sábado, 5 de março de 2016

Da instituição real


Os objectivos de desenvolvimento social, de desenvolvimento institucional e de desenvolvimento económico, colunas políticas principais, efectivamente, não podem realizar-se apenas no período de uma legislatura.


A instituição presidencial visaria colmatar descontinuidades zelando pela linha histórica constitucional, mas apenas isto não pode servir a estratégia de desenvolvimento, não possui poderes para tal, nem tem cultivado suficientemente a conversação para uma melhor coesão política, mas menos ainda tem concitado a continuidade e ou monitorização das políticas estratégicas nacionais (educação, finanças, justiça, segurança).


Se há uma instituição que, continuamente, ao longo dos séculos criou instrumentos de desenvolvimento social, apesar da nossa pesada inércia cultural, como as escolas obrigatórias, os liceus, as escolas superiores, os hospitais, os serviços assistenciais, as ligações modernas terrestres e marítimas, os grémios de cultura e livre pensamento, os teatros, o parlamento, a divisão de poderes, a livre expressão e associação, etc e etc, enfim, tudo o que enforma fundamentalmente a nossa vida cívica, democrática, solidária e cultural, a par ou em liderança com o que havia no mundo, foi a instituição real. Dou apenas cinco exemplos desta liderança e em épocas muito diferenciadas. Portugal instituiu o primeiro seguro marítimo; o serviço assistencial mais completo, antigo e institucionalizado é português (as Misericórdias); instituiu o primeiro hospital veterinário do mundo; uma cidade portuguesa foi a segunda na Europa usufruir de luz elétrica e um jornal português foi e é ainda hoje o segundo diário do mundo.


PFC


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