domingo, 7 de julho de 2019

O Tibete que também descobrimos



O Tibete foi um dos últimos destinos dos Descobrimentos, apesar de n’ Os 
Lusíadas se valorizar uma nação de marinheiros intrinsecamente ligada ao 
mar e ignorar os que se aventuravam pelo interior dos continentes americano, 
africano e asiático, como foi o caso dos jesuítas, que desafiaram os Himalaias.

Região quase mítica, o Tibete esteve afastado do mundo ocidental pelo menos 
até ao início do século XVII, altura em que jesuítas portugueses instalados em 
Goa, incitados pelos rumores de que ali existiriam comunidades cristãs, abriram 
o caminho a uma série de exploradores e aventureiros que apenas quase três 
séculos depois ousariam partir em busca das riquezas materiais e espirituais 
dessa nação.

Em 1624, após uma duríssima travessia através dos “desertos de neve” que 
separam a Índia do Tibete, o padre António de Andrade e o irmão Manuel Marques 
chegaram a Tsaparang, a capital do reino tibetano de Guge. Foram os primeiros 
ocidentais a visitar o Tecto do Mundo. Outros pioneiros se seguiriam, optando por 
diferentes rotas que os levariam aos não menos misteriosos reinos do Ladakh, 
Sikkim, Nepal e Butão.

António de Andrade, Francisco de Azevedo, João Cabral e Estêvão Cacela, entre 
muitos outros, foram as únicas autoridades em matéria de tibetologia até à segunda 
metade do século XVIII.

Inspirado pelas visitas efectuadas ao Tibete escrevi o livro “Viagem ao Tecto do 
Mundo – O Tibete desconhecido”, que daria origem à série documental televisiva 
“Himalaias, Viagem dos Jesuítas Portugueses” emitida pela RTP 2 e RTP 
Internacional.

Nos próximos dias colocarei na página os quatro episódios dessa série, 
acompanhados das respectivas sinopses, para visualização e partilha desse 
extraordinário feito lusitano, até hoje, infelizmente, desconhecido pela esmagadora 
maioria dos povos da Portugalidade.

Joaquim Magalhães de Castro


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