Em parte, a curiosa persistência da monarquia constitucional na Europa pode ser explicada pelos limites e défices de uma política puramente democrática. A república é justamente o local de contestação política, mas é quando todos os códigos comuns são erodidos que nenhum bem comum pode ser obtido.
Quando a noção do que é do interesse comum está perdido apenas o interesse partidário permanece.
Esta não é apenas uma referência ao actual impasse político da América, seja nos EUA ou no Brasil, é também parte da razão que levou a Europa no século passado a cair na idade das trevas é porque praticamente todos os Estados europeus foram fatalmente divididos entre direita e esquerda ou no mínimo pelo interesse privado de minorias políticas, onde a todos faltavam os meios para elaborar e incorporar uma visão do bem comum que fosse além da ideologia e as reivindicações dos seus partidos políticos.
As repúblicas , mesmo as que se aproximam do modelo Monárquico como a de França, EUA ou Brasil dificilmente escapam aos problemas que assolam o seu grupo politico de origem. No essencial todas as Repúblicas são palco de luta entre interesses partidários e nenhum modelo presidencial pode fugir a este fado.
Pela sua natureza, duração e contexto histórico todos os Presidentes são mais tarde ou mais cedo confrontados com as exigências dos seus partidos de origem e o melhor que podem fazer é fingir que são monarcas à beira da abdicação no curto espaço de tempo em que ocupam um antigo Palácio Real.
RGS
Sem comentários:
Enviar um comentário