sexta-feira, 8 de abril de 2011

ORDEM MILITAR E HOSPITALEIRA DE S. JOÃO D'ACRE E S. TOMÁS

Cadernos Templários                                                            Outubro/Novembro 2009


ORDEM MILITAR E HOSPITALEIRA DE S. JOÃO D’ACRE E S. TOMÁS */**/***



(Resumo histórico)


Esta Ordem, uma das mais célebres pelo seu heroísmo e antiguidade, foi fundada a 12 de Janeiro de 1205, na cidade de S. João d’Acre, pelo príncipe cruzado Aminado de Amerusio, a quem o Imperador latino do Oriente, Balduíno I dera em 1204, o Principado de Amorio, com todos os direitos de soberania, como descendente e sucessor do Imperador Miguel II Balbo de Amorio.

Entre os cavaleiros que concorreram para a fundação da Ordem, contavam-se muitos nomes históricos que celebrizaram por seus altos feitos esta gloriosa Milícia, instituída com o fim de combater e exterminar os infiéis e de escoltar e proteger os peregrinos que visitavam a Terra Santa.

Por Diploma de 18 de Março de 1205, a Ordem foi confirmada pelo Imperador Balduíno I que reconheceu como seu Grão-Mestre o Príncipe Aminado, dando-lhe a prerrogativa de criar Condes e Barões com direitos e privilégios iguais aos outros titulares do império; além disso, estabeleceu a hereditariedade perpétua do Grão Mestrado da Ordem na família do citado Príncipe, transmissível, com todos os poderes conferidos, aos seus descendentes em linha primogénita masculina.

A Bula de 2 de Fevereiro de 1206 “Zelo, sollicitudine curisque tuis”, do Pontífice Inocêncio III, sancionou a Ordem, pondo-a sob a Regra de Santo Agostinho, estabeleceu-lhe a sede em S. João d’Acre, confirmou a hereditariedade do Grão Mestrado, como património espiritual e irrevogável, na descendência do Príncipe de Amorio a quem concedeu e aos seus sucessores mais amplos poderes não só para a criação de Condes e Barões como de outros nobres.

Os poderes concedidos à Ordem pelo Imperador Balduíno I foram confirmados e ampliados, em diploma dado em Bari a 2 de Setembro de 1259, pelo Imperador Balduíno II ao Príncipe João de Amerusio, o 2º Grão Mestre da Ordem, filho do Príncipe Aminado, a quem deu o Principado de S. João d’Acre, com todas as prerrogativas soberanas, como recordação da cidade onde esta histórica Ordem teve a sua fundação e a primeira sede.

Esta sagrada Milícia, autónoma e independente, tem existido até hoje sem uma única solução de continuidade sob o legítimo Grão Mestrado dos Príncipes Amorosos de Aragona, descendentes do 1º Grão-Mestre.

A 8 de Dezembro de 1862, o seu 22º Grão-Mestre Dom Félix Vito Amoroso de Aragona deu novos estatutos à Ordem em que estabelecia quatro classes de cavaleiros, divididos em duas categorias: de Justiça com a prova de quatro quartéis de nobreza, e de Graça por méritos especiais.

Actualmente, a Ordem, regida pelos estatutos dados em Bari, a 12 de Junho de 1932, conta com cinco graus de cavaleiros, divididos nas duas categorias – de Justiça e de Graça – a que correspondem igualmente cinco classes de Damas.

É seu Grão-Mestre (25º) S.A.I. Dom Pedro, o Príncipe Amoroso de Aragona, Déspota de Amorio e Galacia, Príncipe de Castel Albérico, Duque de Rijeka, Marquês de Trono Real da Polónia, Conde de Palatino, ilustre homem de ciência, doutorado em duas faculdades, General de Divisão, etc..

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A cruz da Ordem é orbicular, de vermelho, perfilada de ouro, tendo ao centro um escudo oval, de azul claro, carregado no anverso das imagens de S. João e de S. Tomás, de ouro, orlado de azul escuro com a legenda “Mil, ac Hosp. Ordo de S. Johan. Et S. Thomae” e, no verso, a data da fundação da Ordem “A.F.MCCV”, de ouro e orla de azul escuro com a inscrição “Pro Fide, Virtute ac Pietale”, de ouro. A cruz é encimada por uma coroa e esta por um troféu militar, tudo de ouro, tendo ao centro um escudete de branco, carregado de uma cruz vermelha.

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Esta Ordem, a que têm pertencido soberanos, príncipes, chefes de Estado, ministros, cardeais, bispos e nomes de grande fama mundial nas letras, ciências e artes, tem dignitários no nosso País.


* +++ Dom António Campello Pinto de Sousa Fontes
** (Do livro inédito “Ordens de Cavalaria Independentes”)
*** Retirado do Almanaque Bertrand nº 51 de 1950

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