terça-feira, 7 de abril de 2015

"Miguel Albuquerque. O monárquico que acabou com o reinado de Jardim" - in Jornal i


Depois de 18 anos à frente da Câmara do Funchal, ganhou a presidência do partido e pôs fim ao reinado do líder histórico. Os monárquicos também ficaram felizes
Já não se pode usar mais o lugar-comum “A Madeira é um jardim”. Agora, quando muito, a Madeira é um roseiral, porque Miguel Filipe Albuquerque é um adorador de rosas. No Arco de São Jorge, concelho de Santana, dispõe de uma colecção de 17 mil roseiras e mais de 1700 espécies. As rosas não são a única mania do novo homem-forte da Madeira, que pôs fim ao jardinismo. Gosta de caça e música e teve mesmo um grupo. É apanhado, às vezes, a tocar piano em acontecimentos públicos.
Divorciado, pai de cinco filhos, Miguel Albuquerque faz 54 anos em Maio. Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e teve escritório de advogado aberto no Funchal antes de entrar na política a todo o vapor.
É um “contemporâneo” de Pedro Passos Coelho, têm praticamente a mesma idade. Albuquerque era líder da JSD-Madeira no tempo em que Passos Coelho chefiava a JSD nacional e é daí que vem a relação privilegiada entre os dois. Aliás, Miguel Albuquerque apoiou Passos Coelho nas eleições internas do PSD, contrariando a ordem de Jardim de que os madeirenses votassem em bloco em Paulo Rangel.
Ontem, depois de conhecidos os resultados na Madeira, a alegria não vinha só das hostes sociais-democratas. Também os monárquicos estavam felizes: Miguel Albuquerque é um dos seus. A direcção dos autarcas monárquicos enviou ontem os parabéns ao vitorioso futuro presidente do Governo Regional da Madeira, com uma frase elucidativa: “Viva o rei, viva Portugal.” A acompanhar a saudação, uma fotografia de Miguel Albuquerque com D. Duarte, candidato a rei se a monarquia voltasse a Portugal.
O cargo político que Miguel Albuquerque ocupou durante mais tempo foi o de presidente da Câmara do Funchal. Antes, ainda no tempo em que era delfim de Jardim, tinha sido deputado na Assembleia Legislativa da Madeira. Na Câmara do Funchal começou como vice-presidente de Virgílio Pereira, que substituiu quando este bateu com a porta em guerra com Jardim. O trajecto de Albuquerque na presidência da câmara começa em Setembro de 1994 e acaba em Outubro de 2013, devido à lei da limitação de mandatos.

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