sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

PORQUE SOU MONÁRQUICO



Não tenho palácios, nem títulos, nem anéis, nem pergaminhos. Entro na fila dos plebeus puros.
 
Se tivesse títulos, não os exibiria mas, também, não os enjeitaria.
 
Além disso, não sou contra ninguém. Do meu lado, como em todos os lados, há quem justifique aplausos e há quem mereça comiseração.
 
Um dia perguntaram à Amália se ela era monárquica ou republicana. E ela, com a intuição, a inteligência e a graça que a caracterizavam, respondeu; sou um bocadinho mais monárquica.
Por que republicanos somos todos, é, exactamente, esse bocadinho que me faz, também, ser monárquico. Republicanos no sentido de defensores da liberdade, da igualdade e da fraternidade, princípios que o cristianismo formulou, a revolução francesa adoptou como divisa e a carta dos direitos do homem propõe a todo o Universo, somos todos!
 
Essa ideia peregrina de absolutismos, de castas, de privilégios, de “sangue azul” que, ainda hoje, aqui ou ali aparece apensa à monarquia, nunca foi minha e creio que, a sério, já não é de ninguém.
Sou monárquico pelo bocadinho que a monarquia acrescenta à república.
 
É que os nossos Reis nasceram com a Pátria e a Pátria com eles. No caso português, Pátria e Rei fazem parte do mesmo acontecimento fundador. Ambos são, por isso, inerência e factor da identidade portuguesa. Os “genes fundadores” pertencem a ambos.
 
Pátria e Monarquia arrancam dos mesmos alicerces e a seiva que lhes entrou por raízes comuns percorre-os e alimenta-os conferindo-lhes uma espécie de consanguinidade.
 
Os Reis são um permanente carimbo de Pátria.
 
Sei que foi com Reis que fomos grandes.
 
Sei que um Rei não divide porque, sendo tão indiscutível com a Pátria, pertence a todos como ela.
Sei que o Rei é um símbolo com marca de perenidade.
 
E a simbologia, não sendo uma realidade substantiva é muito mais que uma fantasia alienante.
 
Os símbolos dão, alimentam e orientam convicções e por isso, devem ser permanentes. Os símbolos não se mudam.
 
Os hinos nacionais, as bandeiras das pátrias, não mudam ao sabor dos ventos e dos votos.
 
O Rei anda mais ligado à noção de Pátria, entidade indiscutível e perpétua, o Presidente da República anda mais perto da noção de Estado, entidade variável no conceito, na organização, no conteúdo.
 
Quantos Presidentes da República tivemos desde 1917?
 
Só depois do 25 de Abril foram seis! Alguém viu no Dr. Manuel de Arriaga ou no Dr. Teófilo Braga ou no Marechal Spínola ou no General Costa Gomes um símbolo de Portugal?
 
Quando muito um símbolo do poder.
 
Pode alguém comparar o que representa para Portugal D. Afonso Henriques ou D. Diniz ou D. João II ou D. Manuel I ou D. Pedro IV, com algum dos Presidentes da República que já tivemos? Nem poder natural, nem simbologia.
 
Podem ter cumprido o seu papel de forma inteligente, profícua, digna, mas são cidadãos sem vínculo natural e definitivo à Pátria, cidadãos que passaram e as Pátrias não passam.
 
O Rei, por ter um percurso histórico paralelo ao da Pátria identifica-se com ela e, por isso, dela recebe e a ela dá carácter.
 
Mais do que o representante, um Rei é um símbolo; um Presidente da República é, apenas, um representante temporário.
 
Enquanto que o Presidente da República emana de arranjos ocasionais e sempre fluidos de partidos, sempre de uma só parte dos portugueses, o Rei arranca de um tronco que nos contém e que foi a coluna vertebral da história.
 
Os presidentes da República andam, como os governos, ao gosto das votações e das políticas. Não permanecem. Um Rei sucede a outro numa linha de continuidade que o torna, mais coerentemente, um símbolo. Pode mudar a pessoa do Rei, mas a sucessão é natural, imediata, fácil, incontroversa, como uma lei da natureza. Muda a pessoa, mas permanece a ligação orgânica, genética às origens, a um sentimento, a uma educação, a uma relação quase familiar, aos sucessos de uma longa história em que foram protagonistas.
 
A monarquia portuguesa é uma instituição que vem do início e com a qual convivemos durante tantos séculos, tem alicerces cavados com a mesma fundura e que seguiram os mesmos sacrifícios dos que foram feitos para criar a Pátria e, por isso , identifica-se com ela.
 
O Rei é um órgão de uma soberania contínua. Agora, que a Pátria Portuguesa perdeu muita da sua independência, são necessários elementos que liguem o que fomos ao que queremos ser, num querer alimentado por valores eternos.
 
A ideia peregrina de que somos todos iguais e, por isso, todos temos o direito de poder aspirar a ser Presidente da República é pouco mais que infantil. A probabilidade de alguém via a ser Presidente da República seria, em Portugal, de 0.000 00001% se todos tivessem acesso a essa hipótese longínqua e demagógica. Mas não! De acordo com a nossa Constituição, só os nascidos em território nacional e maiores de 35 anos poderão candidatar-se e, além disso, qual foi o Presidente da República Portuguesa que não foi um político activo emanado das forças políticas organizadas, dos partidos? Quantos são os portugueses nessas condições? Onde é que está a igualdade de oportunidades?
 
Argumento ridículo.
 
Fala-se, também, do preço que a monarquia custaria ao País. Quantos Presidentes da República vivem, hoje, à custa do erário público? Vivem e Deus os conserve vivos e felizes durante muitos anos! Mas, vencimentos altos, carros, chauffeurs, staff, a multiplicar por quatro!
 
O outro argumento republicano recorrente é o de que a lei da hereditariedade pode oferecer-nos um mentecapto, um tarado, um energúmeno, um marcado pela natureza. Ninguém nega uma eventualidade possível. Tivemos, numa história de oito séculos, dois casos: D. Afonso VI e D. Maria I. Contudo, ambas as situações foram ultrapassadas com a normalidade que a história regista. E de quantos casos temos notícia de monstros que, por via não hereditária, chegaram à chefia dos Estados e dos Governos, alguns mesmo pela via do sufrágio universal. Não é um exercício teórico. Não é preciso recuar muito no tempo para encontrar dos mais desgraçados, dramáticos, tenebrosos exemplos de loucura que a história regista. Foi por esta via que os republicanos Ceaucescu, Karadsik e os mais emblemáticos chefes dos nossos dias, Hitler e Estaline, chegaram onde chegaram e fizeram o que fizeram!
 
Não! Esqueçam, também esse argumento.
 
Acresce que a implantação da grande maioria das repúblicas ficou ligada a actos de violência extrema: foi preciso matar e matou-se: assim morreram Luís XVI e Maria Antonieta, em França, D. Carlos e o Príncipe Real D. Luís Filipe em Portugal, toda a família de Nicolau II na Rússia. E eu sou contra a violência.
 
Há, ainda, outro motivo que também conta muito para mim. É que meu Pai comparava, muitas vezes, aquilo que viveu durante os últimos dezasseis anos de Monarquia, com o que passou durante os dezasseis primeiros da República. Eu ouvi-o sempre com a atenção de um filho e, além disso, não posso deixar de comparar, hoje, o que se passa nas monarquias do norte da Europa com o que se vive nas repúblicas do sul.
 
Finalmente, haverá quem conceba que o vínculo místico que liga um Povo ao seu Rei, ilustrado neste poema imortal de Fernando Pessoa possa, alguma vez estabelecer-se com um Presidente da República?

Aqui ao leme sou mais do que eu;
Sou um Povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo
Manda a vontade que me ata ao leme,
De El-Rei D. João II.

É por tudo isto que também sou um bocadinho mais Monárquico.

Fonte: Real Associação do Porto
Publicado pela Real Associação do Médio Tejo.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

NO COMMENT IX


 
Foto: OMG
 
 

O ABUSO...




Depois de ver um vídeo como este, nenhum Português, digno desse nome e dos seus antepassados que lutaram por esta terra ser livre, admite continuar a sustentar o regime republicano em vigor e certamente, não quererá mais nenhum igual aos anteriores!

Ao fim de 3 regimes republicanos – um quase anárquico, outro ditatorial e o actual corrupto (creio ser o termo mais adequado) – os Portugueses têm que pensar sobre o seu futuro enquanto Nação.

A primeira pergunta que eu faria é esta: É ISTO QUE EU QUERO PARA OS MEUS FILHOS E NETOS? (quem os tiver, claro!)

A segunda pergunta que eu faria é esta: QUE PAÍS QUERO EU?

A terceira pergunta que eu faria é esta: O QUE POSSO FAZER PARA MUDAR?

A quarta pergunta que eu faria é esta: COMO POSSO AJUDAR A MUDAR?

Naturalmente, poderiam surgir outras perguntas.

Mas estas são o suficiente e eu próprio, como Cidadão Português, e não “cidadão republicano português”, vou dizer com franqueza as minhas respostas.

Respondendo à primeira questão:

- Eu, não quero sustentar um regime, cujo o único interesse é proteger os interesses paralelos e não proteger e salvaguardar o bem geral da Nação Portuguesa. Nenhum regime político pode sobreviver sem ter a confiança dos Cidadãos e estes, devem quebrar o laço de confiança nas actuais Instituições minadas por grupos de interesse duvidosos!

Respondendo à segunda questão:

- Eu quero um País com um futuro pela frente, com uma classe política responsável e responsabilizada, com os lobbies controlados pela Lei, com uma nova Constituição, novas Instituições, onde reine a transparência e a boa-fé em todos. Estarei a sonhar demasiado alto? Talvez! Mas nada se conseguiu alguma vez na História, se não tivessem existido os visionários, os sonhadores, os filósofos, os cientistas, os artistas, os Estadistas, etc. Porquê que eu, como simples Cidadão Português não posso sonhar em viver sob um regime político Monárquico, Democrático e que este garanta o futuro que tanto anseio para mim e para todos os Portugueses?

Respondendo à terceira questão:

- O que posso fazer para mudar, é participar nas ruas, nas redes sociais, junto da família, junto dos amigos, junto dos colegas de profissão, em toda a nossa vivência e convivência. Falar na hipótese da Monarquia, como uma esperança renovada em algo que já fomos no passado e que ambicionamos retomar no futuro, a médio ou a longo prazo, mas que acreditamos que seja possível. Portugal só está condenado a desaparecer, se os Portugueses perderem a Fé naquilo que nos trouxe até hoje. Somos assim tão passivos, que já não sabemos combater injustiças? Os nossos antepassados lutaram pela nossa Liberdade como Reino Independente, o qual se espalhou pelos 4 cantos do mundo. Vamos fazer de conta que o seu sacrifício foi em vão?

Respondendo à quarta questão:

- Como posso ajudar a mudar o país? Acabei de o dizer e somando a isso, apoiar as Organizações que defendem a Restauração da Monarquia em Portugal, como seja a Causa Real e as Reais Associações! Ou então, apoiar as iniciativas online na Net e partilhá-las, imprimir textos, divulgá-los, usar a imaginação, pois é assim que se fazem as mudanças! A República não permite o referendo “Monarquia ou República”. Forcêmo-la então! São os Portugueses que têm que quebrar o Pacto Social com esta República. São os Portugueses que devem estabelecer um novo Pacto, com a Casa Real Portuguesa e refundar as Instituições Representativas, com a separação dos poderes Executivo, Legislativo e Judicial, redigindo uma nova Lei Fundamental! Apelemos às Elites da Nação, para que se apresentem na frente de combate, para salvarmos Portugal, enquanto é tempo!

O Rei chamou!

Digamos PRESENTE!

Por Portugal!

Viva o Rei!

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A Singularidade da Monarquia Portuguesa!


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Portugal é um País quase Milenar, construído a golpes de espada e heroicidade que durante 771 anos (1139 a 1910) foi conhecido e reconhecido como Reino de Portugal e dos Algarves.
 
Caso único no Mundo é um facto que, desde Dom Afonso I Henriques, a Monarquia Portuguesa conheceu quatro Dinastias, todas elas pertencentes à mesma Família.
 
Portucale foi conquistada em 711 d.C pelos Mouros, mas logo em 868 d.C., o galego Vimara Peres, vassalo do Rei de Leão, Galiza e Astúrias reconquistou a região entre Douro e Minho, incluindo Portucale, e fundou o primeiro Condado de Portucale, assim designado para diferenciar do restante território, e que foi governado pelos seus descendentes, até à derrota de Nuno II Mendes pelo rei Garcia II da Galiza na Batalha de Pedroso, em 1071.
 
Falecido Garcia II, em 1091, o Rei Afonso VI de Leão e Castela retomou a unidade dos Estados Paternos. Porém, intensificaram-se as acometidas dos Almorávidas o que precipitou a distribuição dos poderes militares e por esta altura os territórios passaram para a administração de Raimundo de Borgonha casado com D. Urraca. Entregue a Raimundo, este, não conseguiu defender eficazmente a linha do Tejo – tendo perdido Lisboa que fora cedida aos Reis de Leão pelo califa de Badajoz. Assim Afonso VI decidiu fortalecer ainda mais a defesa militar ocidental, dividindo em duas a zona atribuída inicialmente a Raimundo, entregando a mais exposta a Henrique da Borgonha.
 
O nosso conde D. Henrique, apoiado pelos interesses políticos da Ordem de Cluny, imiscuiu-se estrategicamente e com ambição na política do Reino, conquistando a sua pretensão poder junto das Cortes. A fim de aumentar a população e valorizar o seu território, D. Henrique deu foral e fundou novas povoações, entre elas a vila de Guimarães, atraindo para ali, com várias regalias, muitos dos seus compatriotas francos.
 
Em Guimarães fixou D. Henrique a sua habitação, num Paço, dentro do Castelo que ali fora edificado no século anterior. Em 1112, faleceu o conde D. Henrique e, durante a menoridade do seu filho Afonso Henriques, a governação do condado passou para a viúva Dona Teresa.
 
Em 1121, esta, auto-intitulou-se «Rainha», mas os conflitos com o Clero e a sua relação com o fidalgo galego Fernão Peres, a quem entregara o governo dos distritos do Porto e Coimbra, originou a insurreição dos Portucalenses e do próprio filho o Infante D. Afonso Henriques, invariavelmente afastados, por forasteiros, da gestão dos negócios públicos.
 
Em 1125, com apenas 14 anos de idade, o efebo D. Afonso Henriques – conforme o uso e costume dos reis – arma-se a si próprio cavaleiro tornando-se assim guerreiro independente.
 
Em 1128, trava-se a Batalha de São Mamede entre os partidários do infante Dom Afonso e os de Peres de Trava, nobres galegos, aliados de sua mãe, Dona Teresa. Derrotada a mãe, D. Afonso Henriques assume integralmente os destinos do condado Portucalense.
 
Com duas frentes de Batalha – uma contra Leão e Castela, outra contra os mouros – Dom Afonso Henriques consegue uma importante vitória contra os muçulmanos na Batalha de Ourique, em 1139, e Declara a Independência. Nascia, assim, em 1139, o Reino de Portugal e a sua 1.ª Dinastia, com El-Rei Dom Afonso I Henriques de Borgonha.
 
O reino de Castela e Leão reconheceu no Tratado de Zamora a Independência de Portugal e por isso ocorreu, em 5 de Outubro de 1143, a Fundação da Nacionalidade portuguesa. Mas, o reconhecimento definitivo da Independência só ocorreria em 23 de Maio de 1179 com a Bula Manifestis Probatum, onde o Papa Alexandre III reconhece Dom Afonso I, então com 70 anos de idade e 51 de reinado, como Rex Portucalensis.
 
Assim, a 1.ª Dinastia descendeu inequivocamente do 1.º Rei de Portugal; já a 2.ª Dinastia, a de Avis, teve como fundador Dom João I, filho ilegítimo de Dom Pedro I – penúltimo monarca da Dinastia de Borgonha – e de Teresa Lourenço, sendo, portanto, Dom João I meio-irmão de Dom Fernando I, último rei da 1.º Dinastia.
 
Em 1383, El-Rei D. Fernando morreu sem um filho varão, que herdasse a coroa. A sua única filha era a infanta Dona Beatriz, casada com o rei Don Juan I de Castela. A burguesia mostrava-se insatisfeita com a regência da Rainha Dona Leonor Telles de Menezes e do seu favorito, o conde Andeiro e com a ordem da sucessão, uma vez que isso significaria a anexação de Portugal por Castela. As pessoas alvoroçaram-se em Lisboa, o conde Andeiro foi morto e o povo pediu ao Mestre de Avis, Dom João, filho natural de Dom Pedro I, que ficasse por regedor e defensor do Reino.
 
O período de interregno que se seguiu ficou conhecido como crise de 1383/85. Finalmente a 6 de Abril de 1385, Dom João, mestre da Ordem de Avis, é aclamado Rei pelas Cortes reunidas em Coimbra, mas o rei de Castela não desistiu do direito à Coroa de Portugal, que entendia advir-lhe do casamento.
Perante a revolta da população portuguesa em vários pontos e cidades do Reino de Portugal, o Rei de Castela, decidiu em 1384 entrar em Portugal. Entre Fevereiro e Outubro deste ano montou um cerco a Lisboa, por terra e por mar.
 
Uma frota portuguesa vinda do Porto enfrentou, a 18 de Julho de 1384, à entrada de Lisboa, a frota castelhana, na batalha do Tejo. Os portugueses perderam três naus e sofreram vários prisioneiros e mortos; no entanto, a frota portuguesa conseguiu romper a frota castelhana, que era muito superior, e descarregar no porto de Lisboa os alimentos que trazia. Esta ajuda alimentar veio-se a revelar muito importante para a população que defendia Lisboa.
O cerco de Lisboa pelas tropas castelhanas acabou por não resultar, devido à determinação das forças portuguesas em resistir ao cerco, ao facto de Lisboa estar bem murada e defendida, à ajuda dos alimentos trazidos do Porto e devido à epidemia de peste negra que assolou as forças castelhanas acampadas no exterior das muralhas.
 
Em Junho de 1385, Don Juan I decidiu invadir novamente Portugal, desta vez à frente da totalidade do seu exército e auxiliado por um forte contingente de cavalaria francesa, mas acabaria derrotado, na de boa-memória, Batalha de Aljubarrota.
A Batalha de Aljubarrota, na qual Portugal obteve uma vitória esmagadora, ocorreu ao final da tarde de 14 de Agosto de 1385 e opôs o exército português – e os seus aliados ingleses – capitaneado pelo Santo Condestável, Dom Nuno Álvares Pereira, contra o exército de Castela e Leão. Este acontecimento tão relevante da História de Portugal representa uma das raras grandes batalhas campais da Idade Média entre dois exércitos régios. No campo militar significou a inovação de uma táctica, onde os homens de armas apeados foram capazes de vencer a poderosa cavalaria medieval. No campo diplomático, permitiu a aliança entre Portugal e a Inglaterra, que perdura até aos dias de hoje.
 
A paz definitiva com Castela só veio a ser assinada em 1411 e para assinalar o acontecimento, Dom João I mandou iniciar, no local, a construção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, conhecido por Mosteiro da Batalha.
 
Resolvida a disputa que dividia o Reino de Portugal do Reino de Castela e Leão, seguiu-se o auge da Dinastia de Avis e foi tempo da afirmação de Portugal como Reino Independente. Iniciou-se umas das épocas mais grandiosas da História de Portugal, a época dos Descobrimentos, liderada por El-Rei Dom João I de Portugal e pela sua Ínclita Geração.
 
Extinta a Dinastia de Avis, com o falecimento do Cardeal-Rei Dom Henrique e a debandada de Dom António, Prior do Crato, provocada pelos castelhanos, o trono de Portugal passou para Filipe II de Espanha, I de Portugal, e que originou a 3.ª Dinastia, a Filipina ou dos Habsburgos. Filipe I de Portugal era filho de Dona Isabel de Portugal, irmã do Cardeal-Rei e de Dom João III, e portanto neto do Rei Dom Manuel II de Portugal.
 
Entende-se que de acordo com a Lei e o Direito Consuetudinário portugueses, Filipe, sendo um Príncipe estrangeiro, não tinha direito ao trono português, tanto mais que havia, segundo estas leis do País um candidato natural e legítimo: Dona Catarina, Duquesa de Bragança, e tal como Filipe I, neta d’ El-Rei Dom Manuel II.
 
Recorde-se que a Sereníssima Casa de Bragança teve a sua fundação em Dom Afonso I, filho ilegítimo de Dom João I e de Inês Pires, uma mulher solteira. Tendo sido legitimado pelo Rei que lhe concedeu o título de conde de Barcelos, Dom Afonso contraiu matrimónio com a filha de Dom Nuno Álvares Pereira, Dona Beatriz Pereira Alvim. Mais tarde, já na regência do seu meio-irmão Dom Pedro, foi por este concedido a Dom Afonso, o título de Duque de Bragança. Assim a Revolta de 1640 não veio mais do que, pondo os pontos nos is, repor a legalidade.
 
Com a revolução Liberal no século XIX surgiram, dentro da Dinastia de Bragança, dois ramos reais: o Liberal de Dom Pedro IV e o Legitimista de Dom Miguel I.
 
À descendência do rei Dom Pedro IV dá-se o nome de “Bragança-Saxe-Coburgo e Gotha” pelo facto dos seus reais membros descenderem do casamento da Rainha Dona Maria II, da Casa de Bragança, com o príncipe D. Fernando II, da Casa de Saxe-Coburgo e Gotha e foi este ramo que reinou em Portugal até ao derrube da Monarquia pela revolução republicana de 5 de Outubro de 1910. O último Rei de Portugal, Dom Manuel II, faleceu no exílio, em 1932, sem descendência.
 
Por tudo isto e apesar de terem existido Quatro Dinastias a reinar em Portugal, todas representaram uma continuidade do primeiro Monarca, El-Rei Dom Afonso I e, mesmo, fruto da política de casamentos muitas das Casas Reais Europeias descendem deste antepassado comum, assim como de São Nuno de Santa Maria.

Miguel Villas-Boas

sábado, 22 de fevereiro de 2014

FOI NOTÍCIA - S.A.R. DOM DUARTE DUQUE DE BRAGANÇA

S.A.R. DOM DUARTE DUQUE DE BRAGANÇA NA INVESTIDURA DA REAL ORDEM DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE VILA VIÇOSA


 
Lisbon, 6 February 2014. HRH Prince Charles of Bourbon Two Sicilies, Duke of Castro and Grand Master of the Sacred Military Constantinian of St George was invested as a Knight Grand Cross of the Royal Order of the Immaculate Conception of Vila Viçosa at a ceremony held at Lisbon Cathedral.


The investiture ceremony and mass was presided over by the head of the Roman Catholic Church in Portugal, His Beatitude Manuel III, Patriarch of Lisbon.
The insignia and diploma were presented to the Duke of Castro by HRH Dom Duarte, Duke of Braganca, Head of the Royal House of Portugal and Grand Master.
This investiture marks another milestone in the warm and cordial relations between both Royal Houses of Naples and Portugal. The late Prince Ferdinand, Duke of Castro was a previous recipient of this Order.

Anthony Bailey with HRH Prince Dom Afonso de Bragança.


The Order was created by King John VI of Portugal in 1818 and is primarily bestowed upon Heads of State and Royal Houses, members of the Portuguese nobility and on Portuguese and foreign nationals in recognition of their services to the Portuguese Royal House, the Catholic Church and to charitable endeavour in Portugal and abroad.

Over 200 persons attended the ceremony and a formal luncheon was held before the ceremony at the Turf Club hosted by TRH The Duke and Duchess of Braganza.


 
 




On the eve of the investiture at the residence of the Delegate for Portugal of the Constantinian Order, HE Baron Miguel Horta e Costa a dinner was held in honour of HRH The Duke of Castro. Among those attending were TRH The Duke and Duchess of Braganza, TRH Prince and Princess Charles-Philippe of Orléans, Duchess Claudine of Cadaval, Diane de Polignac de Barros, HE Miguel de Polignac de Barros, Ambassador of the Sovereign Order of Malta to the Portuguese Republic, HE Mr Anthony Bailey, OBE, Grand Magistral Delegate for Inter-Religious Relations of the Constantinian Order and former Lord Mayor of London Sir Gavyn Arthur.


Shortly before the ceremony the Duke of Castro and accompanying delegation called upon the Apostolic Nuncio to the Portuguese Republic, HE Archbishop Rino Passigato at the Apostolic Nunciature in Lisbon.

Fonte: Centro de Estudos Ordens Dinásticas Portuguesas
Publicado por: PPM Braga

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

ROUBALHEIRA BPN, COM MIRÓ NO ESQUEMA VIGENTE


 
Até ao dia de hoje, uma sexta-feira que não é treze, o único parecer com dois dedos testa, surgiu ontem num conhecido debate nocturno. Nesta balburdienta pocilga - ou piolheira, como preferirem - em que vivemos, saiu da boca do deputado Paulo Rangel. Propunha ele a selecção de uns tantos quadros miroseiros destinados a permanecerem em Portugal e com o produto da venda do que restasse, criar-se-ia um fundo destinado à compra de património que rigorosamente tenha algo a ver com Portugal.
 
Não é incomum surgirem peças de claro interesse nacional em leilões, desde jóias a quadros, livros, louças, móveis, mapas ou trajes que outrora pertenceram a colecções portuguesas. Saíram de Portugal devido a dotes, dispersão de heranças ou simples roubos perpetrados ao longo de séculos. Querem um exemplo? O "cabinet de Lisbonne", ainda hoje na posse do governo francês, creio que no Museu de História Natural, em Paris. Roubados centenas de exemplares durante as Invasões francesas, ainda por lá estão, sem que Lisboa exija a devolução do que nos pertence por direito. Os franceses sabem do que se trata e como ninguém reclama, o assunto não existe. Oxalá por cá tivéssemos um Dr. Zahi Hawass. Não temos, até porque segundo a opinião há dois séculos ditada pelo Senhor Napoleão Bonaparte, ..."todos os homens de cultura são franceses". Assim se justifica o esbulho


O Caso Miró já é meramente político, pois a gritaria partidista logo tomou conta do assunto, precisamente num país onde os mais doutos políticos dificilmente distinguirão um quadro de Miró*, de um outro pintado por Guilherme Parente. À falta de laxantes, pílulas, acções de Bolsa, vírus da gripe das aves, "al-morródias, espandiloses, úrsulas nervosas, alcoólicos invertebrados", tribunais e juntas de freguesia que fecham ou robalos para distribuição, temos telas e desenhos. Antes assim, o nível está colocado uns degraus acima.  
 
Neste post tentei ironizar com o militante maguérrismo que pela imprensa escrita e tv grassa, mas já compreendi que a mensagem não passou, houve quem a tivesse levado muito à letra. Apenas para dar um exemplo absurdo do país em que vegetamos, os escabrosamente miseráveis 6 milhões de Euro que Portugal recebeu devido ao roubo holandês das peças da colecção Jóias da Coroa, foram usados para a aquisição de um Tiepolo. A ninguém terá ocorrido que de forma rotineira são realizados leilões onde surgem peças de joalharia - mencionemos igualmente as condecorações raras - outrora pertencentes a monarcas portugueses. Os Orleães e os Hohenzollern-Sigmaringen, por exemplo, venderam jóias e muitíssimas outras peças que vieram de Lisboa. Os casamentos, as heranças pela morte de parentes que não deixaram sucessores directos - apenas estou a recordar os casos de SS.MM. Dª Amélia e D. Manuel II -, fizeram dispersar bens que poderiam ter sido adquiridos pelo Estado português.


É conhecido o caricato caso do piano - regalem-se com a imagem, pois é o que fica - que pertenceu a Dª Maria Pia e mais tarde, a Dª Amélia . Fazia parte do conjunto de móveis decorados com porcelanas de Saxe que ainda hoje podemos ver no Palácio da Ajuda. Este piano foi vendido num leilão, sem que um único representante do Estado português tivesse estado presente. Trata-se já de uma questão de descarada falta de interesse, não sei se pela costumeira boçalidade de certas autoridades, ou devido à conhecida reserva mental política que tão bem caracteriza o actual estado de coisas.
 
Há cerca de três anos, foi vendida uma aigrette de brilhantes que pertenceu à Rainha D. Amélia. Está agora no cofre da Ajuda? Não. Atingiu a soma de 25.000 €, ou sejam, cinco mil contos, 1/6 do preço do tal BMW que o Sr. Francisco Assis embirrou em querer comprar para uso do seu grupo parlamentar:
 
"Se calhar queriam que andássemos de Renault Clio, não?!"
 
Se vivêssemos num país com novecentos anos de história, e não num sítio mal afamado, a resposta seria esta: 
 
"Claro que queremos, especialmente se for pago, abastecido, segurado, mantido e conduzido por si. Isto é extensível não só ao seu partido, mas também a todos os outros. A todos, sem excepção."

* Afogados os portugueses em conversas do chácha de "empreendedorismo" - é assim que se diz e escreve? -, negócios, balanços, activos à disposição e outros etc da plutocracia, a decisão peregrina de colocar 85 "Mirós" num leilão por atacado, não lembra nem ao diabo. Nem sequer parece ser coisa de tão brilhantes intelectos financeiros. O que tem a dizer, Sr. Pires de Lima?
 
Nuno Castelo-Branco

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

TENHAM VERGONHA MEUS SENHORES!

PALÁCIO DA AJUDA

Tal como S.A.R. o Duque de Bragança avisou, aconteceu. Parece incrível. Andaimes postos e facilitando a entrada de bandidos. Segurança? Aparentemente escassíssima, para não dizermos nula. 

Estando ao quase abandono há gerações, o Palácio Real da Ajuda é uma das muitas vítimas do desleixo do Estado, embora governos e presidentes dele se sirvam para umas tantas cerimónias. Sem qualquer vergonha, apresentam aos visitantes estrangeiros um edifício semi-arruinado, de fachadas escalavradas pela incúria, quando não completamente destruídas. É este um caso emblemático do Estado que temos, chegando-se ao ponto de no ediifício instalar-se o departamento de Cultura do governo português.

Sabe-se o que por lá se passa. Colecções empacotadas e sem a menor possibilidade de exibição pública, as Jóias da Coroa - já desfalcadas por um ainda recente e absurdo roubo holandês de contornos misteriosos, aventando claras cumplicidades sem castigo -, peças que pertenceram ao recheio do Palácio e que se encontram a uso de funcionários, salas deterioradas pelo passar dos anos, enfim, um aberrante contraste com aquilo que vemos noutras capitais europeias. 

"Diz-se" que aquando da visita do casal presidencial a Portugal, a Senhora Reagan entusiasmou-se com a colecção que o Palácio alberga e concedeu uma avultada verba destinada ao início das obras na fachada poente, já naquela época no estado que ainda hoje se vê. Não tendo a ridícula república portuguesa qualquer tipo de limites à falta de vergonha e indecência, essas verbas não foram aplicadas segundo os desejos da Sra. Reagan. A ser verdade esta estória, onde foi parar o dinheiro?

O Palácio da Ajuda foi assaltado. Qual a segurança prevista durante a duração das obras num edifício que além de ser um Museu, é uma das sedes da representação do Estado? Como é possível a entrada nas salas, sem que de imediato soem alarmes? Estão as janelas totalmente desprotegidas, de portadas escancaradas? Quantos efectivos policiais foram colocados no local durante a execução das obras? Quem garante o fecho de todos os acessos após as horas de expediente? 

Tal como aconteceu no caso das Jóias da Coroa, bem depressa será este assunto esquecido, varrido dos noticiários.

Tudo isto é típico, lamentável. Casa roubada, trancas à porta. Ou já nem sequer chegaremos a isso?

publicado por Nuno Castelo-Branco em Estado Sentido

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O INSULTO DE MARCO ANTÓNIO COSTA AO POVO ESPANHOL


Ontem (27.01.2014) no Jornal das 9 na SIC Notícias assisti a uma entrevista ao Vice-Presidente do PSD Marco António Costa.

No decurso da mesma, a propósito da carga fiscal a que os portugueses estão sujeitos, Mário Crespo referiu que não achava correcto que pessoas que efectuaram descontos toda uma vida se vissem agora privadas de uma considerável parte das suas reformas.

Marco António retorquiu e perguntou se não achava justo que quem mais ganhasse contribuísse também mais para o esforço a que Portugal está sujeito. Mário Crespo referiu que até aceitava desde que por parte do Estado existisse uma redução significativa da despesa para metade e começou a demonstrar que isso não acontecia, citando como exemplo as dotações dos partidos, verbas da Presidência da República, referindo que custa cinco vezes mais do que a monarquia espanhola, ao que este “iluminado” membro da maçonaria ao minuto 25’10’’ respondeu que “as ditaduras custam sempre menos, eu prefiro uma democracia que custe dinheiro, do que uma ditadura barata”.

A todos os títulos é lamentável que o Vice-Presidente de um partido do governo, ex-Secretário de Estado, com formação jurídica, pois é licenciado em Direito pela Universidade Católica do Porto, tenha proferido tamanha aberração, ofendendo o povo espanhol, que vive numa democracia, consolidada precisamente através monarquia.

É vergonhoso que um parlamentar português insulte desta forma os espanhóis, não lhe restando outra alternativa senão apresentar um pedido de desculpas e acto contínuo a sua demissão de deputado - já que, como tal, representa todo o país (art. 152º nº 2 CRP) -, por esta ofensa. Devendo de igual modo estender o pedido de desculpas aos ingleses - ou não fosse a Inglaterra a mais velha democracia do mundo - e a todos os belgas, dinamarqueses, luxemburgueses, holandeses, suecos, etc. que vivem bem melhor do que os portugueses mas que, de acordo com o seu critério, também são ditaduras!...

Será que Marco António se apercebeu que pode ter causado um incidente diplomático?

Dr. Pedro Passos Coelho é sua obrigação exigir a demissão de deputado do seu Vice-Presidente.

publicado por José Aníbal Marinho Gomes em Risco Contínuo

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

AS CONSEQUÊNCIAS DA MORTE DE UM REI



Há precisamente um ano atrás, escrevi o seguinte artigo:

Luis XVI, Rei de França e de Navarra, faz este dia 21 de Janeiro, 218 anos (este ano 221 anos!) que foi executado, por um meio bárbaro, a guilhotina, na Place de la Concorde, em Paris, depois de ter sido preso na Bastilha e julgado por um Tribunal Revolucionário.

Não me compete fazer julgamentos, porque a História está escrita, felizmente sobre esta época tanto pelos vencedores como até já pelos vencidos.

Quero apenas reflectir esse momento histórico em particular e trazer à luz as consequências que não tardaram a se fazer sentir em França e na Europa.

Luis XVI foi Rei muito novo. Era neto do Rei Luis XV e ao assumir o Trono de França, sabia perfeitamente a situação em que seu País se encontrava. Contudo, não hesitou por um instante, em ajudar as Colónias Rebeldes Norte-Americanas na sua Secessão contra a Grã-Bretanha.

Depois da Tomada da Bastilha em 1789, pelos revolucionários aceitou ir para Paris e jurou fidelidade à primeira Constituição Francesa em 1791. Durante quase 2 anos, Luis XVI foi um Rei Constitucional!

Contudo, a situação do País era grave. As grandes potências europeias lançaram-se contra a França Revolucionária, e o Rei mal aconselhado procurou se refugiar na Áustria, mas em Varennes foi reconhecido e feito prisioneiro e teve que regressar a Paris, onde a partir desse momento iria ser julgado e condenado à morte.

De facto, esta situação “da Pátria em perigo”, como alguns historiadores a denominam, psicologicamente levou a que os acontecimentos se precipitassem e levassem à morte do Rei e posteriormente da Rainha Maria Antonieta, e os que conseguiram se salvar, saíram de França, como aliás foi o caso dos Irmãos de Luís XVI, o futuro Luis XVIII e Carlos X e suas respectivas famílias assim como Madame Royale, Filha mais velha de Luis XVI e Maria Antonieta.

A França entra em Guerra com a Europa Monárquica e Absolutista. A Convenção, o Directório e o Consulado foram os principais períodos da Revolução Francesa onde foi dificil encontrar uma estabilização política. Assim, surge Napoleão Bonaparte que através de um golpe de génio (para alguns) se torna Imperador dos Franceses e se lança à conquista da Europa com vista à deposição das Dinastias Europeias Absolutistas e a favor da implantação dos ideais da Revolução Francesa.

Bem sabemos que a Herança da Revolução Francesa a nível cultural é vasta e importante, como a primeira Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que aliás Luis XVI jurou cumprir com a Constituição de 1791. Nesse documento estavam consagrados os Direitos mais elementares do Homem, nomeadamente a igualdade de todos perante a Lei. O próprio Rei ao jurar cumprir essa Declaração com a Constituição, passou a ficar sujeito à Lei.

Contudo, a Herança mais pesada da Revolução Francesa são as vítimas da mesma em França e na Europa, incluíndo Portugal. E todos os eventos revolucionários que se deram ao longo dos anos, durante o século XIX e XX, foram eventos herdeiros, de algum modo, dos ideais da Revolução Francesa, em que por esses ideais, se matou e se saquearam vilas e cidades inteiras.

A tendência para matar Reis e Imperadores, também é, de algum modo, uma herança revolucionária que posteriormente, grupos anarquistas que se foram organizando ao longo do século XIX matariam por exemplo, Humberto I de Itália, o Rei Dom Carlos e Dom Luís Filipe em Portugal, A Imperatriz Elizabeth “Sissi” da Áustria-Hungria, o Arquiduque Francisco-Fernando da Áustria, toda a Família Imperial Russa pelos Soviéticos, o Rei Alexandre da Jugoslávia, etc…

E essas mortes, grande parte delas, levaram a conflitos internos e internacionais de proporções enormes e de consequências nefastas. Como por exemplo, os casos de Portugal que levaram à proclamação de uma I República que foi uma anarquia total durante 16 anos com 48 governos!!! E o Assassinato de Sarajevo em 1914 que provocou a I Guerra Mundial. Na Rússia, o Massacre dos Romanovs levaria à implantação de uma Ditadura cruel que durou décadas nomeadamente com Estaline!

Pelo que, de facto, nem tudo o que é revolucionário é bonito de se ver e pouca gente, infelizmente, se dá verdadeiramente conta que muita gente morreu injustamente, porque defendia um certo Ideal de Pátria.

Finalmente, olhando para a França de hoje, que já vive numa V República, a qual aliás irá realizar este ano eleições presidenciais, em que terá até um Candidato da Alliance Royale – partido político monárquico Francês. Quero saudar a organização militante da Alliance Royale e desejar boa sorte ao seu Candidato às Presidenciais. Tendo em conta que os Monárquicos Franceses estão divididos em termos de preferências Dinásticas, considero primeiro fundamental trazerem a debate a questão de actualmente ser impossível em França, tal como em Portugal, um Referendo sobre o Tipo de Chefia de Estado e promoverem o debate Monarquia ou República, acabar com as velhas ideias sobre a Monarquia. Muitos franceses, tenho reparado, ao se lembrarem da Monarquia lembram-se do fausto do tempo de Luís XIV e Luís XVI, etc… É importante contrariar esses velhos e ultrapassados pensamentos para algo moderno e adequado ao tempo que se vive. A França pode muito bem ser uma Monarquia Parlamentar e Democrática e dêem se quiserem, por exemplo, a escolher quem deve ser o Rei – o candidato Bourbon ou Orleães. Contudo, a minha posição é sobejamente conhecida em relação a esta matéria em particular que gostaria aqui de sublinhar:

- Considero que SAR Luís Alfonso de Bourbon é um Jovem Príncipe extremamente dinâmico e que neste momento tem uma imagem extremamente moderna a defendê-lo.

- Contudo, tendo em consideração que o último Rei dos Franceses foi da Família Orleães, Louis Philippe Ier, então será um Herdeiro deste Rei que, quanto mais, tem toda a lógica e tem toda a legitimidade, para ser Rei dos Franceses, naturalmente estou a falar de SAR o Conde de Paris Henry VII e depois o seu filho Jean Duque de Vendôme.
 
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Hoje, voltando a reflectir sobre esta data Histórica que mudou a face da Europa indubitavelmente, gostaria de olhar para as consequências presentes da execução do Rei Luís XVI.

Quando nós olhamos para as actuais situações no mínimo inaceitáveis para um Chefe de Estado, como o actual Presidente Francês, François Hollande, assim como alguns dos seus antecessores, apercebemo-nos das fragilidades do ser humano e das tentações próprias e que  não são novidade em determinados sectores político-partidários. Não vou me debruçar muito sobre os pormenores das vidas privadas destas pessoas, apenas por uma questão de respeito que se deve a todo e qualquer ser humano, tenha ele muitos ou poucos defeitos, tenha ele cometido muitos ou poucos erros. Não me cabe a mim julgar, apenas constatar a diferença entre uma Chefia de Estado Real, actual, e uma Chefia de Estado Republicana actual.

E neste contexto, o que se verifica é que em França, seria interessante saber se os Franceses na sua maioria se sentem orgulhosos de viver em República ou se sentem orgulho nos Valores Republicanos. E nesta linha, será que uma Chefia de Estado Real esvaziada de poder político, mas com Autoridade, não seria mais interessante para a respublica francesa? Na minha opinião, a República Francesa e também de algum modo muitas outras repúblicas europeias, como a Portuguesa também, vamos começando a notar cada vez mais, que há cada vez menos Estadistas de renome. Recordo-me do General De Gaulle que até era monárquico, recordo-me de Churchill, Helmut Kohl, entre outros naturalmente. Mas os actuais dirigentes políticos serão considerados no futuro como Estadistas ao nível dos nomes que acabo de enunciar? Tenho sérias dúvidas! E é aqui que entra a Instituição Real e a Chefia de Estado Real, que efectivamente prepara praticamente desde o berço, o Rei ou Rainha para assumir um dia as funções para que está destinado. Um Rei, em Democracia, está esvaziado de Poder, isto é, não tem poder político algum, pois este está reservado aos políticos eleitos para um Parlamento, um Governo, e outros orgãos de soberania, que regem a respublica – a coisa pública – o bem comum de todos! Mas o Rei, é a Imagem máxima da Autoridade do Estado, mesmo não tendo um papel decisório em termos políticos, mas isso é uma vantagem, pois pode avaliar e aconselhar com independência e isenção os Governantes sempre que necessário. Ora, sendo um Rei preparado desde o berço para a Chefia de Estado, a Instituição Real transmitirá outra dignidade ao Cargo em sí, e um maior respeito, que é devido, ao Estado em sí, aos Cidadãos que são contribuintes do mesmo Estado e obviamente têm o direito de reclamar melhor e maior Dignidade aos seus Representantes!

E já que estamos a poucos dias de mais um aniversário do Regicídio que vitimou O Rei Dom Carlos I e O Príncipe Real, Dom Luís Filipe a 1 de Fevereiro de 1908, gostaria de fazer o mesmo paralelismo, começando pela seguinte pergunta: Valeu a pena?

Num momento histórico como aquele que se estava a viver, em que o Rei e o seu Primeiro-ministro estavam empenhados em fazer as reformas estruturais de que tanto a Monarquia precisava, destruíram-se as esperanças de uma revitalização das Instituições. E se tivermos que falar em “ses”, considero que foi um erro estratégico muito grave, a demissão de João Franco. Acho que O Rei Dom Manuel II devia ter expressado claramente que as reformas iniciadas por Seu Augusto Pai, deviam de prosseguir. A propósito, recordo-me do espanto que foi em Londres quando se soube que o Governo de João Franco tinha sido demitido, pelo Conselho de Estado. Mas verdadeiramente, as consequências do assassinato do Rei e do Príncipe Herdeiro de Portugal, hipotecaram o nosso presente. Como escrevi no meu texto acima, a desgraça da I República originou uma Ditadura e esta acabou por dar lugar ao pior que existia e que muito se assemelha à primeira experiência republicana, nomeadamente no “nível”. Talvez seja por isso, que certos sectores intelectuais republicanos, considerem que o actual regime constitucional é a II República e não a terceira, como obviamente o é…

Será que a França, Portugal, e outros países onde se mataram Reis e Príncipes em prol dos ideais republicanos, ficaram melhor?

A pergunta já tem em si uma resposta. É verdade que a execução do Rei Luís XVI foi num contexto muito diferente do caso português, com o Regicídio. Mas a França já vai na V República. Nenhum regime republicano durou muito tempo nesse país. O mesmo acontece com Portugal. Nostradamus certa vez terá profetizado que nenhum regime republicano duraria 100 anos! As Comemorações do Centenário da República, foram centradas no 5 de Outubro como a data da implantação, mas não de um só regime republicano, pois vamos no terceiro! Tal acaba por se considerar normal, dada a falta de qualidade das Instituições Republicanas em comparação com as Instituições de uma Democracia em regime de Monarquia Parlamentar. Hoje, olhando para o que e passa num Reino Unido, nos Países Baixos, na Noruega, na Suécia, no Luxemburgo, na própria Espanha que não deixou de ser um exemplo, bem pelo contrário!, demonstra-se a grande diferença que se constata os regimes monárquicos são regimes mistos, pois, por um lado têm uma Chefia de Estado Hereditária, mas esvaziada de poder, não deixando de ser a Autoridade máxima do Estado, e por outro lado a República ter os seus representantes eleitos normalmente, como em qualquer Democracia! Alguns especialistas em Ciência Política, consideram que os regimes parlamentares consagram, de algum modo uma espécie de “Presidencialismo do Primeiro-ministro”, dado que efectivamente, quem Governa, quem dissolve o Parlamento, em nome do Rei, é o Primeiro-ministro, líder do partido político mais votado!

Concluíndo, as consequências da morte do Rei, seja ele donde for, são o primeiro passo ilustrativo da decadência e dos defeitos e ambições desmesuradas do Ser Humano. Em nome da Liberdade se matou, em nome da Liberdade se perseguiu, em nome da Liberdade se mediocrizaram as Instituições fundamentais. Tendo em conta o quadro que actualmente se apresenta com os futuros candidatos presidenciais em França e em Portugal, que, na minha opinião, não são Estadistas na verdadeira acepção da palavra, apenas políticos de carreira ou professores universitários com uma carreira política de curta ou media duração, seria interessante, haver em ambos os países uma profunda reflexão nacional e os portugueses encontrarem a única alternativa que, depois da intervenção estrangeira poderá ajudar com independência e insenção à recuperação da moral na política e no serviço público. A Instituição Real, que é para muitos uma simples homenagem à tradição, não é, de todo um regresso ao passado, mas é acima de tudo, a valorização do passado, para dar ânimo com uma boa injecção de patriotismo, para reerguer a Dignidade do Estado, e com isso fomentar um novo rumo para Portugal. A Chefia de Estado Real, tanto em França como Portugal ajudará seguramente a dignificar a própria respublica fragilizada.

Assim, tanto em França como em Portugal temos as Alternativas. Em França temos SAR O Conde de Paris, Henrique de Orleães, e em Portugal temos SAR O Duque de Bragança, Dom Duarte de Bragança. Ambos são primos, ambos são parentes do Rei Luís XVI, e ambos estão prontos para assumir os seus Tronos, quando os povos respectivos assim o quiserem. Cabe aos Cidadãos de ambos os Países reconhecerem que pelo peso da História de ambas as Dinastias, que se confundem com as respectivas Histórias Nacionais, o Trono é o único lugar onde ambas têm que estar. Os Tronos pertencem à História dos Povos, pois são estes, que determinam se querem ou não ter um Rei e uma Dinastia a guiá-los pelos caminhos, nem sempre cheios de sol, da História!

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SUAS ALTEZAS REAIS, OS DUQUES DE BRAGANÇA NA MISSA DA SÉ CATEDRAL DE BRAGA


 
 
 
 
 
 
Túmulos dos Condes D. Henrique e D. Teresa
 
 
Duque de Bragança participou ontem com a esposa na missa na Sé de Braga
O duque de Bragança considerou ontem que, neste momento, não existe em Portugal o risco de haver uma convulsão social motivada pela degradação das condições de vida de milhares de portugueses em resultado das medidas de austeridade, mas alertou para a necessidade de apoiar as comunidades de imigrantes e outras minoritárias que vivem segregadas.
«Acredito que não vai haver essa situação», disse D. Duarte Pio, sustentando a sua convicção com o que tem acontecido em Portugal quando há «situações difíceis»
«É nestas alturas que os portugueses se unem mais e se ajudam uns aos outros. E este trabalho de solidariedade e de caridade tem-se desenvolvido muitíssimo», afirmou.
O descendente da Casa de Bragança lembrou, contudo, que há grandes comunidades de imigrantes em Lisboa e no Porto que «vivem muito segregadas, separadas» e «não se integraram», para as quais, disse, tem que haver um «esforço especial» para que «esses grupos de risco, um pouco marginalizado, não se sintam afastados» [da sociedade].
O duque de Bragança deu o exemplo de imigrantes de origem africana, que «muitas vezes estão um bocado segregados» e exigem um «cuidado especial», e da comunidade cigana que vive em Portugal «há séculos» e «continua segregada».
«É necessário um trabalho positivo da nossa parte, de apoio e de ajuda para que consigam ter o seu papel na sociedade», defendeu.
D. Duarte referiu que não basta praticar a solidariedade para com as pessoas que conhecemos e de quem gostamos, é necessário também ser-se caridoso com aqueles que não conhecemos e precisam de ajuda. «A caridade é por amor a Deus», disse.
O duque de Bragança falava ao Diário do Minho à saída da Sé Catedral de Braga, onde participou, acompanhado da esposa, D. Isabel de Herédia, numa missa, na qual o Arcebispo de Braga apelou à unidade e à vivência dos valores que identificam a nação que, disse, «são de uma verdadeira identidade, uma matriz própria».
No arranque da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, D. Jorge Ortiga pediu aos fiéis que não se limitem a assistir «àquilo que os outros vão fazendo ou construíndo», mas testemunhem os valores da Igreja e proponham com «audácia» e «coragem» aquilo que hoje «faz falta» a Portugal.
«O que faz falta a Portugal é essencialmente esta realidade de determinados valores que a Igreja foi sublinhando ao longo de toda a história», disse o prelado na homilia, acrescentando que «só com a colaboração de todos conseguiremos um Portugal mais justo, mais fraterno, mais igual e fiel a si próprio e sobretudo digno de uma história que é única no mundo inteiro».
A Sé de Braga, onde estão sepultados o conde D. Henrique e D. Teresa, não recebia os duques de Bragança há 17 anos, desde o baptismo do seu filho mais velho, Afonso.
O deão da Catedral, o cónego José Paulo Abreu, agradeceu a D. Duarte e D. Isabel por terem participado no jantar em favor das obras do Sameiro, na Colunata do Bom Jesus, e por se terem solidarizado por esta causa desde o primeiro momento.