segunda-feira, 29 de junho de 2015

O Fascínio dos Nossos Reis

Viagem Dom Manuel II a Inglaterra


Não se pense que o fascínio que os nossos Reis provocavam era apenas interno, pois as Suas viagens oficiais ao estrangeiro eram sempre acompanhadas pelos locais e pelas mais prestigiadas publicações da Nação visitada.

A Monarquia é uma instituição que comporta uma carga simbólica sem paralelo; com admiração, o Povo reconhece o valor que ele julga o melhor e o mais poderoso da Nação: o Rei. O Rei personifica a Nação e como tal tem o precioso dom único de encarnar a sua História. Essa é a qualidade original e exclusiva da Realeza: garantir a continuidade da realização do projecto nacional.

A mística real é fruto da relação instantânea e afinidade natural que se estabelece entre o Rei e o seu Povo, Elo inquebrantável desde a fundação das nacionalidades.

Um Rei encanta com a Sua sociabilidade que facilmente atende e se interessa pelas reivindicações do seu Povo, mas também pela Sua dignidade familiar, pois um Rei já nasceu para ser Rei, não é Rei porque ficou rico e/ou poderoso ao cavalgar o galarim da política. O Rei é a verdadeira e única Promessa de Bondade e, também, de Justiça imparcial! Realmente, nenhuma outra instituição granjeia mais reputação de isenção, de supra-partidarismo e contribui para a estabilidade, do que a Instituição Real, porque um Rei independente de calendários eleitorais, sem filiação partidária, sem políticos ou ideologias favoritos e estranho a qualquer mudança na política partidária, funciona como um símbolo de união e isenção.

Como escreveu Fernando Pessoa, em 1935, já saudoso da figura real que havia sido afastada – não pela vontade popular, mas pelo escol republicano e carbonário – há 25 anos:

O rei reside em segredo
No governar da Nação,
Que é um realismo com medo
Chama-se nação ao Rei
E tudo isto é Rei-Nação.

A Coroa visará a consecução do interesse público, pois o Rei gozará sempre da plena liberdade de meios para garantir o bem público, o bem da coisa comum, o bem da res publica! Um Rei era privado de egoísmos, atento somente ao bem geral; o seu bem será sempre o bem alheio, o bem comum e, esquecido de si, põe-se sobretudo ao serviço dos outros, da Nação.

Os episódios da História do Reino são capítulos genuínos de tempos fabulosamente animados pelo amor à Pátria e ao Povo, de símbolos vivos de glória, não de simples consumo interno, mas que provocavam a admiração além-fronteiras, pois a Coroa Portuguesa foi a Instituição nacional mais admirada e ousada nas mais remotas partes do Globo. A Nação Portuguesa foi, na maior parte da sua História quase milenar, essencialmente Monárquica e o Reino de Portugal foi todo ele uma história de vitórias, pois as Quinas portuguesas faziam tremular qualquer estrangeiro mal-intencionado. Quando o ‘Pelo Rei!’, era o grito nacional do Povo fiel às instituições e à independência da Monarquia Portuguesa, que jamais se submetia ao jugo estrangeiro, os nossos maiores recebiam penhor da gentileza e respeito dos estrangeiros!

O princípio do fim verificou-se quando “a antiga fascinação exercida nos espíritos pelo poder dos reis e poder dos exércitos tem sido igualmente atenuada pelo poder superior que modernamente se reconhece ter essa coisa impessoal chamada dinheiro”, escreveu Ramalho Ortigão, e os Reis foram substituídos pelas oligarquias republicanas, que não têm nem provocam fascínio, que tem popularidade negativa, que não são nem provocam apontamento de nota e que fazem as parangonas nacionais e internacionais pelos mais vis motivos, que são chacota e motivo de reprovação.

Mas, ao contrário, a Memória dos Reis vive e só ela vive… nas páginas da história e na nossa recordação e prontas a renascer… no Rei a Ser!

Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica

VIVA O SÃO PEDRO!



domingo, 28 de junho de 2015

D. Carlos I, Um Rei no Mundo


Dom Carlos I a Cavalo


Nunca a nossa cultura seria tão rica se não fosse o papel preponderante dos nossos Reis e Príncipes no financiamento do talento e não raras vezes mesmo na própria produção artística.

Lograstes Portugueses, em Dom Carlos I, um Rei Perfeito, pois não só era um intérprete da Vontade Nacional que com ponderação e firmeza e com o seu Poder Moderador acrescentou algo mais aos três poderes: legislativo, executivo e judicial. Exercido plena e livremente pelo Rei era a chave de toda a organização política e o Rei, como Chefe de Estado, incessantemente velava sobre a manutenção da independência, equilíbrio e harmonia dos mais Poderes Políticos. O Monarca era, tal-qualmente, um árbitro imparcial que não excluía o contacto com ninguém, até por dever institucional, mas antes procurava a harmonia entre diversas facções sociopolíticas, acima de intrigas mesquinhas, funcionando como um factor construtivo e decisivo para o funcionamento das instituições democráticas.

F.A. Oliveira Martins, “El-Rei D. Carlos I” in “Semana de Lisboa”, 1/1/1893: «Foi uma coroa de espinhos a que o moço rei teve para colocar sobre a cabeça, e nem o brio da juventude lhe permitiu um instante o gozo da vaidade, a que se chama fortuna. (…) E antes, depois e sempre, em todo o decurso deste já longo terramoto, cujo fim não vimos ainda, o moço rei, sozinho, desajudado de homens prestigiosos que lhe amparassem o trono, com partidos desconjunturados que na hora do perigo se demitem, confessando meritoriamente a sua impotência, ouvia estalar os tiros sediciosos do Porto e crescer a vozearia, confundindo os erros da sociedade com a responsabilidade da Coroa, esperando a salvação da queda da monarquia. Como se, no jogo mais ou menos imperfeito das instituições vigentes, houvesse alguma espécie de tirania! Como se o homem, que ontem se sentou no trono, pudesse ser responsável pelos erros acumulados em dezenas, em centenas de anos! Como se a desesperança, a apatia, o abandono com que a sociedade portuguesa se submete à oligarquia das clientelas e cabalas que a exploram, fossem filhas da acção perniciosa da Coroa! Como se, pelo contrário, não pudesse o rei queixar-se de tantos que desertam o seu posto…»

Dom Carlos O Oceanógrafo

Depois temos El-Rei Dom D. Carlos cientista, o responsável pela fundação das ciências oceanográficas em Portugal. Leia-se o relata na primeira pessoas da Sua 1.ª Pesquisa Oceanográfica:
«Ao começar as minhas campanhas oceanográficas, dediquei-me desde logo quase exclusivamente ao estudo dos peixes que obtive, e fui levado principalmente a esta especialização de estudo, por ver a grande importância das pescarias na nossa costa, e acreditar que, talvez, por um estudo metódico da distribuição e das épocas de passagem das diferentes espécies nas nossas águas, melhores resultados pudessem ser obtidos. Hoje, depois de oito anos de observações e de estudos, estou cada vez mais convencido, que se prestaria um grande serviço, à nossa indústria piscatória, publicando um catálogo crítico em que, não só se encontrassem as espécies de peixes que habitam ou frequentam os nossos mares, como também se indicassem com precisão o seu habitat, as épocas de reprodução, as de passagem e os processos de pesca que a experiência aconselhasse preferíveis

Ficaram para a posteridade os seus estudos oceanográficos e ornitológicos. A tudo isto, como se fosse pouco, juntava-se-lhe o Rei-Artista: exímio pintor, Sua Majestade Dom Carlos I de Portugal, recebeu inúmeros prémios internacionais pela sua pintura, concursos a que competia não como Rei, mas como um concorrente equiparado aos demais, sem privilégio ou favorecimento.

João Franco Castello-Branco, in Cartas D’El-Rei Dom Carlos I a João Franco Castello-Branco, Seu Último Presidente do Conselho, Lisboa, 1924: «Com uma instrução geral que o não deixava encontrar hóspede em qualquer assunto de conversação; conhecedor e possuidor de línguas, especialmente do francês e do inglês, por forma que delas se servia como de sua própria; dado ao gosto e cultura das Belas-Artes, em uma das quais, a Pintura, foi distintíssimo; habituado nos sports e, como atirador, excepcionalmente forte – reunia a tudo isso ser o homem mais bem-criado do seu País, dotado de um humor sempre igual, sem descair nunca na vulgaridade, nem deixar perceber de si, em qualquer circunstância, sinal de contrariedade, despeito ou irritação.»

Como escreveu Raul Brandão:  «Se o deixam viver, tinha sido um dos maiores reis da sua dinastia.» Segundo o mesmo autor, novamente sobre El-Rei Dom Carlos I de Portugal: «Se o rei tratava os políticos como lacaios, tratava a gente do povo com extrema bondade.» Continuando a citar Raul Brandão, «D. Carlos aponta a África a uma plêiade brilhante de oficiais, que ele próprio incita, compreendendo que o grande Portugal é outro, e que esta faixa de terreno, com um clima agrícola horrível, só pode ser vinha e um lugar de repouso e prazer. De lá, desse novo Brasil – dos extensos planaltos de Angola, que duas vezes por ano produzem trigo -, tem de nos vir o oiro e o pão. O resto é visão de pequenos estadistas de trazer por casa. Só ele fala (e sonha) num Portugal Maior, e num Portugal esplêndido.»

Desta forma, o Monarca servia o tradicional papel de encarnar e representar esta tão Grande Nação aprontando para este tão Grande Povo mais Grandes feitos, na senda dos Seus Avoengos porque, caso único no Mundo, é um facto que desde Dom Afonso I Henriques o Reino de Portugal conheceu quatro Dinastias, mas todas elas pertencentes à mesma Família, que engrandeceu a Nação e que dando início à epopeia dos Descobrimentos, assim chamada a descoberta geográfica do Mundo empreendida pelos portugueses, foi reflexo do paradigma do Renascimento na medida que o humanismo não se trata apenas de um ideal de cultura, mas um ideal de pensamento de confiança no Homem. Com os Descobrimentos Portugal participa na primeira linha da construção de um admirável mundo novo, e Dom Carlos I continuou a sondagem desse Mundo através das suas investigações.

A Dom Carlos I, assenta pois, como uma luva, mesmo naquele século XIX e início do XX, a denominação de Príncipe da Renascença que designava aqueles Homens que dominavam com mestria superior várias artes e ciências. Poucos houve com merecimento desta titularia, mas muitos Reis Portugueses foram coroados, também, com esta Glória – também, caso único no Mundo!

Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica

sábado, 27 de junho de 2015

O Bem-Fazer da Rainha D. Amélia



Em época de Estio lembremos que foi a nossa Rainha Senhora Dona Amélia a fundar o Instituto dos Socorros a Náufragos, em 1892, o que fez depois de ter socorrido um pescador cujo barco tinha naufragado e que se encontrava em sérias dificuldades no mar. Dona Amélia, senhora de uma forte compleição física – sem que isso resultasse em qualquer perda de graciosidade -, ao ver o pescador em apuros não hesitou em lançar-se à água e salvar o náufrago.
Como escreveria Eça de Queiroz, a Rainha era de uma ‘grácil e natural beleza que se debruça, espalha perfume, dispersa frescura, e logo, formosamente, retoma a sua elevação natural.
A imprensa da época deu grande repercussão à notícia do salvamento e o Augusto marido da Rainha, El-Rei Dom Carlos I de Portugal quis condecora-La pelo feito, mas a Rainha recusou qualquer homenagem. Não obstante essa negativa a uma distinção, Dona Maria Amélia Luísa Helena de Bourbon-Orleães e Bragança, princesa de França, Rainha de Portugal, viria a ser agraciada com comendas por parte do Imperador Guilherme II da Alemanha e Rei Carlos V da Suécia, pois o Corpo Diplomático estrangeiro presente em Portugal fez da notícia da coragem e abnegação de Sua Majestade a Rainha um caso de repercussão positiva internacional.
Recorde-se ainda que a Rainha Dona Amélia durante todo o reinado de Dom Carlos I se interessou sempre pela erradicação dos males da época, como a pobreza e a tuberculose, fundando ainda, em 11 de Junho de 1899 o Instituto Nacional de Assistência aos Tuberculosos, a Assistência Nacional aos Tuberculosos, assim como dispensários, sanatórios como o Sanatório para a Assistência Nacional aos Tuberculosos, em 18 de Maio de 1907; além de lactários populares, cozinhas económicas e muitas creches, assim como fundou oInstituto Pasteur em Portugal.
Dona Amélia viu mesmo o seu trabalho com os necessitados ser reconhecido recebendo a Rosa de Ouro, atribuída pelo Papa Leão XIII a 4 de Julho ano de 1892, Dia de Pentecostes.
Como ainda escreveria Eça de Queiroz:
Neste século, porém, mesmo sem aludir à triunfal soberana que o enche e que, como Augusto, criou uma era, a era vitoriana, abundam rainhas estimáveis pelo carácter, pela inteligência, pela compreensão da dignidade real, pelo fecundo emprego da existência. A Rainha de Portugal pertence a essas soberanas bem louvadas, que, por lhes faltarem já tantos direitos e, não desejando definhar na inutilidade através das frias salas dos paços, se impõem muitos e graves e laboriosos deveres. E a dois desses deveres se aplica a rainha com tocante atenção, ao dever íntimo e teologal, como lhe chamaria um padre da Igreja, do aperfeiçoamento próprio, e ao dever público, nacional, da educação dos príncipes.’
Miguel Villas-Boas 

Feira Afonsina 2015


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Corre o mês de Abril do ano da graça de 1128 e as tropas de Castela, comandadas por Afonso VII, haviam levantado o cerco às terras de Guimarães. O burgo volta paulatinamente ao seu quotidiano onde o clima de paz estimula a população a retomar as suas actividades habituais. 
De forma a agradecer às suas gentes, que com ele haviam passado male et pena, e garantir a continuação desse mesmo auxílio, D. Afonso Henriques confirma o foral outorgado por seu pai (1096) e concede novas regalias aos moradores de Guimarães. Tais regalias, embora questionadas, são bem recebidas pelo povo que rejubila e festeja e pelos senhores que viriam a apoiar o Infante naquela decisiva tarde de 24 de Junho, nos campos de S. Mamede...

Espectáculo / Momentos de Recriação
Sexta-feira - 26 | 17H30, 19H30, 21H30 e 22H30
Sábado - 27 | 11H30, 15H00, 18H00, 21H30 e 22H30
Domingo - 28 | 11H30, 15H00, 18H00, 21H30

Confirmação do Foram de Guimarães - Tribunal da Relação de Guimarães
Após o cerco a Guimarães, o príncipe Afonso Henriques acompanha seu primo, Afonso VII, a Santiago de Compostela, deixando para trás um burgo e uma população que tão bravamente tinham resistido aos intentos do imperador.
Regressando ao Condado, o jovem príncipe sente que tem uma dívida de gratidão para com Guimarães e o seu povo. Decide, então, confirmar-lhes o foral outorgado pelo conde D. Henrique, seu pai, concedendo-lhes novos privilégios e antecipando, até, a lealdade que lhes seria pedida em futuras quezílias com Dª Teresa.
*. Entrada limitada à lotação do espaço. Admissão por ordem de chegada.

Anúncio público do foral 
Confirmado que fora o foral, urge que a sua nova redacção seja tornada pública. Pelo burgo, o arauto empenha-se em dar a conhecer a todos as novas disposições acrescentadas pelo príncipe Afonso Henriques a um foral que já não era novo.
Mas se há quem receba com agrado os novos preceitos agora anunciados, outros há que os questionam e que se perguntam sobre os motivos de tais disposições.

Horários:
Sexta-feira 
18h30 – Praça da Oliveira
20h00 – Largo da Misericórdia
21h30 – Estátua Afonso Henriques
23h00 – Largo Cónego José Maria Gomes

Sábado 
13h30 – Largo da Misericórdia
16h00 – Praça da Oliveira
19h00 – Largo Condessa do Juncal
22h00 – Estátua D. Afonso Henriques
23h00 – Largo Cónego José Maria Gomes
Domingo
13h30 – Largo da Misericórdia
16h00 – Largo da Oliveira
19h00 – Largo Condessa do Juncal
21h30 – Estátua D. Afonso Henriques

Áreas temáticas
Acampamento rurall (Ruris vivendi) (Junto ao Castelo de Guimarães)
Naquela encosta, ali bem perto das muralhas, pode-se avistar um acampamento onde as pessoas sobrevivem do que a terra e os  animais lhes dão. É um ambiente rural onde a vivência e os costumes relacionados com a agricultura, criação de gado e a caça estão bem presentes.

Arraial (Junto ao Castelo de Guimarães)
Como forma de protecção e de preparação para as batalhas, os militares juntam-se nas imediações do castelo montando Arraial. O quotidiano das tropas de D. Afonso Henriques é de intenso treino. Uma série de talentosos artífices acompanham a coluna fornecendo as mais diversas necessidades: armas, roupa, comida…

O Jardim dos Infantes (Colina Sagrada)
No jardim do Largo Martins Sarmento, um espaço lúdico para os infantes e seus acompanhantes se divertirem. Os mais pequenos irão treinar a sua bravura e destreza em jogos e brincadeiras fundamentais para o desenvolvimento das futuras damas e cavaleiros.

Largo do oculto (Largo dos Laranjais)
Ensombrados pelas flores e folhas de laranjeira, escondem-se aqueles que da sociedade procuram retiro. Os seus produtos e crenças pertencem ao oculto. Para além dos conselhos e consultas existem pedras com poderes especiais, ervas medicinais, amuletos, mezinhas e outros produtos místicos.

Quelho das desgraças (Rua João Lopes de Faria)
Este é o habitat dos larápios, dos pedintes, das meretrizes, dos loucos e dos empestados. Vivendo em comunidade, são obrigados a interagir pois este é o local onde todos podem sobreviver. A esterqueira, os objectos de tortura, o pequeno altar dos renegados, as padiolas, o carro dos cadáveres, os baldes da água de lavar feridas, entre outros, são elementos fortes deste quadro vivo.
Praça de mercar (Rua de Santa Maria)
Chega a caravana de mercadores mas a sua passagem é marcada pela sonoridade dos chocalhos e aromas dos produtos frescos. Ouvem-se pregões das bocas dos mercadores a chamar a clientela madrugadora. A vida no burgo aquece à medida que o sol ilumina as praças, ainda cobertas por um manto de nevoeiro das fogueiras da noite passada.
Chegada dos mercadores: todos os dias às 10h30
Partida dos mercadores: todos os dias às 21h30

Largo do Duques (Largo da Misericórdia)
Aqui brinca-se à época..., acompanhados de seus pais ou ao cuidado atento das Amas do reino; pequenos Cavaleiros aprendem a
defender as suas Damas, juntos intentam as danças da corte, declamam com os jograis, sonham ser trovadores, enfeitam os seus cabelos com flores, e pintam seus amores.

Estalagem Ti-Berna (Largo Condessa do Juncal)
Diz-se que é na Estalagem Ti-berna que se bebe o melhor vinho e se comem as mais apreciadas iguarias da região. Esta fama traz clientela das mais distantes terras, forasteiros à procura de descanso e diversão, mas nem todos com as melhores intenções... Entre uma e outra confusão, bêbados, Taberneiros, homens e mulheres do povo, protagonizam as histórias mais incrédulas, num espírito de festa e confraternização.

Zona das iguarias (junto à estátua de D. Afonso Henriques, Largo José Maria Gomes, Rua D. Nuno Álvares Pereira e Largo Condessa do Juncal).
Área dedicada ao repasto de toda a população. À volta de uma mesa as conversas jorram como o vinho das pipas
e por entre os pregões e o fumo das brasas, vão se partilhando os mais diversos petiscos e iguarias, confeccionados segundo as técnicas mais antigas.

B - Zona de mercadores (Largo Maetins Sarmento, Praça de S. Tiago, Largo João Franco, Largo da Misericórdia, Largo Condessa do Juncal e Largo da Oliveira).
Era o comércio uma das principais actividades económicas nos tempos Afonsinos. E como tal, todos aqueles que eram dotados da arte de criar objectos e utensílios de trabalho ou ócio, reuniam-se para mostrar e vender seus produtos.

Oficinas para todos 
Actividades para o público (Actividades de inscrição obrigatória, e limitadas a lotação máxima. Inscrições no posto de informação)

Almoço  / Jantar no arraial
Uma refeição diferente, confeccionada com as técnicas e ingredientes da época.
Duração: 90 minutos
M/6
Preço
: 6,00:€
Horário: todos os dias às 13h00 e 20h30
Inscrições: Até 60 minutos antes da hora pretendida
Limite de 8 pessoas

Visita ao acampamento dos arqueiros
Uma visita guiada ao mundo dos arqueiros. O processo de fabrico do arco e flecha, algumas das técnicas de combate e alguns
ofícios do quotidiano são componentes desta visita.
Duração: 30 min
M/6
Horários
: todos os dias às 15h00 e 18h00
Inscrições: Até 30 minutos antes do inicio da actividade
Limite de 10 pessoas

Na pele de um guerreiro
Os visitantes poderão tomar parte de um treino militar. Desde o experimentar de algumas vestes e armas às técnicas mais básicas do treino com espada e/ou lança.
Duração: 30 minutos
Horário: todos os dias às 16h e 19h
M/12
Inscrições
: Até 30 minutos antes do inicio da actividade
Limite de 10 pessoas


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Viagem do Príncipe Real



A Viagem do Príncipe Real

Em época de Verão e de viagens, importa recordar a importantíssima viagem do Príncipe Real às, então, colónias africanas. Mas antes disso, recorde-se: o Príncipe Dom Luís Filipe de Bragança, Príncipe Real e Duque de Bragança era o herdeiro do trono de Portugal e a promessa de continuidade da Casa Real Portuguesa.

El-Rei Dom Carlos I foi atribuindo, ao Duque de Bragança, postos honorários do exército no Esquadrão de Lanceiros do Rei, Regimento de Cavalaria nº 2 e nomeou-o ainda Comandante honorário do Colégio Militar e, ainda, durante a Sua adolescência começou o Príncipe Real a ser integrado gradualmente nas funções oficiais, tendo amiúde participado nas cerimónias das visitas oficiais de monarcas estrangeiros, como a de Eduardo VII, em Abril de 1902 ou a do Presidente Francês Loubet.

Tal-qualmente, o Príncipe Real viajou várias vezes para o estrangeiro, nomeadamente representar o Rei português, em Westminster, na Coroação do primo Eduardo VII, em Junho de 1902. Aí em Londres foi investido como Cavaleiro da Ordem da Jarreteira, o penúltimo português a ter essa honra – o último seria o irmão El-Rei Dom Manuel II.

Em 1902 acompanhado pela mãe e irmão cruza o Mediterrâneo num prolongado cruzeiro.
Quando SS.MM. os Reis se deslocaram a Paris, entre 20 de Novembro e 20 de Dezembro de 1905, e também a Madrid, entre 11 e 16 de Março, coube a Dom Luís Filipe assumir a regência do Reino, funções que cumpriu com grande presteza e competência facto pelo qual lhe foram tecidos enormes elogios.

Dom Luís Filipe viajou, também, para Madrid, ainda nesse ano, para assistir ao casamento do primo o Rei Afonso XIII, com a princesa Vitória de Battenberg, onde escapou a um atentado à bomba perpetrado por um anarquista, contra o monarca espanhol.

Nos termos do art.º 112.º da Carta Constitucional em 13 de Abril de 1906 – Constituição que havia jurado em 1901 -, o Príncipe Real tomou assento no Conselho de Estado, a posse de um lugar que era seu por inerência aos 18 anos.
Ora estavam reunidas as condições para a mais importante viagem que o Príncipe Real ia fazer até àquela data: o périplo pelas colónias africanas.
A viagem do Príncipe Real aos domínios portugueses em África foi o acontecimento político mais importante da jovem vida de Dom Luís Filipe, até porque era o primeiro membro da família real a fazer tal viagem.

Foi uma despedida emocionada a que a Família Real proporcionou ao garboso e jovem Príncipe Real e o Povo não quis perder nenhum momento.

Dom Carlos e Dom Manuel

Embarcou a 1 de Julho de 1907 a bordo do paquete África da Companhia Nacional de Navegação e visitou S. Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, e ainda as colónias inglesas da Rodésia e da África do Sul, quando regressava passou por Cabo Verde.

Com uma parca comitiva, mas sem precedentes, o jovem Príncipe Real foi aclamado por todo o lado que passou. Em Viagem do Príncipe Real, escreveu o Conselheiro Ayres de Ornellas – que acompanhou Dom Luís Filipe na viagem: ‘Exercia a sua insinuante figura, a um tempo tão moça quão varonil uma atracção indefinível, por todos experimentada. Acrescia a um amor pela sua terra, um fervor pelo sentimento patriótico que a todos também se comunicava, enquanto que uma educação primorosamente cuidada servida por uma inteligência claríssima e auxiliada pela prodigiosa memória da sua Casa. Contribuía prodigiosamente para o êxito triunfal da viagem, destinada a marcar apenas os derradeiros lampejos de glória de um Reinado a que ia em breve pôr termo a mais atroz tragédia da nossa História.’

Em S. Tomé deliciou-se com a vegetação tropical e foi recebido numa colónia engalanada e em festa. Em Angola os Sobas, na sua Presença, e perante expressivos arranjos musicais dos instrumentos locais, prestaram-lhe as sentidas homenagens e juraram-lhe fidelidade. Depois, em Lourenço Marques, foi recebido, a 29 de Julho, com vivas ao Príncipe e à Pátria Portuguesa e desfilou nas ruas por entre arcos enfeitados a rigor e perante uma entusiástica população que aplaudia o seu Príncipe Real. Depois foi à Rodésia e por fim à África do Sul, onde teve um acolhimento singular da comunidade local que lhe rendeu diversas homenagens.

Príncipe Real

Depois do Cabo regressou a Angola e no regresso a Portugal passou por Cabo Verde. Chegou a Portugal em 27 de Setembro de 1907, onde encontrou uma Nação em efervescência política.

Em todos os locais que visitou causou Dom Luís Filipe de Bragança a mais distinta impressão, facto pelo qual já na metrópole foi elogiado pelo seu desempenho pelo Rei, seu pai, e pelo Conselho.
‘Saudades!’ do Seu Príncipe, diria depois o Povo, daquele Rei a Ser cuja jovem vida, ainda nos primeiros capítulos, o terror republicano ceifou a 1 de Fevereiro de 1908.

Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica

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Festa dos Tabuleiros 2015

Real Associação do Médio Tejo: Festa dos Tabuleiros 2015

quinta-feira, 25 de junho de 2015

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Nasce D. Nuno Álvares Pereira...

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Batalha de São Mamede


O reinado de D. Afonso Henriques é, por assim dizer, uma peça inteiriça: todo ele, de ponta a ponta, é um sistema de esforços conjugados, e superiormente dirigidos, para a independência do Condado de Portugal.

A batalha de S. Mamede é o primeiro acto decisivo, claro, que não admite dúvidas, da série gloriosa de feitos do fundador do Reino de Portugal. É o nosso grito de independência, é a nossa primeira afirmação de personalidade e de vontade. Vitorioso da hoste estrangeira, Afonso Henriques ergue voo, nas suas legítimas aspirações, e sonha o talhar de fronteiras que é o seu longo reinado.

Génio político e militar formidável, Afonso Henriques é o obreiro máximo da nossa existência como Nação. E foi na batalha de S. Mamede que o plano grandioso se fixou, se concretizou e definiu. Sem a batalha de S. Mamede, a história de Portugal não podia existir: ela foi o seu berço.

Tudo quanto veio depois, a obra inolvidável das dinastias que se seguiram, saiu do combate dos campos de S. Mamede, em que D. Afonso Henriques passando sobre os seus sentimentos de filho, defrontou a vontade da Mãe, subjugada à influência do estrangeiro. Perdoa-se a D. Teresa essa fraqueza sentimental de uma paixão serôdia – recordando-se que também ela cooperara, ainda em vida do marido, para que as condições do condado portucalense tornassem possível o gesto audacioso de Afonso Henriques, em 1128.

Volvidos 800 anos sobre essa data fascinante, a Nação persiste. Foi a continuidade da Realeza que garantiu essa persistência. Neste ano em que escrevo, em que me irritam os nervos, cantos de sereia castelhana que mascaram mal disfarçados apetites do Imperialismo Ibérico, é um dever, e um dever sagrado, recordar a batalha de S. Mamede, e a figura prestigiosa do Rei que a venceu. Coincidência curiosa: há oito séculos, nasceu Portugal. Em 1128, ergue-se o Sol magnífico; em 1828, abre-se a noite nefanda. Como vimaranense e como português, não posso, nesta hora, calar o grito sagrado: – Viva Portugal!

Alfredo Pimenta in «A Ilustração Moderna», n.º 25/26, Julho-Agosto de 1928.


VIVA O SÃO JOÃO!



terça-feira, 23 de junho de 2015

Alegria - O motivo da mudança | O que somos e o que queremos ser

Quando existe tempo para reflectir ou mesmo sentir, normalmente é quando se estabelecem as melhores conclusões. Quando existe esse tempo, por exemplo em período de repouso ou de férias, e nos deparamos com o Portugal profundo, do Alto Minho ao Alentejo e depois ainda o Algarve, composto pelo nosso povo, as nossas gentes, as ermidas seculares, os castelos da reconquista aos mouros, os monumentos, os padrões portugueses, as estátuas evocativas do nosso passado inspirador, os trajes, as tradições, as estórias e as histórias da História portuguesa, os legados, o folclore, a nossa música, a atitude portuguesa, a gastronomia, a vinicultura, as belas praias e paisagens, etc, etc, qualquer um que seja minimamente sensível sente, neste contexto de especificidade lusa, a indesmentível ligação ao nosso passado, aos nossos Reis. É impossível não constatar essa afinidade! Existe, até mesmo de facto, um nexo causal, um elo, ainda hoje fortíssimo, que une esse Portugal quase milenar aos seus Reis. Pensar sobre este País é inevitável ter sempre de contar com os Reis dos portugueses.

Todavia, o Rei não se encontra hoje entre nós. O Portugal dos Mares e das Descobertas, do azul e branco deixado por Afonso Henriques e Sancho I, foi (a)tingido por um manto vermelho que traduz pouco orgulho, pouca alegria e, acima de tudo, pouquíssima ligação àquele nosso passado, não nos indicando o melhor caminho para sermos, ao menos, quem sempre fomos. Separaram os portugueses daquele que lhes deu identidade.

Desde 1910 que o eixo directo a Aljubarrota, bem como à aventura dos Descobrimentos, foi interrompido, e presentemente, em república, na sua terceira versão de regime, é como se fingíssemos continuar jogar o mesmo Jogo da Glória, jogo que uma vez a teve mas que agora já não a tem, como uma criança a jogar ao Super Mario Bros. numa consola, mas sem ter o Super Mario.

Carecemos, pois, de nos repensar enquanto colectivo para que possamos ter a certeza se queremos continuar como estamos ou, ao menos, tentar, termos a ousadia de procurar uma alternativa que nos estimule novamente, que nos devolva a esperança, o orgulho e, sobretudo, a alegria de sermos portugueses como já prosperamente fomos. Neste contexto, nada como recordar as sintomáticas palavras de Miguel Villas-Boas que falava acerca da alegria de estar perante o nosso Rei, uma alegria que um monárquico sente (e que já tive a fortuna de sentir) mas que um português clarificado e esclarecido com o seu passado e com o seu presente também não pode deixar de sentir: «Passava Ele e com Ele passavam a Reconquista, Aljubarrota, as Descobertas, as Caravelas, a Restauração… eis Sua Majestade que Nele contém a História de Portugal!».

Como um dia escrevi: Alegria só em Monarquia!

PPA

OS BRASÕES DA SALA DE SINTRA




Os Brasões da Sala de Sintra

O Rei Dom Manuel I, o Venturoso (1495 a 1521), foi quem fez reunir pelo reino de Portugal todos os brasões, insígnias e letreiros, para acabar com o livre arbítrio no uso das armas e concessão de brasões. Com este material, transcrito e falado, planeou fazer um livro onde fossem pintados os brasões. Consta que existiram três livros de brasões, dos quais restaram apenas dois. O Livro Antigo dos Reis d’Armas, escrito por António Godinho, escrivão da Câmara Real, teria desaparecido quando um terremoto destruiu o Cartório da Nobreza. Restaram o Livro do Armeiro-Mor, datado de 15 de agosto de 1509, escrito por João Rodrigues, Rei de Armas de Portugal e o Livro da Torre do Tombo, escrito pelo Bacharel Antonio Rodrigues, também Rei de Armas de Portugal.

Após a conclusão da obra o Rei mandou pintar o tecto da Sala dos Brasões no Paço Real de Sintra, actualmente denominado Palácio Nacional de Sintra, com os brasões das 72 principais famílias lusas da época, ilustres em honra, história e bens. A execução ocorreu entre os anos de 1515 e 1520 e todos os brasões estão assentes no ventre de veados, sobre cujas cabeças repousa o timbre de cada família. No centro do tecto da sala, que mede 14 por 13 metros, encontram-se as armas do Rei, circundadas por seis brasões portugueses representando sua descendência masculina (os príncipes) e dois brasões em lisonja representando a sua descendência feminina (as princesas). Abaixo destes estão os setenta e dois brasões da mais notável nobreza da época, dispostos em ordem de importância.

A – Armas do Rei Dom Manuel I, B – Infante Dom João, C – Infante Dom Luís, D – Infante Dom Fernando, E – Infante Dom Afonso, F – Infante Dom Henrique, G – Infante Dom Duarte, H – Infanta Dona Isabel, I – Infanta Dona Beatriz

1 – Família Noronha, 2 – Família Coutinho, 3 – Família Castro, 4 – Família Ataíde, 5 – Família Eça, 6 – Família Meneses, 7 – Família Castro (da Penha Verde), 8 – Família Cunha, 9 – Família Sousa, 10 – Família Pereira, 11 – Família Vasconcelos, 12 – Família Melo, 13 – Família Silva, 14 – Família Albuquerque, 15 – Família Andrade, 16 – Família Almeida, 17 – Família Manuel, 18 – Família Febos Moniz, 19 – Família Lima, 20 – Família Távora, 21 – Família Henriques, 22 – Família Mendonça, 23 – Família Albergaria, 24 – Família Almada, 25 – Família Azevedo, 26 – Família Castelo-Branco, 27 – Família Abreu, 28 – Família Brito, 29 – Família Moura, 30 – Família Lobo, 31 – Família Sá, 32 – Família Corte-Real, 33 – Família Lemos, 34 – Família Ribeiro, 35 – Família Cabral, 36 – Família Miranda, 37 – Família Tavares, 38 – Família Mascarenhas, 39 – Família Sampaio, 40 – Família Malafaia, 41 – Família Meira, 42 – Família Aboim, 43 – Família Carvalho, 44 – Família Mota, 45 – Família Costa, 46 – Família Pessanha, 47 – Família Pacheco, 48 – Família Sotomaior, 49 – Família Lobato, 50 – Família Teixeira, 51 – Família Valente, 52 – Família Serpa, 53 - Família Gama, 54 – Família Nogueira, 55 – Família Bethancourt, 56 – Família Góis, 57 – Família Pestana, 58 – Família Barreto, 59 – Família Coelho, 60 – Família Queiroz, 61 – Família Ferreira, 62 – Família Sequeira, 63 – Família Cerveira, 64 – Família Pimentel, 65 – Família Góis, 66 – Família Arca, 67 – Família Pinto, 68 – Família Gouveia, 69 – Família Faria, 70 – Família Vieira, 71 – Família Aguiar, 72 – Família Borges

EX-PRESIDENTES VÃO CUSTAR MAIS DE UM MILHÃO DE EUROS POR ANO

Ex-presidentes vão custar mais  de um milhão de euros por ano

Todos os ex-presidentes utilizam gabinetes e assessores pagos pelo Orçamento do Estado. E têm direito a carro e assessores.

Quando deixam de ser presidentes - à semelhança do que acontece noutros países -, os chefes de Estado têm algumas regalias. Ao que o DN apurou - apesar dos custos serem variáveis de ano para ano -, em média cada presidente gasta 300 mil euros anuais. Juntando Cavaco Silva a partir de Março de 2016, os gastos vão passar de cerca de 900 mil euros anuais (de Soares, Eanes e Sampaio) para 1,2 milhões.

Os direitos dos ex-presidentes incluem - a partir do momento em que cessam funções - uma subvenção mensal igual a 80% do vencimento do presidente da República. Ou seja: 5335 euros ilíquidos.

Ao contrário de outras, esta subvenção - em caso de ser aceite - é acumulável com "pensões de aposentação, de reforma, de sobrevivência ou a remuneração na reserva a que o respectivo titular tenha igualmente direito". Mas nem sempre foi assim. Em 1984 Mário Soares aprovou a lei - e Eanes promulgou- que não permitia a um ex-presidente acumular reformas. Só em 2008 a lei mudou.

Com a mudança legislativa, Ramalho Eanes passou a ter direito a mais de um milhão de euros em retroactivos. O Estado tentou pagar, mas o ex-presidente recusou.

Ainda assim os gastos com ex--chefes de Estado devem rondar os 1,2 milhões anuais a partir de 2016. Além das subvenções vitalícias, há os gastos com os gabinetes a que - por lei - todos têm direito. E usam-no. O orçamento da Presidência paga assim o apartamento de Ramalho Eanes nas Avenidas Novas, ajuda a pagar uma parte das despesas da Fundação Mário Soares, junto ao Parlamento, bem como os custos do gabinete de Jorge Sampaio, que ocupa a Casa do Regalo, no topo da Tapada das Necessidades.
Publicado por Rui Pedro Antunes no Diário de Notícias

segunda-feira, 22 de junho de 2015

RECOLHA DE ASSINATURAS PARA REFERENDAR ACORDO ORTOGRÁFICO



Os promotores de uma Iniciativa de Referendo ao Acordo Ortográfico lançaram esta sexta-feira uma campanha de recolha das 75 mil assinaturas necessárias para que o Parlamento vote este projecto de lei. Manuel Alegre, Pacheco Pereira, Bagão Félix e Garcia Pereira são alguns dos políticos que integram a lista de mandatários.

Um grupo de cidadãos, entre os quais se contam políticos de vários quadrantes, escritores, artistas, cientistas e outras figuras públicas, lançou esta sexta-feira uma Iniciativa de Referendo (IR) ao Acordo Ortográfico (AO), que se encontra agora na fase de recolha de assinaturas.

Manuel Alegre, António Arnaut e Helena Roseta, da área do PS, Pacheco Pereira, Manuela Ferreira Leite e Mota Amaral, do PSD, ou Bagão Félix e António Lobo Xavier, do CDS, são alguns dos políticos que aceitaram ser mandatários desta iniciativa, que vem dar cumprimento a uma moção aprovada no Fórum Pela Língua Portuguesa, realizado em Abril passado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Para que o projecto de lei de referendo ao AO seja obrigatoriamente votado no Parlamento, será necessário reunir 75 mil assinaturas, um objectivo que o jurista Artur Magalhães Mateus, porta-voz da comissão executiva da IR, acredita que irá ser atingido, ainda que critique a discrepância entre este número e as 7500 assinaturas que a lei exige a quem pretenda candidatar-se a Presidente da República.

O facto de uma anterior petição contra o AO ter reunido mais de 110 mil assinaturas sugere que a tarefa é exequível, mas já não será provavelmente tão fácil, tendo em conta os anteriores momentos em que o Acordo foi à Assembleia da República (AR), conseguir que esta vote favoravelmente a realização do referendo.

É por isso que os responsáveis desta Iniciativa de Referendo insistem na necessidade de os cidadãos levarem os políticos a assumir compromissos nesta matéria. “Estamos em vésperas de eleições legislativas e na antevéspera das presidenciais, e é preciso que os candidatos a deputados e os candidatos à Presidência da República compreendam que há uma maioria de cidadãos portugueses para quem a questão do Acordo Ortográfico é muito importante”, diz Magalhães Mateus.

Reconhecendo que nem o Presidente da República em exercício nem a AR na sua actual composição “deram seguimento” às anteriores tentativas de travar a aplicação do AO em Portugal, o porta-voz desta iniciativa afirma “depositar esperanças no próximo Presidente e nos próximos deputados”.

Daí que este jurista considere essencial conseguir que um e outros se comprometam já a fazer o que estiver ao seu alcance para travar o AO. E Mateus recorda que um dos candidatos presidenciais, Henrique Neto, “já fez uma declaração específica, afirmando que se for eleito sujeitará a entrada em vigor do tratado do AO a um período de suspensão de cinco anos”, para debate e consulta a especialistas.

Um dos argumentos dos adversários do Acordo é justamente o de que este foi aprovado contra o juízo da esmagadora maioria dos especialistas. Entre 2005 e 2008, no período que culminaria com a aprovação pelo Parlamento português do 2.º Protocolo Modificativo do AO, foram pedidos pareceres a 27 personalidades e instituições, dos quais 25, recorda-se nesta Iniciativa de Referendo, “foram negativos em relação à ratificação”.

Se elogia Henrique Neto, Magalhães Mateus não hesita em censurar Sampaio da Nóvoa. “Diz que é exigir de mais pedirem-lhe que escreva pelo Acordo, mas não se pronuncia a respeito de essa mesma exigência ser feita a crianças em idade escolar e a funcionários públicos”.

Com uma comissão organizadora formada por Cristina Pimentel, Helena Buescu, Ivo Miguel Barroso, Maria Filomena Molder e Teresa Cadete, esta Iniciativa de Referendo inclui entre os seus mandatários, para lá dos políticos já referidos, figuras como o ensaísta Eduardo Lourenço, o penalista Manuel da Costa Andrade, o ex-ministro da Cultura José Sasportes, o jurista, e dirigente do MRPP, Garcia Pereira, o cineasta António-Pedro Vasconcelos, o sexólogo Júlio Machado Vaz, os jornalistas Miguel Sousa Tavares e Constança Cunha e Sá, os poetas e críticos Gastão Cruz e Pedro Mexia, o maestro António Victorino de Almeida, o músico Pedro Abrunhosa ou o escritor Afonso Reis Cabral, para citar apenas alguns.

Nomes aos quais se junta um vasto conjunto de académicos de diversas áreas disciplinares, como António Feijó, vice-reitor da Universidade de Lisboa, o teórico da literatura Vítor Aguiar e Silva, ex-reitor da Universidade do Minho, António Fernando Nabais, presidente da Associação Nacional de Professores de Português, o cientista Henrique Leitão, prémio Pessoa em 2014, e ainda o filólogo Fernando Paulo Baptista ou Francisco Miguel Valada, autores de obras sobre o AO.

Sublinhando que o que está em causa “não é referendar a língua portuguesa, mas sim a decisão de a alterar sem que se consultem os cidadãos”, Magalhães Mateus argumenta não ser impossível que mesmo os partidários do AO admitam subscrever esta IR, permitindo que as pessoas se pronunciem.

Admitindo que são recolhidas as assinaturas necessárias, que a proposta passa no Parlamento e que o Presidente da República promulga a lei, os portugueses serão então chamados a pronunciar-se. E se for aprovada a formulação proposta na IR, a pergunta colocada será esta: “Concorda que o Estado Português continue vinculado a aplicar o ‘Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa’ de 1990, bem como o 1.º e o 2.º Protocolos Modificativos ao mesmo Tratado, na ordem jurídica interna?”.

Se a maioria responder “não”, estará então aberto o caminho para Portugal se desvincular do tratado internacional do Acordo Ortográfico de 1990. Caberia ao Governo renegociá-lo e apresentar ao Parlamento uma proposta de resolução no sentido da desvinculação, e o Presidente da República teria depois de revogar os vários actos de ratificação anteriores.

Quem quiser subscrever a Iniciativa do Referendo, encontra as folhas de assinaturas disponíveis no sitehttps://referendoao90.wordpress.com/, bem como no grupo do Facebook Cidadãos contra o “Acordo Ortográfico” de 1990, cujo endereço é https://www.facebook.com/cidadaoscontraAO90?fref=ts.

Ao contrário do que sucedia na anterior petição contra o AO, que se podia assinar on line, sem quaisquer outras diligências, a lei impõe neste caso que as folhas de assinaturas sejam impressas e preenchidas com o nome, número de Bilhete de Identidade (ou de Cartão de Cidadão) e assinatura de cada subscritor. Uma logística mais complexa, que implica que as folhas, devidamente preenchidas, sejam digitalizadas (frente e verso) e enviadas por email parareferendoao90@gmail.com, ou, em alternativa, enviadas pelo correio para a Faculdade de Letras de Lisboa, ao cuidado de Maria Cristina Pimentel ou Helena Buescu.

domingo, 21 de junho de 2015

PRIMEIRAS FOTOGRAFIAS DO PASSEIO DE ANIVERSÁRIO DA REAL DE LISBOA


 


 

 Homenagen ao Rei Dom Carlos. João Távora, Presidente da Real Associação de Lisboa, e Carmo Pinheiro Torres, Secretária-Geral da JMP, depositam uma coroa de flores.


 


 


 

 

Real Quinta de Caxias

 

Assim se passou um sábado em passeio com a Real Associação de Lisboa nos seu XXVI aniversário. Dá Real Quinta de Caxias ao Palácio da Cidadela em Cascais.



 

 

 
 Capela do Palácio da Cidadela de Cascais

Mau Pelo, o cuidador da bandeira de D. Maria I em Timor-Leste

O culto à bandeira de Portugal, tanto a monárquica com a republicana, é um vínculo várias vezes celebrado por reinos timorenses. Foto António Sampaio

Memórias da monarquia portuguesa permanecem escondidas na selva timorense. Guardadas como tesouros durante a ocupação indonésia ou a invasão japonesa por um liurai, guardião das relíquias por herança familiar.
 Mau Pelo, liurai timorense, 70 e tal anos – não sabe ao certo -, fato monárquico português que será do século XVIII, azul-escuro cruzado por duas faixas rosa, sujas, tem as mãos secas, finas e cheias de sulcos, apoiadas em duas bengalas. Está sentado numa cadeira de plástico, hirto, quase parece de cera, no interior de uma pequena casa de cimento, branca e azul, no topo de uma escada, também de cimento, com degraus íngremes e de uma altura que obrigam a uma subida pouco natural até lá cima.
Se calhar é propositado, para que nesta casa mais moderna imitem a altura dos degraus de madeira que se tem que subir para chegar à casa tradicional em si, a ‘Uma Lulik’, a casa sagrada, do outro lado do largo, em cuja sombra brincam quatro ou cinco miúdos. Mau Pelo vestiu-se propositadamente para receber a reportagem da Lusa, guiada nesta viagem ao passado por uma equipa do Arquivo e Museu da Resistência Timorense, em Díli, liderada por um seu familiar, Álvaro Rosário Vasconcelos.
O fato está desgastado, com as insígnias nos punhos a desfazerem-se, botões dourados, cada um com as armas de Portugal, as duas bengalas de madeira, decoradas com um punho também dourado, marcado por desenhos de flores e conchas.
Mas é quase um milagre que algo do século XVIII, que já esteve escondido em buracos em vários pontos de Timor-Leste, ainda esteja neste estado. Ou que sequer exista. Como é ainda mais milagroso que tenha sobrevivido, apesar do mau estado em que já se encontra, o que chama aqui os mais curiosos: uma bandeira de D. Maria I, enviada para Timor-Leste e que tem sido guardada, ao lado de vários documentos, esses ainda em pior estado, incluindo um alvará real.
O primeiro guardião destas relíquias foi Mau Dua, depois Manuel – “não tem nome gentio” – depois Mau Pelo. O seguinte chama-se Domingos Lemos e já ajuda o liurai a mostrar os documentos e a bandeira, a fazer a bênção com malus, areca e betel ao parente que serve de guia nesta viagem, Álvaro Rosário Vasconcelos. É também descendente directo da linhagem que deveria cuidar da bandeira, mas a honra ficou com Mau Pelo e quando este morrer passará para o jovem Domingos Lemos, que já é chefe de suco.
Ainda que hoje, como admite, os mais jovens liguem muito menos a estas coisas e os liurais estejam menos presentes na vida diária de Timor-Leste e dos timorenses. O culto à bandeira de Portugal, é um vínculo várias vezes celebrado por reinos timorenses que ainda hoje é, para muitos, algo incompreensível, mal percebido, mal interpretado.
Foi lido, erradamente, como um ato de resistência à ocupação indonésia quando, na prática, como esta bandeira desbotada e degradada o demonstra, já era um símbolo sagrado para os reinos timorenses muito antes, há vários séculos. Contam os Lia Na’in, os ‘pais’ da oralidade histórica e da ligação timorense ao seu passado, que as bandeiras representam alianças históricas, muitas vezes confirmadas com os inquebráveis pactos de sangue.
Fonte: Lusa