segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

A NOSSA PÁTRIA É A PORTUGALIDADE

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Portugueses, brasileiros, angolanos, timorenses, moçambicanos ou indo-portugueses, sabemos instintivamente que temos algo a ligar-nos. A este património comum se chamou no passado "Lusofonia", termo equívoco e desajustado que parecia tudo querer reduzir à questão do idioma. Mas a Portugalidade não se fica pela língua; antes a língua é parcela, e parcela certamente relevante, do que junto faz a Portugalidade. O que temos, então, a unir-nos? No fundo, quase tudo. Tal como Portugal se completou levando a sua civilização ao mundo, também os povos que com ele tomaram contacto e são, de sangue ou de cultura, seus herdeiros - e a sua História, sendo continuação de uma outra História, nenhum sentido pode fazer se desconsiderar a raiz portuguesa. Com efeito, o Brasil não começou nem no dia em que o Príncipe Real de Portugal o declarou soberano, nem no dia em que Álvares Cabral primeiro desembarcou nas suas praias. Antes foi o Brasil continuação em terra distante de Portugal, feito por portugueses, armados de um modo português de vida, de ideias portuguesas, da religião dos portugueses, e tudo isso serviu de substrato essencial do novo Portugal dos trópicos. Dizer Brasil é dizer Angola, Moçambique, Timor; é dizer todos os povos que com Portugal partilham, mais que uma língua, uma civilização. E tudo isso sem prejuízo da riqueza que outros legados vieram acrescentar, e que, afinal, não vivem apenas em África, ou no Brasil ou na Ásia, mas no próprio Portugal - Portugal deu ao mundo, mas recebeu também dele. Da gastronomia ao sangue, à música, à arquitectura e, sobretudo, na ideia de si mesmo, Portugal é também produto do seu encontro com o mundo. Sem Portugal, a Ásia, a África e a América não seriam o que são. Sem a Ásia, a África e a América, Portugal não seria o que é. É por isso, orgulhosos desta História, que novamente nos afirmamos, sejamos de que país da Portugalidade formos, "da Portugalidade", "lusíadas" ou, de uma maneira universal, não particularista e não redutora, "portugueses". Porque sem sermos da Portugalidade, não podemos ser nem angolanos, nem moçambicanos, nem portugueses, nem brasileiros. Porque a nossa pátria é a Portugalidade.

Fonte: Nova Portugalidade

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