Nos próximos quatro anos, os Estados Unidos terão o presidente Donald Trump, cuja incapacidade de personificar a unidade nacional foi bem ilustrada pelos protestos de milhares de manifestantes em todo o país gritando: “Ele não é meu presidente”, a fazer lembrar as reacções que houveram em França na década de 70 com a eleição do aristocrata Valéry Giscard que frustrou uma viragem à esquerda.O cargo de Presidente de uma República é sempre uma representação de facção política.
Para os britânicos seria como substituir a Rainha por Nigel Farage, ou Filipe VI de Espanha pelo líder do Podemos, seria talvez o medo de um presidente tão faccioso quanto Trump que convenceu o New York Times a publicar, três dias antes da eleição presidencial, um artigo de Nikolai Tolstoy em louvor ao sistema monárquico , neste caso devemos lembrar que os EUA nunca tiveram um regime monárquico enquanto Nação Soberana sendo que a proposta de uma Monarquia para os EUA é apenas um exercício para outra ideia.
A intenção não é desprovida de contexto e tem um alcance maior do que aparenta. O historiador anglo-russo Nikolai Tolstoy é um monárquico dedicado, chanceler da Liga Monárquica Internacional e um Brexiter que mais de uma vez defendeu o Parlamento como membro do Ukip, no artigo e cita Churchill : “Esta guerra [Segunda Guerra Mundial] nunca teria chegado a menos que, sob pressão americana e pressão de modernização, nunca tivéssemos expulsado os Habsburgos da Áustria e da Hungria e dos Hohenzollern para fora da Alemanha .Ao fazer esses vazios, abrimos caminho para que o monstro hitleriano saísse do esgoto para os tronos vazios”. (Winston Churchill, 8 de Abril de 1945) e continua elaborando sobre o sucesso da Política externa Norte Americana quando preservou a Monarquia Japonesa.
Trump parece querer fazer uma declaração indirecta sobre Politica externa antes da eleição. Quando a GB foi dividida pelo referendo da UE, se os britânicos tivessem um chefe de Estado que tivesse tomado um ou outro lado nessa batalha, estariam num estado mais doloroso e consequentemente a UE estaria envolvida num conflito político de proporções continentais onde o Presidentes Francês e alemão seriam tão úteis quanto um barco no meio do deserto.
Trump parece compreender a importância das Monarquias no contexto do equilíbrio Europeu o que é um sinal para a provável posição dos EUA na hipótese de surgirem novas Repúblicas em solo europeu, sejam elas em Espanha, Bélgica ou nas ilhas britânicas
RGS
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