ser Grã-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge, da realeza napolitana.

EDITORIAL

Cadernos Templários                                                                        Fevereiro 2010


EDITORIAL

Ao evocar Jacques de Molay, sua obra e seus méritos, é inevitável transportar o pensamento para a Ordem nos dias de hoje e consubstanciar na figura do actual Grão- Mestre a difícil tarefa, na complexidade dos tempos que decorrem, de dar continuidade, na prática, aos velhos/novos ideais da Ordem do Templo.

No passado dia 19 de Fevereiro o nosso Grão-Mestre Dom Fernando Pinto Fontes celebrou 50 anos como responsável máximo da Ordem do Templo. O que foram estes longos anos, as canseiras, as longas noites perdidas na busca de soluções, de consensos, por vezes tão difíceis de serem alcançados, os artigos de jornais e revistas, reportagens mediáticas, viagens de serviço à Ordem, são prova da actividade deste Grão-Mestre. Lembram-se algumas das suas palavras retiradas da sua habitual mensagem presente nas colectâneas, estas no seu número XV – 1 – MCMXCII, página XV-13, 19 de Fevereiro de 1992, e que com o devido respeito se transcrevem:

“…assinala-se a data de mais um ANIVERSÁRIO – 32 ANOS – na função máxima da Ordem, período longo e somente ultrapassado pelos nossos antepassados: 1574-1615 – G. M. nº 37 – HENRY DE MONTORENCY – 41 anos; 1615-1651 – G. M. Nº 38 – CHARLES DE VALOIS – 36 anos; 1741-1776 – G. M. nº 44 – LOUIS FRANÇOIS DE BOURBON, PRINCE DE CONTY – 35 anos.”

No presente ano comemora-se o 50º aniversário do actual Grão-Mestre! E, reportando-nos mais uma vez ao artigo da referida publicação, eram estas as suas palavras:

“ …dá ensejo a uma meditação global da nossa actuação, neste honroso e inigualável cargo, de verificar quanto me tem sido difícil, quantas alegrias, como desgostos pelo conhecimento de vários fracassos em diligências que tanto teriam sido úteis para a Ordem, como o comportamento de alguns membros por vezes exercendo funções elevadas. Como a morte de leais Templários que sempre defenderam a Ordem em locais e circunstâncias adversas nos faz contudo considerar que a Ordem mesmo seguindo em posição modesta e aquém da sua real projecção, tem assegurado a sua continuidade pelos diversos mecanismos legais que têm sido efectuados.”

É com regozijo que comemoramos estes cinquenta anos e as conquistas que, desde as sábias palavras proferidas, foram entretanto conseguidas.

Parabéns Grão-Mestre!

NON NOBIS DOMINE NON NOBIS SED NOMINI TUO DA GLORIAM



* ++Fr. Claudino M. Marques – Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria de Coimbra Rainha Santa Isabel/Bailio das Beiras