terça-feira, 22 de maio de 2018

Fundação de Versalhes paga na totalidade o restauro do manto da rainha D. Amélia



A Fundação de Versalhes vai pagar a totalidade do restauro do manto da 
rainha D. Amélia, exposto no antigo edifício do Museu Nacional dos Coches, 
em Lisboa, revelou fonte desta entidade à agência Lusa.

O donativo no valor de seis mil euros desta fundação com sede em Nova 
Iorque foi feito no âmbito de uma campanha pública de angariação de fundos 
para o restauro do manto, lançada no início deste ano.

Isabel Raposo de Magalhães, membro da direcção do Grupo de Amigos do 
Museu Nacional dos Coches (GAMNAC), explicou à Lusa que o afilhado da 
rainha D. Amélia, D. Duarte Pio de Bragança, "empenhou-se pessoalmente na campanha de mecenato promovida em prol do restauro do manto da rainha", 
tendo conseguido o apoio da Fundação de Versalhes, presidida por Barbara de Portago.

De acordo com a directora do Museu Nacional dos Coches, Silvana Bessone, 
existe a intenção de requalificar uma sala do Picadeiro Real para expor o manto, depois de restaurado, bem como outras peças. O objectivo é criar um núcleo 
dedicado à rainha D. Amélia, a quem se deve a preservação da colecção e a 
criação do actual Museu Nacional dos Coches.

Por outro lado, a direção do GAMNAC pretende destinar a totalidade do 
dinheiro entretanto angariado na campanha, de muitos doadores anónimos, 
para o restauro do quadro a óleo da rainha, pintado por Vittorio Matteo 
Corcos, em 1905, que se encontra na escadaria do museu.

A campanha tinha sido lançada porque o manto - classificado como bem de 
interesse nacional - se encontra "muito degradado", segundo fonte da entidade. 
Esta peça de vestuário foi oferecido pela cidade de Paris à rainha D. Amélia, por ocasião do seu casamento com o príncipe D. Carlos, futuro rei, em 1886.

O GAMNAC existe desde 2015 mas nunca teve actividade nem associados. 
Isabel Raposo de Magalhães, que é funcionária do museu e esteve muitos 
anos ligada à área da conservação e restauro, decidiu reactivá-lo, contando 
agora com 150 associados. Esta campanha é a primeira iniciativa do Grupo de Amigos.

O manto será restaurado na oficina de conservação do Museu dos Coches, com supervisão do Instituto José de Figueiredo, por se tratar de uma peça 
classificada. Sobre o valor necessário, Isabel Raposo de Magalhães explicou 
que "os materiais envolvidos são caros, e qualquer intervenção em têxteis é 
muito demorada, além de que o manto é de grandes dimensões".

De corte em veludo rosa prateado, o manto é forrado de cetim da mesma cor e constituído por nove tiras de veludo unidas entre si longitudinalmente, de 
modo a formarem pequenas abas na extremidade superior e um leve estrangulamento a meia altura. Um delicado bordado contorna a peça, 
desenhando uma cercadura onde pontuam rosas, folhagem diversa e fino 
reticulado a ponto de fundo, segundo a descrição da peça no inventário do 
museu.


Fonte: Público

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