quarta-feira, 8 de abril de 2015

Dom Manuel II – O Rei Amigo

    

 
Sinos a repicar alegremente, foguetes a estalar nos céus, mantas coloridas nas janelas, faixas e bandeiras nas árvores, tudo sinais com que as povoações com multidões compactas, entusiasticamente, por brios ter, acolhiam o Rei.
Ele que tinha por avoengos os Imperadores romanos da Dinastia Comnenus e Paleólogo, os Reis Capetos de França, a estirpe real dos Orleães, os Saxe-Coburgo e Gotha, os Imperadores da Hispânia, o Rei Fundador Afonso Henriques; Ele que privava com os maiores Reis da Terra, mostrava-se português em tudo e não se fazia rogado em estender a mão e a Sua palavra fácil e amistosa ao Povo.
El-Rei Dom Manuel II de Portugal num interesse atento entregava constantemente um sorriso mostrando-se sempre o que era, pois já na sua «Doutrina ao Infante D. Luís», o douto humanista Lourenço de Cáceres Lhe recomendava “que se não aparte da afalibilidade nem dê pouca parte de si ao povo, pois que não há erro mais nocivo para quem seja de senhorear ânimos portugueses!” Berço abençoado!
Era a comunhão entre Rei e Povo, represtinada dos primórdios da humanidade que começou por se organizar sob o modelo da Monarquia, o Elo natural que só as revoluções de uma minoria que se apropriou dos meios de força e coacção conseguiu quebrar.
O Rei protegia e amava o Povo e a Nação e todas as suas coisas; aos primeiros amava como um Pai e as suas coisas guardava como se fossem Suas. Lembremo-nos da célebre tirada d’ El-Rei Dom João II: ‘Quero que se entenda que a Bandeira Portuguesa defende e protege até um papagaio!
Servir! – Sempre servir… o Povo, a Nação, até à morte e até depois dela… pelo exemplo!
Este louvor popular é a prova que a História dos últimos 104 anos tem faltado à Verdade, transmudada pela pena dos subjugadores, distorcida pela vontade dos caluniadores! Só esses são os nossos inimigos, pois enquanto um Rei encarna a História os políticos têm de a reescrever.
Miguel Villas-Boas

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