terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Regicídio de 1908 - Missa de Sufrágio - Lisboa


No próximo dia 1 de Fevereiro, pelas 19:00, a Real Associação de Lisboa cumpre 
uma vez mais o doloroso dever de mandar celebrar na Igreja de São Vicente  de 
Fora uma missa de sufrágio pelas almas de Sua Majestade El-Rei Dom Carlos I 
e de Sua Alteza Real o Príncipe Real Dom Luiz Filipe. Após a cerimónia, presidida
 pelo Reverendo Padre Gonçalo Portocarrero de Almada, terá lugar a habitual romagem 
ao Panteão Real, onde Suas Altezas Reais os Senhores Duques de Bragança 
depositarão uma coroa de flores junto aos túmulos de El-Rei Dom Carlos I e do Príncipe 
Real Dom Luiz Filipe.

Para mais esclarecimentos contacte-nos através do endereço secretariado@reallisboa.pt
pelo telefone 21 342 81 15 ou presencialmente na nossa Sede nos horários habituais.

Não falte, contamos consigo. 

domingo, 27 de janeiro de 2019

Afonso Lopes Vieira: Presente!

Afonso Lopes Vieira: Presente!


Nesta época de crise, desalento e pobreza, em que se começa a ter
dúvidas sobre a viabilidade de PORTUGAL, faz-nos bem recordar, ainda
que seja com um sorriso, este poema do poeta AFONSO LOPES VIEIRA...


Por uma vez, alguém, que contrariando este fado português se mostra
cheio de um amor próprio que nos devia inspirar



 Pois bem          
 por Afonso Lopes Vieira (1878 - 1946)


Se um inglês ao passar me olhar com desdém,


num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!


se tens agora o mar e a tua esquadra ingente,


fui eu que te ensinei a nadar, simplesmente.


Se nas Índias flutua essa bandeira inglesa,


fui eu que t'as cedi num dote de princesa.


e para te ensinar a ser correcto já,


coloquei-te na mão a xícara de chá...




E se for um francês que me olhar com desdém,


num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!


Recorda-te que eu tenho esta vaidade imensa


de ter sido cigarra antes da Provença.


Rabelais, o teu génio, aluno eu o ensinei


Antes de Montgolfier, um século! Voei


E do teu Imperador as águias vitoriosas


fui eu que as depenei primeiro, e ás gloriosas


o Encoberto as levou, enxotando-as no ar,


por essa Espanha acima, até casa a coxear




E se um Yankee for que me olhar com desdém,


Num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!


Quando um dia arribei á orla da floresta,


Wilson estava nu e de penas na testa.


Olhava para mim o vermelho doutor,


— eu era então o João Fernandes Labrador...


E o rumo que seguiste a caminho da guerra


Fui eu que to marquei, descobrindo a tua terra.




Se for um Alemão que me olhar com desdém,


num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!


Eras ainda a horda e eu orgulho divino,


Tinha em veias azuis gentil sangue latino.


Siguefredo esse herói, afinal é um tenor...


Siguefredos hei mil, mas de real valor.


Os meus deuses do mar, que Valhala de Glória!


Os Nibelungos meus estão vivos na História.




Se for um Japonês que me olhar com desdém,


num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!


Vê no museu Guimet um painel que lá brilha!


Sou eu que num baixel levei a Europa á tua ilha!


Fui eu que te ensinei a dar tiros, ó raça


belicosa do mundo e do futuro ameaça.


Fernão Mendes Zeimoto e outros da minha guarda


foram-te pôr ao ombro a primeira espingarda.




Enfim, sob o desdém dos olhares, olho os céus;


Vejo no firmamento as estrelas de Deus,


e penso que não são oceanos, continentes,


as pérolas em monte e os diamantes ardentes,


que em meu orgulho calmo e enorme estão fulgindo:


— São estrelas no céu que o meu olhar, subindo,


extasiado fixou pela primeira vez...


Estrelas coroai meu sonho Português!




P.S.

A um Espanhol, claro está, nunca direi: — Pois bem!


Não concebo sequer que me olhe com desdém.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

RAINHA DA SUÉCIA: «FALO PORTUGUÊS QUANDO ESTOU FELIZ»

A imagem pode conter: 1 pessoa, a sorrir, texto


A soberana da Suécia adora comida brasileira, especialmente feijoada, farofa e vatapá, e carrega boas lembranças da infância em terras paulistanas. Não se incomoda que a tratem por tu. Continua a falar português, um dos seis idiomas que domina fluentemente e quase sem sotaque. 

Simples e sempre com um sorriso nos lábios, Sílvia não veste o manto da personagem de um conto-de-fadas moderno. Conheceu o Rei Carl Gustav quando trabalhava como intérprete na Olimpíada de Munique, em 1972. Foi amor à primeira vista, mas faz questão de dizer que a vida de Rainha não é nada fácil. É o que conta na entrevista à Gente, concedida durante o trajecto que a levou da capital Paulista até São Vicente, onde visitou um segundo projecto apoiado pela sua fundação. 

Como é que a senhora consegue manter um português tão bom e fluente?

Desde que a minha mãe morreu não tenho tanta possibilidade de falar português, mas continuo a falar com os meus três irmãos. Falamos sempre por telefone e na maioria das vezes comunicamos em português. É a língua que falamos quando nos sentimos bem, quando estamos felizes. Quando temos algum problema, falamos em alemão. O português tem algo especial, é a língua do coração.
(...)
Sou espontânea. Os suecos são muito disciplinados. Também são um povo caloroso, mas com os amigos, na intimidade. Não gostam de exteriorizar isso. Eu tenho facilidade de falar com as pessoas, de estar com as pessoas, mesmo com a barreira do protocolo.

A Rainha come feijoada?

Foi a primeira coisa que desejei comer assim que aqui cheguei. Comi uma gostosa feijoada com farofa. Gosto muito de uma farofinha. É obrigatório. Também faço de vez em quando no palácio. O meu marido gosta muito de vatapá. Aprendi a fazer com a minha mãe, é uma delícia.
Entrevista de Eliane Trindade - revista GENTE 2003 Brasil.

****
Ascendência Real;
O seu avô materno era Artur Floriano de Toledo (1873-1935), um descendente do rei Afonso III de Portugal e sua concubina Maria Peres de Enxara. Artur era o bisneto de Antónia de Almeida de Aguiar, uma descendente de umas famílias de fidalgos estabelecidas em São Paulo, durante o período colonial Português, entre eles a família Alvarenga de Lamego, Portugal. Também é de muito distante ascendência ameríndia brasileira. Um de seus antepassados ​​era o chefe indígena Tibiriçá de Piratininga (wlkipédia)

Adenda: Rainha da Suécia voltou a falar Português em visita à Madeira.
Objectivo da terceira visita da rainha Sílvia prendeu-se com o apoio que dá a uma instituição de solidariedade. Mas teve oportunidade de falar Português, a língua que aprendeu quando viveu em jovem no Brasil. 02-03-2017 TVI24




SS.AA.RR. OS SENHORES DUQUES DE BRAGANÇA

A imagem pode conter: 2 pessoas


12 MEMBROS DE CASAS NÃO REINANTES QUEREM PRESERVAR TRADIÇÕES E AJUDAR A HUMANIDADE

O recém-inaugurado Emerald Palace Kempinski no Palm Jumeirah no emirato do Dubai (Emiratos Árabes Unidos), foi palco na noite de terça-feira de várias famílias reais, que se reuniram para estabelecer uma sociedade filantrópica que, segundo eles, atenderá aos necessitados em todo o mundo.

Estabelecido por membros de dinastias imperiais, o apropriadamente chamado Royal Club disse que iria sediar eventos culturais, sociais, acadêmicos e filantrópicos sob o patrocínio de seus fundadores, a fim de "preservar as tradições honrosas seculares".

O Emerald Palace Kempinski Dubai tem o prazer de receber a espetacular Celebração Real, que marcou a inauguração do Royal Club, uma organização filantrópica fundada pelos membros das dinastias Imperial e Royal do mundo.

Considerando que é nossa intenção estabelecida estabelecer uma Assembléia Honrosa com o propósito de preservar e fortalecer os laços de amizade e apoio mútuo entre o Império, o Real e as demais Casas Honoráveis por meio de atividades culturais, sociais, acadêmicas e filantrópicas relevantes.

O Emerald Palace Kempinski Dubai é um hotel cinco estrelas localizado em Palm Jumeirah, que estabeleceu um padrão sem precedentes de conforto na hospitalidade de luxo. É uma obra-prima arquitetônica atemporal que foi construída como uma homenagem à visão de Sua Alteza Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum para Dubai, uma cidade que sempre continua a impressionar.

Os hóspedes do Emerald Palace Kempinski Dubai são mimados pela escolha culinária, com 8 restaurantes requintados, bares e várias outras áreas de refeições, incluindo o miX Alain Ducasse, o primeiro restaurante do grande chef dos Emirados Árabes Unidos.

A celebração real em 16 de janeiro de 2019 ocorreu no salão Grand Salon Maximillian no Emerald Palace Kempinski Dubai. Estiveram presentes membros das Dinastias Imperial e Real, a nobreza e o elevado estabelecimento de todo o mundo juntaram-se ao estabelecimento comercial dos EAU e personalidades proeminentes, bem como à mídia internacional. O destaque da noite foi uma apresentação de ópera exclusiva, acompanhada por uma orquestra filarmônica nos exuberantes jardins do Palácio e uma exibição de fogos de artifício de tirar o fôlego, que iluminou o céu acima de Palm Jumeirah.

Os fundadores são:
SAR Dom Duarte Pio de Bragança, Duque de Bragança, Chefe da Casa Real de Portugal;
SAR Príncipe Leka II Zogu, Chefe da Casa Real dos Albaneses;
SAIR Arquiduque Josef Karl de Habsburgos Lorena, Príncipe da Hungria;
SAIR Grã-duquesa Maria Vladimirovna Romanova, chefe da Casa Imperial da Rússia;
SAR Príncipe Hereditário Muhammad Ali do Egipto e Sudão, Príncipe de Sa'id (representado pela consorte de SAR a Princesa Hereditária Noal Zaher Xá do Egito e Sudão, Princesa de Sa'id);
SAR Príncipe Pedro de Bourbon das Duas Sicílias, Duque da Calábria, Chefe da Real Casa das Duas Sicílias (representado pelo duque Don Diego de Vargas-Machuca):
SAR o Príncipe Emanuele Filiberto de Sabóia, Príncipe do Piemonte e Príncipe de Veneza:
SAR Princesa Maria Teresa de Bourbon-Parma;
SAR Princesa Noal Zaher do Afeganistão;
SAR Princesa Jasmine El Senussi da Líbia;
SAR Príncipe Eudes Thibaut Joseph Marie de Orléans, Duque de Angoulême;
SAR Príncipe Yuri VI, Chefe da Casa Real do Ruanda.

O Conselho é composto da seguinte forma:
Presidente: SAIR Arquiduque Josef Karl de Habsburg Lorraine, Príncipe da Hungria; 
Vice-Presidentes: SAR Dom Duarte Pio de Bragança, Duque de Bragança, Chefe da Real Casa de Portugal e SAR Príncipe Leka II Zogu, Chefe da Casa Real dos Albaneses.

Eles foram chamados para fazer parte do Conselho por suas habilidades específicas:
Diretor Honorário: Nobre Dr. Nver Mkhitaryan; Secretário-geral: Nobre Dr. Pier Felice degli Uberti; Vice Secretárias: Nobre Dra. Maria Loredana Pinotti; Muito Honorável Sheriff George Way of Plean; Noble Dr. Oleg Jaross; Nobre Anton Tkachuk.

Também fazem parte do Clube:
SAIR Arquiduquesa Margarete de Habsburgo-Lothringen, Princesa da Hungria; SAIR Arquiduque Paulo de Habsburgo Lorena, Príncipe da Hungria; SAIR Arquiduquesa Elizabeth de Habsburgo-Lothringen, Princesa da Hungria; SAR Dona Isabel de Bragança, Duquesa de Bragança; SAR Dom Afonso de Santa Maria di Bragança, Príncipe da Beira; SAR a Princesa hereditária Elia dos Albaneses; o Duque Don Diego de Vargas-Machuca; o Príncipe Don Landolfo Ambrogio Caracciolo de Melissano; a Princesa Fabiana Caracciolo de Melissano; o nobre Dr. Pier Felice degli Uberti; a nobre Dra. Maria Loredana Pinotti degli Uberti; o nobre Dr. Nver Mkhitaryan; a nobre Dra. Elena Mkhitaryan; o Muito Honorável xerife George Way de Plean; o nobre Dr. Oleg Jaross; o nobre Roger Rossell; o noble Meritxell Molne Rossell; o nobre Anton Tkachuk; o nobre Eugeniusz Arciuszkiewicz; o nobre Dr. Stanislaw Dumin; O Sr. Cyrille Boulay; o nobre Carlos Evaristo da Costa.

Sobre o Royal Club
O Royal Club foi fundado para sediar eventos culturais, sociais, acadêmicos e filantrópicos regulares sob o patrocínio das dinastias Imperial e Royal para preservar tradições honradas centenárias e ajudar os necessitados nas partes em desenvolvimento do mundo. O Clube também trabalhará para aumentar a consciência social e colaborar com organizações filantrópicas locais e internacionais.

“Hoje, tenho a honra de anunciar o estabelecimento do Royal Club em Dubai, fundado por descendentes das dinastias reais mais antigas da Europa e do resto do mundo”, disse Nver Mkhitaryan, proprietário do Emerald Palace Kempinski Dubai, onde clube terá sede, e Director Honorário da Direcção”

Associação dos Autarcas Monárquicos

DEUS - PÁTRIA - REI: Da desigualdade natural

DEUS - PÁTRIA - REI: Da desigualdade natural: O primeiro princípio a pôr em evidência é que o homem deve aceitar com paciência a sua condição: é impossível que na sociedade civil ...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Primeiro Triunfo Naval Português

Nenhuma descrição de foto disponível.


A primeira batalha naval da Marinha Portuguesa ocorreu, em Julho de 1180, durante o reinado do primeiro Rei e fundador de Portugal, Sua Mercê El-Rei Dom Afonso Henriques. Uma vez que havia sempre “mouro na costa”, piratas sarracenos do Norte de África que atacavam sistematicamente o território português, saqueando e raptando os habitantes com intuito de os escravizar; por ordem do Monarca, foi chamado a Lisboa, Fernão Gonçalves Churrichão, o Farroupim que passaria à História como D. Fuas Roupinho, cavaleiro da Ordem dos Templários e um dos companheiros de armas de D. Afonso I Henriques. O Rei português mandou então, com a ajuda da Vereação de Lisboa, aprontar uma pequena armada de 9 galés, que seriam comandadas por D. Fuas Roupinho, destinada a perseguir as Esquadras almorávidas que acusavam, constantemente, o litoral português.


Assim, a Esquadra portuguesa saiu de Lisboa e, a 29 de Julho de 1180, defrontou-se com a Armada moura, diante do Cabo Espichel. Apesar de inexperientes, os marinheiros Portugueses suplantaram-se suprindo com heroicidade o que lhes faltava em experiência, e, contra um inimigo composto por piratas experimentados, que, há séculos, participavam em pirataria e em batalhas navais, ao longo das costas Africana e Europeia. Não obstante, a disparidade de forças e preparação, a Esquadra Portuguesa derrotou a Armada almorávida alcançando o Primeiro Triunfo Naval Português, e, apresando muitos dos navios inimigos.


A Armada de D. Fuas Roupinho regressou vitoriosa ao Rio Tejo e Portugal comemorou a primeira vitória naval com júbilo público, em Lisboa. Em sinal de reconhecimento pelo denodo do seu primeiro comandante naval, D. Afonso I de Portugal agraciou D. Fuas Roupinho com o título de primeiro Almirante da Esquadra Portuguesa. 

Miguel Villas-Boas


terça-feira, 22 de janeiro de 2019

O Leão de Judá e Portugal

A imagem pode conter: 1 pessoa

Em 1963, ocupava o posto de embaixador de Portugal na Etiópia Martim Machado de Faria e Maia, pai do embaixador António Félix Faria e Maia que tive a honra de conhecer durante a minha residência na Tailândia. Era conhecida a grande estima que o Leão de Judá tinha por Portugal, velho aliado da Etiópia desde o século XVI. Estivera em Lisboa em 1959 e agradecera tardiamente o apoio que o nosso país dera na SDN ao antigo reino africano em 1935, por ocasião da agressão italiana.

O Rei dos Reis pediu ao nosso embaixador que comparecesse no palácio imperial para com ele tratar de matéria importante. Faria e Maia já sabia ao que ia mas, ao chegar, espantou-se pela afabilidade com que foi recebido pelo Poder da Trindade (Hailé Selassié). O imperador levantou-se e dirigiu-se ao nosso diplomata, pedindo-lhe que se sentasse. Depois, desenvolveu um interminável circunlóquio sobre as recordações da sua visita a Lisboa, as velhas guerras do século XVI, o cristianismo que unia os dois povos, as diferenças entre Portugal e as restantes potências ocidentais.

"Pois bem, senhor embaixador, em memória de tudo o que nos une e como testemunho da nossa profunda admiração e reconhecimento por Portugal, gostaria de o informar que tenciono inaugurar um estátua em honra de Cristóvão da Gama". De súbito, perdeu o controlo, a voz embargou-se-lhe, desviou o olhar e informou o nosso embaixador que aquele seria, talvez, o último encontro, pois o seu país, agora sede da Organização da Unidade Africana, fora pressionado a cortar relações diplomáticas com Portugal. Depois, visivelmente comovido, o imperador pediu ao diplomata que transmitisse ao Chefe de Estado português e ao Presidente do Conselho os mais sinceros votos, insistindo depois em acompanhar o nosso embaixador até à porta. Pergunto-me se hoje algum estadista teria tais cuidados por nós, portugueses.

MCB




DEUS - PÁTRIA - REI

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Causas perdidas

DEUS - PÁTRIA - REI: Causas perdidas: 'Senhor, já que a dor é nossa e a fraqueza que ela tem Dá-nos ao menos a força de a não mostrar a ninguém.' Fernando Pessoa ...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Requiem Por El-Rei e pelo Príncipe Real - Lançamento


Convidamos os nossos associados e amigos a marcar presença no lançamento do livro "Requiem Por El-Rei e pelo Príncipe Real", uma colecção de sete homilias do Reverendo 
Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada publicadas agora sob a chancela Razões Reais da 
Real Associação de Lisboa que terá lugar no próximo dia 24 de Janeiro pelas 18:30 na 
Livraria Ferin. A obra, uma comovente homenagem aos nossos malogrados príncipes, 
será apresentada por Nuno Pombo e o evento contará com a presença do autor que, 
no final, estará disponível para uma sessão de autógrafos.
Contamos com a sua presença, a entrada é livre.

A Alma e a Gente - Regresso a Alcobaça

A Alma e a Gente - Quem Passa Por Alcobaça

sábado, 12 de janeiro de 2019

DATA ESPECIAL DA NAÇÃO PORTUGUESA: 8 DE DEZEMBRO



“Salve, Nobre Padroeira,
Do povo teu protegido,
Entre todos escolhido,
Para povo do Senhor.
Ó glória da nossa Terra,
Que tens salvado mil vezes!
Enquanto houver Portugueses,
Tu serás o seu amor!”

Padre Francisco Malhão

            Há datas que marcam a História dos povos.
            É o caso do 8 de Dezembro de 1646.
            Dia que, ao abrigo do artigo 3º da Concordata entre Portugal e a Santa Sé, de 2004, é uma festa de guarda e feriado nacional de âmbito religioso, que coincidiu até há pouco tempo (e devia ter continuado) como “Dia da Mãe”.
            Mas é muito mais do que isso.
            O Culto Mariano corre paredes-meias com a História de Portugal desde o seu início. Maria, Mãe de Jesus, sempre teve um lugar especial no coração dos portugueses e não tem paralelo com outros povos. Por isso, tem toda a propriedade chamar ao país da extrema ocidental da Europa, a Terra de Santa Maria. E não é por acaso que a maioria das mulheres portuguesas tem o termo “Maria” no seu nome. O que, infelizmente tem vindo a ser maculado por modismos espúrios de Cátias, Tatianas e Vanesas…
            Mas, também, qual a matriz cultural portuguesa que não tem vindo a ser maculada nas últimas quatro décadas?
            A festa da Imaculada Conceição foi inscrita no calendário litúrgico pelo Papa Sisto V, em 28 de Fevereiro de 1477.
            A Imaculada Conceição (concepção) da “Virgem” Maria foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX, através da Bula “Ineffabilis Deus”, em 8 de Dezembro de 1854.
            A Igreja considera que o Dogma é apoiado pela Bíblia, bem como pelos escritos de Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão. [1]
            Em Portugal a devoção a Nossa Senhora da Conceição é muito antiga, sabendo-se que se rezou uma missa pontifical de acção de graças em honra da Imaculada Conceição, após a conquista de Lisboa aos mouros, em 1147.
            E, segundo a tradição secular, após a Batalha de Aljubarrota, o Condestável D. Nuno Álvares Pereira (São Nuno de Santa Maria), mandou construir a Igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, consagrando o novo Templo a Nossa Senhora da Conceição, o primeiro construído em toda a Península Ibérica com este fim. Encomendou ainda, em Inglaterra, uma imagem em pedra da dita Senhora, para ser Venerada nessa igreja e onde ainda permanece. [2]
            O culto foi tomando raízes, com a fundação de muitas Irmandades, a mais antiga das quais é a da actual freguesia dos Anjos, em Lisboa, criada em 1589.
            Mas o facto verdadeiramente notável (creio que único no mundo), que veio a ocorrer, foi a decisão do Rei, Senhor D. João IV, após ter apresentado (e sido aprovado) nas Cortes Gerais de 1645/1646 ter, por provisão régia de 25 de Março deste último ano, proclamado solenemente que Nossa Senhora da Conceição seria a Rainha e Padroeira de Portugal e de todos os seus territórios ultramarinos.
            É mister recordar tal proclamação, que devia ser tida como estruturante da Nação Portuguesa e um dos nossos “segredos” de família: “… assentamos de tomar por padroeira de Nossos Reinos e Senhorios, a Santíssima Virgem, Nossa Senhora da Conceição, na forma dos Breves do Santo Padre Urbano 8º, obrigando-me a aceitar a confirmação da Santa Sé Apostólica e lhe ofereço em meu nome e do príncipe D. Theodósio, e de todos os meus descendentes, sucessores, reinos, senhorios e vassalos e Sua Santa Caza da Conceição esta em Vila Viçosa…”.
            Nesse mesmo dia 25 de Março de 1646, foi realizada uma sessão solene de juramento na Capela Real dos Paços da Ribeira, onde participaram o Rei, o Príncipe herdeiro, os grandes da Nobreza, os representantes do povo e os cinco bispos presentes.
            A Confirmação Papal levou, todavia, 25 anos a concretizar-se, devido a intrigas dos Reis Espanhóis, só vindo a acontecer em 1671, através de breve de Clemente X. Ou seja três anos após ter sido firmado o Tratado de Lisboa, de 1668, que punha termo a 28 longos anos de lutas e sacrifícios de todo o tipo, pela consolidação da nova Dinastia (herdeira ainda, de Nuno Álvares Pereira) e pelo fim da Coroa Dual Filipina, que restituía a Portugal, a sua total soberania debaixo de um Rei natural.
            As razões que levaram a esta atitude do monarca português não estão, ainda hoje, completamente dilucidadas e percebidas.
            A partir de então os reis portugueses nunca mais usaram Coroa e Ceptro permanecendo estes ao seu lado direito, em cima de uma almofada, em ocasiões solenes.
            Deste modo a Imaculada Conceição de Maria, vingou em Portugal muito antes de a Igreja a assumir como dogma de Fé.
            O Rei D. João V, em 1717, enviou uma circular à Universidade de Coimbra e a todos os prelados e colégios do Reino, recomendando-lhes a celebração anual da festa da Imaculada Conceição, nas suas Igrejas, em memória do juramento de D. João IV.
            Em 6 de Fevereiro de 1818 – dia da sua Aclamação, no Rio de Janeiro – o Rei D. João VI, instituiu a Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, em preito do país, por ter sobrevivido, como reino Independente, às guerras napoleónicas.
            O Rei era o grão-mestre desta nova ordem dinástica.
            A República extinguiu a Ordem, como Ordem Militar, mas D. Manuel II e seus descendentes vêm continuando a usar as insígnias da mesma, a qual continua em vigor, estando os seus membros sempre presentes na grande peregrinação anual que se realiza no dia 8 de Dezembro, ao Santuário de Vila Viçosa, também conhecido por “Solar da Padroeira”.
            Não foi este ano excepção, onde pude observar que a tradição está viva e recomenda-se.
            Muito povo nas ruas, nas janelas – onde em muitas ainda se observa o bonito costume de colocar as melhores colchas das famílias, nos varandins – e incorporados na procissão, que sai do Castelo, percorre várias artérias e o centro da vila e regressa à sua casa na igreja daquela vetusta fortaleza.
            Atitude respeitosa de todos.
            Quando a procissão passa pela grande praça que se abre para o Palácio dos Duques de Bragança, junta-se a ela uma coluna enorme de cavaleiros e charretes, com os seus trajes típicos portugueses, com os representantes da Cavalaria Portuguesa (neste caso do Regimento de Cavalaria 3 de Estremoz) que são oriundos de Olivença, terra cativa …
            Contei cerca de 200 cavaleiros e charretes.
            Enquadramento religioso a preceito, não se vislumbrando, porém, qualquer bispo, provavelmente por o Arcebispo de Évora (a que pertence Vila Viçosa) ter estado na missa celebrada nessa manhã.
            Eis a Peregrinação do 8 de Dezembro.
            Valor histórico a preservar, tradição a manter, cerimónia a valorizar, enquadramento cívico e significado político-religioso a difundir, explicar e interiorizar.
            A chave de tudo está na quadra do poeta Padre Malhão: “enquanto houver portugueses”…




                                                               João José Brandão Ferreira
                                                                  Oficial Piloto Aviador


[1] O Papa expressou-se nos seguintes termos: “Em honra da Santa e Indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo, e com a nossa declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus omnipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, foi preservada imune de toda a mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser sólida e constantemente crida por todos os fiéis”.
[2] Devido a queixas relativamente ao seu peso e concomitante dificuldade em transportar a estátua, em andor, durante as procissões, o herdeiro da coroa, D. Duarte Pio de Bragança, mandou, recentemente fazer uma nova estátua idêntica mas de madeira, que é aquela que percorre agora, as ruas da Vila.

DEUS - PÁTRIA - REI

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Nova biografia de D. Manuel II revela um Rei "atento e cuidadoso"




D. Manuel II foi um monarca "atento, preocupado, cauteloso, mas não um tonto, piedoso e orientado pela mãe", como acusavam os republicanos, sustenta a historiadora Maria Cândida Proença, autora de uma biografia do último Rei de Portugal.

"D. Manuel II era um moderador, cauteloso sem dúvida, e profundamente preso ao juramento que fizeram à Carta Constitucional, a 06 de Maio de 1908, quando assumiu a coroa", disse a investigadora Maria Cândida Proença à agência Lusa.
A historiadora afirmou que o monarca "não era o tonto que a propaganda republicana pretendeu fazer dele", e lamentou o facto "da sua personalidade e acção serem pouco conhecidas dos portugueses que fazem dele uma outra ideia".
A sua curta acção política como soberano, de 1908 a 1910, "demonstra preocupação com o país".

"Estudava as pastas até altas horas da noite, e era atento à situação política, pois tentou travar o avanço republicano, ao fazer uma aliança com os socialistas, procurando cativar para a Coroa as massas populares e o operariado".
Para esta biografia que levou cerca de seis meses a concretizar, a historiadora utilizou dois fundos documentais inéditos, o espólio de D. Manuel II e o que se encontra depositado na Associação Cultural da Casa de Sabugosa e S. Lourenço.
Segundo a historiadora, estes dois núcleos documentais "deram achegas muito importantes para compreender melhor não só personalidade D. Manuel como os seus pais e várias personalidades da época".
"Estes documentos dão, por exemplo, novas pistas relativamente ao Pacto de Dover que estabelece a pretensão ao trono [assinado em 1912 pelos dois ramos da família de Bragança]".
Cândida Proença acrescentou ainda que "são muito interessantes as cartas trocadas entre o Rei e o marquês de Sobral, e também com Henrique de Paiva Couceiro, que tentou reinstaurar a monarquia".
"O Rei, relativamente a Couceiro, não o apoiou abertamente, pois foi sempre cauteloso. Defendia antes uma campanha de esclarecimento que naturalmente faria desejar o regresso da monarquia. Defendia também que os monárquicos deviam ir conquistando lugares no Parlamento e de destaque na sociedade", disse.
Relativamente a esta biografia, agora editada pela Temas & Debates, Maria Cândida Proença afirmou que procura "ser esclarecedora relativamente à ideia feita do monarca pela propaganda republicana, traz novos dados da sua atitude política durante o exílio em Inglaterra, e a sua acção na Cruz Vermelha Internacional".
"D. Manuel tinha um grande amor a tudo o que era português e teve sempre em primeiro plano os interesses patrióticos e dos portugueses, e não os seus", acrescentou.
D. Manuel II assumiu a trono aos 18 anos, após o assassinato do pai, o Rei D. Carlos, e o seu irmão mais velho, D. Luís Filipe, a 01 de Fevereiro de 1908, interrompendo a sua carreira naval à qual estava predestinado.
A 04 de Setembro de 1913 casa em Singmaringen (Alemanha) com a princesa Augusta Vitória de Hohenzollern-Sigmaringen, sua segunda prima, pois ambos eram bisnetos da Rainha D. Maria II e do príncipe consorte D. Fernando.
O Rei morreu a 02 de Julho de 1932 em Twickenham (Inglaterra) não deixando descendentes, assumindo a pretensão ao trono, de acordo com o Pacto de Dover, D. Duarte Nuno de Bragança, neto de D. Miguel I.
NL.
Lusa/Fim

Sua Majestade Fidelíssima Dom Manuel II Rei de Portugal