terça-feira, 28 de junho de 2016

Para que serve esta república?!

A pergunta pode não ocorrer a muitos portugueses, iludidos com outras explicações, incapazes de relacionar o regime que têm com a pouca vergonha que se passa, mas esse é o estado a que chegámos e não por acaso. Tal incapacidade é o fruto programado de três repúblicas que já levamos, diferentes na forma, não na substância.


Chegou agora a vez da Caixa Geral de Depósitos! Foi assaltada, serviram-se dela para satisfazer as necessidades da nomenclatura, a lista de devedores (dívidas eternas) que já se conhece não deixa dúvidas a ninguém. Os contribuintes vão ter que pagar mais um desvario. Imparidades, dizem eles! A parte positiva, se é que há alguma parte positiva na desgraça, é que cai por terra o mito e argumento (comunista) da banca nacionalizada. E já agora todos os mitos e argumentos em favor da bondade do serviço público sobre o serviço privado. Sim, estou a falar da ‘escola pública’, da ‘saúde pública’, dos ‘transportes públicos’, etc. As aspas têm a ver com a propaganda associada a tais expressões. Mas como eu dizia, em república, aquela bondade ainda está por provar. E já lá vão muitos séculos. As coisas pioram e tornam-se mais confusas quando estamos a falar de um país onde é muito difícil separar o público do privado! Tal é a promiscuidade e o compadrio!

Mas adiante. Reformulemos então a pergunta que tem, penso eu, uma resposta imediata: - esta república serve apenas os interesses da sua nomenclatura. Se por acaso contempla outros, é por coincidência ou por necessidade estrita de se manter no poder. Sobre a nomenclatura, o que a ciência política nos diz é mais ou menos o seguinte: - trata-se de uma inevitável excrescência de qualquer revolução, produto da mesma, e que no começo julga servir a comunidade, e como tal é aceite, mas depois acaba a servir-se a si e aos seus. Isto também é inevitável

À pergunta porque é que em monarquia não é assim?! Ou melhor, porque é que em monarquia não é possível assaltar o estado e a partir daí construir uma teia de cumplicidades semelhante a um polvo, a resposta é fácil e não me canso de a repetir: - Porque existe o Rei, por natureza livre e independente, e não pertencendo a qualquer grupo só ele está em condições de defender a república dela própria. Ele pode ser um melhor ou pior chefe de estado, mas nunca será o chefe de uma corporação de interesses. Sejam eles claros ou ocultos. E isso faz toda a diferença num país e no comportamento cívico da respectiva comunidade.


Saudações monárquicas



Fonte: Interregno

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