quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

SORTELHA

Cadernos Templários                                                          Outubro/Novembro 2009


A TRAÇOS LARGOS – SORTELHA


Praça da vila
Erguida sobre picos graníticos e em posição dominante sobre o vale de Riba-Côa, deparamo-nos com uma das aldeias históricas melhor conservadas da Beira Alta – SORTELHA.

Num enquadramento perfeito com a velha fortaleza, erguem-se casas em pedra, cuja construção se perde na memória dos tempos, com ruas calcetadas pelos romanos.

Cobiçada pela sua posição geográfica e pelos terrenos ricos em minérios, esta região foi sucessivamente ocupada por romanos, visigodos e muçulmanos, até ser definitivamente reconquistada pelos cristãos.

Repovoada por D. Sancho I em 1187, Sortelha viu ser-lhe concedido foral por D. Sancho II em 1228 que dela fez doação à Ordem do Templo, juntamente com os municípios de Castelo Mendo e Salvaterra do Extremo.

O castelo, praticamente inexpugnável, dos confrontos a que foi sujeito nunca conheceu derrota. A sua construção apresenta um estilo românico e gótico bem como alguns traços manuelinos, em sinal de adaptação às novas tecnologias militares.

As suas muralhas irregulares serpenteiam ao longo dos penedos em que assentam, e são percorridas no topo por adarve (caminho atrás do parapeito) com acabamento biselado e seteiras cruciformes.

Matacães
A porta principal da fortaleza, a nordeste, em arco pleno, com as ombreiras a nascerem da rocha, é rematada por um balcão misulado com matacães (aberturas quadradas ou circulares por onde se arremessavam projécteis ou líquidos a ferver), designado por varanda de Pilatos, ao lado do qual se encontra o escudo de armas de D. Manuel I. A sul, pode ver-se a porta falsa com lintel recto e umbrais oblíquos.

Caminho de ronda
Vista panorâmica
Ao adentrarmo-nos na praça de armas encontramos a cisterna; mais acima e ao centro a quadrangular torre de menagem de um piso, e com seteiras. A sua porta é encimada por merlões rectangulares com coroamento piramidal.

A vila é cercada por uma muralha desprovida de merlões e possui quatro portas, duas das quais designadas de portas falsas.
Perto de uma das portas falas do perímetro defensivo urbano, encontra-se a Torre do Facho, de onde se avista Castelo Branco, de planta quadrada com envasamento escalonado e desprovido de vãos.
Junto à porta da vila, eleva-se sobre o adarve, um torreão ou vigia, de planta circular e coroamento cónico.


Vale a pena visitar esta singular vila, que nos transporta a um passado glorioso da nossa história, e que deverá perdurar nas nossas memórias e, perpetuar-se pelas gerações vindouras, porque isto, meus irmãos, é PORTUGAL!


*++Fr. João Duarte – Grande Oficial/Comendador Delegado da Comendadoria Sta. Maria do Castelo de C. Branco

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