quarta-feira, 13 de abril de 2011

A LENDA DE S. JORGE

Cadernos Templários                                                                              Maio 2008


A LENDA DE S. JORGE*
São Jorge - Patrono dos Cavaleiros


Em 1420 o rei húngaro, Frederico III (1534) evoca São Jorge para lutar contra os turcos. As cruzadas Medievais tornaram popular no Ocidente a devoção a São Jorge, como guerreiro, padroeiro dos cavaleiros da cruz e das ordens de cavalaria, para libertar todo o país denominado e para converter o povo ao cristianismo.

De acordo com a lenda, Jorge nasceu na antiga Capadócia, actual Turquia, tendo mudado ainda criança com sua mãe para a Palestina. Jorge entrou para a carreira de armas e a sua natureza combativa, a sua grande dedicação e habilidade levam o imperador Diocleciano a conferir-lhe o título de conde de Capadócia.

Bastante novo, aos 23 anos, passa a exercer a função de Tribuno Militar. Consta que nos planos do Imperador estava a matança dos cristãos e no dia marcado para a confirmação do decreto imperial, Jorge levanta-se e reage contra as ordens afirmando que os ídolos adorados nos templos eram falsos deuses. Respondendo sobre a origem dessa ousadia, Jorge defende a causa da Verdade. E em resposta à pergunta feita pelo Imperador sobre o que era a Verdade, diz: “A Verdade é o meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e Nele confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade.”
O imperador depois de tentar faze-lo desistir da fé cristã, torturando-o e nada conseguindo, manda degolá-lo no dia 23 de Abril de 303.

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Lenda de São Jorge.

A imagem de São Jorge montado a cavalo com uma lança que atravessa um dragão, é uma das histórias contadas sobre este Santo.

São Jorge
Conta a lenda que um terrível dragão saia de vez em quando das profundezas de um lago e atirava fogo contra os muros de uma cidade do Oriente, trazendo a morte com o seu mortífero hálito. Para não destruir a cidade o dragão exigia que, regularmente, lhe entregassem uma ovelha para ser devorada. A partir de certa altura passou a ser mais exigente e começou a exigir uma vida humana, donzelas para serem devoradas.
Um dia coube à filha do rei ser a “oferta”. O rei depois de tudo tentar, prometendo em troca da sua filha, uma riqueza sem par, vê-se forçado a acompanhar a filha às margens do lago.

Nessa altura, aparece um corajoso cavaleiro vindo de Capadócia, montado num cavalo branco. Depois de enfrentar as perigosas labaredas de fogo que saíam da boca do dragão e as venenosas nuvens de enxofre que eram expelidas pelas narinas do monstro e de um longo e duro combate, vence o terrível dragão com a sua espada de ouro e a sua lança de aço. O misterioso cavaleiro assegurou ao povo, que tinha vindo em nome de Cristo para vencer o dragão e todos deviam converter-se e serem baptizados.

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Outra lenda, tão bela como a primeira, tem a ver com S. Jorge perto de Aljubarrota:
São Jorge era um oficial romano que estava aquartelado naquela região e era costume os cavalos matarem a sede numa fonte, “Fonte dos Vales”.

No momento em que os cavalos bebiam água, aparecia um dragão que os devorava. Os soldados com medo de serem igualmente mortos recusavam-se a voltar à fonte.

São Jorge dirigiu-se à fonte, deu de beber ao seu cavalo e, quando apareceu o dragão matou-o com a sua lança.

Nesse local foi mandada construir uma capelinha e foi colocada a imagem de São Jorge a cavalo, dominando o terrível dragão.


*Texto adaptado www.wikipédia.
**++ Fr. Claudino M. Marques-Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria de Coimbra Rainha Santa Isabel / Bailio das Beiras.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

ORDEM MILITAR E HOSPITALEIRA DE S. JOÃO D'ACRE E S. TOMÁS

Cadernos Templários                                                            Outubro/Novembro 2009


ORDEM MILITAR E HOSPITALEIRA DE S. JOÃO D’ACRE E S. TOMÁS */**/***



(Resumo histórico)


Esta Ordem, uma das mais célebres pelo seu heroísmo e antiguidade, foi fundada a 12 de Janeiro de 1205, na cidade de S. João d’Acre, pelo príncipe cruzado Aminado de Amerusio, a quem o Imperador latino do Oriente, Balduíno I dera em 1204, o Principado de Amorio, com todos os direitos de soberania, como descendente e sucessor do Imperador Miguel II Balbo de Amorio.

Entre os cavaleiros que concorreram para a fundação da Ordem, contavam-se muitos nomes históricos que celebrizaram por seus altos feitos esta gloriosa Milícia, instituída com o fim de combater e exterminar os infiéis e de escoltar e proteger os peregrinos que visitavam a Terra Santa.

Por Diploma de 18 de Março de 1205, a Ordem foi confirmada pelo Imperador Balduíno I que reconheceu como seu Grão-Mestre o Príncipe Aminado, dando-lhe a prerrogativa de criar Condes e Barões com direitos e privilégios iguais aos outros titulares do império; além disso, estabeleceu a hereditariedade perpétua do Grão Mestrado da Ordem na família do citado Príncipe, transmissível, com todos os poderes conferidos, aos seus descendentes em linha primogénita masculina.

A Bula de 2 de Fevereiro de 1206 “Zelo, sollicitudine curisque tuis”, do Pontífice Inocêncio III, sancionou a Ordem, pondo-a sob a Regra de Santo Agostinho, estabeleceu-lhe a sede em S. João d’Acre, confirmou a hereditariedade do Grão Mestrado, como património espiritual e irrevogável, na descendência do Príncipe de Amorio a quem concedeu e aos seus sucessores mais amplos poderes não só para a criação de Condes e Barões como de outros nobres.

Os poderes concedidos à Ordem pelo Imperador Balduíno I foram confirmados e ampliados, em diploma dado em Bari a 2 de Setembro de 1259, pelo Imperador Balduíno II ao Príncipe João de Amerusio, o 2º Grão Mestre da Ordem, filho do Príncipe Aminado, a quem deu o Principado de S. João d’Acre, com todas as prerrogativas soberanas, como recordação da cidade onde esta histórica Ordem teve a sua fundação e a primeira sede.

Esta sagrada Milícia, autónoma e independente, tem existido até hoje sem uma única solução de continuidade sob o legítimo Grão Mestrado dos Príncipes Amorosos de Aragona, descendentes do 1º Grão-Mestre.

A 8 de Dezembro de 1862, o seu 22º Grão-Mestre Dom Félix Vito Amoroso de Aragona deu novos estatutos à Ordem em que estabelecia quatro classes de cavaleiros, divididos em duas categorias: de Justiça com a prova de quatro quartéis de nobreza, e de Graça por méritos especiais.

Actualmente, a Ordem, regida pelos estatutos dados em Bari, a 12 de Junho de 1932, conta com cinco graus de cavaleiros, divididos nas duas categorias – de Justiça e de Graça – a que correspondem igualmente cinco classes de Damas.

É seu Grão-Mestre (25º) S.A.I. Dom Pedro, o Príncipe Amoroso de Aragona, Déspota de Amorio e Galacia, Príncipe de Castel Albérico, Duque de Rijeka, Marquês de Trono Real da Polónia, Conde de Palatino, ilustre homem de ciência, doutorado em duas faculdades, General de Divisão, etc..

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A cruz da Ordem é orbicular, de vermelho, perfilada de ouro, tendo ao centro um escudo oval, de azul claro, carregado no anverso das imagens de S. João e de S. Tomás, de ouro, orlado de azul escuro com a legenda “Mil, ac Hosp. Ordo de S. Johan. Et S. Thomae” e, no verso, a data da fundação da Ordem “A.F.MCCV”, de ouro e orla de azul escuro com a inscrição “Pro Fide, Virtute ac Pietale”, de ouro. A cruz é encimada por uma coroa e esta por um troféu militar, tudo de ouro, tendo ao centro um escudete de branco, carregado de uma cruz vermelha.

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Esta Ordem, a que têm pertencido soberanos, príncipes, chefes de Estado, ministros, cardeais, bispos e nomes de grande fama mundial nas letras, ciências e artes, tem dignitários no nosso País.


* +++ Dom António Campello Pinto de Sousa Fontes
** (Do livro inédito “Ordens de Cavalaria Independentes”)
*** Retirado do Almanaque Bertrand nº 51 de 1950