quinta-feira, 23 de julho de 2015

As repúblicas e a corrupção


As repúblicas são ineficazes contra a corrupção. Sem um fio condutor, sem um vínculo (independente) que as ligue à raiz, as repúblicas são presa fácil de cliques organizadas, grupos de pressão ou associações secretas! A república americana neste contexto pode ser considerada uma excepção mas isso deve-se em larga medida à herança recebida do colonizador inglês e do seu sistema de justiça. Sistema que se caracteriza pela independência e capacidade de livre apreciação dos respectivos juízes, fruto de uma constituição histórica onde assentam as leis, constituição que tem representação humana na pessoa do monarca.


É por isso que quando passeamos os olhos pela geografia da corrupção, nomeadamente na Europa, chegamos sempre a duas conclusões: a primeira é que a corrupção é própria do homem e se encontra terreno propício alastra rápidamente tomando conta de toda a sociedade; a segunda conclusão é que os regimes republicanos além de terem menos defesas (anti-corpos) para prevenir a corrupção, têm também menos remédios para a combater. Não têm um sistema de justiça realmente independente do poder político*, não têm uma constituição suficientemente representativa**, e não têm um rei*** que a defenda.


Saudações monárquicas




*) Veja-se a propósito o chamado ‘tribunal constitucional’ em que parte dos juízes são indicados pelos partidos políticos!


**) Veja-se a formulação ideológica que ostenta! Veja-se a forma (inconstitucional) como exclui a monarquia em termos de alternativa política! Vejam-se enfim os limites materiais de revisão que proíbem que os portugueses se pronunciem sobre algumas matérias consideradas dogmas de natureza religiosa!

***) Alguém não eleito, alguém que não deva os favores do cargo a ninguém. Alguém, portanto, eleito pela história. Pelos milhões de mortos que nos precederam e construíram a nossa herança! E pelos milhões que hão-de nascer e a quem não podemos negar essa mesma herança.

Fonte: Interregno

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