sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Os Portugueses no Médio Oriente

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De todos os territórios e feitorias que já foram parte do mundo português, há vários que estão bem presentes na nossa memória colectiva, e há outros que ficam semi-esquecidos, talvez porque a presença portuguesa pelo globo foi tão extensa, que uns acabam por se sobressair mais, ou talvez porque a sua perda se situe mais distante no tempo em relação a outras.
Mascate é um desses territórios, embora a actual capital do Sultanato de Omã tenha estado sobre domínio português por mais de um século, esta teve um papel na estratégia do domínio do Índico a partir do momento em que é capturada pelas tropas de Albuquerque. Após ataques e contra-ataques, Mascate perde-se de vez em 1650 depois desta ser tomada pelos soldados de Omã, marcando o fim da presença portuguesa no golfo Pérsico.
Não ficamos por aqui, no início do século XVI a ilha de Socotorá (actualmente parte do Iemén) é tomada por Tristão da Cunha e Albuquerque sob a direcção de D. Manuel I, mas é abandonada pouco tempo depois; em 1514 os portugueses tomam Comorão, na Pérsia, e de seguida retomam Ormuz no ano seguinte sob Albuquerque, que permanece português até a conquista persa com apoio inglês no século seguinte; na década de 1520 Portugal e Ormuz, seu vassalo, participam na conquista do Bárem sob o comando de António Correia, actualmente um pequeno reino a leste da Arábia Saudita e a norte do Catar, perdida no início do século XVII para a Pérsia do Xá Abas, o Grande, totalizando cerca de 80 anos de presença lusa na região; no final do século XVI, Baçorá, no Iraque, é colocado sob protecção portuguesa (que tem aí presença desde a década de 20) com a confiança de chefes locais contra otomanos e persas.
Caçapo, Corfavão, Curiate, Doba, Julfar, Libédia, Matara, Quelba, Sibo, Borca, Soar, a lista de vilas e fortes continua, e Portugal tem aí uma longa história.
Martim Alvim

Fonte: Nova Portugalidade

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