sexta-feira, 13 de março de 2015

O CANDIDATO DE CAVACO SILVA

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Cavaco Silva defende que Portugal precisa de órgãos de soberania que actuem coordenada e concertadamente na defesa daqueles que são interesses nacionais e que “só podem ser eficazmente defendidos” por  alguém com experiência em política externa. Cavaco Silva lembra que o seu sucessor é a “porta-voz do país” e que deve estar “acima das divergências de opinião”. “Face à situação de emergência económica e financeira a que Portugal tinha chegado, houve que mobilizar toda a nossa capacidade diplomática (…) para explicar, junto das mais variadas geografias, instituições internacionais e líderes políticos, a execução do programa de assistência financeira, em ordem a suscitar a confiança dos nossos parceiros e investidores, ganhar credibilidade no plano externo e conseguir apoios para as posições portuguesas". Cavaco Silva escreveu ainda que (…) deve “estar preparado” para analisar a conformidade das propostas que lhe são apresentadas pelo Governo e Chefe de Estado Maior das Forças Armadas e para defender as posições portuguesas nos contactos com entidades externas (…) deve ser capaz de dominar as relações bilaterais “em toda a sua complexidade” e abordar “com conhecimento de causa” os assuntos políticos, económicos, sociais, militares, científicos, culturais, ambientais e de política europeia, bem como saber identificar aquelas que são as mensagens relevantes.

Em resumo, Cavaco Silva desejaria ser sucedido pelo Rei D. Carlos I. Não sendo tal hipótese a considerar, resta-nos quem seja completamente apartidário, conheça muito bem Portugal e o mundo lusófono, possua excelentes contactos internacionais e já tenha prestado valiosos serviços diplomáticos ao país. 


Nuno Castelo-Branco

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