Nova Portugalidade
Sim, Portugal é um exemplo para o mundo
Ismail Khan, muçulmano, capitão-de-mar-e-guerra da Armada Portuguesa
Pela centúria de Setecentos, o crescimento do poderio marata convocou muitos maometanos ao serviço do Rei de Portugal. Os portugueses da Índia apreciavam há muito as qualidades dos muçulmanos da península indostânica, reputados como marinheiros excelentes e leais, e a expansão dos maratas, hindus, pelo subcontinente rápido se tornou ponderosa ameaça para os interesses de cristãos e seguidores do Profeta.
Deles, o mais notável terá sido Ismail Khan. Khan era muçulmano e, não tendo nascido em terra portuguesa, distinguira-se primeiramente como mercenário ao serviço de vários monarcas muçulmanos. Colocado depois às ordens de Portugal, Khan surpreendeu uma e outra vez no cumprimento dos seus deveres. Em 1746, em pagamento pela excelência da sua prestação militar, o Vice-rei Marquês de Alorna concedeu-lhe extensos territórios em Goa. Em 1756, fazia-o Capitão-de-mar-e-guerra o quadragésimo sexto vice-rei, o Conde de Alva. Khan deveu à sua vitória sobre os maratas, no ano anterior, a promoção. Quando se retirou para as suas terras, em Goa, fê-lo como fidalgo e, por isso, habilitado ao uso do título de "Dom". Prepararia, depois, o filho Daud Khan para que lhe sucedesse, comandando com ele uma companhia de cipaios até ao fim da sua vida. Assim tratava Portugal quem bem o servia, independentemente da religião.
Rafael Pinto Borges
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