Dom Luís Filipe, 5.º Príncipe Real de Portugal e 22.º Duque de Bragança assentou praça com tenra idade e El-Rei Dom Carlos I foi-lhe atribuindo em crescendo de importância e responsabilidade diversos, postos do exército como o de Comandante honorário do Colégio Militar e o posto de oficial às ordens do Rei – que desempenhou até ao último sopro de vida quando, segundo o irmão D. Manuel II: ‘morreu como um herói ao lado do seu rei!’
De facto, quando o terrorista carbonário Buiça fuzilava El-Rei, o Príncipe Real sacou do Colt e disparou 2 tiros na direcção dos cinco terroristas atingindo José Nunes e quando Alfredo Costa surgiu por trás do Rei e Lhe disparou sobre a nuca, Dom Luís Filipe disparou sobre o terrorista Alfredo Costa, mas os solavancos fazem-no errar o alvo, mas quando o Costa se virou para o Príncipe Real e lhe disparou em cheio no esterno, mas não mortalmente, o Príncipe Real não vacilou e não negou varonia que lhe era conhecida e corajosamente descarregou as restantes 4 balas do revólver no Costa que caiu morto da carruagem.
Mas recordando a carreira militar do jovem Príncipe, Quando Dom Luís Filipe completou os treze anos, El-Rei o Senhor Dom Carlos I de Portugal nomeou como Aio do Príncipe herdeiro, o herói Mouzinho de Albuquerque pois segundo o Rei ‘não posso pôr diante dos olhos de meu filho nem mais valentia, nem mais amor ao Rei, nem mais lealdade à sua Pátria’, e assim a instrução de Dom Luís Filipe passou a ter uma componente ainda mais militar e a ser uma verdadeira preparação para reinar. Foi um Rei comovido que numa singela cerimónia no Paço de Cascais entregou o filho ao Herói de Chaimite: ‘Aqui o tens… Faze dele um homem e lembra-te que há-de ser Rei!’
Evoquem-se as palavras de Joaquim Mouzinho de Albuquerque in ‘Carta ao Príncipe Real’ Dom Luís Filipe de Bragança:
‘É Vossa Alteza Príncipe, há-de ser Rei; ora, Príncipe e Rei que não comece por ser soldado, é menos que nada, é um ente híbrido cuja existência se não justifica. Há poucos anos andava pela Europa, num exílio vagabundo de judeu errante, um Imperador que num momento de crise esqueceu que o seu título vinha do latim Imperator, epíteto com que se saudavam os vencedores, e que se não vence sem desembainhar a espada – sine sanguine victoria non est. Por um erro igual já subiu um Rei ao cadafalso e outros foram despedidos do trono para o exílio sempre doloroso e humilhante. Príncipe que não for soldado de coração, fraco Rei pode vir a ser.’
Com a morte de Mouzinho foi nomeado como aio do Príncipe Real o coronel Francisco da Costa.
Assim, Sua Alteza Real o Príncipe Real O Senhor Dom Luís de Bragança ocupou o posto de alferes em 1902, tenente em 1906, capitão em 1907, e prestou serviço na Infantaria n.º 18, nos Regimentos de Cavalaria nº 2 e n.º 8, assim como, na Cavalaria Pesada no mítico Esquadrão de Lanceiros n.º 2 do Rei, que carregavam todos às ordens do Príncipe Real. Na 1.ª foto é possível ver Dom Luís Filipe, ao centro, como Porta-Estandarte do Esquadrão acompanhado da respectiva escolta e usando o famoso elmo dos Lanceiros: a famosa Cazspka. (2.ª foto)
Morreria, nesse fatídico Sábado, dia 1 de Fevereiro de 1908, às 17h20m, quando o Buiça disparou sobre o Príncipe Real – já Rei que não seria – atingindo-O em cheio na face esquerda com uma bala que lhe atravessou a cabeça e saiu pela nuca, matando-O.
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
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