A Coroa é o ponto mediano à divergência que naturalmente ocorre nas sociedades humanas. A tendência natural nas Democracias é estender o conceito de “nós contra os outros” à generalidade da sociedade impondo a ideia de que a procura de uma sociedade mais justa se resume à fidelidade a um grupo político num ambiente de constante crispação ideológica, que não raras vezes assume contornos de culto. O séc XX foi um paradigma sobre a continuidade entre Democracias e Ditaduras na ausência de algo que evite a crispação social, fosse essa crispação de natureza económica, história ou puramente racial.
A Monarquia é a encarnação e personificação de um bem nacional, a Identidade Cultural.
O argumento recorrente para os defensores do parlamentarismo é o de que a Cultura e a identidade nascem do debate e do choque de opiniões num espaço estritamente político, o que não deixa de ser apelativo. Trata-se, porém, de um resumo ingénuo sobre o funcionamento regular das sociedades humanas e no geral é o mesmo que dizer que a espuma que se forma nas praias condiciona a totalidade do Oceano.
A Coroa – e não o parlamento – é o local fundamental de lealdade, para que debate nacional (dentro e fora do Parlamento)se estenda para além dos limites de fidelidade partidária e livre dos dogmas ideológicos. Não raras vezes o Parlamento assume os contornos dos regimes absolutistas, confinando às paredes do parlamento, aso parlamentares e aos limites ideológicos dos partidos a discussão do País ,o que também frequentemente acaba por resumir todo o efeito do parlamento (e com ele frequentemente o País) à sobrevivência dos partidos ou dos seus dirigentes ao voto popular.
Neste contexto a Monarquia representa um limite para as reivindicações absolutistas dos partidos e dos seus dirigentes à Democracia, assim como a própria sobrevivência da Democracia pressupõe uma Coroa para evitar tornar-se ela própria (a Democracia) uma ditadura: dos partidos ,da oligarquia financeira ou do povo.
RGS
Sem comentários:
Enviar um comentário