segunda-feira, 20 de junho de 2016

Beatas Teresa, Sancha e Mafalda


As três Beatas Teresa, Sancha e Mafalda, também chamadas de Raínhas Santas,eram filhas de D. Sancho I (netas de Afonso Henriques).
Nascidas e criadas na Corte, acabaram todas por abraçar a vida religiosa,apesar de duas delas terem chegado a casar.
As suas muitas obras de misericórdia e piedade, levaram a que fossem reconhecidas pelo Povo que, devotamente, lhes dedicou culto desde muito cedo.
Teresa e Sancha são Beatificadas pelo Papa Clemente XI, a 13 de Dezembro de 1705, pela Bula Sollicitudo Pastoralis Offici, celebrando-as Igreja nos dias 17 de Junho e 11 de Abril, respectivamente.
Mafalda é Beatificada pelo Papa Pio VI em Março de 1792 e a sua Festa é no dia 2 de Maio.
B e a t a  T e r e s a  (1177-1250)
Casou com Afonso IX de Leão e teve três filhos (Sancha, Dulce e Fernando), mas o casamento foi considerado nulo por consaguinidade. D. Afonso casa de novo com Berengária de Castela e tem cinco filhos, mas este casamento é considerado nulo pelo mesmo motivo que o anterior.
D. Afonso acaba por declarar guerra ao Rei de Portugal sustentado em supostos direitos decorrentes do casamento desfeito e D. Teresa regressa então a Portugal e recolhe-se no Lorvão onde existia já um convento beneditino que, no ano de 1200, esta reforma numa Abadia Cisterciense e onde toma o hábito. Esta comunidade chegará a ter mais de trezentas freiras.
À morte de D. Afonso, em 1230, abre-se a disputa entre os filhos dos seus dois casamentos, até porque D. Afonso havia deserdado o filho primogénito do segundo casamento e legado o Reino às duas Filhas de Teresa.
D. Teresa intervém nesta disputa e permite que Fernando III de Castela assuma o Trono de Leão.Esta não é aliás a única querela dinástica em que Teresa tem um papel relevante; nos últimos anos da sua vida, foi a sua intervenção que põs um fim nas contendas entre seus sobrinhos D. Sancho II e D. Afonso III.
B e a t a  S a n c h a  (1180-1229)
Assim que toma posse da Vila de Alenquer que seu Pai lhe legou, funda aí dois conventos  – um Dominicano e outro Franciscano- revelando a sua devoção e especial protecção pelas ordens mendicantes. Manda também edificar a primitiva  Igreja do Redondo.
Em 1210, funda em Celas (Coimbra) o Mosteiro de Santa Maria de de Celas da ordem de Cister, o qual segundo a lenda, foi a concretização de um sonho de criança.
D. Sancha, nesta ocasião, mandou vir religiosas de uma pequena comunidade já existente no Lorvão e em Alenquer que tomou sob a sua protecção, com a intenção de fundar uma comunidade monástica. No início, o número de religiosas não ultrapassava uma dezena, mas no séc. XVI ultrapassava já uma centena.
É em Celas que D. Sancha toma o hábito e vive uma vida de austeridade e oração àté à morte a 13 de Março de 1229. D. Teresa, manda então transladar o corpo da Irmã para Lorvão e toma sob sua protecção a Comunidade de Celas.
B e a t a   M a f a l d a  (1195-1256)
D. Sancho I entrega a educação desta sua Filha a D. Urraca, uma das filhas de Egas Moniz, confirmando a confiança que seu Pai depositava nesta família.
D. Mafalda chega a casar com Henrique I de Castela, em 1215, mas o facto deste ser ainda menor e de ter morrido prematuramente, acarreta a dissolução do matrimónio não consumado.
Pela morte de seu Pai Mafalda deveria receber a Vila e Castelo de Seia e Mosteiro de Bouças assim como todos os rendimentos respectivos. Também herdou o direto de usar o título de Raínha enquanto detivesse o Castelo.
Este facto gerou uma contenda com o seu Irmão Afonso II, que temia a divisão do teritório e um enfraquecimento do seu poder, situação que só foi resolvida com Sancho II, em 1223, o qual concede às Tias os rendimentos deixados por seu Pai na condição de que abdiquem dos títulos de Rainha.
Também Mafalda escolheu o recolhimento do Claustro e adaptou o mosteiro  beneditino de Arouca para a Ordem de Cister, onde se consagra e vive até à morte. O seu corpo incurrupto ainda lá se encontra sepultado, sendo a Beata Mafalda padroeira de Arouca (a Raínha Santa integra mesmo o Brasão da Vila de Arouca).
As obras da Igreja serão o destino da totalidade dos seus bens, abrangendo não apenas o Mosteiro de Arouca mas vários outros Mosteiros, assim como as Sés do Porto e Lamego e ainda várias Ordens religiosas.
Ficou conhecida pela sua generosidade e despreendimento e pela atenção ao próximo.
Fonte: Canónigos

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