O Reino do Benim, situado na costa ocidental de África (Golfo da Guiné), foi durante mais de três séculos um aliado de Portugal. Cedo, os feitores portugueses se aperceberam da elevada qualidade dos artífices africanos, mestres na arte da fundição, mas igualmente notáveis entalhadores do marfim. As braceletes, máscaras, saleiros e outros objectos de mesa passaram a ser cobiçados pela Corte portuguesa, pelo que do Benim partiram para Lisboa mestres marfinistas para produzirem em exclusivo para o Rei português peças de aparato. No piso térreo do Paço de Lisboa, foi criada uma oficina que durante mais de cem anos acolheu os artistas africanos, entretanto convertidos ao catolicismo e merecedores de honras e privilégios que incluíram a ascensão ao estado de nobreza. De "escravos do Rei", "passaram a moços de esporas", "moços de arreios" e, depois, a cavaleiros.
Foto: saleiro do Benim representando portugueses.
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